REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th102411071543
Juliano Rodrigues Pinto
Viviane Haddad Silva Higuchi
Regina Marta Da Luz Pereira
Orientador – Antônio Pires Barbosa – MD, MSC, PhD in Health administration
Resumo
Este artigo analisa a telemedicina e a telesaúde como ferramentas essenciais para a gestão da saúde mental em cidades inteligentes. O objetivo é explorar inovações, desafios e casos de sucesso globais, destacando a relevância dessas tecnologias para melhorar o acesso e a qualidade do atendimento em saúde mental. A metodologia consiste em uma revisão bibliográfica de estudos recentes, priorizando publicações de 2020 a 2024, que abordam a interseção entre telemedicina, saúde mental e urbanismo. Os principais resultados indicam que, embora a telemedicina amplie o acesso aos cuidados, existem barreiras como resistência profissional e necessidade de políticas públicas adequadas. As conclusões sugerem que, para maximizar os benefícios da telemedicina, é crucial implementar um marco regulatório robusto e promover a inclusão digital, garantindo que as inovações em saúde mental atendam a todos os cidadãos de maneira equitativa.
Palavras-chave: telemedicina, saúde mental, cidades inteligentes, inclusão digital, políticas públicas.
Abstract
This article analyzes telemedicine and telehealth as essential tools for managing mental health in smart cities. The objective is to explore innovations, challenges, and global success stories, highlighting the relevance of these technologies in improving access to and the quality of mental health care. The methodology consists of a bibliographic review of recent studies, prioritizing publications from 2020 to 2024 that address the intersection of telemedicine, mental health, and urbanism. The main results indicate that, while telemedicine enhances access to care, there are barriers such as professional resistance and the need for adequate public policies. The conclusions suggest that, to maximize the benefits of telemedicine, it is crucial to implement a robust regulatory framework and promote digital inclusion, ensuring that mental health innovations serve all citizens equitably.
Keywords: telemedicine, mental health, smart cities, digital inclusion, public policies.
Introdução
As cidades inteligentes emergem como uma resposta inovadora a diversos desafios enfrentados nas áreas urbanas contemporâneas, como a urbanização acelerada, a poluição e a escassez de recursos. Este conceito abrange a integração de tecnologias avançadas, como Internet das Coisas (IoT), bigdatae inteligência artificial, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e promover a sustentabilidade ambiental (Hollands, 2008). Dentro desse cenário, a saúde mental, um aspecto frequentemente negligenciado nas discussões sobre desenvolvimento urbano, torna-se um foco crucial para a construção de ambientes saudáveis e resilientes.
A telemedicina e a telesaúde, como componentes fundamentais das cidades inteligentes, oferecem novas possibilidades para a gestão da saúde mental. A crescente demanda por serviços de saúde mental, intensificada pela pandemia de COVID-19, destaca a necessidade de soluções acessíveis e eficazes. Nesse sentido, a telemedicina não apenas amplia o acesso aos cuidados, mas também proporciona intervenções personalizadas que podem ser adaptadas às necessidades específicas de cada paciente (Clement et al., 2015). Assim, investigar como essas ferramentas podem ser implementadas em cidades inteligentes se torna uma questão relevante e urgente.
A relevância deste estudo se justifica pela necessidade de se discutir estratégias que promovam a saúde mental em ambientes urbanos. À medida que mais pessoas se concentram nas cidades, os problemas de saúde mental tornam-se mais prevalentes, e a telemedicina pode oferecer uma abordagem inovadora para mitigar esses desafios. Além disso, o artigo propõe um olhar crítico sobre a ética da utilização de tecnologias digitais na saúde, abordando preocupações como privacidade e acessibilidade.
Por outro lado, instigar a reflexão sobre a efetividade e os limites da telemedicina é essencial. Devemos questionar se a digitalização dos serviços de saúde pode realmente superar as barreiras históricas que limitam o acesso
à saúde mental, e buscar esclarecer quais são os riscos envolvidos em confiar a saúde mental de indivíduos a plataformas digitais.
Além disso, o tema da inclusão social nas cidades inteligentes é imperativo. As tecnologias devem ser projetadas e implementadas de forma a beneficiar a todos, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade. O papel da sociedade civil e do setor privado é crucial para garantir que as inovações em saúde mental não perpetuem desigualdades existentes (Söderström et al., 2014).
Portanto, o artigo não só pretende explorar as potencialidades da telemedicina e da telesaúde, mas também criticar os riscos e desafios que vêm com essas inovações. A esperança é que, ao trazer à tona esses aspectos, possamos contribuir para um futuro onde a saúde mental seja devidamente valorizada e integrada nas agendas de desenvolvimento urbano.
Metodologia
Este estudo utiliza uma metodologia de revisão bibliográfica aplicada, que visa identificar, selecionar e analisar artigos científicos relevantes sobre a telemedicina e a telesaúde no contexto da gestão da saúde mental em cidades inteligentes. A revisão focou em publicações de anos recentes, priorizando aquelas de 2020 a 2024 para garantir a atualização das informações. As bases eletrônicas utilizadas na busca dos artigos incluem Scielo, PubMed, Google Scholar e Web of Science, que oferecem acesso a um amplo acervo de estudos científicos nas áreas de saúde, tecnologia e urbanismo. Os artigos deveriam incluir resultados empíricos ou análises comparativas que demonstrassem a eficácia e a aplicação prática dessas tecnologias na melhoria do cuidado em saúde mental.
Os critérios de seleção dos artigos foram definidos com base em três aspectos principais: ano de publicação, relevância para o tema central e número de citações. Foram priorizadas publicações mais recentes, refletindo inovações e
debates atuais no campo da telemedicina e saúde mental. Adicionalmente, considerou-se a relevância temática, incluindo apenas artigos que abordassem explicitamente a interseção entre telemedicina, telesaúde e saúde mental, especialmente no contexto de cidades inteligentes (Hollands, 2008; Nam & Pardo, 2011). O número de citações também foi utilizado como indicativo da influência do estudo na comunidade acadêmica (Zuboff, 2019).
As palavras-chave empregadas nas buscas foram “telemedicina”, “saúde mental”, “cidades inteligentes”, “inovação em saúde”, “acessibilidade na saúde” e “tecnologia em saúde”. Essas palavras foram selecionadas para garantir uma abrangência nos aspectos relevantes ao tema, incluindo tanto a perspectiva técnica das tecnologias utilizadas quanto as implicações sociais e éticas de sua implementação. A combinação dessas palavras-chave possibilitou a identificação de um conjunto diversificado de artigos que enriquecem a discussão sobre os desafios e oportunidades da telemedicina na saúde mental (Batty et al., 2012; Giffinger et al., 2007).
Na sequência, foram definidos critérios de exclusão para assegurar que a amostra final fosse pertinente aos objetivos da pesquisa. Foram excluídos artigos que: (1) não apresentassem dados empíricos ou análises comparativas;
(2) abordassem apenas teorias sem aplicação prática; (3) não se concentrassem nas inovações tecnológicas relevantes para a saúde mental; e
(4) fossem revisões de literatura ou comentários que não contribuíssem com novos dados ou perspectivas sobre o tema.
Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, a amostra inicial consistiu em 55 artigos. Em uma segunda triagem, foram eliminados 26 artigos que não atenderam aos critérios estabelecidos, resultando em um conjunto final de 21 artigos. Esses artigos foram organizados e analisados com base em suas contribuições para os objetivos do presente artigo, com foco nas inovações tecnológicas e seus impactos práticos.
A metodologia de revisão bibliográfica aplicada busca não apenas reunir evidências sobre a eficácia e acessibilidade da telemedicina na saúde mental, mas também identificar lacunas na pesquisa existente e sugerir direções para
futuras investigações. Ao combinar diferentes tipos de estudos e perspectivas, espera-se que a análise contribua para um entendimento mais profundo sobre como a telemedicina pode ser um pilar importante na gestão da saúde mental nas cidades inteligentes, promovendo tanto o bem-estar individual quanto coletivo.
Quadro demonstrativo dos artigos analisados
Autores | Título | Revista | Ano | TemaPrincipal | Principais Pontos Abordados | PrincipaisConceitos | Resultados Encontrados | ConclusõeseDiscussões |
Santos, W. S. et al. | Reflexões acerca do uso da telemedicina no Brasil: Oportunidade ou ameaça | Rev. gest. sist. saúde | 2020 | Telemedicina no Brasil: oportunidades e desafios | Análise das vantagens e desvantagens da telemedicina; impacto na acessibilidade e qualidade do atendimento. | Telemedicina, acessibilidade, qualidade do atendimento | Identificação de barreiras à implementação; necessidade de políticas públicas para suporte. | A telemedicina pode ser uma solução viável, mas requer um framework regulatório e investimento em infraestrutura. |
Rodrigues, T. F. et al. | Perspectivas para o uso da Telemedicina no atendimento de saúde mental na Atenção Primária | Enferm Foco | 2022 | Telemedicina em saúde mental | Discussão sobre a implementação da telemedicina na saúde mental e seus desafios em contextos de atenção primária. | Telemedicina, saúde mental, atenção primária | Melhoria no acesso ao atendimento, mas persistência de estigmas e resistência. | A aceitação da telemedicina na saúde mental depende de campanhas de conscientização e formação de profissionais. |
Rocha, I. de S. B. | Juventude Digital: Desafios da Saúde Mental na Era das Novas Tecnologias – Revisão de Literatura | Revista Multidisciplinar em Saúde | 2023 | Saúde mental entre jovens na era digital | Impactos das redes sociais e tecnologias na saúde mental dos jovens; necessidade de intervenções apropriadas. | Saúde mental, juventude, redes sociais | Identificação de aumento nos casos de ansiedade e depressão entre jovens; necessidade de intervenções digitais. | Sugere-se a criação de políticas públicas focadas em saúde digital que promovam a conscientização e o suporte emocional. |
Porfírio, G. B. et al. | The contribution of the Psychology of Religion and Spirituality to the Development of Sustainability in Smart Cities | (não especificada) | 2024 | Psicologia, sustentabilidade e cidades inteligentes | Exploração do papel da psicologia da religião na promoção de práticas sustentáveis em ambientes urbanos. | Psicologia da religião, sustentabilidade, cidades inteligentes | Propostas de integração entre psicologia, religião e práticas sustentáveis; promoção de bem-estar comunitário. | Destaca a importância da colaboração intersetorial para abordar desafios urbanos e promover a saúde mental. |
Martins, C. P. & Pinto, C. D. B. | O uso da telemedicina na atenção primária pós-pandemia da covid- 19: revisão de literatura | (não especificada) | 2024 | Telemedicina na atenção primária pós-pandemia | Revisão dos impactos da pandemia na adoção da telemedicina na atenção primária e perspectivas futuras. | Telemedicina, pandemia, atenção primária | Aumento na aceitação e uso de telemedicina; mudanças permanentes nos modelos de atendimento. | A telemedicina se consolidou como uma alternativa válida, mas requer melhorias contínuas na formação e suporte técnico. |
Ferreira, J. S. et al. | Impacto da tecnologia digital na saúde mental infantil: desafios e oportunidades para intervenção clínica | Contribuições à Ciências Sociais | 2024 | Tecnologia digital e saúde mental infantil | Análise dos efeitos da tecnologia na saúde mental de crianças; necessidade de intervenções clínicas adaptadas. | Tecnologia digital, saúde mental infantil, intervenções clínicas | Necessidade de programas de formação para profissionais; aumento de intervenções digitais benéficas. | Conclui que a educação sobre o uso saudável da tecnologia é crucial para o bem-estar infantil. |
(Autores desconhecidos) | Os impactos da inclusão digital na saúde mental e qualidade de vida das pessoas idosas | Research Society and Development | 2022 | Inclusão digital e saúde mental de idosos | Discussão sobre a relação entre inclusão digital e saúde mental na população idosa; importância do acesso à tecnologia. | Inclusão digital, saúde mental, qualidade de vida | Melhoria na qualidade de vida e na saúde mental dos idosos com acesso à tecnologia; necessidade de suporte. | Destaca a importância de programas que promovam a inclusão digital para idosos como forma de melhorar seu bem-estar. |
Borges, R. S. et al. | A telepsiquiatria em um serviço docente assistencial de saúde mental: relato de experiência | Debates Em Psiquiatria | 2020 | Telepsiquiatria: prática e desafios | Relato de experiência sobre telepsiquiatria; considerações sobre eficácia e desafios enfrentados na prática. | Telepsiquiatria, prática assistencial, desafios | Eficácia na redução de filas e tempo de espera; desafios na formação de profissionais e na aceitação. | Sugere que a telepsiquiatria deve ser integrada aos serviços tradicionais de saúde mental para maximizar seus benefícios. |
Bentes, A. et al. | Assistentes Virtuais Inteligentes e saúde mental: debates regulatórios no Brasil | Revista Eletrônica De Comunicação, Informação & Inovação Em Saúde | 2024 | Regulamentação da telemedicina e assistentes virtuais | Análise das implicações regulatórias da utilização de assistentes virtuais na saúde mental e na telemedicina. | Assistentes virtuais, regulamentação, telemedicina | Necessidade de um marco regulatório claro; potencial para melhorar o acesso aos serviços. | Conclui que um quadro regulatório é essencial para garantir a segurança e a eficácia dos assistentes virtuais. |
Decker, S. L. et al. | Use of Telehealth Among Medical Visits in the United States: Results From the 2021 Medical Expenditure Panel Survey | Annals of Internal Medicine | 2024 | Uso da telemedicina nos EUA | Apresentação de dados sobre a utilização de telemedicina nos EUA; comparação com práticas no Brasil. | Telemedicina, uso de serviços de saúde, comparação internacional | Aumento significativo no uso de telemedicina; comparação positiva com serviços presenciais. | Sugere que a telemedicina pode ser uma solução eficaz, mas requer adaptações culturais e estruturais para sua implementação. |
Fornazin, M. et al. | (Título não especificado) | Reciis – Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde | 2022 | (Tema não especificado) | (Pontos não especificados) | (Conceitos não especificados) | (Resultados não especificados) | (Conclusões não especificadas) |
Nichiata, L. Y. I. & Passaro, T. | mHealth e saúde pública: a presença digital do Sistema Único de Saúde do Brasil por meio de aplicativos de dispositivos móveis | Revista Eletrônica De Comunicação, Informação & Inovação Em Saúde | 2023 | mHealth e saúde pública no Brasil | Exploração do uso de aplicativos móveis para promover a saúde pública; análise da presença digital do SUS. | mHealth, saúde pública, aplicativos móveis | Identificação de aplicativos eficazes; aumento da adesão ao cuidado preventivo entre usuários. | Conclui que mHealth é uma estratégia promissora para a promoção da saúde, mas necessita de avaliação contínua e suporte. |
Souza, C. A. et al. | Os impactos na saúde digital nos serviços públicos no Brasil | Journal of Health Informatics | 2023 | Impactos da saúde digital nos serviços públicos | Avaliação dos impactos da digitalização nos serviços públicos de saúde; implicações para a eficiência e acessibilidade. | Saúde digital, serviços públicos, eficiência | Melhoria na eficiência dos serviços; desafios persistentes em acessibilidade para todas as populações. | Destaca que a saúde digital pode aumentar a eficiência, mas requer investimentos em infraestrutura e capacitação. |
Cantor, J. H. et al. | Telehealth And In-Person Mental Health Service Utilization And Spending, 2019 To 2022 | JAMA Health Forum | 2023 | Utilização de serviços de saúde mental | Comparação entre o uso de telemedicina e atendimentos presenciais; gastos em saúde mental. | Telehealth, gastos, serviços de saúde mental | Aumento na utilização da telemedicina, refletindo mudanças nas preferências dos pacientes. | Sugere que a telemedicina pode complementar os serviços presenciais, aumentando o acesso. |
McBain, R. K. et al. | Expansion Of Telehealth Availability For Mental Health Care After State-Level Policy Changes From 2019 To 2022 | JAMA Network Open | 2023 | Acessibilidade à telemedicina | Análise das políticas estaduais que ampliaram a disponibilidade de telemedicina em saúde mental. | Telehealth, políticas, acesso | Expansão significativa no acesso aos serviços de telemedicina após mudanças políticas. | Destaca a importância de políticas favoráveis para aumentar a acessibilidade dos serviços de saúde mental. |
Decker, S. L. et al. | Use Of Telehealth Among Medical Visits In The United States: Results From The 2021 Medical Expenditure Panel Survey | Annals of Internal Medicine | 2024 | Uso da telemedicina nos EUA | Apresentação de dados sobre a utilização de telemedicina em comparação com serviços presenciais. | Telemedicina, serviços de saúde, comparação | Aumento no uso de telemedicina; comparação positiva com serviços presenciais. | A telemedicina se consolida como uma alternativa eficaz, mas com necessidade de adaptação cultural. |
Grossi, G. | Dr. Chris Pagnani: Telemedicine As A Tool For Better Mental Health Care Access | AJMC | 2024 | Acesso à saúde mental | Discussão sobre como a telemedicina pode melhorar o acesso a cuidados de saúde mental. | Telemedicina, acesso, saúde mental | Identificação de melhorias no acesso aos cuidados de saúde mental. | A telemedicina é uma ferramenta promissora, mas requer integração com serviços tradicionais. |
Faria, L. L. F. de et al. | Saúde Digital Nas Cidades Inteligentes No Brasil: Abordagens, Articulações Possíveis, Avanços E Desafios | Tese de Doutorado | 2023 | Saúde digital e cidades inteligentes | Análise das interações entre saúde digital e desenvolvimento de cidades inteligentes. | Saúde digital, cidades inteligentes, desafios | Identificação de avanços e desafios na implementação de saúde digital. | Sugere a necessidade de políticas integradas para o desenvolvimento da saúde digital nas cidades inteligentes. |
Santos, G. de S. M. | O Impacto Da Covid-19 Na Tecnologia-Uma Revisão Sistemática Da Literatura | (não especificada) | 2022 | Impacto da Covid-19 na tecnologia | Revisão dos impactos da pandemia na adoção de tecnologias de saúde. | Covid-19, tecnologia, saúde | Aceleração da adoção de tecnologias digitais na saúde. | Conclui que a pandemia serviu como catalisador para a transformação digital na saúde. |
Araújo, R. | Qualidade, Saúde E Tecnologia: Atendimento Online Como Um Dos Pilares Da Assistência Psicológica Durante A Pandemia Do Covid-19 | MUST | 2020 | Atendimento psicológico online | Discussão sobre a qualidade do atendimento psicológico online durante a pandemia. | Telemedicina, qualidade, saúde mental | Reconhecimento do papel vital do atendimento online na saúde mental durante a pandemia. | A telepsicologia é essencial, mas deve ser acompanhada de treinamentos adequados para os profissionais. |
Batista, A. S. L. | (In) Sucesso Da Telessaúde: Fatores Que Influenciam O Processo De Implementação E Normalização Nas Organizações De Saúde | Dissertação de Mestrado | 2022 | Implementação de telessaúde | Análise dos fatores que impactam o sucesso ou insucesso da telessaúde nas organizações de saúde. | Telessaúde, implementação, desafios | Identificação de barreiras que dificultam a implementação efetiva da telessaúde. | Sugere que a normalização da telessaúde depende de formação e aceitação entre os profissionais de saúde. |
Análise Críticadas Referências
A literatura atual sobre telemedicina e telesaúde, especialmente em relação à saúde mental, apresenta várias convergências e divergências que merecem uma análise detalhada. Em primeiro lugar, muitos autores reconhecem a telemedicina como uma solução promissora para melhorar o acesso aos cuidados de saúde mental. Estudos como o de Santos et al. (2020), Rodrigues
et al. (2022) e Cantor et al. (2023) sublinham a eficácia da telemedicina em aumentar a acessibilidade e a qualidade do atendimento, destacando sua relevância em contextos de saúde pública.
Além disso, a literatura converge sobre os desafios enfrentados na implementação da telemedicina. Questões como a resistência por parte de profissionais de saúde, a necessidade de formação adequada e o suporte técnico são recorrentes em diversos estudos (Rodrigues et al., 2022; Martins & Pinto, 2024; Batista, 2022). A pandemia de COVID-19 emergiu como um catalisador que acelerou a adoção de tecnologias digitais na saúde, conforme discutido por Martins e Pinto (2024), Santos (2022) e Araújo (2020). Esse contexto crítico ressaltou a importância da telemedicina, revelando sua capacidade de responder rapidamente às necessidades de saúde mental em situações de emergência.
Outra questão recorrente na literatura é a necessidade de políticas públicas que apoiem a implementação da telemedicina. Autores como Santos et al. (2020), Bentes et al. (2024) e McBain et al. (2023) enfatizam que um suporte regulatório robusto é fundamental para garantir a eficácia e a segurança dos serviços de saúde digital.
Entretanto, as divergências na literatura também são notáveis. Em particular, há uma diferença significativa nas abordagens regionais; enquanto alguns estudos se concentram no contexto brasileiro (Santos et al., 2020; Rodrigues et al., 2022), outros oferecem uma perspectiva mais ampla, como os trabalhos de Cantor et al. (2023) e McBain et al. (2023), que se dedicam ao cenário americano. Além disso, a ênfase em grupos específicos, como jovens (Rocha, 2023) e idosos (Autores desconhecidos, 2022), revela uma diversidade nas
abordagens, com algumas pesquisas focando em aspectos gerais da telemedicina e saúde mental, enquanto outras exploram necessidades particulares.
Outro ponto de divergência refere-se à regulamentação de novas tecnologias. Enquanto muitos artigos discutem a telemedicina de forma ampla, Bentes et al. (2024) enfocam especificamente as implicações regulatórias dos assistentes virtuais, destacando a necessidade de um marco regulatório claro para garantir sua utilização segura.
Identificam-se, ainda, lacunas significativas na literatura que podem ser exploradas em pesquisas futuras. Por exemplo, as interseções entre saúde digital e sustentabilidade, embora mencionadas por Porfírio et al. (2024), carecem de uma investigação mais aprofundada sobre como a saúde digital pode se integrar a práticas sustentáveis nas cidades inteligentes. Além disso, a maioria dos estudos analisa a telemedicina em um contexto pontual, sem avaliações longitudinais que examinem os impactos a longo prazo na saúde mental.
A perspectiva do paciente também está sub-representada na literatura, com poucos estudos focando na aceitação e eficácia da telemedicina sob a ótica dos usuários. Finalmente, a diversidade de tecnologias utilizadas na telemedicina, como aplicativos móveis e assistentes virtuais, merece uma investigação mais abrangente, assim como o impacto da inclusão digital em grupos específicos, como pessoas com deficiência ou populações rurais.
Em suma, esta análise revela tanto os avanços significativos quanto as lacunas na pesquisa sobre telemedicina e telesaúde. O entendimento mais aprofundado dessas dimensões não apenas contribuirá para o
desenvolvimento de políticas mais eficazes, mas também para a criação de práticas que atendam de maneira mais completa às necessidades da saúde mental em cidades inteligentes.
Aspectos | Itens | Apontamentos |
Convergências | 1.Acessibilidade: | Telemedicina como solução para melhorar o acesso aos cuidados de saúde mental. |
2.Eficácia: | Aumento na qualidade do atendimento em saúde mental. | |
3.DesafiosdaImplementação: | Resistência profissional, necessidade de formação e suporte técnico. | |
4.ImpactodaCOVID-19: | A pandemia acelerou a adoção de tecnologias digitais em saúde mental. | |
5.PolíticasPúblicas: | Necessidade de suporte regulatório para garantir eficácia e segurança dos serviços. | |
Divergências | 1.AbordagensRegionais: | Diferenças entre estudos focados no Brasil e aqueles com uma perspectiva americana. |
2.GruposEspecíficos: | Pesquisas que se concentram em jovens e idosos versus abordagens mais gerais. | |
3.Regulamentaçãode Tecnologias: | Discussões sobre a telemedicina em geral versus implicações de assistentes virtuais. | |
LacunasIdentificadas | 1.Integraçãocom Sustentabilidade: | Necessidade de pesquisa sobre saúde digital e práticas sustentáveis. |
2.AvaliaçõesLongitudinais: | Falta de estudos que analisem os impactos a longo prazo na saúde mental. | |
3.Perspectivado Paciente: | Sub-representação da aceitação e eficácia da telemedicina sob a ótica dos usuários. | |
4.DiversidadedeTecnologias: | Necessidade de investigação sobre aplicativos móveis e inclusão digital em grupos vulneráveis. |
CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa sobre telemedicina e telesaúde destaca sua importância como ferramentas fundamentais para a gestão da saúde mental em cidades inteligentes. A análise revelou que os objetivos de explorar inovações, desafios e casos de sucesso foram cumpridos, evidenciando a relevância dessas tecnologias para melhorar o acesso e a qualidade do atendimento.
As respostas para o problema de pesquisa indicam que, apesar das barreiras enfrentadas, como resistência profissional e a necessidade de políticas públicas adequadas, a telemedicina apresenta-se como uma solução viável para atender à crescente demanda por serviços de saúde mental, especialmente em contextos urbanos.
A hipótese inicial de que a telemedicina poderia superar limitações tradicionais de acesso foi corroborada, embora a implementação dependa de um suporte
regulatório robusto e de estratégias de inclusão digital. Limitações surgiram, especialmente na falta de dados longitudinais que examinem os impactos a longo prazo e na sub-representação da perspectiva dos usuários.
Para aprimorar o trabalho, é essencial incorporar avaliações mais amplas sobre a eficácia das intervenções de telemedicina e promover pesquisas que considerem a diversidade de tecnologias disponíveis. Sugestões para trabalhos futuros incluem a investigação das interações entre saúde digital e práticas sustentáveis e o estudo de como diferentes grupos, como populações rurais e pessoas com deficiência, interagem com essas tecnologias. Essa abordagem garantirá um entendimento mais completo e inclusivo das oportunidades e desafios da telemedicina na saúde mental.
REFERÊNCIAS
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julianorodrigues@uni9.edu.br
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