REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411151718
Açucena De Azevedo Monte Paiva
José Silton De Oliveira Junior
Julia Rebouças De Oliveira
Radimila Gomes Vieira
Vinícius Gabriel Silva Saraiva De Souza
Wigna Pereira Dos Santos Andrade
Luís Marcos de Medeiros Guerra
A Ginástica Artística é uma modalidade esportiva que se destaca pela combinação de força, flexibilidade, agilidade e coordenação e abrange um grande leque de gestos biomecânicos complexos em diferentes situações. O presente estudo foi realizado por discentes do curso de Educação Física da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, como trabalho final da disciplina de Módulo Morfofuncional III. Tem como objetivo analisar, sob a perspectiva cinesiológica, o movimento do salto espacate com o pé na cabeça na trave de equilíbrio na ginástica artística. A análise descritiva à partir da análise de vídeo do movimento busca identificar e interpretar os principais aspectos cinesiológicos envolvidos, identificando os principais músculos envolvidos, suas funções durante o movimento, os tipos de contração muscular e fatores influentes, como a relação comprimento-tensão e alavancas biomecânicas. Apresenta ainda breve revisão bibliográfica sobre possíveis lesões na Ginástica Artística. Com o estudo é possível concluir que mesmo que o salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio seja um movimento considerado simples no alto rendimento, há uma complexidade em sua execução, exigindo boa preparação física, mobilidade, flexibilidade e equilíbrio. A análise cinesiológica possibilitou a observação das cinco fases do movimento sendo elas: preparação, impulsão, vôo, aterrissagem e finalização. Com a descrição dos movimentos a serem realizados pelas articulações, apontando os principais músculos atuantes, os auxiliares e suas funções sinérgicas para a eliminação de movimentos indesejados. Também foi possível compreender as principais causas de lesões na Ginástica Artística. Portanto, para realizar tal movimento, é necessário muito treino, mas com auxílio de uma equipe profissional que respeita os limites físicos e mecânicos do atleta é possível diminuir os índices de lesões.
Palavras–chave: Ginástica Artística; Salto espacate; Trave de equilíbrio; Análise cinesiológica.
Artistic Gymnastics is a sport that stands out for its combination of strength, flexibility, agility and coordination and covers a wide range of complex biomechanical gestures in different situations. This study was carried out by students on the Physical Education course at the State University of Rio Grande do Norte, as their final assignment for the Morphofunctional Module III subject. It aims to analyze, from a kinesiological perspective, the movement of the split jump with the foot on the head on the balance beam in artistic gymnastics. The descriptive analysis based on video analysis of the movement seeks to identify and interpret the main kinesiological aspects involved, identifying the main muscles involved, their functions during the movement, the types of muscle contraction and influential factors, such as the length-tension relationship and biomechanical levers. It also presents a brief literature review on possible injuries in artistic gymnastics. The study led to the conclusion that even though the head-first split jump on the balance beam is considered a simple movement in high-performance gymnastics, its execution is complex, requiring good physical preparation, mobility, flexibility and balance. The kinesiological analysis made it possible to observe the five phases of the movement: preparation, impulsion, flight, landing and finishing. With a description of the movements to be carried out by the joints, pointing out the main acting muscles, the auxiliaries and their synergistic functions to eliminate unwanted movements. It was also possible to understand the main causes of injuries in Artistic Gymnastics. Therefore, performing such movements requires a lot of training, but with the help of a professional team that respects the athlete’s physical and mechanical limits, it is possible to reduce injury rates.
Keywords: Artistic gymnastics; Split jump; Balance beam; Kinesiological analysis.
A Ginástica Artística é uma modalidade esportiva que se destaca pela combinação de força, flexibilidade, agilidade e coordenação e abrange um grande leque de gestos biomecânicos complexos em diferentes situações (Hoshi et al., 2008). Esse esporte envolve a realização de complexas séries de movimentos e acrobacias em diversos aparelhos, sendo praticado tanto por homens quanto por mulheres (Barbosa, 2021).
Nas competições femininas, a trave de equilíbrio é um dos aparelhos mais desafiadores, exigindo precisão e equilíbrio em uma superfície estreita. Os exercícios são coreografados pelas ginastas. Existem diversos elementos obrigatórios como um giro de 360 graus, um salto que inclua uma separação de pernas de 180 graus (que é o caso do movimento analisado) e a presença de séries acrobáticas para a frente e para trás que precisam ser cumpridos (Nunomura; Tsukamoto, 2009).
O salto espacate com pé na cabeça é um dos elementos de dança mais comuns na prova de trave, sendo realizado logo em seguida de outro movimento, sendo assim caracterizado como um elemento de ligação. Embora simples, é necessária muita técnica para ser executada, pois durante a fase de voo, a trave desaparece do campo de visão do atleta. Assim como nos outros movimentos da Ginástica Artística, para realizar o salto é necessário muita consciência corporal e muita preparação física, tendo em vista que a ginástica artística cobra muito de toda musculatura corporal e articulações.
Esse tipo de salto exige boa preparação dos músculos, pois durante sua execução, todas as principais articulações e grupos musculares são requisitados, sejam todos de uma vez ou individualmente.
Após ser realizada uma pesquisa na literatura sobre a análise cinesiológica do salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio, foi perceptível a carência de estudos relacionados ao tema. Diante dessa realidade, decidiu-se realizar uma análise sobre o tema proposto.
Portanto, o presente estudo tem o propósito de descrever cinesiologicamente o movimento de salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio, destacando os grupos musculares atuantes e suas formas de participação em cada etapa do movimento.
OBJETIVO GERAL
Analisar, sob a perspectiva cinesiológica, o movimento do salto espacate com o pé na cabeça na trave de equilíbrio na ginástica artística, identificando os movimentos articulares e as possíveis participações musculares na realização do movimento.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Descrever as fases de execução do movimento de salto espacate com pé na cabeça;
Identificar os movimentos das principais articulações envolvidas (tornozelo, joelho, quadril, ombro e coluna) em cada fase de execução do movimento de salto espacate com pé na cabeça;
Interpretar as participações musculares durante a execução em cada fase de execução do movimento de salto espacate com pé na cabeça.
MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo foi realizado por um grupo de alunos discentes do curso de Educação Física, cursando o 4º período, na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte compreendendo uma análise descritiva cinesiológica a partir da observação de um vídeo do movimento de salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio. (https://youtube.com/shorts/W_cH_gYITAc?si=kMPD-z7LUvPAyGQ6) associado a uma breve revisão bibliográfica acerca de possíveis lesões na Ginástica Artística.
Para a análise cinesiológica específica do salto espacate com pé na cabeça, foi utilizada uma abordagem sistemática de divisão do movimento em fases, seguida por descrições dos movimentos articulares e tipos de contração em tabela, identificando os músculos envolvidos, suas funções durante o movimento e fatores influentes, como a relação comprimento-tensão e alavancas biomecânicas.
Para a análise das lesões na Ginástica Artística, foram consultados artigos científicos nas bases de dados do Google Acadêmico utilizando as seguintes palavras chaves: ginástica artística, salto espacate, trave de equilíbrio, análise cinesiológica.
Sendo eliminados artigos que não abordavam lesões, salto espacate com pé na cabeça ou ginástica, bem como aqueles que não estavam disponíveis gratuitamente. No total 20 artigos foram analisados; 12 foram descartados por falta de acesso, 5 por não se alinharem à temática proposta, resultando em 3 artigos finais para a pesquisa.
A metodologia da revisão compreendeu diversas etapas. Primeiramente, foi essencial definir o objetivo da pesquisa e as questões a serem investigadas. Em seguida, foram estabelecidos critérios de inclusão e exclusão considerando tipo de estudo, idioma e relevância. As fontes consultadas incluíram bases como Google Acadêmico, além de literatura cinzenta, como relatórios e teses. A estratégia de busca foi elaborada utilizando palavras-chave e operadores booleanos para otimizar a relevância dos resultados, culminando com a seleção de 4 artigos conforme fluxograma a seguir (Imagem 01).
Imagem 01. Fluxograma – seleção de artigos:
Após a triagem inicial de títulos e resumos, foi realizada a leitura completa dos artigos que atendiam aos critérios de inclusão. A extração de dados foi feita por meio de uma ficha de coleta, registrando autor, ano, metodologia, principais achados e limitações dos estudos. Os dados extraídos foram analisados e sintetizados, destacando padrões e lacunas na literatura. É fundamental respeitar as diretrizes éticas durante todo o processo, garantindo o reconhecimento adequado dos autores e a transparência nas fontes de financiamento. Ao final, foi elaborado um relatório apresentando a metodologia, resultados e conclusões, com as referências apropriadas.
A cinesiologia é uma área da ciência que se destina a estudar o movimento, as articulações e os planos e eixos nos quais essas articulações se movimentam (Thompson e Floyd, 2002; Rasch, 1991). Ao ser realizada uma análise cinesiológica, é possível compreender a função dos músculos e articulações atuantes no movimento analisado.
O movimento analisado é o salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio. Consiste em um salto seguido de uma abertura antero posterior de quadril próximo de 180°, somado com uma hiperextensão da coluna vertebral e flexão de joelho com o membro que está posicionado na parte posterior e a extensão do joelho da perna localizada anteriormente (Nunomura; Tsukamoto, 2009).
O exercício foi dividido em cinco fases: preparação, impulsão, voo, aterrissagem e finalização, conforme a divisão proposta por Pitta (1958) na descrição do salto mortal para frente. Essa divisão pode ser visualizada na Figura 01.
Figura 01 – Fases do salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio:
Fonte: imagens extraídas de vídeo disponível em: https://youtube.com/shorts/W_cH_gYITAc?si=kMPD-z7LUvPAyGQ6.
A primeira fase consiste na fase de preparação para a impulsão, onde a atleta realiza movimentos estratégicos para aumentar sua força de impulsão, como hiperextender os ombros e flexionar os quadris e joelhos, obtendo maior alongamento muscular para favorecer o recrutamento muscular pois para realização correta do exercício o salto deve ser alto.
Figura 02 – Fase de preparação do salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio
Fonte: imagens extraídas de vídeo disponível em: https://youtube.com/shorts/W_cH_gYITAc?si=kMPD-z7LUvPAyGQ6.
Os principais movimentos articulares, os tipos de contração muscular e o grupo muscular atuante de maneira preponderante nas grandes articulações na fase de preparação seguem elencados na tabela 02.
Tabela 02 – Grupos musculares e tipos de contrações nas grandes articulações na fase de preparação no salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio.
Fonte: análise dos autores.
Durante o movimento de hiperextensão do ombro de forma concêntrica, o grupo muscular principal atuante é o dos extensores de ombro. De acordo com Lippert (2013), o latíssimo do dorso é o agonista primário, sendo o principal responsável pela ação de hiperextensão do ombro. Entretanto, outros músculos desempenham papéis importantes como sinergistas acessórios. Nesse sentido, Portela (2016) também aponta que, além de realizar a hiperextensão, músculos como o redondo maior, o tríceps braquial e o deltóide posterior auxiliam o grande dorsal na execução desse movimento, contribuindo para a extensão do ombro. No entanto, a ação dos músculos envolvidos não se restringe apenas à hiperextensão. Lippert (2013) também destaca que esses músculos participam da rotação do ombro, como ocorre com o redondo maior e o latíssimo do dorso, que são responsáveis pela rotação medial do ombro. Essa interação cria uma sinergia verdadeira entre o latíssimo do dorso e o redondo maior, já que ambos realizam a rotação medial. No entanto, o deltóide posterior exerce uma função antagonista, pois realiza a rotação lateral, impedindo a rotação medial. Esse equilíbrio entre os músculos reflete a complexidade e a coordenação do movimento do ombro durante a hiperextensão.
Na extensão isométrica do cotovelo (isométrica, pois o cotovelo não muda de posição de um movimento para o outro), o grupo muscular principal atuante são os extensores de cotovelo. Nesse contexto, Portela (2016) afirma que o tríceps braquial, especificamente as porções lateral e medial, atua como o agonista principal responsável pela execução do movimento de extensão. A porção longa do tríceps braquial e o ancôneo auxiliam na realização do movimento, como ressaltado por Liberali et al. (2016), que destacam o papel desses músculos no suporte à ação de extensão, embora sem uma interação sinérgica verdadeira. Diante desse cenário, ambos autores concordam que não há uma sinergia verdadeira entre os músculos, já que cada um contribui de forma independente para a extensão do cotovelo, sem uma coordenação específica entre eles.
O punho realiza uma flexão concêntrica, onde o grupo muscular atuante é o dos flexores de punho. De acordo com Liberali et al. (2016), o palmar longo atua como o agonista principal nesse movimento. O flexor radial do carpo e o flexor ulnar do carpo auxiliam na realização da flexão do punho, desempenhando papéis importantes como sinergistas acessórios, conforme apontado por Lippert (2013). Na sinergia verdadeira, Liberali et al. (2016) destacam que ocorre uma interação entre o flexor radial do carpo e o flexor ulnar do carpo. O flexor radial do carpo realiza o desvio radial, enquanto o flexor ulnar do carpo realiza o desvio ulnar. No entanto, esses movimentos de desvio são anulados um ao outro, já que o desvio radial é impedido pelo desvio ulnar, resultando em uma coordenação entre os dois músculos para o controle do movimento do punho.
A coluna permanece na mesma posição, realizando extensão isométrica, com uma co-contração muscular que enfatiza a musculatura extensora para evitar a flexão. Os principais músculos envolvidos nessa ação foram os paravertebrais direito e esquerdo, intertransversais direito e esquerdo, interespinhais direito e esquerdo, rotadores direito e esquerdo, e os multifídios direito e esquerdo, conforme destacado por Liberali et al. (2016). Além disso, as inclinações e rotações não ocorrem pelas ações sinergéticas entre os paravertebrais direito e esquerdo, intertransversais direito e esquerdo, rotadores direito e esquerdo e os multifídios direito e esquerdo, como exposto por Lippert (2013). Esses músculos trabalham de forma coordenada para estabilizar a coluna, impedindo os movimentos de inclinação e rotação durante a extensão isométrica.
O quadril direito realiza flexão excêntrica, e o grupo muscular que atua é o dos extensores de quadril. Nesse contexto, de acordo com Portela (2016), os isquiotibiais (semimembranoso, semitendinoso e bíceps femoral porção longa) atuam como os agonistas principais. O glúteo máximo auxilia na realização do movimento, conforme descrito por Liberali et al. (2016), que ressaltam o papel do glúteo máximo como músculo auxiliar importante nesse processo.A sinergia verdadeira ocorre entre o glúteo mínimo e o glúteo máximo, conforme apontado por Portela (2016) e Liberali et al. (2016), que trabalham de forma coordenada para anular os movimentos de rotação do quadril. O quadril esquerdo realiza o mesmo movimento, mas adiciona uma leve rotação lateral para que a atleta mantenha o equilíbrio. Os músculos responsáveis por esse movimento de rotação lateral são o piriforme e o glúteo máximo, que atuam conjuntamente para permitir essa rotação enquanto mantêm a estabilidade do quadril (Portela, 2016).
O joelho realiza uma leve flexão excêntrica para facilitar o equilíbrio da atleta. Conforme destacado por Portela (2016), o reto femoral atua como agonista, enquanto os vastos lateral, medial e intermédio funcionam como sinergistas acessórios. Além disso, ocorre uma sinergia verdadeira entre o vasto lateral e o vasto medial, conforme descrito por Liberali et al. (2016), que trabalham juntos para impedir os movimentos de medialização e lateralização da patela, garantindo estabilidade e controle durante o movimento.
Por fim, o tornozelo mantém uma flexão plantar isométrica (se mantendo na posição), com co-contração que dá ênfase aos flexores plantares para evitar a dorsiflexão, conforme descrito por Liberali et al. (2016), os músculos em ênfase serão: sóleo, gastrocnêmio, fibular longo e curto, flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux e tibial posterior. Conforme apontado por Lippert (2013), há sinergia verdadeira entre o fibular longo e curto, e o flexor longo do hálux, flexor longo dos dedos e tibial posterior, que anulam os movimentos de inversão e eversão.
Figura 03 – Fase de impulsão do salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio.
Fonte: imagens extraídas de vídeo disponível em: https://youtube.com/shorts/W_cH_gYITAc?si=kMPD-z7LUvPAyGQ6
Os principais movimentos articulares, os tipos de contração muscular e o grupo muscular atuante de maneira preponderante nas grandes articulações na fase de impulsão seguem elencados na tabela 03.
Tabela 03 – Grupos musculares e tipos de contrações nas grandes articulação na fase de impulsão no salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio
Fonte: análise dos autores
Durante o movimento de flexão do ombro de forma concêntrica, o grupo muscular principal atuante é o dos flexores de ombro. Nesse contexto, de acordo com Lippert (2013), o deltoide anterior atua como o agonista primário, sendo o principal responsável pela ação de flexão do ombro. Portela (2016) destaca que o peitoral maior (porção clavicular), o coracobraquial e o bíceps braquial (porção longa) auxiliam na flexão do ombro, contribuindo para a execução do movimento, desempenhando papéis importantes como sinergistas acessórios. Além disso, ocorre uma sinergia verdadeira entre os músculos, especialmente entre o peitoral maior (porção clavicular) e o bíceps braquial (porção longa), conforme citado por Lippert (2013). O peitoral maior, ao realizar adução, terá seu movimento anulado, pois o bíceps braquial (porção longa) realiza abdução, criando um equilíbrio dinâmico entre os dois. Esse processo destaca a coordenação entre os músculos durante a flexão do ombro, permitindo um movimento controlado e eficaz.
O cotovelo realiza uma leve flexão concêntrica, mas há dois momentos de atuação diferente dos músculos. Segundo Portela (2016), quando o ombro está em hiperextensão, quem atua na flexão de cotovelo é o bíceps braquial porção longa como agonista e braquiorradial, braquial e o bíceps braquial porção curta como sinergista acessório. Já segundo Liberali et al. (2016), quando o ombro flexiona, a flexão de cotovelo é realizada pelo bíceps braquial porção curta e braquial como agonistas e pronador redondo, braquiorradial e bíceps braquial porção longa como sinergistas acessórios.
O punho que antes estava flexionado, realiza uma leve extensão, tendo como músculos atuantes, de acordo com Liberali et al. (2016), o extensor ulnar do carpo extensor radial longo e curto do carpo. Lippert (2013) destaca que ocorre sinergia verdadeira entre esses músculos, anulando os movimentos indesejados de desvio ulnar e radial
A coluna permanece na mesma posição, realizando extensão isométrica, havendo uma co-contração com ênfase na musculatura extensora de coluna para não haver flexão. Os músculos em ênfase serão: Paravertebrais direito e esquerdo, Intertransversais direito e esquerdo, interespinhais direito e esquerdo, rotadores direito e esquerdo, multifídeos direito e esquerdo, de acordo com Liberali et al. (2016). Além disso, as inclinações e rotações não ocorrem pelas ações sinergéticas entre os paravertebrais direito e esquerdo, intertransversais direito e esquerdo, rotadores direito e esquerdo e os multifídios direito e esquerdo (Lippert 2013).
Ao impulsionar o corpo para sair da trave, o quadril realiza uma extensão concêntrica, nesse contexto, segundo Liberali et al. (2016), os músculos acionados são os isquiotibiais (semimembranoso, semitendinoso e bíceps femoral p. longa) e glúteo máximo. Ocorre sinergia verdadeira entre o glúteo máximo e mínimo para eliminar movimentos de rotação (Portela, 2016).
Os joelhos realizam uma extensão concêntrica. O reto femoral atua como agonista, os vastos lateral, medial e intermédio como sinergistas acessórios (Liberali et al. 2016). De acordo com Portela (2016), haverá uma sinergia verdadeira entre o vasto lateral e o vasto medial para impedir os movimentos de medialização e lateralização da patela.
O tornozelo realiza uma flexão plantar concêntrica. Segundo Lippert (2013), o gastrocnêmio atua como agonista, visto que neste movimento os joelhos estão estendidos e atuam como sinergistas acessórios o sóleo, tibial posterior, flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux, fibular longo e fibular curto. Os mesmos músculos, com exceção do sóleo atuam como sinergistas verdadeiros, impedindo a eversão e inversão (Liberali et al., 2016).
Figura 04 – Fase de voo do salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio.
Fonte: imagens extraídas de vídeo disponível em: https://youtube.com/shorts/W_cH_gYITAc?si=kMPD-z7LUvPAyGQ6
Os principais movimentos articulares, os tipos de contração muscular e o grupo muscular atuante de maneira preponderante nas grandes articulações na fase de voo seguem elencados na tabela 04.
Tabela 04 – Grupos musculares e tipos de contrações nas grandes articulações na fase de voo no salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio.
Fonte: análise dos autores
Fase em que a atleta executa um afastamento ântero posterior do quadril próximo a 180°, ocorre uma hiperextensão da coluna vertebral, fazendo com que a trave desapareça de seu campo de visão, juntamente com a flexão do joelho do membro posicionado posteriormente. Esse movimento de joelho denomina o salto “com pé na cabeça”. A atleta também realiza uma adução de ombro para auxiliar no equilíbrio da fase subsequente.
No movimento de adução do ombro em contração excêntrica, de acordo com Lippert (2013), o deltoide médio é o principal agonista. Portela (2016) destaca que o deltoide anterior, o deltoide posterior e o bíceps braquial (porção longa) desempenham papeis importantes como sinergistas acessórios, auxiliando na execução do movimento de adução. A sinergia verdadeira ocorre entre o deltoide anterior, o deltoide posterior e o deltoide médio. O deltoide anterior impede a extensão e a rotação lateral do ombro, enquanto o deltoide posterior evita a flexão e a rotação medial, garantindo a precisão do movimento. Lippert (2013) também enfatiza que essa interação entre os músculos é crucial para o controle e a segurança do movimento, permitindo uma adução do ombro eficiente e coordenada.
O cotovelo realiza uma extensão concêntrica, tendo como agonistas o tríceps braquial porção lateral e medial, Liberali et al. (2016). O tríceps braquial porção longa e ancôneo auxiliam na execução do movimento (Portela, 2016).
O punho permanece na mesma posição, realizando uma extensão isométrica com ênfase na musculatura extensora de punho para não realizar flexão. Tendo como músculos atuantes, de acordo com Lippert (2013), o extensor ulnar do carpo extensor radial longo e curto do carpo. Ocorre sinergia verdadeira entre esses músculos, anulando os movimentos indesejados de desvio ulnar e radial (Liberali et al. 2016).
A coluna realiza uma hiperextensão concêntrica tendo como agonistas os paravertebrais direito e esquerdo e como sinergistas acessórios, Interespinhais direito e esquerdo, intertransversais direito e esquerdo, multifídios direito e esquerdo e rotadores direito e esquerdo, Liberali et al. (2016). Os movimentos de rotação e inclinação não ocorrem devido às ações sinergéticas desses músculos (Lippert, 2013).
No quadril direito ocorre uma flexão concêntrica na qual segundo Liberali et al. (2016), o iliopsoas atua como agonista e reto femoral, o sartório, tensor da fáscia lata e pectíneo atuam como acessórios. Os movimentos de rotação e abdução não ocorrem devido às ações sinergéticas desses músculos (Portela, 2016). Já no quadril esquerdo, nos primeiros 45° da hiperextensão concêntrica, o joelho está estendido, então os agonistas serão os isquiotibiais (semimembranoso, semitendinoso e bíceps femoral p. longa) e o glúteo máximo como acessório (Liberali et al. 2016). Nos últimos 45° o joelho está flexionado, então o agonista será o glúteo máximo e como acessórios os isquiotibiais (Portela, 2016). Diante desse cenário, ambos autores concordam que há sinergia verdadeira entre o glúteo mínimo e o máximo, que impedem a rotação do quadril.
No início do movimento o quadril está estendido, nessa perspectiva, Liberali et al. (2016) afirmam que o agonista na extensão concêntrica de joelho é o reto femoral pois ele está em uma boa relação comprimento-tensão e que os acessórios passam a ser os vastos medial, lateral e intermédio. Conforme o quadril vai flexionando os músculos mais recrutados passam a ser os vastos, vasto lateral, vasto medial e vasto intermédio.(o reto femoral está em insuficiência ativa) (Portela, 2016). Já no joelho esquerdo há uma flexão concêntrica com o quadril em hiperextensão, então o bíceps femoral porção curta é agonista, pois os isquiotibiais estão em insuficiência ativa (Liberali et al., 2016). Atuam como acessórios os isquiotibiais, sartório, grácil, poplíteo e gastrocnêmio (Portela, 2016). Diante desse cenário, ambos autores concordam que em ambos os joelhos a sinergia verdadeira é entre o vasto medial e lateral que impedem a medialização ou a lateralização da patela.
O tornozelo direito realiza uma flexão plantar, com o joelho estendido, por isso, o agonista para o movimento é o gastrocnêmio (Lippert, 2013). Para Liberali et al. (2016), os acessórios contam com sóleo, tibial posterior, flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux, fibular longo e fibular curto. A sinergia verdadeira é entre o fibular longo e curto e flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux e tibial posterior, anulando a inversão e eversão (Lippert, 2013). No tornozelo esquerdo acontece a mesma coisa, alterando apenas o agonista, pois o joelho esquerdo está flexionado, então o agonista será o sóleo (Liberali et al., 2016).
Figura 05 – Fase de aterrissagem do salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio.
Fonte: imagens extraídas de vídeo disponível em: https://youtube.com/shorts/W_cH_gYITAc?si=kMPD-z7LUvPAyGQ6.
Os principais movimentos articulares, os tipos de contração muscular e o grupo muscular atuante de maneira preponderante nas grandes articulações na fase de aterrissagem seguem elencados na tabela 05.
Tabela 05 – Grupos musculares e tipos de contrações nas grandes articulações na fase de aterrissagem no salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio.
Fonte: análise dos autores Essa é a fase mais desafiadora do movimento, uma vez que a atleta sai de uma posição em que a trave não estava em seu campo de visão e precisa realizar a aterrissagem, mantendo o equilíbrio sobre a trave. Em aterrissagens na trave a atleta está muito propensa a se lesionar. As lesões mais comuns de acontecer durante uma série na trave de equilíbrio são entorses no tornozelo e lesões no ligamento cruzado anterior, no joelho.
No movimento de adução do ombro em contração excêntrica, os abdutores do ombro são os principais grupos musculares recrutados. Segundo Lippert (2013), o deltoide médio irá atuar como agonista, sendo responsável por controlar a aproximação do braço ao tronco. Contudo, outros músculos desempenham funções essenciais como sinergias acessórios. Nesse contexto, Portela (2016) destaca que o deltoide anterior, o deltoide posterior e o bíceps braquial (porção longa) auxiliam na estabilização e controle do movimento. Além disso, ocorre uma sinergia verdadeira entre os músculos do ombro. Lippert (2013) ressalta que o deltoide anterior impede a extensão e a rotação lateral do ombro, enquanto o deltoide posterior evita a flexão e a rotação medial, contribuindo para o equilíbrio da articulação. Dessa forma, essa interação muscular garante que a adução seja realizada de maneira controlada e segura, característica da contração excêntrica.
O cotovelo realiza uma extensão excêntrica, tendo como agonistas o bíceps b. p. longa e braquial (Liberali et al. 2016). O bíceps braquial porção longa e braquial auxiliam na execução do movimento (Portela,2016). A sinergia verdadeira acontece entre o pronador redondo e bíceps b. p. longa, que impedem o movimento de pronação e supinação (Portela,2016).
O punho permanece na mesma posição, realizando uma extensão isométrica com ênfase na musculatura extensora de punho para não realizar flexão. Tendo como músculos atuantes, segundo Lippert (2013), o extensor ulnar do carpo, extensor radial longo e curto do carpo. Ocorre sinergia verdadeira entre esses músculos, anulando os movimentos indesejados de desvio ulnar e radial (Liberali et al., 2016).
Na flexão da coluna concêntrica, os músculos recrutados são o reto abdominal direito e esquerdo como agonistas e oblíquos externos direito e esquerdo e oblíquos internos direito e esquerdo como acessórios, (Liberali et al., 2016). Quando a atleta aterrissa na trave, há a ativação dos extensores de coluna, realizando uma co-contração para parar o movimento de flexão. Os movimentos de rotação e inclinação não ocorrem devido às ações sinergéticas desses músculos (Lippert, 2013).
O quadril direito realiza uma extensão excêntrica com o joelho estendido, na qual segundo Liberali et al. (2016) utiliza os flexores de quadril, tendo iliopsoas como agonista e tensor da fáscia lata, sartório, reto femoral e pectíneo como acessórios. No quadril esquerdo, o mesmo movimento inicia com o joelho flexionado e depois estende. Independentemente da posição do joelho, os músculos a serem trabalhados serão os mesmos. Há também uma leve rotação lateral de quadril esquerdo para que a atleta consiga se equilibrar na trave. O piriforme e o glúteo máximo são responsáveis por esse movimento (Liberali et al., 2016). No fim do movimento há uma leve flexão de quadril para manter o equilíbrio da atleta. Os movimentos de adução e abdução não ocorrem devido às ações sinergéticas desses músculos (Portela, 2016).
No joelho direito permanece a extensão concêntrica até a metade do movimento o quadril está flexionado, então, segundo Liberali et al. (2016) os agonistas serão os vastos medial, lateral e intermédio e o reto femoral como acessório. Na segunda parte do movimento o quadril está estendido, então o agonista será o reto femoral. No joelho esquerdo há uma extensão concêntrica com o quadril hiperextendido na primeira parte do movimento e estendido na segunda parte, então o agonista será o reto femoral e acessórios os vastos medial, lateral e intermédio (Liberali et al., 2016). Os movimentos de lateralização e medialização da patela não ocorrem devido às ações sinergéticas desses músculos (Portela, 2016). Ao final do movimento os joelhos realizam uma leve flexão excêntrica por causa do impacto na trave e por causa do peso do atleta, mas os extensores limitam esse movimento (Portela, 2016). Essa leve flexão serve tanto para o melhor equilíbrio do atleta quanto para evitar lesões no LCA do joelho, por exemplo. O ligamento cruzado anterior (LCA) é uma estrutura interna do joelho que contribui para a estabilidade da articulação, principalmente em movimentos de giro, aceleração e desaceleração. Na trave de equilíbrio a lesão pode ocorrer durante a saída do aparelho ou através de aterrissagens desequilibradas (Hollanda, 2022).
Para a atleta aterrissar ela realiza uma dorsiflexão concêntrica, na qual o agonista será o tibial anterior e como acessórios o extensor longo dos dedos e extensor longo do hálux (Lippert, 2013). Os movimentos de inversão e eversão não ocorrem devido às ações sinergéticas desses músculos (Lippert, 2013). Essas ações sinergéticas são muito importantes nessa fase, tendo em vista que durante as aterrissagens o tornozelo está muito propenso a lesões. A principal lesão são as entorses do tornozelo, podendo ser por inversão ou eversão do pé. Além disso, as aterrissagens repetitivas sobre o calcanhar podem levar ao desenvolvimento da tendinite calcânea, também conhecida como tendinite de Aquiles (Hollanda, 2022).
Figura 06 – Fase de finalização do salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio.
Fonte: imagens extraídas de vídeo disponível em: https://youtube.com/shorts/W_cH_gYITAc?si=kMPD-z7LUvPAyGQ6
Os principais movimentos articulares, os tipos de contração muscular e o grupo muscular atuante de maneira preponderante nas grandes articulações na fase de finalização seguem elencados na tabela 06.
Tabela 06 – Grupos musculares e tipos de contrações nas grandes articulações na fase de finalização no salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio.
Fonte: análise dos autores
Fase em que a atleta concluiu a execução de todo o exercício e realizou a pose de finalização.
No movimento de abdução concêntrica do ombro, os músculos recrutados para a execução são os abdutores do ombro. Segundo Lippert (2013), o deltoide médio atua como agonista, sendo o principal responsável pela elevação lateral do braço. Outros músculos, como o deltoide anterior, o deltoide posterior e a porção longa do bíceps braquial, desempenham funções essenciais como sinergistas acessórios, colaborando para a estabilidade e controle do movimento, conforme destacado por Portela (2016). Além disso, ocorre uma sinergia verdadeira entre os músculos do ombro. Lippert (2013) ressalta que o deltoide anterior impede a extensão e a rotação lateral do ombro, enquanto o deltoide posterior age para evitar a flexão e a rotação medial. Essa coordenação muscular assegura que a abdução do ombro seja realizada de forma precisa e eficiente.
O cotovelo realiza uma extensão concêntrica, tendo como agonistas o tríceps braquial porção lateral e medial, Liberali et al. (2016). O tríceps braquial porção longa e ancôneo auxiliam na execução do movimento (Portela, 2016).
O punho flexiona excentricamente, tendo como músculos atuantes, de acordo com Lippert (2013) o extensor ulnar do carpo, extensor radial longo e curto do carpo. Os movimentos de desvio radial e ulnar não ocorrem devido às ações sinergéticas desses músculos (Liberali et al., 2016).
A coluna realiza uma extensão concêntrica tendo como agonistas os paravertebrais direito e esquerdo e como sinergias acessórios, Interespinhais direito e esquerdo, intertransversais direito e esquerdo, multifídios direito e esquerdo e rotadores direito e esquerdo (Liberali et al., 2016). Os movimentos de rotação e inclinação não ocorrem devido às ações sinergéticas desses músculos (Lippert, 2013).
No final do movimento anterior havia uma leve flexão de quadril, então agora o quadril volta a estender concentricamente, tendo isquiotibiais (semimembranoso, semitendinoso, bíceps fem. p. longa) como agonistas e glúteo máximo como acessório(Liberali et al., 2016). A leve rotação do quadril esquerdo permanece, em contração isométrica, (Portela, 2016).
O joelho se estende concentricamente, tendo como agonista o reto femoral e vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio como acessórios (Portela, 2016). Os movimentos de medialização e lateralização da patela não ocorrem devido às ações sinergéticas desses músculos (Liberali et al., 2016).
O tornozelo não altera e permanece em dorsiflexão isométrica, na qual o agonista será o tibial anterior, de acordo com Liberali et al. (2016), e como acessórios o extensor longo dos dedos e extensor longo do hálux. Os movimentos de inversão e eversão não ocorrem devido às ações sinergéticas desses músculos, (Lippert, 2013).
LESÕES RECORRENTES NA GINÁSTICA
A tabela abaixo apresenta de forma resumida os artigos selecionados para a análise bibliográfica sobre lesões recorrentes na Ginástica Artística. Descreve qual foi a metodologia utilizada por cada autor e os resultados obtidos com a pesquisa.
A partir de um processo evolutivo, a frequência de maiores adeptos à Ginástica Artística cresceu, submetendo-se a elevação do grau de dificuldade dos exercícios obtendo maior exigência no sistema de pontuação, ocasionando o maior risco de lesões (Felício, 2014).
Essa modalidade esportiva está sujeita a uma variedade de fatores que contribuem para lesões. Pesquisas demonstram que ginastas estão mais propensos a sofrer lesões, especialmente nas modalidades de salto, solo e trave, afetando principalmente articulações e membros inferiores. Uma das principais causas dessas lesões é a demanda por alto desempenho técnico, conforme destacado por Hoshi (2008).
Com o estudo é possível concluir que mesmo que o salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio seja um movimento considerado simples de realizar por atletas do alto rendimento, analisando cinesiologicamente, é um movimento muito complexo de executar, pois, exige o uso elevado de flexibilidade, coordenação e força muscular de várias partes do corpo humano que são sincronizadas ao mesmo tempo na realização desse movimento. A análise cinesiológica possibilitou uma boa compreensão sobre as cinco fases do movimento descritas como: preparação, impulsão, voo, aterrissagem e finalização. Foi cumprido o objetivo do presente estudo com a análise dos movimentos realizados por cada articulação, apontando os principais músculos atuantes (agonistas), os auxiliares (sinergistas acessórios) e suas funções sinergéticas para a eliminação de movimentos indesejados em cada uma das articulações requisitadas para a amplitude do movimento de salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio, sendo elas: tornozelo, joelho, quadril, coluna, ombro, cotovelo e punho, sendo descritos em esquerdo e direito quando houve modificações entre articulações.
Observamos na análise de algumas articulações em momentos específicos do movimento que devido a amplitude de movimentação articular a atuação dos músculos foram modificando, também pela combinação de movimentação de outras articulações combinadas. Justamente pela característica bi-articular de alguns músculos, por exemplo, os músculos que tem atuação no joelho e no quadril, como o reto femoral, semitendinoso e semimembranoso. Portanto dependendo da amplitude e da posição de outras articulações envolvidas pelo mesmo grupo muscular os músculos atuantes como agonista e os auxiliares podem ser modificados ao longo do movimento.
Através da pesquisa bibliográfica realizada foi possível compreender que as principais causas de lesões na Ginástica Artística são em decorrência das excessivas rotinas de treino e a exigência dos responsáveis pelos treinos desses atletas bem como a má gestão de tempo de recuperação dos atletas para o retorno. Observamos também quais são as lesões mais frequentes e a possibilidade de evitá-las pois são conhecidas e preveníveis com a adequação do treinamento, sendo mais comuns as lesões no ligamento cruzado do joelho e as entorses no tornozelo pela requisição de tais articulações para estabilizar os movimentos bruscos e aterrissagens na trave de equilíbrio.
Portanto, para realizar tal movimento, é necessário muito treino, mas com o auxílio de uma equipe profissional que veja os limites físicos e mecânicos do atleta, para que diminua os índices de lesões.
ALMEIDA, L. F. de; BENTO-SOARES, D. Lesões e medidas preventivas na Ginástica Artística Feminina: uma revisão de literatura. Anais eletrônicos Campinas, Galoá, 2023. Disponível em:https://proceedings.science/vi-sig/trabalhos/lesoes-e-medidas-preventivas-na-ginastica-artistic a-feminina-uma-revisao-de-lite-2?lang=pt-br. Acesso em: 01 nov. 2024.
BARBOSA, K. J. F. Ginástica Artística. BIUS-Boletim Informativo Unimotrisaúde em Sociogerontologia, v. 26, n. 20, p. 1-22, 2021. Disponível em:https://periodicos.ufam.edu.br/index.php/BIUS/article/view/9323. Acesso em: 01 nov. 2024.
DUPLO COM DUPLA. A seleção brasileira para Paris 2024, vem medalha!? 2024.Disponível em: https://youtube.com/shorts/W_cH_gYITAc?si=kMPD-z7LUvPAyGQ6. Acesso em: 1 nov. 2024.
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