A INFLUÊNCIA DAS DIETAS HIPERPROTEICAS SOBRE A SAÚDE CARDIOVASCULAR E LONGEVIDADE: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202412120836


Gabriel Cardoso Nicolai;
Orientadora: Ms. Isabela Coral Gerólamo.


RESUMO

As dietas hiperproteicas têm se tornado cada vez mais popular entre indivíduos que buscam melhorar sua composição corporal e saúde. Seus inúmeros benefícios ao nível da composição corporal, perfil metabólico, sistema imunitário, prevenção de doença, entre outros, fazem delas um fator chave em diversos tipos de plano alimentar. No entanto, há um crescente interesse na comunidade científica sobre os possíveis riscos e benefícios deste padrão alimentar, questionando-se a segurança para o organismo, sobretudo a nível cardiovascular. Nesse cenário, esta monografia teve como objetivo revisar a literatura existente sobre as diferentes estratégias de nutrição utilizando dietas ricas em proteínas e seus efeitos sobre marcadores de doenças cardiovasculares e longevidade em adultos. A revisão da literatura foi realizada na base de dados PubMed, Lilacs, Medlina e Scielo. Foram incluídos estudos empíricos, quantitativos, publicados a partir do ano de 2014 até o ano de 2024. Para a seleção, foram usados os descritores e palavras-chave: Dieta proteica, doença cardiovascular e longevidade. Selecionou-se assim, 12 artigos que compreenderam todos os critérios finais de inclusão propostos. Diferentes resultados foram encontrados nessa revisão, quanto marcadores cardiometabólicos e cardiovasculares, utilizando dietas ricas em proteínas. Divergências estas, que podem ser explicadas devido às diferentes populações estudadas, o tipo de fonte de proteína ingerida, quantidade e a quantidade de calorias contidas nas dietas hiperproteicas. Conclui-se que existem diferentes abordagens nutricionais em relação a dietas hiperproteicas e que seus benefícios e riscos ainda precisam ser melhores elucidados cientificamente, sendo necessário cada vez mais estudos sobre o tema.

Palavra-chave: Dieta proteica, doença cardiovascular, longevidade. 

ABSTRACT

The high-protein diet has become increasingly popular among individuals looking to improve their body composition and health. The considerable benefits of high-protein diets in terms of body composition, metabolic profile, immune system, disease prevention, among others, make them a key factor in different types of eating plans. However, there is growing interest in the scientific community about the possible risks and benefits of this dietary pattern, questioning its safety for the body, especially at a cardiovascular level. In this scenario, this monograph aimed to review the existing literature on different nutrition strategies using diets rich in proteins and their effects on markers of cardiovascular diseases and longevity in adults. A literature review was carried out in the PubMed, Lilacs, Medlina and Scielo databases. Empirical, quantitative studies published from 2014 to 2024 were included. For the selection, the descriptors and keywords were used: protein diet, cardiovascular disease, longevity. Thus, 12 articles were selected that met all the proposed final inclusion criteria. Different results using diets rich in proteins regarding cardiometabolic and cardiovascular markers were found in this review, divergences due to different studies, the type of protein source ingested, the quantity and quantity of calories contained in high-protein diets. It is concluded that there are different nutritional approaches in relation to high-protein diets and that their benefits and risks still need to be better scientifically elucidated, with more and more studies on the topic being necessary.

Keywords: Protein diet, cardiovascular disease, longevity.

1. INTRODUÇÃO

Com o avanço e crescimento das mudanças que vêm ocorrendo nas sociedades dos países em desenvolvimento, acompanham-se transformações importantes relacionados a saúde humana, entre elas, o surgimento de doenças crônicas e degenerativas que interferem diretamente na qualidade de vida e também na redução da longevidade da população. (BARATA, 1997; CASTRO et al, 2004).

Entre essas doenças mais comuns, podemos destacar o crescente aumento das doenças cardiovasculares, que segundo o MINISTÉRIO DA SAÚDE (2022), constituem a principal causa de morte no mundo, representando cerca de 70% de todas as causas de morte em indivíduos entre 30 e 70 anos de idade, estando também entre as principais causas de incapacidade e anos de vida perdidos. Sabendo disso, atualmente as doenças cardiovasculares tornaram-se um problema de saúde pública devido ao seu impacto negativo social, econômico e também na redução da qualidade de vida em adultos, sendo necessário emergir ações e estratégias para a prevenção, controle e combate dessas doenças.

Entre os fatores de risco primários para doenças cardiovasculares, podemos citar a hipertensão, dislipidemia, obesidade, sedentarismo, tabagismo, diabetes e histórico familiar, porém, existem outros fatores secundários relevantes como questões étnicas, culturais, dietéticas e comportamentais. Muitos desses fatores de risco, podem ser influenciados e controlados por modificações no estilo de vida, levando a redução da incidência, bem como, do controle das doenças cardiovasculares, aumentando a sobrevida e longevidade da população. (O’KEEFE et al, 1996; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2019). 

O envelhecimento populacional pode ser considerado uma grande transição demográfica que apresenta oportunidades e também desafios, pois a longevidade saudável e com vitalidade depende de diferentes determinantes como: nutrição, composição corporal, uma boa saúde mental, função cardiorrespiratória adequada e força muscular. Dado esses fatores, é necessário que se adote estratégias e intervenções no âmbito político, social e no sistema de saúde que abranjam o envelhecimento de forma adequada (BAUTMANS et al, 2022;  CESARI et al, 2018;  GEORGE et al, 2021; GONZALES-BAUTISTA et al, 2020).

Sabendo que a nutrição adequada e saudável auxilia no controle de doenças cardiovasculares, bem como contribui com o aumento da longevidade da população, entre as diversas fontes de nutrição, as proteínas ganham destaque, pois são elementos estruturais e funcionais essenciais ao organismo humano, participando de diversas interações metabólicas para a funcionalidade das células e tecidos do organismo, sendo primordial no processo de construção de musculo esquelético, na manutenção e produção de hormônios, enzimas, formação de barreiras defensoras e resposta imunológica, razão por qual se justifica o uso de dietas hiperproteicas como base de planos alimentares para otimizar a hipertrofia muscular e perda de peso, prevenindo fatores de risco para doenças cardiovasculares. (BISBOROUGHT & MANN, 2006; CASTROet al, 2004).

Dietas ricas em proteínas são definidas por uma ingestão de proteínas superior à média típica mundial, o que corresponde geralmente quando mais de 20% do total de energia de uma dieta provém de proteínas. Essas dietas costumam substituir parcialmente calorias de carboidratos e podem ser baixas ou altas em gorduras saturadas (A ingestão de proteínas em dietas ricas pode variar de 1 a 1,5 g/kg de peso corporal por dia, especialmente em contextos como o tratamento de doenças crônicas inflamatórias ou em atletas. (LORENZO et al, 2024). Elas são frequentemente utilizadas para perda de peso, pois a proteína é mais sacietógena do que carboidratos ou gorduras, o que pode ajudar a reduzir a ingestão calórica total (CLIFTON & KEOGH, 2007). 

Na prática esportiva, as dietas hiperproteicas têm sido, há algum tempo, relacionadas à melhora do desempenho atlético e ao aumento de massa muscular, sendo especialmente eficazes em modalidades que exigem força, resistência e potência. A ingestão adequada de proteínas é fundamental para a síntese muscular, promovendo a recuperação e o crescimento dos músculos após o exercício intenso. Estudos indicam que a inclusão de proteínas em uma refeição pós-exercício fornece os aminoácidos necessários para a reparação dos tecidos musculares, além de favorecer um estado metabólico mais anabólico, que estimularia o desenvolvimento muscular. Além disso, a ingestão proteica contribui significativamente para a preservação da massa magra, mesmo em situações de déficit calórico, o que é essencial para atletas de modalidades que demandam controle rigoroso de peso, como judô, boxe e ginástica. No entanto, além da quantidade de proteínas consumidas, a qualidade da fonte proteica e o momento da ingestão são igualmente fatores críticos para maximizar os benefícios dessas dietas no contexto esportivo. Uma estratégia nutricional que considere esses aspectos pode, de forma substancial, potencializar o desempenho e os resultados atléticos (ANTONIO et al., 2020).

Recentemente, as discussões sobre as consequências fisiológicas de uma dieta hiperproteica têm se intensificado, especialmente no que diz respeito aos seus efeitos na saúde cardiovascular e na longevidade, tornando-se um tema de crescente relevância no cotidiano da população mundial. Embora esse assunto ainda seja relativamente novo no debate público, há cada vez mais questionamentos sobre se esse tipo de dieta pode realmente aumentar o risco de doenças cardiovasculares, como a hipertensão e a arteriosclerose. Além disso, há preocupações em torno dos potenciais efeitos adversos sobre a função renal, particularmente em indivíduos predispostos, onde a hiperfiltração glomerular causada pelo alto consumo de proteínas poderia levar à deterioração progressiva dos rins. Outro ponto de debate é se a adoção prolongada de uma dieta hiperproteica poderia, de fato, reduzir a expectativa de vida da população em geral, considerando os riscos associados a essas condições.

Conhecendo a fundamental importância das proteínas para a manutenção da saúde e considerando a crescente adesão popular às dietas hiperproteicas, pesquisadores ao redor do mundo têm demonstrado um interesse cada vez maior em expandir os estudos que investigam os efeitos dessas dietas sobre diversos sistemas do organismo. Essa tendência abre novas e amplas perspectivas sobre o tema, incentivando pesquisas mais aprofundadas e detalhadas. Diante desse cenário, o presente estudo teve como principal objetivo realizar uma revisão sistemática da literatura disponível, com o intuito de destacar os principais impactos das dietas hiperproteicas na saúde cardiovascular, além de avaliar suas implicações para a longevidade humana e bem-estar geral.

2. OBJETIVO

Realizar uma revisão sistemática para sintetizar e evidenciar os principais desfechos sobre a influência e os impactos das dietas hiperproteicas na saúde cardiovascular e longevidade humana. 

3. MATERIAIS E MÉTODOS

O referido trabalho de revisão trata-se de uma coleta documental e tem por finalidade promover uma revisão da literatura integrativa sobre o tema “A influência das dietas hiperproteicas sobre a saúde cardiovascular e longevidade”. Os artigos científicos foram buscados nas base de dados virtual Pubmed, Lilacs, Medline e Scielo e o período de busca dos artigos ocorreu de janeiro à abril de 2024. A busca dos artigos foi realizada utilizando uma combinação das palavras-chave e os operadores booleanos “and” e “or” sendo padronizados pelos Descritores em Ciência da Saúde (DeCS), em português para as bases de dados Lilacs, Medline e Scielo e para a base de dados Pubmed forão realizados seus respectivos termos padronizados pelos MeSH – Medical Subject Headings. As sintaxes utilizadas foram: 1) “dieta rica em proteínas” OR “dieta proteica” OR “ingestão de proteínas” OR “consumo de proteínas na dieta” AND “doença cardiovascular” OR “morbidade cardiovascular” OR “mortalidade cardiovascular” OR “eventos cardiovasculares” OR “infarto do miocárdio” OR “doença cardíaca isquêmica” AND “longevidade”. 2) “protein diet” OR “protein intake” OR “dietary protein consumption” AND “cardiovascular disease” OR “cardiovascular morbidity” OR “cardiovascular mortality” OR  “cardiovascular events”  OR “myocardial infarction” OR “ischemic heart disease” AND “longevity”.

Os critérios de inclusão foram estudos publicados a partir do ano de 2014, nos idiomas inglês e português, realizados em homens e mulheres com 18 anos ou mais, com ou sem fatores de risco para doença cardiovascular, com presença ou não de comorbidade cardiovascular, selecionados nas bases de dados em função do assunto principal da pesquisa. Após a busca na base de dados, em uma primeira etapa, foi realizada a leitura dos títulos, onde os artigos com títulos duplicados foram excluídos e os relacionados ao tema foram incluídos. Posteriormente, foi realizada leitura do resumo, sendo mantido os artigos e informações condizentes com o estudo. Como última etapa, foi realizada a leitura dos trabalhos na íntegra, com a inclusão final de 11 artigos, que atenderam todos os critérios de inclusão da pesquisa. 

Os artigos excluídos não analisavam os efeitos das dietas hiperproteicas sobre a saúde cardiovascular e longevidade e/ou não associavam o efeito de exercício físico e outra intervenção que não fosse nutricional associado a dieta hiperproteica. Também foram excluídos artigos com indivíduos portadores de doenças que não fossem as cardiometabólicas, além de artigos fora do período estabelecido de 10 anos para a pesquisa, com idiomas diferentes dos escolhidos para essa pesquisa e trabalhos acadêmicos, dissertações, teses, resumos ou artigos sem versão completa e gratuita disponível e versões de livros publicados em versão digital.

Após a análise dos artigos incluídos nesse estudo, foram extraídas a síntese das seguintes informações: autoria, ano de publicação, tamanho da amostra, metodologia, tipo de intervenção e resultados obtidos. Cabe ressaltar que a presente revisão de literatura não avaliou o nível de viés de cada estudo.

A síntese dos dados coletados foi submetida a análises do conteúdo e foram expostos através de tabelas, que foram obtidos através do programa computacional Microsoft Word 2020.

4. REVISÃO DE LITERATURA

Durante a busca preliminar foram encontrados 1338 trabalhos relacionados ao tema e após análise, levando em consideração aos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 11 artigos que atendiam os critérios do estudo entre os anos de 2014 à 2024. O fluxograma de seleção dos artigos encontra-se apresentados na figura a seguir.

Figura 1: Fluxograma do processo de seleção dos artigos.

Fonte: própria autoria.

A síntese das características e resultados dos trabalhos selecionados encontram-se apresentados no quadro a seguir.

Quadro 1 – Características e resumo dos principais resultados obtidos através da análise dos artigos selecionados para este estudo de revisão.

Autor e anoTítuloMetodologiaSíntese dos resultados
CONNOR et al, 2017.Total red meat intake of  ≥ 0.5 servings/d does not negatively influence cardiovascular disease risk factors: a systemically searched meta-analysis of randomized controlled trialsFoi realizada uma revisão sistemática com estudos das bases de dados PubMed, Cochrane Library e Scopus e extraíram dados de 24 ensaios clínicos randomizados qualificados que associaram o consumo total de carne vermelha ≥ 0.5 ou ≤ 0.5 ao dia e com fatores de risco para doenças cardiovasculares.A ingestão de carne vermelha ≥ 0.5 total ao dia não afetou os perfis lipídicos e lipoproteicos ou os valores de pressão arterial pós intervenção  ou alterações ao longo do tempo.
BERGERON et al, 2019.Effects of red meat, White, meat, and nonmeat protein sources on atherogenic lipoprotein measures in the context of low compared with high saturated fat intake: a randomized controlled trial.Estudo realizado com três grupos analisando dieta rica em proteina de carne vermelha, versus carne branca, versus carne de origem animal por 4 semanas e avaliou marcadores de lipoproteínas aterogênicas.Ambos grupos com ingesta de proteínas de origem animal apresentaram aumento do colesterol total no plasma, colesterol LDL e HDL e níveis de dosagem de apolipoproteina comparado ao grupo com ingesta de proteína de origem vegetal.
FULLER et al, 2018.Effect of a high-egg diet on cardiometabólic risk factors in people with type 2 diabetes: the diabetes and egg (DIABEGG) studyrandomized weightloss and follow-up phase.Foi avaliado 128 indivíduos pré- diabéticos ou diabéticos tipo 2 e o consumo de dieta rica ou pobre em ovos em marcadores cardiometabólicos, inflamatórios e de estresse oxidativo durante o período de 12 meses, sendo realizado análises no 3º, 6º e 12º meses do estudo.Não houve diferença nos valores de colesterol total, nas concentrações séricas de LDL, HDL, triglicerídeos, fatores inflamatórios e estresse oxidativo no grupo dieta rica em ovos versus dieta pobre em consumo de ovos.  
EVANGELISTA et al, 2021.High-protein vs. Standard-protein diets in overweight and obese patients with heart failure and diabetes mellitus: findings of the ProHEART trial.  Estudo realizado com 76 individuos prédiabéticos ou com diabetes tipo 2 divididos em dois grupos, um com dieta rica em proteína, versus dieta padrão em protéina. Foi analisados os riscos cardiometabólicos e também a redução do peso em ambos os grupos.  Ambas dietas foram eficazes na redução do peso, porém ao verificar fatores como a redução da hemoglobina glicosada, triglicerídeos e melhorou os valores de pressão arterial sistólica e diastólica comparada ao grupo dieta com consumo padrão de proteínas.
  GALVIS et al, 2023.Consumption of eggs alone or enriched with Annatto (Bixa orellana L.) Does not increase cardiovascular risk in healthy adults – A randomized clinical trial, the eggant study.    105 individuos de ambos os sexos foram alocados em 3 grupos diferentes e avaliados após 8 semanas consumindo diariamente: 1) dois ovos diariamente; 2) dois ovos com urucum; 3) duas claras de ovos. Foram avaliados lipídios plasmáticos, apolipoproteínas e subfrações de lipoproteínas.     Não foram encontradas alterações significativas ao longo do tempo ou entre grupos nas concentrações de triglicerídeos plasmáticos, colesterol LDL, colesterol HDL, apolipoproteína ou subfração de lipoproteína.
  ROHLING et al, 2022.  A high-protein na lowglycemic formula diet improves blood pressure and Other hemodynamic parameters in high-risk individuals,    Foi avaliado 463 indivíduos durante 12 meses que receberam dietas com alto teor de proteínas e baixo índice glicêmico versus indivíduos que receberam dietas com baixo teor de proteínas, sendo avaliado marcadores de insulina de jejum, glicemia em jejum, hemoglobina glicada, massa gorda e magra, índice de massa corporal, peso, pressão arterial sistólica, diastólica e frequência cardíaca em repouso em ambos os grupos.   O grupo que recebeu dieta com alto teor de proteínas demonstrou melhorias positivas nos resultados hemodinâmicos de pressão arterial sistólica, diastólica e frequência cardíaca de repouso.
    HASANPOUR et al, 2023.  The effects  of soymilk plus probiotics supplementation on cardiovascular risk factors in patients with type 2 dibetes mellitus: a randomized clinical trial.   100 pacientes distribuídos em 4 grupos (leite de soja + probióticos; leite de soja + placebo; leite convencional + placebo; leite de soja + placebo + probióticos) por 6 semanas. Foi avaliado marcadores pressóricos e marcadores sanguíneos.    A dieta com leite de soja + suplementação com probióticos melhorou marcadores pressóricos e sanguíneos como triglicerídeos, colesterol total e insulina comparados ao grupo com dieta somente com leite convencional.  
  SERRA et al, 2019.Effects of hypocaloric, nutritionally complete, higher protein meal plano n regional body fat and cardiometabolic biomarkers in older adults with obesity.    96 participantes idosos de ambos os sexos (acima de 65 anos) realizaram um programa com dieta hipocalórica e hiperprotéica duranre 6 semanas, versus dieta habitual sem intervenções. Foi verificado parâmetros antroprométricos e composição corporal ao final do estudo.  O grupo que realizou ingesta de dieta hipocalóricas e hiperprotéicas demosntrou maior perda de peso corporal total,  maiorperda de massa gorda e melhores resultados na perda de massa gorda em regiões específicas. 
HUANG et al, 2021.  Effect of protein intake on visceral abdominal fat and metabolic biomarkers in older men with functional limitations: results from a randomized clinical trial.  77 indivíduos idosos com alguma limitação funcional receberam dietas ricas em proteínas com 1.3g/kg/dia versus a recomendação padrão de 0.8g/kg/dia de proteínas durante 6 meses. Foram avaliados marcadores séricos, metabólicos e inflamatórios e mensuração do tecido adiposo visceral.  Houve  redução significativa nos valores do tecido adiposo visceral abdominal no grupo que recebeu ingesta de 1.3g/kg/dia de proteínas quando comparado ao grupo de ingesta de 0.8g/kg/dia.
ZHANG et al, 2024Identification of a leucine-mediated threshold effect governing macrophage mTOR signalling and cardiovascular riskUtilizaram-se camundongos ApoE-/- para estudar a relação entre a ingestão de proteínas e a formação de aterosclerose. Os camundongos foram alimentados com dietas com diferentes teores de proteína (baixa, moderada e alta) para observar os efeitos na ativação do mTOR e na formação de placas ateroscleróticas. Após 8 semanas de dieta, foram coletadas amostras para análise de lesões ateroscleróticas e medições de peso corporal.Os resultados mostraram que a ingestão de proteínas acima de um certo limiar (cerca de 25 g por refeição) ativa a sinalização mTOR em macrófagos, o que está associado a um aumento do risco cardiovascular.  
Fonte: dados retirados da pesquisa.


5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. DEFINIÇÃO DE DIETAS HIPERPROTEICAS

Dietas hiperproteicas são aquelas dietas que priorizam o consumo de alimentos ricos em proteínas, enquanto reduzem a ingestão de carboidratos e gorduras. Sabendo que as proteínas são consideradas nutrientes essenciais para a construção e reparo de tecidos corporais, diversos estudos sobre o tema têm sido realizados.

O crescente interesse no aumento do consumo de proteínas relaciona-se à procura por melhor desempenho esportivo e melhora da composição corporal. De acordo com PASIAKOS et al (2015), a ingestão proteica é crucial para a manutenção de massa magra em períodos de balanço energético negativo, comuns em períodos pré-competição quando o ganho de peso pode ser prejudicial no desempenho esportivo. As proteínas também trariam vantagens como aumento de saciedade e controle da ingestão calórica total.

5.2. RISCO CARDIOVASCULAR E DIETAS HIPERPROTEICAS

Segundo CONOOR et al (2017) ao observar o efeito da ingesta total de ≥ 0.5 porção ao dia de carne vermelha sobre os fatores de risco de doenças cardiovasculares, analisando os perfis lipídicos e lipoproteicos no sangue, valores de pressão arterial sistêmica, perfil de colesterol  LDL, colesterol HDL e triglicerídeos, observou-se que não houve indicação de que o consumo de quantidades progressivamente maiores do que as recomendadas de carne vermelha, influenciasse os fatores de risco para doenças cardiovasculares.

Ao observar o efeito de uma dieta rica em proteína, analisando o consumo por 4 semanas de carne vermelha, versus carne branca e versus ingesta de proteína de fonte vegetal, sobre as medidas de lipoproteínas aterogênicas, BERGERON et al (2019), verificaram por meio de amostras de sangue venoso, os perfis de lipídeos plasmáticos, dosagem de apolipoproteina, subfrações de partículas de lipoproteínas, glicose, mensuração do peso corporal, pressão arterial, circunferência do quadril e cintura, percentual de gordura corporal por balança de bioimpedância e função endotelial; que dietas contendo grandes quantidades de proteínas de fonte animal, indiferentes na escolha de carne vermelha ou branca resultaram em concentrações mais elevadas de colesterol total no plasma, colesterol LDL e HDL es níveis de dosagem apolipoproteina, quando comparadas a dietas com proteínas de origem vegetal. Entretanto, o aumento do colesterol LDL e da apolipoprotreina foram associados a concentrações mais altas de partículas grandes de LDL, enquanto que partículas pequenas e médias, que estão mais relacionadas ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, não foram alteradas pela ingestão de proteínas de origem animal. Esse fato é corroborado por estudos de SHEN et al (2016) e PIERRE et al (2004) que observaram que partículas grandes de LDL não foram associadas a doenças cardiovasculares quando comparado com partículas de LDL de médio e pequeno tamanho.

Em contrapartida aos dados mencionados anteriormente, FULLERet al (2018), ao analisar 128 indivíduos pré-diabéticos ou com diabetes tipo 2, observaram que uma dieta rica em ovos não produziu resultados prejudiciais sobre os fatores de risco cardiometabólicos em pessoas com diabetes tipo 2, não havendo diferença nas concentrações de colesterol LDL e HDL, colesterol total, triglicerídeos e apolipoproteina, bem como, em marcadores inflamatórios de estresse oxidativo comparada a uma dieta com baixo consumo de ovos. Estudos de SCHULT et al (1999) e HU et al (2024) demonstraram que realmente existe uma correlação direta entre os níveis de colesterol plasmático, triglicerídeos, níveis elevados de lipoproteína e proteína C reativa associadas ao aumento de doenças cardiovasculares, podendo classifica-las como marcadores de risco.

Concomitante, EVANGELISTA et al (2021), constataram que uma dieta rica em proteínas em pacientes com sobrepeso e obesos com insuficiência cardíaca e diabetes mellitus, além de não produzir resultados prejudiciais aos fatores cardiometabólicos, foi também capaz de diminuir positivamente os níveis de hemoglobina glicosada e melhorou significantemente a pressão arterial sistólica e diastólica ao longo de 3 meses quando comparada a uma dieta com consumo padrão de proteínas.

Nesse contexto, dados semelhantes foram encontrados por ROHLING et al (2022) ao acompanhar durante 12 meses, 463 indivíduos que foram alocados em dois grupos: um que recebeu intervenções dietéticas com alto teor de proteínas de baixo índice glicêmico e o outro que seguiu uma dieta com baixo teor de proteínas. Ao comparar os dados laboratoriais, mensurações de composição corporal e parâmetros hemodinâmicos, notou-se redução nos valores de pressão arterial sistólica e diastólica e melhorias na frequência cárdica em repouso, no grupo com ingesta de dieta com alto teor de proteínas, demonstrando assim que dietas hiperproteicas parece apresentar respostas promissoras para melhorar fatores cardiometabólicos e melhorar dados de saúde. No entanto, é importante ressaltar que a eficácia de qualquer dieta depende de diversos fatores e diferentes objetivos, por isso, no presente estudo foi possível encontrar variações nos resultados encontrados que verificam os efeitos das dietas hiperproteicas.

GALVIS et al (2023) mensuraram os fatores lipídicos e de glicose no sangue, medidas antropométricas e avaliações em 105 indivíduos que consumiram dietas ricas em proteínas, com alto consumo de ovos. Os indivíduos foram distribuídos aleatoriamente em grupos que se diferenciavam apenas pelo consumo de ovos por dia, ou seja, o primeiro grupo consumiu 2 ovos por dia; o segundo grupo consumiu 2 claras de ovo por dia, durante um período de 8 semanas, Observaram em seus resultados que o número de lipoproteínas aterogênicas não foi diferente entre os grupos, ressaltando que consumir dois ovos por dia não altera desfavoravelmente os principais biomarcadores para o risco de doenças cardiovasculares.  HANSOPOUR et al (2023), em contrapartida, evidenciaram que uma dieta rica em proteínas com a suplementação de soja mais probióticos durante 6 semanas melhorou significativamente os níveis de pressão arterial diastólica, triglicerídeos, colesterol de lipoproteína de alta densidade – HDL-C e insulina comparado somente suplementação com leite convencional, demonstrando que o alto teor de proteínas da dieta foi benéfico na população estudada.

Não obstante, em estudo pré-clínico, associando modelos humanos e animais, ZHANG et al (2024), levantam o questionamento de que a ingestão elevada de proteínas, comum nas sociedades ocidentais e frequentemente promovidas como parte de um estilo de vida saudável, podem gerar desfechos negativos. Neste estudo, há sugestão de que a sinalização da proteína alvo da rapamicina em mamíferos (mTOR), mediada por aminoácidos em macrófagos pode estar associada ao desenvolvimento de aterosclerose. Experimentos com dietas específicas em ratos confirmaram que a ingestão de proteínas em excesso de 22% das necessidades energéticas dietéticas aumenta o risco de aterosclerose em ratos machos, mostrando uma base mecanística para o impacto negativo da ingestão excessiva de proteínas na saúde cardiovascular. Em modelos animais, dietas ricas em proteínas têm sido associadas ao desenvolvimento de aterosclerose, com pesquisas demonstrando uma conexão clara entre a alta ingestão de proteínas e a formação e progressão de placas ateroscleróticas. Estudos recentes com o modelo de camundongo ApoE−/−, propenso à aterosclerose, descobriram que a alimentação com alta proteína promove a aterogênese através da sinalização de mTORC1 mediada por aminoácidos, o que prejudica a autofagia nos macrófagos.

Embora o estudo de ZHANG et al. (2024) sugira que o consumo de proteínas possa estar associado a um aumento na formação de aterosclerose mediada pela sinalização de mTOR1, as mudanças observadas foram estudadas em um período de curto prazo (inferior a 3 horas), limitando a capacidade de extrapolar esses achados para cenários de longo prazo. Além disso, o estudo não forneceu evidências conclusivas de que a aterosclerose induzida pela ingestão proteica esteja diretamente relacionada a um aumento no risco de eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral. Por conseguinte, não deixa claro se o consumo elevado de proteínas exerce um impacto significativo no desenvolvimento de doenças cardiovasculares em contextos mais amplos e com períodos de exposição prolongados.

Figura 2 – Vias de ativação de aminoácidos em células imunes em modelo animal. Especificamente, aminoácidos ativam a via de sinalização mTORC1 (alvo mecanicista do complexo 1 da rapamicina) em células imunes chamadas monócitos/macrófagos. Quando a via de sinalização mTORC1 é ativada em células imunes, ela pode interferir na limpeza natural do corpo de células disfuncionais ou danificadas, conhecida como autofagia. (Fonte: JEUKENDRUP, Asker. Disponível em: https://www.mysportscience.com/post/does-a-highprotein-intake-increase-cardiovascular-disease-risk)

5.3. LONGEVIDADE E DIETAS HIPERPROTEICAS

Para DAVIS et al (2012), o processo de envelhecimento está associado ao ganho de peso e a mudança no armazenamento de gordura nas regiões glúteas/femorais para as regiões abdominais centrais, principalmente em regiões viscerais, aumentando a circunferência abdominal, que possui capacidade em secretar adipocinas e outras substâncias que estão intimamente associadas ao maior risco de desenvolvimento de doença cardiovascular e metabólicas. Sabendo que a obesidade é substancialmente influenciada pela idade, fatores genéticos, demográficos, sociais e comportamentais, diversos pesquisadores buscam entender a relação de diferentes intervenções dietéticas com os mecanismos para o controle de peso e massa gorda no organismo, principalmente em indivíduos mais velhos, com isso, as dietas hiperproteicas vem ganhando notoriedade no meio cientifico. 

Em nossa revisão, dois estudos demonstraram o efeito das dietas hiperproteicas sobre marcadores de longevidade, SERRA et al (2019) analisaram indivíduos mais velhos a partir de 65 anos com obesidade para um programa de intervenção com duração de 6 meses, com intervenção com ingesta de um plano alimentar hipocalórico, porém com alto teor de proteínas versus indivíduos que mantiveram suas dietas habituais sem alterações ou intervenções. O desfecho encontrado foi maior perda de peso corporal, redução da massa gorda total e perda de massa gorda regionais, sendo as regiões, das regiões ginoide, androide e visceral. Esses dados sugerem que dietas hipocalóricas e hiperproteicas apresentam melhorias nos marcadores cardiometabólicos em idosos com obesidade, podendo levar a maior longevidade nesse grupo. 

Dados semelhantes foram encontrados por HUANG et al (2021), ao verificarem 77 indivíduos acima de 65 anos com limitações funcionais que ingeriram uma dieta personalizada contendo 1.3 g/kg/dia de proteína durante 6 meses versus grupo que recebeu 0.8 g/kg/dia e observou ao final do estudo que o grupo que recebeu 1.3 g/kg/dia de proteína apresentou uma redução significativa na quantidade de tecido adiposo visceral abdominal em comparação ao grupo com ingesta padrão de proteínas, entretanto, não foi capaz de melhorar os demais marcadores de risco de doença. Nesse cenário, NAGHSHI et al (2020) ao verificar por meio de uma meta análise a relação entre a ingestão de proteínas total e o risco de mortalidade por doenças cardiovasculares, observou que não houve associação significativa entre esses dois fatores no total de 427.002 participantes de todos os estudos.

Apesar de as dietas hiperproteicas serem uma estratégia promissora para perda de peso, redução de massa gorda e redução dos marcadores de risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares em diferentes populações, os mecanismos pelos quais o aumento da ingestão de proteínas diminui esses parâmetros ainda não são bem compreendidos. No presente estudo não foi realizado o risco de viés, podendo isso ter sido um fator limitante da pesquisa. Entretanto, em nossa pesquisa elucidamos alguns benefícios e riscos das dietas ricas em proteínas na saúde cardiometabólica e longevidade em diferentes populações, possibilitando que esses dados possam beneficiar estudos futuros na área.

Se por um lado o sucesso das dietas ricas em proteínas pode ser atribuído à promoção da saciedade, por outro, essas dietas também parecem estar associadas a um aumento da termogênese, o que contribui para a perda de peso ao elevar o gasto energético do organismo. Este efeito termogênico potencial das proteínas auxilia no controle de peso, tornando essas dietas populares tanto para a manutenção quanto para a redução de peso corporal. Ademais, a suplementação proteica na dieta tem sido amplamente estudada em idosos, não apenas como uma estratégia para melhorar a qualidade de vida, mas também como uma medida preventiva ou terapêutica contra a sarcopenia, uma condição caracterizada pela perda progressiva de massa muscular, que está fortemente associada a um maior risco de morbidade e mortalidade nessa faixa etária. Nesse sentido, a suplementação de proteínas visa preservar a massa muscular e promover a funcionalidade em idosos, reduzindo complicações associadas à sarcopenia e melhorando a independência física (BABYGIRIJA, et al., 2021).

Em contrapartida ao estudo de HUANG, et al (2021), o qual sugere possíveis benefícios do alto consumo de proteínas, este último estudo aponta que a restrição de proteínas e aminoácidos específicos na dieta pode, ao contrário, promover a saúde metabólica e aumentar a longevidade em modelos animais. Essa restrição abrange aminoácidos como metionina, triptofano e aminoácidos de cadeia ramificada, que, ao serem limitados, desencadeiam uma série de adaptações bioquímicas no organismo. Estudos em humanos reforçam esses achados, sugerindo que o alto consumo de proteínas está associado a maior risco de doenças metabólicas e mortalidade, enquanto a moderação no consumo de certos aminoácidos parece exercer efeitos protetores. Os mecanismos moleculares envolvidos incluem a regulação da via mTORC1, a ativação da via GCN2-ATF4-FGF21, e alterações significativas no metabolismo energético. A via mTORC1, por exemplo, é conhecida por regular o crescimento celular e a síntese de proteínas, enquanto a via GCN2-ATF4-FGF21 é crítica na adaptação metabólica ao estresse nutricional, favorecendo a autossuficiência energética e a preservação de recursos corporais Com essas intervenções, os modelos animais demonstraram uma melhora no metabolismo energético, maior gasto calórico e maior ativação da autofagia, processos que são amplamente associados à promoção da longevidade e à manutenção da saúde metabólica.

Figura 3 – Vias de sinalização envolvidas na restrição proteica que culminam em aumento da longevidade e saúde metabólica. A imagem fornecida ilustra os mecanismos moleculares que relacionam a restrição de proteínas e aminoácidos, como a metionina, com a saúde metabólica e a longevidade, tanto em modelos animais quanto em humanos. Destaca como a redução na ingestão de proteínas pode modular várias vias bioquímicas importantes, incluindo a via do mTORC1 e a sinalização de hormônios de crescimento (GH/IGF-1), além de reduzir a síntese proteica e lipídica. A figura também evidencia a ativação da via PERK-GCN-eIF2α-ATF4, que, por meio do aumento de FGF21 e UCP1, eleva o gasto energético e melhora o metabolismo lipídico. Essas mudanças promovem o aumento da autofagia, um processo que ajuda na renovação celular, o que, em última instância, contribui para a longevidade e melhora da saúde metabólica. O estudo sugere que, ao limitar aminoácidos como a metionina, os organismos podem desencadear respostas adaptativas que favorecem a manutenção de funções corporais saudáveis e a prevenção de doenças metabólicas. Portanto, esses mecanismos são fundamentais para entender como a dieta pode influenciar a saúde ao longo da vida.

6. CONCLUSÃO

Os resultados desta revisão apontam que as dietas hiperproteicas têm ganhado crescente notoriedade no meio científico nos últimos anos, sendo vistas como uma possível alternativa ao método dietético tradicional, especialmente no que tange à saúde cardiovascular e à longevidade. No entanto, apesar de diversos estudos já realizados, os resultados permanecem conflitantes, o que pode ser atribuído a diferentes fatores metodológicos que não foram totalmente considerados neste estudo. Entre esses fatores, destacam-se os diferentes vieses presentes nas pesquisas analisadas, como a variabilidade das populações estudadas, a duração das intervenções, a qualidade e as fontes de proteínas consumidas (animal ou vegetal), além das divergências na ingestão calórica total entre os grupos avaliados. Esses vieses acabam por afetar significativamente os resultados, tornando-os ainda incertos e limitando a capacidade de se alcançar conclusões definitivas. 

Desta forma, para que o impacto das dietas hiperproteicas na saúde cardiovascular e na longevidade seja melhor compreendido, é fundamental que novos estudos sejam conduzidos, com metodologias mais rigorosas e padronizadas, permitindo uma análise mais precisa e uma elucidação com mais clareza dos reais efeitos dessas dietas. 

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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