REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102412061709
Aleandro Domingues Matias1
Daniel Souza da Silva1
Micarelen Lopes Jonas1
Dalila de Carvalho Pereira1
Simone Mariana de Almeida1
Brenda Cristina do Espírito Santo1
Júlio César Melo de Souza1
Roberta de Oliveira e Silva2
Resumo
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma enfermidade de manifestação silenciosa, multifatorial, com caráter crônico-degenerativo e de alta prevalência, principalmente entre os idosos. A avaliação da qualidade de vida é uma estratégia interessante em pacientes com HAS, uma vez que essa condição tem impacto epidemiológico significativo mundialmente e que atua sobre o bem-estar geral dos pacientes. O Mini-Cuestionario de Calidad Vida em Hipertension Arterial (MINICHAL) é um instrumento específico para a avaliação da qualidade de vida em portadores de HAS, sendo o mais utilizado na literatura mundial. Objetivo: Aplicar o
Questionário de qualidade de vida em hipertensão arterial (MINICHAL) em voluntários hipertensos convidados nas Estratégias Saúde da Família (ESF’s) do município de Machado/MG. Métodos: Estudo transversal, quantitativo, com amostra (n = 60) selecionada por conveniência. Foram aplicados o MINICHAL e um questionário para caracterização da amostra com dados antropométricos e demográficos. Resultados: A maioria dos voluntários apresentou IMC e RCQ acima dos dados de referência, são sedentários, residentes na zona rural, raça branca, casados, aposentados, renda familiar entre um e dois salários mínimos e ensino fundamental incompleto. O “estado mental” do MINICHAL apresentou pontuação 6,15 e as “manifestações somáticas” 5,41. A questão 17 que analisa se a hipertensão e seu tratamento afetam a qualidade de vida do voluntário teve pontuação 0,85. Conclusão: Através deste estudo foi possível traçar o perfil da população estudada. Os voluntários apresentaram boa qualidade de vida medida através do MINICHAL.
Palavras-chave: Qualidade de vida. Hipertensão Arterial Sistêmica. Inquéritos e Questionários.
Introdução
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma enfermidade de manifestação silenciosa, multifatorial, com caráter crônico-degenerativo e de alta prevalência, principalmente entre os idosos (Maciel, Pimenta & Caldeira, 2016). Apresenta-se como uma condição clínica de alta prevalência mundial que constitui um problema de saúde pública no Brasil (Netto et al., 2011).
A HAS se configura a partir de proporções elevadas na medição da pressão arterial (PA) de modo persistente, levando em consideração valores de PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e PA diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg. (Netto et al., 2011). O controle inadequado da PA é o fator de risco mais crítico para doença cardiovascular na população, contribuindo para 58% dos casos de acidente vascular cerebral hemorrágico, 50% dos casos de acidente vascular cerebral isquêmico e 55% dos casos de doença cardíaca isquêmica (Ordunez et al., 2024).
Mundialmente, a hipertensão é responsabilizada por mais de 10 milhões de óbitos anuais, e no Brasil, tende a amplificar sua prevalência em adultos; bem como, seus impactos nos custos do Sistema Único de Saúde (SUS) (Malta el al., 2022).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 1,28 bilhão de adultos com idades entre 30 e 79 anos vivem com HAS em todo mundo, sendo que mais da metade vive em países de baixa e média renda (World Health Organization 2023).
Os Estudos do Global Burden of Diseases (GBD) apontam que a HAS aumentou substancialmente entre 1990 e 2015, assim como os óbitos e os anos de vida perdidos por alguma incapacidade DALYs – Disability Adjusted Life Years. A HAS foi o fator de risco que mais contribuiu para do DALY mundial, superando tabagismo e obesidade (Marques et al., 2020).
Dentre os fatores de risco modificáveis da hipertensão arterial destacam-se as dietas não saudáveis, caracterizadas pelo consumo excessivo de sal, dieta rica em gordura saturada e gorduras trans, baixo consumo de frutas e vegetais; sedentarismo; consumo de tabaco e álcool e excesso de peso ou obesidade (Barroso et al., 2021). Os fatores de risco não modificáveis incluem histórico familiar de hipertensão, idade acima de 65 anos, além de doenças coexistentes, como diabetes mellitus ou doença renal (World Health Organization, 2016; Barroso et al., 2021).
A qualidade de vida nos portadores de HAS é influenciada por sintomas ou sequelas (comprometimento dos órgãos-alvo) e pelos efeitos adversos dos fármacos utilizados no tratamento. Elevação da Pressão Arterial Média (PAM > 108 mmHg), história pregressa de AVC, redução da acuidade visual e Índice de Massa Corporal (IMC) > 30 kg/m2 são preditores negativos para a manutenção da qualidade de vida (Ogunlana et al., 2009).
A medida da qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) é considerada um elemento relevante para a investigação e avaliação da saúde dos indivíduos (Barbetta et al., 2014). A avaliação da qualidade de vida é uma estratégia interessante em pacientes com HAS, uma vez que essa condição tem impacto epidemiológico significativo mundialmente e que atua sobre o bem-estar geral dos pacientes (Andrade et al., 2000; Bandayrel & Johnston, 2014; Trevisol et al., 2011).
O Mini-Cuestionario de Calidad Vida em Hipertension Arterial (MINICHAL) é um instrumento específico para a avaliação da qualidade de vida em portadores de HAS, sendo o mais utilizado na literatura mundial. Apresenta versão original em espanhol de 2001, a qual foi validada para língua portuguesa em 2008 por Schulz e colaboradores (Cortês et al., 2016). A medida da qualidade de vida em pacientes com hipertensão, a partir do MINICHAL, corresponde a uma tentativa de medir os principais fatores ligados à hipertensão que podem influenciar a sensação de bem-estar do paciente. Essa abordagem é importante, pois pode orientar as intervenções em saúde para aspectos que possam impactar positivamente a qualidade de vida (Schulz et al., 2008).
Diante do exposto o objetivo deste estudo foi Aplicar o Questionário de qualidade de vida em hipertensão arterial (MINICHAL) em voluntários hipertensos recrutados nos Programas Estratégia Saúde da Família (ESF’s) do município de Machado/MG.
Métodos
Estudo transversal, quantitativo (Dalforo, 2008), com a aplicação do questionário de qualidade de vida em hipertensão arterial (MINICHAL) em voluntários hipertensos recrutados por meio de convite nos Programas Estratégia Saúde da Família (ESF’s) do Sistema Único de Saúde (SUS) do município de Machado/MG no período de novembro de 2023 a maio de 2024. A amostra foi selecionada por conveniência. Foram entrevistados 60 voluntários. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da União das Instituições de Serviço, Ensino e Pesquisa (UNISEPE) sob o número CAAE: 39006820.4.0000.5490. Os voluntários foram convidados e após a aceitação assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que define os procedimentos realizados, resguarda sigilo da identidade e garante o desligamento da pesquisa a qualquer momento, caso seja determinado pelo voluntário.
Os critérios de inclusão foram indivíduos de 20 a 80 anos, ambos os sexos, com HAS comprovada através de prontuários médicos do ESF e assinatura do TCLE. Foram excluídos indivíduos menores de 18 anos e acima de 80 anos, demência; deficiência intelectual e outros transtornos psiquiátricos que impedissem o entendimento das questões apresentadas.
A avaliação inicial consistiu de anamnese e dados para caracterização da amostra como tempo de HAS, medicamentos em uso, patologias associadas, etilismo, tabagismo e aderência à atividade física. Foram colhidos dados antropométricos para o cálculo do índice de massa corporal (IMC) e da relação cintura/quadril (RCQ). Os dados demográficos foram coletados como local de residência (zona rural ou urbana), raça, estado civil, profissão, renda familiar e grau de escolaridade.
Após, foi aplicado o questionário de qualidade de vida em hipertensão arterial (MINICHAL), traduzido e adaptado para o Brasil por Schulz e colaboradores (2008).
O MINICHAL é composto por 17 questões e dois domínios, estado mental (nove questões) e manifestações somáticas (sete questões), e uma questão para verificar como o paciente avalia que a hipertensão e o seu tratamento têm influenciado na sua qualidade de vida. As respostas dos domínios estão distribuídas em uma escala de freqüência do tipo Likert e têm quatro opções de respostas de zero (Não, absolutamente) a três (Sim, muito). Nessa escala, quanto mais próximo a zero estiver o resultado, melhor a qualidade de vida. O domínio “estado mental” compreende as questões de um a nove, sendo a pontuação máxima de 27 pontos. O domínio “manifestações somáticas” compreende as questões de dez a 16 e tem pontuação máxima de 21 pontos. A questão 17, que avalia a percepção geral de saúde do paciente, é pontuada na mesma escala Likert, porém não se inclui em nenhum dos dois domínios (Schulz et al., 2008). O voluntário respondeu as questões fazendo referência aos últimos sete dias.
Resultados
Foram avaliados 60 voluntários portadores de HAS conforme tabela 1. 33,3% dos entrevistados relataram fazer uso de bebida alcoólica, 16,6% são tabagistas e 70% não realizavam nenhuma atividade física.
O Gráfico 1 apresenta o local de moradia dos voluntários, 73,3% (44 voluntários) são residentes da zona rural.
A maioria dos voluntários entrevistados são casados de acordo com o gráfico 3.
No gráfico 4 observamos que a prevalência de aposentados seguidos por pessoas que autodeclararam “do lar” e voluntários que não declararam a profissão.
O gráfico 5 refere-se a renda familiar mensal dos voluntários computados de acordo com o salário mínimo em vigor. Apenas seis voluntários não relataram seus rendimentos mensais.
O gráfico 6 nos apresenta os níveis de escolaridade da população entrevistada. Observa-se que a maioria dos voluntarios não concluiu o ensino fundamental.
O Gráfico 7 corresponde apresenta as resposta do questionário MINICHAL. Nos itens um (“Tem dormido mal?”) e sete (“Tem a sensação de que a vida é uma luta contínua?”) as respostas “sim ,um pouco” tiveram um número maior de respostas do que a “não, absolutamente”.
Gráfico 7: Respostas do MINICHAL.
Fonte: Do autor.
A tabela 2 apresenta a média e o desvio padrão dos resultados referentes ao estado mental (questões 1 a 9), às manifestações somáticas (questões 10 a 16) e à questão 17 que analisa se a hipertensão e seu tratamento afetam a qualidade de vida do voluntário. Nota-se escores baixos em todos os itens.
Discussão
O objetivo deste estudo foi Aplicar o questionário de qualidade de vida em hipertensão arterial (MINICHAL) em voluntários hipertensos convidados nos Programas Estratégia Saúde da Família (ESF’s) do município de Machado/MG. Através deste estudo é possível traçar um perfil da população estudada.
Dos 60 voluntários entrevistados, 63% eram mulheres. Bernardi et al. (2023) em seu estudo sobre a adesão ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica relata que 63,12% dos seus voluntários também eram do sexo feminino. O impacto que as mudanças na estrutura demográfica e o aumento da longevidade têm acarretado ao perfil de doenças crônicas tem sido muito discutido (Carvalho et al., 2023). Considerando tais mudanças da população brasileira em sua estrutura populacional e em seu padrão de morbimortalidade no século XXI, deve-se considerar a relação entre envelhecimento e o aumento da carga de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), prevalente entre as mulheres e pessoas de maior idade (Schmidt et al., 2011).
Dados do Ministério da Saúde revelam que os homens apenas procuram o Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da atenção especializada, e isso tem como consequência o agravamento da morbidade pelo retardamento na atenção e maior custo para o SUS (Silva et al., 2013). Segundo Tobe et al. (2005) e Ribeiro et al. (2017), a hipertensão é encontrada mais facilmente em mulheres idosas, e isso acontece porque até a menopausa, as mulheres possuem uma circulação sanguínea mais estável que os homens da mesma faixa etária, o que, devido às mudanças hormonais e ganho de peso pós-menopausa, acaba se alterando, deixando-as mais suscetíveis a apresentarem hipertensão.
A idade é um fator social não modificável amplamente associado a diversas comorbidades, entre elas a HAS, conforme pauta Christofolleti, et al. (2020). Estudos relatam a associação do avanço da idade à hipertensão os quais observaram que a taxa de prevalência para pressão arterial aumenta em conjunto com a idade (Bazílio et al., 2021; Dias et al., 2017; Vanelli et al., 2018). A média de idade dos nossos voluntários foi de 55,1 anos, o que corrobora com os achados de Bernardi et al. (2023) em que a prevalência da faixa etária foi de 51 a 60 anos e com o estudo de Silva et al. (2016) onde a prevalência da HAS em seu estudo em ambos os sexos está na faixa etária de 50-59 anos.
O Alcoolismo está sempre presente nos estudos sobre HAS. De acordo com a diretriz de 2021 da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a relação do consumo de álcool com os casos de HAS, apresenta uma taxa de 10-30% (Barroso et al., 2021). Amorim et al. (2024) em sua revisão sobre a hipertensão arterial sistêmica, cita entre as intervenções não-farmacológicas para o tratamento da HAS, a moderação do consumo de álcool e a cessação do tabagismo. Em nosso estudo, 33,3% dos entrevistados relataram consumir bebida alcoólica, mas não foi pesquisado a quantidade dessa ingestão.
O tabagismo é um componente comportamental e um fator de risco modificável bastante presente na maioria das observações científicas sobre HAS, sobretudo na população idosa (Amorim et al., 2024), por associar-se também aos casos de elevado risco cardiovascular (Costa et al., 2021). Ocorre devido aos efeitos nocivos da nicotina, que além de ser uma das principais substâncias causadoras da dependência ao fumo, também possui atividade vasoconstritora, que provoca a elevação pressórica e a consequente diminuição da oxigenação dos vasos sanguíneos e do miocárdio (Mol et al., 2019). A quantidade de idosos hipertensos e tabagistas mostrou-se baixa na maioria das estimativas, possuindo os seguintes valores: 9,8% (Nascimento-Souza et al., 2019); 11,8% (Bento et al., 2020) e 13,3% (Dullius et al., 2018). Em nosso estudo apenas 16,6% dos hipertensos eram também tabagistas. Esses baixos índices tabágicos em idosos hipertensos devem-se ao surgimento de agravos, às maiores estimativas de óbito precoce dos fumantes e à crescente preocupação atual com a saúde, que levam o idoso a cessar o tabagismo e adotar comportamentos mais saudáveis segundo Beltrame et al. (2019).
Em nosso estudo 70% dos voluntários relataram não praticar qualquer atividade física. Amorim et al. (2024) cita que a prática regular de exercícios aeróbicos, como caminhada rápida, natação ou ciclismo, por pelo menos 150 minutos por semana é recomendada para todos os pacientes com hipertensão.
O peso corporal da pessoa idosa é um aspecto recorrente na literatura sobre hipertensão, seu excesso é um importante fator de risco para várias comorbidades, como as doenças metabólicas e crônicas (Oliveira et al., 2021). A OMS (Organização Mundial de Saúde) considerada normal o IMC até 25 Kg/m² e sobrepeso acima de 25 Kg/m² (Monteiro et al. 2010). A nossa amostra apresentou IMC médio de 29,39, índice considerado sobrepeso.
Ribeiro et al. (2017) avaliaram uma amostra populacional na qual eram hipertensos 81,2% dos idosos que possuíam taxas de IMC alteradas e 80,1% daqueles com Relação Cintura-Quadril (RCQ) discrepante. A RCQ média da nossa amostra foi de 1,87 ou seja, acima dos valores adequados recomendados pela Organização Pan-Americana de Saúde (Pan American Health Association, 2004).
Através dos nossos resultados podemos perceber que a população estudada apresentou um perfil semelhante aos estudos disponíveis sobre HAS. 73,3% da nossa amostra reside em zona rural, isso dificulta o acesso à informação e os cuidados sobre prevenção e tratamento e 66,6% eram casados.
Quando questionados sobre raça (cor da pele), 46,6% se autodeclararam brancos, 41,8% pardos e 11,6% negros. Ribeiro et al. (2017) apontam que “não se conhece com exatidão o impacto que a miscigenação brasileira apresenta sobre a HAS”, questionando a associação direta de uma cor específica ao quadro de hipertensão.
Em nosso estudo, 63,35% dos voluntários apresentam renda familiar entre um e dois salários mínimos. Estudo de Gewehr et al. (2018) mostrou que baixa renda familiar é um fator de não adesão ao tratamento de HAS, sendo que os participantes de maior renda apresentavam melhor controle da pressão indicativo de adesão ao tratamento de HAS. Associado à renda baixa, que coloca o voluntário em condições socioeconômicas de vulnerabilidade, está o baixo nível de escolaridade, com 36,6% se enquadrando em analfabetismo e ensino fundamental incompleto. Nossos resultados corroboram com o estudo de Bernardi et al. (2023) onde 41,13% recebiam
de um a três salários mínimos e 36,17% possuíam baixo nível de escolaridade. De forma abrangente, o grau de escolaridade pode estar ainda relacionado a outros fatores, como as doenças cardiometabólicas, englobando não apenas hipertensão, mas também diabetes e a doença cardiovascular aterosclerótica, como demonstra o trabalho realizado por Ferreira et al. (2018).
A utilização do MINICHAL como um instrumento de avaliação da qualidade de vida, é importante para profissionais de saúde e pesquisadores, pois viabiliza a apreciação do impacto biopsicossocial, o qual a hipertensão e o seu tratamento podem determinar, em grupos de populações de contextos distintos, assim como em fatores, os quais podem influenciar no estilo de vida do ser humano (Ribeiro et al., 2019).
Em nosso estudo, as respostas mais frequentes foram “Não, absolutamente” e “Sim, um pouco” demostrando que o voluntário estudado apresenta boa qualidade de vida, achados também encontrados por Rodrigues et al. (2024).
A média do item “Estado Mental” dos voluntários foi de 6,15 pontos, sendo 27 pontos a pontuação máxima. O item “Manifestações Somáticas” teve média de 5,41 pontos, a pontuação máxima desse item é 21 pontos. Quanto mais próximo de zero melhor é a qualidade de vida do voluntário. Podemos perceber que os voluntários entrevistados apresentam boa qualidade de vida frente à HAS. No domínio “Estado Mental” destacamos a questão 1 (“Tem dormido mal?”) e a questão 7 (“Tem a sensação que a vida é uma luta contínua?”) com as respostas “Sim, um pouco” superiores à “Não, absolutamente”.
A questão 17 que analisa se a hipertensão e seu tratamento afetam a qualidade de vida do voluntários teve pontuação 0,85, onde reflete que isso não ocorre na maioria da amostra.
Este estudo apresenta algumas limitações, entre elas o baixo número amostral, a não correlação de HAS com a Diabetes Mellitus, e a aplicação desse mesmo questionário após alguma intervenção de educação em saúde, atividade física ou manejo da HAS para fins de comparação.
Conclusão
A aplicação do questionário MINICHAL nos mostrou eficaz para a mensuração da qualidade de vida da população estudada. Através dele foi possível traçar o perfil
da população, montar estratégias para a prevenção e seguimento do tratamento da HAS e identificar onde a Saúde pública poderá atuar de forma a minimizar as complicações desta patologia.
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1 Enfermeiro (a) – Centro Superior de Ensino e Pesquisa de Machado/MG (CESEP) https://orcid.org/0009-0002-2978-4243
2 Enfermeiro (a) – Centro Superior de Ensino e Pesquisa de Machado/MG (CESEP) https://orcid.org/0009-0003-8753-2674
3 Enfermeiro (a) – Centro Superior de Ensino e Pesquisa de Machado/MG (CESEP) https://orcid.org/0009-0003-4641-5623
4 Enfermeiro (a) – Centro Superior de Ensino e Pesquisa de Machado/MG (CESEP) https://orcid.org/0009-0009-2102-3512
5 Enfermeiro (a) – Centro Superior de Ensino e Pesquisa de Machado/MG (CESEP) https://orcid.org/0009-0004-1313-3395
6 Enfermeiro (a) – Centro Superior de Ensino e Pesquisa de Machado/MG (CESEP) https://orcid.org/0009-0003-2904-3207
7 Enfermeiro (a) – Centro Superior de Ensino e Pesquisa de Machado/MG (CESEP) https://orcid.org/0009-0003-9141-4013
8 Fisioterapeuta, Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG https://orcid.org/0000-0002-9243-1478