SUSTENTABILIDADE E ENGENHARIA DE PRODUÇÃO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA

SUSTAINABILITY AND PRODUCTION ENGINEERING: A SYSTEMATIC LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202411302305


Nathalia Batista Ferrari; Prof. Dr. Élida de Paula Moraes Corveloni; Prof. Dr. Elizângela Veloso Saes; Prof. Dr. Sandra Cristina Marchiori de Brito.


RESUMO

Atualmente, as organizações buscam formas de se tornarem mais sustentáveis sem comprometer o atendimento às demandas dos consumidores. Nesse contexto de mudanças climáticas e avanços tecnológicos, espera-se que os profissionais demonstrem maior comprometimento com a sustentabilidade, adotem uma postura empreendedora e desenvolvam uma visão estratégica dos processos produtivos, promovendo sua melhoria contínua e a implementação de práticas sustentáveis. Este artigo tem como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica sistemática sobre como os engenheiros de produção podem auxiliar nas mudanças internas referentes a implementação de práticas sustentáveis nos processos produtivos. Além disso, destaca-se a importância do conhecimento teórico e prático do engenheiro de produção para auxiliar as organizações a enfrentarem essas mudanças. Os resultados demonstraram que a maior conexão entre engenharia de produção e sustentabilidade encontrasse na área de manufatura, representando 50% dos artigos analisados. Ademais, a atuação do engenheiro de produção em práticas sustentáveis evidenciasse como crucial, oferecendo vantagens competitivas para a organização, bem como contribuindo para a redução de resíduos e custos.

Palavras-chave: Sustentabilidade. Engenharia de Produção. Manufatura. 

ABSTRACT

Currently, organizations strive to adopt more sustainable practices without compromising their ability to meet consumer demands. In the context of climate change and technological advancements, professionals expected to demonstrate a stronger commitment to sustainability, adopt an entrepreneurial mindset, and develop a comprehensive understanding of production processes, fostering their continuous improvement and the implementation of sustainable practices. This article aims to present a systematic literature review on how production engineers can contribute to internal transformations related to the implementation of sustainable practices in production processes. Furthermore, the importance of both theoretical and practical knowledge of production engineers are emphasized as a key factor in helping organizations navigate these changes. The results revealed that the strongest connection between production engineering and sustainability lies within the manufacturing sector, accounting for 50% of the analyzed articles. Moreover, the involvement of production engineers in sustainable practices proves to be highly significant, providing competitive advantages for organizations, as well as contributing to waste reduction and cost savings.

Keywords: Sustainable. Production Engineering. Manufacturing.

1. INTRODUÇÃO

Com o avanço da tecnologia e as mudanças climáticas globais, é essencial reavaliar o modo que o meio ambiente está sendo gerenciado, destacando a importância do desenvolvimento sustentável. As mudanças no comportamento de consumo da sociedade têm gerado impactos ambientais negativos, exigindo que as empresas se adaptem a uma produção mais limpa e que haja uma mudança nos hábitos individuais para garantir a sustentabilidade.

Neste sentido, o Relatório Brundtland, de 1987, liderado por Gro Harlem Brundtland, ex-primeira ministra da Noruega, convidada a presidir a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, destacou a importância de satisfazer as necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das futuras gerações de suprirem as suas próprias, promovendo assim um futuro sustentável (CMMAD,1991).

Tais questões conduzem as organizações a repensar seu modo de produção, buscando meios mais eficientes e sustentáveis, e é neste ponto que a engenharia de produção é incorporada no processo gerencial. Para Jones et al. (2017), a engenharia é uma das áreas mais relevantes e que têm o know how de fazer mudanças para a sustentabilidade, instituindo projetos que estejam comprometidos com a mentalidade do desenvolvimento sustentável e a cultura da empresa. O engenheiro com sua visão ampla dos processos e capacidade de integração entre as diversas áreas, torna-se o responsável por buscar e entender quais os tipos de materiais são renováveis, garantindo que a qualidade do produto seja mantida e possa atender a demanda dos consumidores. 

O engenheiro de produção pode ser encontrado em diversas áreas da empresa, sendo possível atuar na parte de produção, até a gerência da empresa, mas é pouco requisitado na parte de sustentabilidade, sendo que tem o conhecimento necessário desta área para auxiliar na implementação, ou idealizar projetos.

Dessa forma, apresenta-se este artigo que se trata de uma Revisão Bibliográfica Sistemática (RBS), que tem como objetivo entender como o engenheiro de produção pode auxiliar na sustentabilidade dentro da empresa, compreendendo assim como as melhorias internas feitas na empresa, seja de cultura ou produção podem impactar diretamente no meio ambiente, e como o engenheiro faz parte dessas mudanças.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 SUSTENTABILIDADE

Com a evolução tecnológica, o desenvolvimento humano tem impactado de maneira significativa o meio ambiente, resultando em grandes consequências. Calderoni (2004) observa que, com o aumento populacional, os impactos ambientais se tornaram mais graves, e o meio ambiente não consegue mais absorver esses impactos. Como consequência, há um déficit na capacidade de renovação dos recursos naturais. Em concordância, Curi (2011) aborda que, o ser humano por não perceber seu vínculo com a o meio ambiente comete uma série de desrespeitos.

O desenvolvimento sustentável tem sido um tema amplamente discutido e ganhou destaque com o Relatório Brundtland. Este documento é essencial para compreender o conceito de desenvolvimento sustentável, que é baseado no tripé da sustentabilidade. Resultaria portanto, em uma combinação de fatores, em que existe a preocupação com a preservação e o gerenciamento dos recursos para as gerações do futuro, e outro que expressa apreensão ao atendimento das necessidades básicas do ser humano (Barbieri, 2007). O desenvolvimento sustentável então, pode ser entendido como o resultado da aplicação das práticas sustentáveis.

Conforme Elkington (1997), a sustentabilidade resulta do equilíbrio entre os aspectos ambiental, social e econômico. O âmbito social está relacionado as pessoas, envolvendo a integração da empresa com a comunidade, e a promoção do bem estar social, que se conecta diretamente ao desempenho econômico, uma vez que saber as necessidades e os desejos da sociedade, contribui para que as partes interessadas – diretores, investidores, colaboradores, fornecedores e clientes – possam tomar decisões mais assertivas. Por sua vez, o aspecto econômico refere-se aos lucros, bens e consumos, mas que também pode ser afetado por fatores externos como eventos climáticos e impostos. O âmbito ambiental, refere-se aos recursos da natureza sejam renováveis ou não, é considerado o mais importante, pois o futuro depende da preservação do meio ambiente e seus recursos (Costa, 2019).

Curi (2011), destaca que a ausência de cuidados com a natureza é perceptível e as consequências são incontestáveis, com sinais claros de esgotamento do meio ambiente. Como resposta a esse cenário, observa-se a substituição de alguns componentes por alternativas que causem menor impacto ambiental, visto que a natureza não consegue repor mais os recursos naturais na mesma velocidade que estão sendo utilizados. 

Diante do exposto, a sustentabilidade pode ser descrita como a capacidade de equilibrar esses três âmbitos, visando a utilização consciente dos recursos naturais, a inovação e pesquisas em novas tecnologias limpas. Por isso, tanto indivíduos quanto organizações buscam maneiras de manter um padrão de consumo e comportamentos que conciliem os lucros com o bem-estar da sociedade e a preservação do meio ambiente (Borges et al., 2014).

2.2 ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SUA MULTIDISCIPLINARIDADE 

 O engenheiro de produção possui um amplo entendimento, pois sua formação abrange um vasto conhecimento científico e tecnológico. De acordo com a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO), os engenheiros de produção têm várias responsabilidades, entre elas projetar, implementar, operar, aprimorar e manter sistemas produtivos que integram bens e serviços. Além disso, os engenheiros estão aptos a prever e avaliar os indicadores de desempenho desses sistemas, monitorando de forma contínua esses dados para melhorar o desempenho da produção (ABEPRO,2011).

O engenheiro de produção surgiu a partir da necessidade de se ter um responsável para planejar e controlar a produção, com o crescimento econômico e de indústrias essa demanda era cada vez maior e, acarretava em planejamentos maiores que requerem uma capacidade de análise mais qualificada para aumentar a produtividade, neste ponto o engenheiro pode trabalhar suas ideias de forma a dimensionar o sistema produtivo, projetar e viabilizar produtos (Másculo, 2006).

Atualmente, o curso apresenta uma grade curricular diversa que varia conforme a instituição, que se complementa com o decorrer da formação. Além das disciplinas consideradas bases da engenharia como cálculo, física e química, o curso apresenta outros enfoques como: programação, eletricidade, mecânica, gestão da qualidade, gestão de projetos e as relacionadas ao meio ambiente como gestão ambiental e agronegócio. É comum estudar sobre um assunto em determinada disciplina e no próximo semestre ter uma continuação ou uma abordagem sobre o mesmo assunto em outra disciplina como uma forma de complementar.

Diante do exposto, um engenheiro de produção tem domínio de práticas para otimizar processos, técnicas e métodos para melhorar a qualidade e a produtividade da empresa, também são os responsáveis por assegurar que o fluxo de informações e materiais seja eficiente. Outra habilidade de extrema importância é a compreensão financeira, o engenheiro pode auxiliar na tomada de decisão através de análises de custos do processo. Ademais, o engenheiro de produção compete com qualidades para executar diversos tipos de atividades, desde a gestão, até mesmo a projetar e viabilizar projeto, tendo uma visão ampla e diferenciada sobre os processos que envolvem a empresa.

Assim sendo, compete ao engenheiro de produção analisar e implantar novas metodologias e práticas sustentáveis nos processos produtivos, tendo como objetivo otimizar os processos, atender às demandas dos consumidores e manter a competitividade da empresa, é fundamental melhorar a eficiência dos recursos já que as mudanças climáticas e o avanço tecnológico impactam diretamente a indústria. Sua formação multidisciplinar o capacita a enfrentar os desafios impostos por um ambiente em constante transformação.

2.3 SUSTENTABILIDADE NA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Conforme a Confederação Nacional da Indústria (CNI) relata em seu mapa estratégico da indústria 2018-2022, a adoção de políticas sustentáveis na empresa conduz a uma redução de custos e a um aumento da eficiência operacional, além de melhorar a sua imagem com a sociedade e o mercado (Pires, 2024).

As organizações tem mudado a sua forma de lidar com a questão ambiental, reconhecendo o seu papel na sociedade e a maneira que seus processos estavam impactando o meio ambiente. Muitas começaram a reavaliar a cadeia de suprimentos revisando desde a aquisição, produção e distribuição de materiais, até as políticas internas, com o propósito de verificar como a sustentabilidade estava sendo empregada. Essa análise permitiu compreender que, quando implementada corretamente, a sustentabilidade pode oferecer vantagens significativas, tornando-se um princípio indispensável para uma gestão inteligente (Savitz; Weber, 2006).

No Código de Ética Profissional do Conselho Federal de Engenheiro e Agronomia, recomenda-se que, ao elaborar projetos, executar obras ou desenvolver novos produtos, os engenheiros devem seguir princípios específicos para conservação de energia e minimizar os impactos ambientais (CONFEA,2018). Ainda, segundo o mesmo Código de Ética, o engenheiro de produção utilizará do seu conhecimento técnico para lidar com as exigências do mercado, desde o planejamento até a execução de projeto, aplicando práticas sustentáveis que promovam a preservação dos recursos naturais e a proteção do meio ambiente a longo prazo. Utilizando da visão ampla de processos e percepção de empreendedor, ele poderá auxiliar na criação de novas ferramentas ou melhorar processos já existentes com o intuito de aprimorar a relação entre empresa e meio ambiente.

Lima (2006) destaca que a sustentabilidade busca conciliar dois aspectos o ambiental e o econômico e, seguindo o princípio da continuidade, práticas sustentáveis precisam ser contínuas e integradas na rotina e cultura da empresa, resultando em atitudes espontâneas, onde os funcionários possam ver um processo e ter o instinto de melhorar para ter o menor impacto negativo possível no meio ambiente.  

Um dos conceitos que é aplicado na empresa para se tornar mais sustentável é o de economia circular, estando relacionado diretamente com o ciclo de vida dos produtos, tendo como objetivo central maximizar sua utilização e diminuir a geração de resíduos. Para os autores Kirchherr et al. (2017), a economia circular é um sistema econômico que utiliza nos processos de produção e distribuição os 4R, sendo: redução, reutilização alternativa, reciclagem e a recuperação de materiais. O engenheiro de produção portanto utilizará a ferramenta de avalição do ciclo de vida (ACV) para analisar os impactos ambientais que esse produto terá, auxiliando assim no desenvolvimento destes produtos e na escolha dos materiais utilizados.

Outro ponto principal para as empresas é a certificação da ISO 14000, que é um conjunto de normas referente a gestão ambiental. Para a obter é necessário um planejamento que pode ser efetuado pela alta gestão e pelos engenheiros, pois é preciso que a gerência esteja comprometida e que a empresa entenda qual o seu papel interno ou externo para poder definir os objetivos ambientais que querem atingir. Além de trabalharem a questão humana, onde uma mudança de cultura pode ser difícil de ser coordenada, essa certificação é uma forma que a organização encontra para conduzir as mudanças e se tornar um ambiente mais sustentável, proporcionando a padronização do processo produtivo, a redução de custos de produção e melhorando a sua imagem perante a sociedade (Oliveira; Pinheiro, 2010).

A Global Environmental Management Initiative (GEMI), uma organização não governamental gerada por um grupo de 21 empresas multinacionais, criou o conceito de total quality environmental management (TQEM), que é baseado nos princípios e táticas da qualidade total (TQM) porém tem uma preocupação com o meio ambiente, de acordo com o engenheiro Philip Crosby (1979) um dos gurus da qualidade, explica que o TQM tem como princípio a eliminação de falhas ou desperdícios, levando em consideração a teoria do zero defeito. O TQEM vai além desse entendimento, abrangendo os impactos ambientais, ou seja, inclui os princípios de ecoeficiência e zero poluição, eliminando qualquer efeito negativo que possa atingir o meio ambiente (Curi, 2011). 

De acordo com Teixeira e Domênico (2008), para a empresa não basta gerar somente lucros, mas sim que os gerentes se questionem em como as organizações podem alcançar seus propósitos e a resposta é o equilíbrio entre o interesse dos grupos que afetam ou são afetados. Para garantir que seja possível atingir essas metas sem prejudicar o meio ambiente, é essencial a presença de líderes que possuam a habilidade de ouvir e analisar as necessidades da empresa e dos consumidores finais, estando atentos as demandas de mercado e as mudanças de consumo, além de promovem dentro da empresa uma cultura mais responsável ambientalmente integrando as práticas sustentáveis e incentivando os colaboradores.

Por conseguinte, os engenheiros, trabalham com a percepção de que a sustentabilidade é muito importante para o futuro e não é somente uma meta a ser alcançada na empresa (Jones et al., 2017). Logo, o engenheiro de produção estará presente em algum ponto da implementação da sustentabilidade na empresa, seja na revisão do projeto, nas ações de melhoria, análises de indicadores de monitoramento e controle, na implementação de ferramentas e/ou abordagens e/ou métodos, ou somente na parte de diagnóstico e planejamento. Loureiro et al. (2014), destaca que o engenheiro tem um papel de extrema relevância com a sociedade e o meio ambiente, sendo importante que sejam conscientes do seu papel social.

3. MÉTODO DE PESQUISA

3.1 Caracterização da Pesquisa

De acordo com Ruiz (1996) a pesquisa científica é a realização de uma busca planejada, desenvolvida e documentada seguindo as normas metodológicas estabelecidas, refere-se à caracterização da pesquisa portanto, o propósito, a natureza, a abordagem e o método.

Considerando o objetivo de entender como o engenheiro de produção pode auxiliar na sustentabilidade dentro da empresa, este artigo tem o propósito exploratório. Conforme Gil (2002), esse propósito se aplica quando é necessário fornecer uma visão geral sobre algum fato, será realizado por meio das análises a partir de artigos acadêmicos que demostrem como o engenheiro de produção pode auxiliar na implementação da sustentabilidade na empresa.

Já, a sua natureza é descrita como pura, visto que irá gerar conhecimento para os meios acadêmicos e empresas sem a aplicação prática. A abordagem é qualitativa, considerando que a fonte de dados será obtida por meio da revisão de artigos, com base na interpretação e análise do pesquisador. O método de pesquisa utilizado foi o de revisão bibliográfica sistemática (RBS), uma vez que é uma metodologia que auxilia no mapeamento de trabalhos publicados, sendo capaz de facilitar no desenvolvimento de sínteses sobre o assunto, é um processo baseado em informações (Biolchini et al., 2007).  Para a condução desse método foram definidas quatro etapas de pesquisa, as quais serão detalhadas nas próximas subseções. 

3.1.1 Definição da Base de Dados

As bases de dados consideradas para a pesquisa foram duas. Uma das bases é a Scielo que foi elencada por ser uma base de dados nacional que também apresenta interface de fácil acesso com o usuário, facilitando o processo de seleção dos artigos. Já, a outra base é uma internacional ScienceDirect que pertence a Elsevier que é uma das maiores editoras científicas, sendo uma das principais bases de dados devido a vasta coleção de artigos de diversas áreas de conhecimento e sua qualidade de alto nível.

3.1.2 Definição das Palavras Chaves

As palavras chaves foram definidas de modo que atendesse aos objetivos da pesquisa, sendo elas: 

  1. Sustainability (Sustentabilidade);
  2. Production Engineering ou Industrial Engineering (Engenharia de produção ou industrial);
  3. Manufacturing (Manufatura).

A escolha dessas palavras foi pautada no interesse em entender a atuação do engenheiro de produção na implementação de técnicas sustentáveis, conforme apresentado anteriormente.

3.1.3 Critérios de Inclusão dos Artigos

Os critérios de inclusão foram relacionados ao objetivo da pesquisa, visto que, busca-se entender como o engenheiro de produção pode auxiliar na implementação de práticas sustentáveis na organização. Assim, considerou-se também a delimitação de período, sendo de 2005 a 2023, abrangendo as publicações no período em que se teve início uma maior preocupação por parte das empresas no que se refere a sustentabilidade. Segundo Ineia et al. (2023), as publicações científicas que relacionam sustentabilidade em engenharia apresentaram um aumento significativo a partir de 2012 e este crescimento pode ter sido influenciado devido a necessidade de se ter ações de desenvolvimento sustentável, baseadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). No Quadro 1, apresenta-se os filtros das bases de dados que foram utilizados.

Quadro 1: Barra Filtragem

Fonte: Autoria própria.

Desse modo, após a definição desses filtros, a seleção de artigos ocorreu em três momentos: primeiro foi selecionado os artigos que continuam no título as palavras chaves; após essa ação foi realizada a leitura do resumo de cada um e, por fim, a leitura do artigo de forma completa, separando assim aqueles que atendiam a todos os critérios de inclusão.

3.1.4 Análise dos Dados

A análise adotada para os artigos foi a análise de conteúdo qualitativa, segundo Bardin (1977) é um conjunto de técnicas que ocorre em três momentos: 

  1. Pré análise: os artigos são organizados de acordo com seu conteúdo;
  2. Exploração: os artigos são analisados para a escolha, enumerados e classificados de acordo com suas categorias (temas) e características do texto;
  3. Tratamento dos resultados: nesta etapa ocorre a interpretação do conteúdo, reagrupando de acordo com sua similaridade.

4. RESULTADOS

Na base da ScienceDirect, foram identificados mais de 10.000 artigos após a aplicação de filtros específicos, considerando apenas os tipos “revisão” e “pesquisa”. Para refinar essa busca, foram selecionados os estudos que continham as palavras-chave no título. Já na base da Scielo, foram encontrados 49 artigos, seguindo a mesma metodologia para a seleção e análise. O Quadro 2 apresenta a quantidade de artigos selecionados de cada base, organizados de acordo com o tema.

Quadro 2: Quantidade de artigos aceitos

Fonte: Autoria própria, 2024.

Já, a Figura 1 mostra a distribuição dos artigos de acordo com o ano de publicação, evidenciando um aumento nas publicações relacionadas à sustentabilidade a partir de 2015.

Figura 1: Ano de publicação dos artigos aceitos

Fonte: Autoria Própria.

Assim, a maior parte dos artigos que relacionam engenharia de produção e sustentabilidade foi obtida da base de dados internacional, enquanto a base nacional apresentou maior foco em compreender a sustentabilidade de forma geral e em contextos corporativos. A partir da análise dos artigos selecionados, foram destacados os pontos que explicam a relação entre engenharia de produção e sustentabilidade, organizados no quadro 3. Além dos artigos provenientes dessas bases de dados, outros artigos de revistas e congressos também foram utilizados para complementar a análise dessa relação.

O Quadro 3 apresenta os resultados de quatro dos quatorze artigos selecionados das bases de dados para esta análise, correspondendo a 28,57% do total, os outros quatro artigos foram incluídos para complementar a discussão sobre a relação entre engenharia de produção e sustentabilidade. O primeiro dos quatro artigos citados é o de Jones et al. (2017), aborda que como os engenheiros de produção tem conhecimento de todo o

processo, estão aptos a integrar diferentes áreas para implementar práticas sustentáveis. Bilge et al. (2016) destacam a importância de adaptar metodologias que incentivem a inovação e a colaboração para criar valor sustentável as organizações. Hussain e Jahanzaib (2018) enfocam a importância da integração de práticas sustentáveis nos processos produtivos para manter a competitividade e melhorar a eficiência. Esses autores destacam a relevância da multidisciplinaridade desses profissionais no processo produtivo e apontam como eles podem promover uma cultura de sustentabilidade nas equipes de engenharia, iniciando transformações internas nas organizações. 

Por outro lado, Ineia et al. (2023) sugerem que essa relação deve ser fomentada já na graduação, ressaltando o papel da engenharia, na oferta de soluções para desafios relacionados à sustentabilidade por meio de pesquisas.

Os outros dez artigos selecionados exploram como a sustentabilidade é aplicada dentro das organizações, destacando as habilidades do engenheiro de produção, as estratégias adotadas pela manufatura para lidar com as mudanças relacionadas à sustentabilidade e a aplicação da economia circular como forma de atender aos princípios do tripé da sustentabilidade nas organizações. Com base nesses artigos, é possível estabelecer que os engenheiros de produção são profissionais qualificados para gerenciar as práticas sustentáveis na produção, podendo utilizar de uma grande variedade de ferramentas e estratégias para lidar com os novos desafios de sustentabilidade. Ainda, é possível destacar que estes artigos frisam que a sustentabilidade pode ser implementada em todos os níveis de produção, e se for implantada corretamente, demostra o equilíbrio entre responsabilidade ambiental e eficiência operacional.

Quadro 3: Contribuições do Engenheiro de Produção para a Sustentabilidade

Fonte: Autoria própria, 2024.

Com base no Quadro 3, percebe-se a relevância do engenheiro de produção no processo de implementação da sustentabilidade nas empresas. Esse profissional desempenha um papel essencial ao estabelecer objetivos claros para o desenvolvimento de produtos que atendam às demandas dos consumidores, ao mesmo tempo em que incorporam os princípios dos 4R’s- redução, reutilização, reciclagem e a recuperação -. Além disso, o engenheiro de produção realiza a análise do ciclo de vida dos produtos, selecionando materiais que minimizem os impactos ambientais, com uma análise cautelosa de materiais e processos, utilizando simulação de produtos através de softwares.  

Com base nas diferentes áreas da engenharia, foi elaborado um quadro que ilustra como a sustentabilidade pode ser incorporada em cada uma delas, bem como as ferramentas e/ou estratégias comumente utilizadas. No Quadro 4, são apresentadas as áreas e suas respectivas porcentagens, de acordo com o conteúdo analisado. Este quadro oferece uma visão mais abrangente de como a sustentabilidade pode aparecer em várias áreas da engenharia. Alguns artigos abordam áreas integradas, como produto e operações. Vale destacar que a área de engenharia de sustentabilidade está presente em todos os artigos, pois abrange práticas relacionadas à gestão de recursos e gestão ambiental, ou seja, à implementação de práticas sustentáveis. As ferramentas mencionadas são exemplos citados nos artigos ou estudados em disciplinas da graduação em engenharia de produção.

Quadro 4: Áreas da engenharia e a sustentabilidade envolvida

Fonte: Autoria própria, 2024.

Diante das análises apresentadas, é possível estabelecer que a sustentabilidade tem conquistando cada vez mais espaço dentro das organizações. Além disso, os consumidores estão cada vez mais inclinados a organizações que apresentem preocupação ambiental, e como resultado os processos produtivos estão sendo modificados conforme as novas exigências do mercado.

Portanto, é possível afirmar com base nos artigos selecionados a relação entre engenharia de produção e sustentabilidade, o que ficou evidente pela representatividade obtida:  50% dos artigos indicaram que os engenheiros de produção enfrentarão um futuro desafiador, e são citados como um dos principais profissionais com potencial de crescimento nessa área, devido à sua formação multidisciplinar. Além disso, tem-se que todas as áreas mencionadas anteriormente fazem parte de sua formação, assim como as ferramentas e estratégias, que são aprofundadas em disciplinas específicas do curso. Outro ponto a destacar é que os engenheiros de produção terão que tomar decisões cada vez mais cruciais para encontrar o equilíbrio entre a responsabilidade ambiental da organização com o âmbito econômico, estando preparados para integrar novas ferramentas, tecnologias e práticas sustentáveis no processo produtivo, garantido que a empresa atenda a demanda da comunidade e não impacte negativamente o meio ambiente. Por fim, pontua-se que 35,7% dos artigos abordam a sustentabilidade e suas práticas nas organizações, enquanto 14,3% destacam as habilidades do engenheiro de produção e a importância de incorporar a sustentabilidade já na graduação.

5. CONCLUSÃO

O presente artigo foi desenvolvido com o objetivo de compreender como o engenheiro de produção pode contribuir para a implementação de práticas sustentáveis nas empresas. A partir da revisão bibliográfica, constatou-se que essa integração vai além dos benefícios ao meio ambiente, trazendo impactos significativos para a organização. Entre eles, destacam-se a redução de custos e resíduos, o aumento do valor econômico e

a melhoria da imagem corporativa, demonstrando o compromisso da empresa com um futuro sustentável. Essa abordagem transforma as organizações e gera uma vantagem competitiva, com o engenheiro de produção desempenhando um papel essencial nesse processo. Com seu conhecimento técnico e habilidades específicas, o engenheiro de produção é capaz de analisar e otimizar os processos produtivos, alinhando objetivos econômicos e ambientais, posicionando a adoção de práticas sustentáveis como uma estratégia corporativa.

Na prática ainda ocorre algumas restrições, os engenheiros de produção acabam não sendo requisitados para fazer parte do processo de implementação da sustentabilidade, devido a carga de trabalho focada em outros pontos do processo produtivo, mas como foi visto neste artigo, as características de um engenheiro podem ser de grande valia para a aplicação das práticas sustentáveis na empresa, vale a pena entender mais sobre como o engenheiro pode estar presente nesse processo, e não somente ser convocado para a parte de gestão.

Portanto, essa integração é a chave para que as empresas possam permanecer competitivas e continuarem a terem relevância no mercado mesmo com a mudança de consumo, possibilitando um futuro mais equilibrado e sustentável.

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