ANALYSIS OF CONTROL TECHNIQUES TO MAXIMIZE EFFICIENCY IN RENEWABLE ENERGY CONVERSION SYSTEMS
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202411301049
Ruan Lucas Nascimento Reis Baia1,
Kevyn Alberto Pereira2
RESUMO
Na contemporaneidade, os Sistemas de Energia Renovável (SER) representam uma oportunidade para garantir o fornecimento de energia elétrica a médio e longo prazo de uma forma sustentável com o meio ambiente, diminuindo a dependência das fontes convencionais, especialmente dos combustíveis fósseis, e diversificando a matriz energética dos países. Objetivo: analisar questões importantes relacionadas com a produção de energia renovável e estratégias de controle aplicadas a sistemas energéticos. Metodologia: foi realizada uma revisão bibliográfica, onde identificou as principais técnicas de controle encontradas na literatura, junto a uma análise crítica dos métodos selecionados e um estudo das condições em que o trabalho será executado. Resultados e Discussões: os Sistemas de Energia Renovável (SER) tornaram-se uma alternativa atrativa frente às fontes de energia convencional, devido à necessidade de diversificar a matriz energética o que tem garantido o abastecimento da demanda futura de eletricidade de uma forma sustentável. As fontes renováveis precisam de equipamentos de conversão de energia com um controle apropriado para conseguir operar ligados à rede elétrica de uma maneira mais aceitável. O controle deve garantir a sincronização com a rede e o fornecimento de corrente senoidal para cumprir com as normas internacionais de qualidade de energia. Conclusão: tem sido importante buscar conhecimentos sobre a geração de energia renovável e do controle eficaz desses sistemas onde tem sido parte essencial da transição energética global. O assunto abre um caminho para novos avanços na otimização e integração de energias renováveis na rede.
Palavras-chave: Sistemas de Energia Renovável. Energia Elétrica. Rede Elétrica. Controle Otimizado. Sistemas de Conversão.
ABSTRACT
In contemporary times, Renewable Energy Systems (SER) represent an opportunity to guarantee the supply of electrical energy in the medium and long term in a sustainable way with the environment, reducing dependence on conventional sources, especially fossil fuels, and diversifying the countries’ energy matrix. Objective: to analyze important issues related to the production of renewable energy and control strategies applied to energy systems. Methodology: a bibliographical review was carried out, which identified the main control techniques found in the literature, along with a critical analysis of the selected methods and a study of the conditions under which the work will be carried out. Results and Discussions: Renewable Energy Systems (SER) have become an attractive alternative to conventional energy sources, due to the need to diversify the energy matrix, which has guaranteed the supply of future electricity demand in a sustainable way. Renewable sources need energy conversion equipment with appropriate control to be able to operate connected to the electrical grid in a more acceptable way. The control must guarantee synchronization with the grid and the supply of sinusoidal current to comply with international energy quality standards. Conclusion: it has been important to seek knowledge about the generation of renewable energy and the effective control of these systems, which have been an essential part of the global energy transition. The subject paves the way for new advances in the optimization and integration of renewable energies into the grid.
Keywords: Renewable Energy Systems. Electricity. Electrical Network. Optimized Control. Conversational Systems.
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, a crescente conscientização sobre os impactos ambientais decorrentes da produção de energia a partir de fontes não renováveis, como combustíveis fósseis, tem impulsionado um aumento significativo na busca por alternativas sustentáveis. Energias renováveis vêm sendo uma forma alternativa de geração e ganhando a popularidade do grande público em geral. Demonstra ser uma energia limpa que ocasiona menor geração de resíduos. De acordo com Câmara (2011), a utilização de tecnologias conhecidas como “limpas” e renováveis apresenta-se como uma solução para enfrentar o caráter danoso e limitado das atuais fontes primárias de energia. Diante disto, as energias renováveis, como energia solar ou fotovoltaica apresenta um futuro promissor tanto no Brasil como no mundo.
A crescente procura de energia elétrica, a necessidade de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e as preocupações com a sustentabilidade ambiental tem impulsionado o desenvolvimento de sistemas de produção de energia renovável. Abiscoitar mecanismos eficientes de redução de custos, no mundo coorporativo é cada vez mais o fruto diferencial e busca incansável entre as organizações mundiais, mas que se tornado uma problemática comum em uma indústria a fim de garantir competitividade do seu produto no mercado. A disputa industrial tem grande correlação com a qualidade e custo dos seus principais insumos. Dentre eles, destaca-se a energia elétrica, utilizado por 79% das empresas e podendo representar mais de 40% de seus custos de produção (FIRJAN, 2017). As fontes de energia renovável, como painéis solares e turbinas eólicas, desempenham um papel fundamental na transição para uma matriz energética mais limpa e ambientalmente responsável e que tem colocado grandes desafios ao setor energético, precisando garantir a estabilidade e fiabilidade do sistema energético. Esses tipos de geração de energia a partir dessas fontes para alcançar seu potencial máximo, é essencial desenvolver sistemas de controle avançados que otimizem a eficiência e a confiabilidade desse processo.
Esse desenvolvimento de sistemas de controle avançados que otimizem a operação de painéis solares e turbinas eólicas se torna, portanto, crucial para garantir a confiabilidade e a eficiência dessas fontes de energia. Além disso, a integração eficaz de fontes renováveis no sistema elétrico contribui para a estabilidade da rede, diminuindo a dependência de fontes não renováveis e minimizando as emissões de gases de efeito estufa. O modelo de gestão focado em redução de custos procura atender prontamente aos requisitos da competitividade através da colocação de novos produtos e serviços, necessidade de oferecer produtos e serviços com alta qualidade a custos relativamente baixos que os tornem competitivos, capacidade rápida de inovação, dentre outros. A redução na fonte, a reciclagem no processo e a eficiência na utilização de energia elétrica podem reduzir a quantidade de insumos necessários para os processos industriais, o que, por sua vez, resultará na redução de custos da indústria (BRAGA, 2005).
As fontes de energia são terminantes para o desenvolvimento de um país e a questão da maximização e eficiência energética renováveis vem como um desafio para as próximas gerações a ser enfrentado. A capacidade de fontes energéticas de um país determina o desenvolvimento do local. Os países com grandes rendas detêm de maior poder de consumo energético. Além de demonstrar um potencial de futuramente substituir combustíveis fosseis e reduzir a emissão de carbono, a efetividade das fontes de energia, pode desempenhar a probabilidade de adoção deste sistema. No que diz respeito à eficiência energética, a sua aplicabilidade consiste na redução considerável do custo do produto final associado a um desenvolvimento sustentável e um processo de transformação que busca a harmonização da exploração dos recursos naturais com a mudança institucional, a fim de reforçar o potencial do meio ambiente como suporte das atividades econômicas (SEIFFERT, 2009).
Toda transição para fontes de energia renovável é uma prioridade global, considerando os desafios relacionados às mudanças climáticas e a crescente demanda por energia. Os painéis solares e turbinas eólicas que representam como principal fonte de energia renovável evidencia-se que seu uso tem crescido exponencialmente em todo o mundo. No entanto, a geração de energia a partir dessas fontes está sujeita a variações ambientais, como mudanças nas condições climáticas, e isso podem afetar a eficiência e a previsibilidade do processo. No caso da energia eólica ela vem ganhando espaço na participação da matriz elétrica nacional. Por mais que a matriz energética elétrica brasileira em sua maioria venha de usinas hidrelétricas, considerada uma energia limpa, o uso da energia produzida pelas forças físicas ainda é escasso. Por isso diante a atual situação das mudanças climáticas no mundo, o incentivo de tecnologias que visem o desenvolvimento sustentável e estudos sobre o uso de recursos naturais renováveis para produção de energia é de grande valia. Segundo a ANEEL (2018), o Brasil possui no total 5.680 empreendimentos em operação, totalizando 158.500.234 kW de potência instalada, sendo 844 empreendimentos de Central Geradora Solar Fotovoltaica, com potência instalada de 1.129.764 kW. E está prevista para os próximos anos uma adição de 1.523.511 kW na capacidade de geração Solar Fotovoltaica do País, proveniente dos 23 (vinte e três) empreendimentos atualmente em construção e mais 37 (trinta e sete) em Empreendimentos com Construção não iniciada.
O presente estudo tem como objetivo geral analisar as questões importantes relacionadas com a produção de energia renovável e estratégias de controle aplicadas a sistemas energéticos. Importante ter um projeto, realizar a sua implementação e avaliação de um sistema de controle avançado que otimize a geração de energia a partir de fontes renováveis, com foco em painéis solares e turbinas eólicas.
Foi realizada uma revisão bibliográfica, identificando as principais técnicas de controle encontradas na literatura. Consistiu em ser uma análise crítica dos métodos selecionados e um estudo das condições em que o trabalho será executado.
Com base nos resultados, foi proposta uma estratégia de controle adaptativo para lidar com a incerteza dos recursos energéticos renováveis e garantir a estabilidade do sistema elétrico. O estudo visou contribuir para uma melhor compreensão do problema e fornecer soluções práticas no campo do controle de sistemas de energia renovável. Importante desenvolver um sistema de controle eficaz para a otimização da geração de energia a partir de fontes renováveis, o que oferecerá uma base sólida para a implementação prática dessas tecnologias. O resultado deste estudo deve abrir caminho para uma geração de energia mais eficiente, previsível e amigável ao meio ambiente, contribuindo significativamente para a construção de um futuro mais sustentável. Buscará contribuir para a promoção de uma matriz energética mais sustentável, alinhada com os imperativos ambientais do século XXI e, ao mesmo tempo, garantir um suprimento de energia confiável e acessível para as futuras gerações.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A energia utilizada em nossas atividades diárias provém de várias fontes naturais e sua transformação em formas úteis é viabilizada por meio de tecnologias específicas. Para compreender melhor como as tecnologias são empregadas para aproveitar essa energia e atender às necessidades humanas, é importante ter uma noção das fontes de origem da energia. As energias renováveis não é só uma forma de gerar, mas também de maximizar o processo gerando mais energia e eliminando as percas. Cerca de 84% da energia global é gerada por combustíveis fósseis, 3% por usinas nucleares e os 13% restantes vêm de fontes renováveis, como energia hídrica, eólica, solar, biocombustíveis, geotérmica, das ondas e das marés (AIE, 2017).
Fontes de energia renováveis são aquelas que se renovam em uma escala de tempo humana, assim, elas estão sempre disponíveis e são inesgotáveis. A utilização correta das fontes de energia renovável é uma ótima maneira de substituir as chamadas “energias sujas” e evitar danos ao meio ambiente (AZEVEDO, 2023). Nesse caso o ser humano deverá aproveitar a natureza a seu favor onde poderá utilizar diferentes recursos para gerar energia. Um exemplo seria o sol que gera a energia solar, a água dos rios que pode ser transformada em energia hidrelétrica, o vento que pode ser transformado em energia eólica e a biomassa que pode ser convertida em várias formas de energia, desde a lenha e resíduos animais e vegetais até o etanol, biodiesel, bagaço de cana e gás de aterros sanitários.
O calor solar desempenha um papel fundamental na geração de vento e no ciclo da água, contribuindo para a formação de rios e a disponibilidade de energia hidráulica. A transição para fontes de energia renováveis se torna um fator capital para alcançar as metas de mitigação das mudanças climáticas e reduzir nossa dependência dos combustíveis fosseis (AIE, 2019). Apesar do investimento e crescimento em tecnologia de energia renovável, a maximização e eficiência em sistemas de conversão em energias renováveis manifestam inúmeros dificuldades.
Devido à crescente demanda por energia, as fontes renováveis são de grande importância nesta era de preocupação ambiental. O consumo de energia aumentará em 50% até 2030. Esse crescimento está associado ao crescimento das economias, onde os países membros da OCDE aumentarão seu consumo em 19%, enquanto os países não membros da organização terão um aumento de 85% nesse crescimento (MARINHO, 2012, p. 15/16).
Tem ocorrido à conscientização sobre a possível escassez dos recursos fósseis e a crescente consciência ambiental da sociedade mundial, juntamente com a necessidade de reduzir as emissões de gases danosos à atmosfera, onde são os motivos pelos quais os estímulos ao uso de fontes renováveis de energia e o interesse no assunto estão aumentando. Esse interesse em constante crescimento está particularmente ligado às preocupações com as mudanças climáticas e o Protocolo de Quioto (ENERGIAS RENOVÁVEIS, 2015).
Para fornecer energia à rede elétrica por meio de painéis fotovoltaicos ou geradores eólicos modernos, precisa-se de uma etapa de acondicionamento desta energia, o qual é feito por equipamento baseado em eletrônica de potência, cujas principais tarefas incluem a maximização da extração de energia das fontes renováveis e o cumprimento com requisitos de tensão, freqüência e qualidade da energia (TEODORESCU; LISERRE; RODRIGUEZ, 2011). O inversor de potência é o último equipamento a fazer interface entre as fontes renováveis e a rede elétrica.
Controlador Corrente Interno
Na figura 1 foi apresentada a estrutura geral de um SER baseado em um inversor alimentado por tensão (Voltage Source Inverter – VSI).
Figura 1: Diagrama geral de um SER
Neste caso, a fonte de corrente (IR) representa a injeção de potência no barramento CC proveniente das fontes renováveis, seja por conexão direta ou por parte de um estágio de conversão prévio. O controle consiste nos compensadores em cascata externo e interno. O compensador externo regula a tensão do barramento CC para obter um equilíbrio entre a potência absorvida elo capacitor e a fornecida para a rede elétrica. O controlador interno de corrente, o qual recebe um sinal de referência proveniente do compensador da tensão do barramento CC, e um sinal de sincronismo proveniente do PLL (Phase Locked Loop), que serve como referência para fornecer uma corrente em fase com a tensão da rede. Assim, o inversor opera como uma fonte de corrente controlada pela tensão do barramento CC. Caso for necessário fornecer ou absorver potência reativa da rede, o controlador de corrente receberá outro sinal de referência.
Atualmente, os SER devem cumprir com normas internacionais, como a IEC 61727 e IEEE 1547, as quais fixam limites de injeção de correntes harmônicas e da Taxa de Distorção Harmônica (TDH). Entretanto, as normas cada vez se tornarão mais exigentes e as funcionalidades, como o suporte de controle de potência reativa, o de regulação de freqüência ativa em função da freqüência e a capacidade de operar mesmo com a rede em falha, que provavelmente serão exigidas nas regulações futuras (YANG, YONGHENG; WANG; BLAABJERG, 2014; YANG, YONGHENG et al., 2013).
Técnicas de Controle Linear
O controle dos inversores apresenta a necessidade de rastrear um sinal de referência senoidal, fato que se torna mais relevante na hora de aplicar as técnicas de controle linear, pois o tradicional controle Proporcional Integral (PI) não consegue eliminar o erro de fase, nem de magnitude em regime permanente. Nesse caso, é necessário aplicar transformações de coordenadas para utilizar este controlador ou, caso contrário, desenvolver outros tipos de compensadores. Será apresentada uma estratégia de controle linear baseadas na aplicação do compensador PI, do Proporcional-Ressonante (PR) e do Controle Repetitivo (CR).
O controle no sistema d-q tem sido amplamente estudado e aplicado ao controle de corrente em SER ligados à rede elétrica (DASH; YAZDANI, 2008; SACCOMANDO; SVENSSON, 2001; TWINING; HOLMES, 2003).
A técnica consiste em utilizar a transformação apresentada na Equação ou transformação abc-dq0, a qual muda de um sistema de referência estacionário para um sistema de referência em sincronismo com a freqüência da rede. Como resultado, o sistema trifásico de sinais alternados torna-se um sistema ortogonal de sinais contínuos, fato que facilita a aplicação do controlador PI clássico (TIMBUS et al., 2009) .
Observe logo abaixo a Figura 2 que apresenta a estrutura do controle no sistema d-q. A realimentação de estado (termos) é usada para desacoplar o controle das correntes e, enquanto que o feed-forward de tensão é usado para aumentar a rejeição de perturbações da rede por parte do controle.
Figura 2: Controle no sistema d-q com sistema de desacoplamento entre eixos e feed-forfard de tensão
É necessário o bloco da transformação do sistema d-q para o sistema α-β no caso de se controlar a potência reativa. Caso contrário, o bloco pode ser substituído por um bloco cujo sinal de saída é senoidal em fase com a tensão da rede elétrica, e a amplitude é controlada pelo regulador de tensão do barramento CC.
E na Figura 3 logo abaixo apresenta essa estrutura geral desse controle no sistema α-β.
Figura 3: Estrutura do controle no sistema α-β.
No caso dos sistemas trifásicos para a realimentação das correntes, o uso da transformação de Clarke na Equação é necessária, a qual precisará de menos recursos computacionais que a transformação na Equação, uma vez que não envolve cálculos com funções trigonométricas.
Em relação à implementação prática, a ressonância do controle é amortecida para evitar problemas de estabilidade do inversor e de saturação numérica do processador, dando preferência à implementação da função de transferência na Equação, a qual pode ser decomposta em blocos básicos conforme a Figura 4. Existe diferentes implementações do controlador ressonante (BOSIO et al., 2015) .
Observe a seguir a decomposição do controle PR em blocos básicos.
Figura 4: Decomposição do controle PR em blocos básicos.
Por fim ocorrerá à implementação digital do controlador PR feita através da transformação bilinear ou de Tustin, que tem sido amplamente utilizada na literatura (CASTILLA et al., 2009; GAZOLI et al., 2013; NASCIMENTO et al., 2014). Mas, quando são usadas altas taxas de amostragem e processadores de ponto fixo, os erros de arredondamento produzem um deslocamento indesejado das freqüências de ressonância e com isso, a técnica de digitalização baseada no operador delta deve ser utilizada (NEWMAN; HOLMES, 2003; SERA et al., 2005). Os efeitos das diferentes técnicas de discretização do controlador no desempenho do sistema têm sido analisados em (YEPES et al., 2010; ZHANG; SPENCER; GUERRERO, 2013).
Alguns procedimentos devem ser feitos para poder ajustar os parâmetros do controle PR. Algumas destas são técnicas baseadas na teoria polinomial de Naslim (DUMITRESCU et al., 2007), na alocação direta de polos (LI et al., 2012), na resposta em freqüência (NASCIMENTO et al., 2014), na extrapolação da metodologia tradicional do ajuste de controladores PI (TEODORESCU; BLAABJERG, 2004a; YUAN et al., 2002), na análise dos diagramas de Nyquist e funções de sensibilidade (YEPES et al., 2011a), e na relação entre a freqüência de amostragem e a freqüência de ressonância do filtro da saída do inversor (PARKER; MCGRATH; HOLMES, 2014).
Outra opção para a implementação do CH na estrutura de controle no sistema α-β, é utilizar o CR. A sua principal vantagem é que só necessitará de um retardo para compensar todas as harmônicas. Pode-se observar duas alternativas de implementação na Figura 5, onde Td representa o período do sinal alternado da primeira harmônica a compensar.
Figura 5 – Duas alternativas para implementar o CH usando o CR
A implementação da Figura 5, mostra a realimentação e o feed-forward positivamente, compensando tanto harmônicas pares quanto ímpares, segundo sua função de transferência na Equação . E também é ilustrada uma implementação com realimentação e feed-forward negativo, sendo somente compensadas harmônicas ímpares, conforme a sua função de transferência na Equação.
Existem outros tipos de implementações do CH (COSTACASTELLÓ; GRINÓ; FOSSAS, 2004; LIU et al., 2012; MASTROMAURO et al., 2009). Devido ao fato de pequenos desvios do valor nominal da freqüência poderão afetar consideravelmente o desempenho dos controladores ressonantes (PR e CR). Mas vários esforços tem sido realizado para conseguir as implementações adaptativas com a freqüência da rede (YANG, YONGHENG; ZHOU; BLAABJERG, 2015). Basicamente, existem duas tendências. A primeira é a utilização da teoria de filtros digitais adaptativos, empregando o algoritmo Least Mean Square (LMS) (BLASKO, 2007), a recursão Schur e a estrutura Lattice (GONZALEZ-ESPIN et al., 2012, 2013), ou fazendo a adaptação digital da estrutura de dois integradores, apresentada na Figura 3 (YEPES et al., 2011b). A segunda tendência consiste na implementação digital adaptativa do CR, na qual existem duas opções, a adaptação do número de amostras que o buffer retarda (CHEN, DONG; ZHANG; QIAN, 2013; NAZIR et al., 2014; YANG, Y; ZHOU; BLAABJERG, 2016) ou a adaptação da freqüência de amostragem proposta por (ZANCHETTA; SHARKH; ABUSARA, 2015).
3 METODOLOGIA
Foi realizada uma revisão bibliográfica, onde foram identificados as principais técnicas de controle encontradas na literatura. Consistiu em ser uma análise crítica dos métodos selecionados e um estudo das condições em que o trabalho será executado. Com base nos resultados, foi proposta uma estratégia de controle adaptativo para lidar com a incerteza dos recursos energéticos renováveis e garantir a estabilidade do sistema elétrico.
4 RESULTADOS E DISCUSÕES
Têm ocorrido estudos em relação às técnicas e estruturas para o controle das correntes harmônicas e também do funcionamento do controlador de corrente determinado pelo desempenho do PLL. Para isso é importante abordar sobre as técnicas de controle de corrente lineares e não lineares, e posteriormente diferentes técnicas empregadas para fornecer o sinal de sincronismo.
A técnica de controle linear consiste em utilizar a transformação mudando um sistema de referência estacionário para um sistema de referência em sincronismo com a freqüência da rede. Como resultado, o sistema trifásico de sinais alternados torna-se um sistema ortogonal de sinais contínuos, fato que facilita a aplicação do controlador PI clássico (TIMBUS et al., 2009).
Outras técnicas de desacoplamento do controle das corretes no sistema d-q têm sido utilizadas, com o objetivo de aprimorar o desempenho desta estrutura de controle (YEPES et al., 2014; ZHOU et al., 2015). Mas para cumprir essas normas internacionais, é indispensável o uso de compensadores de harmônicas cuja implementação no sistema d-q implica um aumento importante da complexidade e da carga computacional, devido à necessidade de filtros adicionais e da aplicação da transformação da Equação para cada uma das freqüências que irão ser compensadas (BLAABJERG et al., 2006; TIMBUS et al., 2009).
Uma alternativa ao controle de corrente no sistema d-q foi proposta onde consiste em generalizar o conceito do controlador PI, o qual elimina o erro de regime permanente para sinais contínuos, pois possui um pólo em zero e, portanto, o ganho deste controlador em é teoricamente infinito (Yuan et al. (2002) e Zmood e Holmes (2003)).
Segunda Teodorescu et al. (2006) pode-se consultar a equivalência matemática que existe entre o controlador PI no sistema d-q e o controlador PR no sistema α-β, onde a parte ressonante pode ser considerada como um integrador de sinais alternados. Esse conceito que deu origem ao termo SOGI (Second Order Generalized Integrator) (TEODORESCU; BLAABJERG, 2004b).
Uma das vantagens mais significativas do controlador PR é a facilidade de se implementar um Compensador de Harmônicas (CH). Para isso basta adicionar blocos ressonantes em paralelo sintonizados nas freqüências harmônicas a ser compensadas, como foi ilustrado na Figura 3. Devido à atuação de cada bloco ressonante ser somente para um valor de frequência, a compensação seletiva de harmônicas não afeta a dinâmica do controle da fundamental (TEODORESCU; BLAABJERG, 2004a; YUAN et al., 2002).
Já na implementação prática, a ressonância do controle é amortecida para evitar problemas de estabilidade do inversor e de saturação numérica do processador, dando preferência à implementação da função de transferência na Equação, a qual pode ser decomposta em blocos básicos. Esse processo ficou evidenciado na Figura 4.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo evidenciou uma estratégia de controle de corrente utilizadas em SER ligados à rede elétrica foram apresentadas. Discutiu-se estratégia de um controle linear, considerando sua aplicação no sistema d-q e no sistema α-β. As principais características do controlador, foi a sua capacidade para compensar harmônicas de baixa ordem, assim como detalhes referentes à sua implementação prática e ajuste foram também apresentados.
Na atualidade o controlador PR é o mais utilizado em SER por sua capacidade para compensar harmônicas. Além disso, o controle PR permite ajustar o ganho para cada harmônica, enquanto que o CR não. Em contraposição, as técnicas de controle não lineares possuem uma dinâmica mais rápida e as harmônicas de baixa ordem deixam de ser uma preocupação.
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1Graduando do Curso de Engenharia Elétrica, da Faculdade de Educação de Jaru FIMCA-UNICENTRO. e-mail. ruanl38280@gmail.com.
2Graduação em Física pela Universidade Federal de Rondônia. Especialização em andamento em Gestão e Docência do Ensino Superior. Faculdade São Paulo Rolim de Moura, FSP, Brasil E-mail kevyn.alberto@unicentroro.edu.br .