REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202411301714
Victor Gabriel Gutierrez Apaza1
RESUMO
A pesquisa aborda a relevância das patologias estruturais em concreto e suas implicações para a durabilidade e segurança das construções, apresentando um panorama sobre identificação, reparo e reforço dessas estruturas. A introdução destaca os principais desafios das patologias, como fissuras, corrosão e desagregação, frequentemente causadas por falhas de execução, materiais inadequados e condições ambientais adversas. A pesquisa utiliza a metodologia de revisão de literatura, analisando artigos e estudos relevantes para compilar informações sobre três tópicos principais. No primeiro, são discutidas as técnicas de identificação e classificação das patologias, incluindo o uso de ferramentas não destrutivas como ensaios ultrassônicos e termografia, que permitem detectar danos e planejar intervenções precisas. O segundo tópico explora materiais e técnicas de reparo, como o uso de argamassas poliméricas, fibras de carbono (CFRP) e resinas epóxi, destacando a importância de selecionar métodos adequados para diferentes contextos de degradação. O terceiro tópico aborda o impacto das patologias na durabilidade e segurança, ressaltando que a negligência no diagnóstico e tratamento pode comprometer a integridade estrutural e gerar custos elevados. A pesquisa conclui que o diagnóstico precoce, a manutenção preventiva e o uso de tecnologias avançadas são fundamentais para prolongar a vida útil das construções e evitar riscos à segurança dos usuários. Ademais, destaca-se a necessidade de formação de profissionais qualificados e a adoção de práticas sustentáveis, como o uso de materiais reciclados, para mitigar impactos ambientais. Os resultados reforçam a importância de um planejamento eficiente e a integração de soluções inovadoras no campo da engenharia civil. A combinação de medidas preventivas, inovação tecnológica e educação profissional é essencial para enfrentar os desafios associados às patologias estruturais e promover construções mais seguras e duradouras. A pesquisa contribui para o avanço acadêmico e profissional na área, fornecendo subsídios teóricos e práticos para a gestão de patologias estruturais em concreto.
Palavras-chave: Patologias estruturais, concreto, durabilidade, segurança, manutenção preventiva.
ABSTRACT
The research addresses the relevance of structural pathologies in concrete and its implications for the durability and safety of buildings, presenting an overview of the identification, repair and reinforcement of these structures. The introduction highlights the main challenges of pathologies, such as cracking, corrosion and disintegration, often caused by execution failures, unsuitable materials and adverse environmental conditions. The research uses the literature review methodology, analyzing relevant articles and studies to compile information on three main topics. In the first, the techniques for identifying and classifying pathologies are discussed, including the use of non-destructive tools such as ultrasonic assays and thermography, which allow detecting damage and planning precise interventions. The second topic explores repair materials and techniques, such as the use of polymeric mortars, carbon fibers (CFRP) and epoxy resins, highlighting the importance of selecting appropriate methods for different degradation contexts. The third topic addresses the impact of pathologies on durability and safety, emphasizing that negligence in diagnosis and treatment can compromise structural integrity and generate high costs. The research concludes that early diagnosis, preventive maintenance, and the use of advanced technologies are essential to extend the useful life of buildings and avoid risks to the safety of users. In addition, the need to train qualified professionals and adopt sustainable practices, such as the use of recycled materials, to mitigate environmental impacts is highlighted. The results reinforce the importance of efficient planning and the integration of innovative solutions in the field of civil engineering. The combination of preventive measures, technological innovation and professional education is essential to address the challenges associated with structural pathologies and promote safer and more durable constructions. The research contributes to academic and professional advancement in the area, providing theoretical and practical subsidies for the management of structural pathologies in concrete.
Keywords: Structural pathologies, concrete, durability, safety, preventive maintenance.
1. INTRODUÇÃO
As patologias estruturais em concreto representam um dos principais desafios enfrentados pela engenharia civil, impactando diretamente a durabilidade, a funcionalidade e a segurança das construções. Essas manifestações patológicas, como fissuras, corrosão de armaduras, carbonatação e eflorescências, são frequentemente resultado de fatores associados a falhas de projeto, execução inadequada, materiais de baixa qualidade ou condições ambientais agressivas. Dada a relevância desse tema, compreender as patologias estruturais e desenvolver estratégias eficazes de reparo e reforço é essencial para garantir a sustentabilidade e a segurança das estruturas.
Esta pesquisa, baseada em uma revisão de literatura, busca abordar os aspectos mais relevantes relacionados à patologia estrutural e reparo de estruturas de concreto, organizados em três tópicos principais. O primeiro tópico enfoca a identificação e classificação das patologias estruturais em concreto, destacando os métodos de diagnóstico, incluindo técnicas não destrutivas (NDT), que permitem a análise de fissuras, delaminações e degradações sem comprometer a integridade da estrutura. Além disso, são discutidos os fatores causadores e as classificações das patologias, considerando aspectos ambientais, químicos e físicos.
No segundo tópico, exploram-se as técnicas e materiais para reparo e reforço de estruturas de concreto, com ênfase em métodos tradicionais e inovadores. Entre as abordagens analisadas, estão o uso de argamassas poliméricas, resinas epóxi, injeções de reforço e materiais compósitos, com fibras de carbono (CFRP). O estudo também investiga a eficiência e a durabilidade desses métodos em diferentes contextos, avaliando suas contribuições para a restauração da capacidade estrutural e a prolongação da vida útil das construções.
Por fim, o terceiro tópico aborda o impacto da patologia estrutural na durabilidade e segurança das construções, evidenciando como a presença de patologias não tratadas pode comprometer a estabilidade e a integridade das estruturas. Além disso, são apresentados casos reais de falhas estruturais, ressaltando a importância de medidas preventivas, como inspeções periódicas e manutenção adequada, para evitar acidentes e reduzir custos ao longo do ciclo de vida da construção.
Com base nesses tópicos, esta pesquisa visa fornecer um panorama abrangente sobre a gestão de patologias em concreto, contribuindo para o avanço das práticas de diagnóstico, reparo e reforço no campo da engenharia civil. Ao unir teoria e prática, espera-se que os resultados possam orientar engenheiros e pesquisadores na busca por soluções sustentáveis e seguras para os desafios associados às patologias estruturais.
2. IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS ESTRUTURAIS EM CONCRETO
A identificação e classificação das patologias estruturais em concreto é um processo essencial na engenharia civil para garantir a durabilidade e segurança das edificações. Essas patologias, que incluem fissuras, trincas, corrosão de armaduras e desagregação, são comumente causadas por fatores como falhas de execução, materiais de baixa qualidade, sobrecargas e condições ambientais adversas. Segundo Júnior et al. (2021), o diagnóstico adequado das patologias permite não apenas identificar a origem do problema, mas também propor soluções eficientes para sua mitigação ou reparo.
Um dos principais desafios na identificação das patologias é compreender a complexidade dos mecanismos que as originam. Lopes et al. (2020) destacam que a corrosão das armaduras é uma das patologias mais comuns em estruturas de concreto armado, sendo frequentemente associada à penetração de agentes agressivos, como cloretos e dióxido de carbono. Essa corrosão provoca a perda de massa das armaduras, reduzindo a capacidade de carga da estrutura e aumentando o risco de colapso.
A classificação das patologias é um passo crucial para organizar as informações obtidas no diagnóstico. Vieira et al. (2023) sugerem que as patologias podem ser classificadas em categorias como fissuras, desagregações, deformações e corrosão, considerando seus efeitos na estrutura e as possíveis causas. As fissuras, por exemplo, podem ser divididas em estruturais e não estruturais, sendo as primeiras mais graves por comprometerem diretamente a estabilidade da edificação.
Figura 1 – Fissura Geométrica.
Fonte: Corsini (2010)
Além disso, as patologias são frequentemente relacionadas à exposição ambiental das estruturas. Jorge e Alvim (2024) apontam que estruturas localizadas em ambientes agressivos, como regiões litorâneas, estão mais suscetíveis a problemas como corrosão e carbonatação. Esses fatores devem ser levados em conta na fase de diagnóstico para determinar a extensão do dano e as medidas corretivas adequadas.
O uso de tecnologias de engenharia diagnóstica tem revolucionado o processo de identificação das patologias. Vieira et al. (2023) ressaltam que técnicas não destrutivas, como ensaios ultrassônicos e termografia infravermelha, são ferramentas importantes para avaliar o estado da estrutura sem comprometer sua integridade. Essas tecnologias permitem detectar danos ocultos e mapear a extensão das patologias com maior precisão.
A identificação de patologias estruturais também deve considerar fatores relacionados ao projeto e execução da obra. Segundo De Sousa et al. (2021), erros no dimensionamento estrutural e falhas na execução podem gerar tensões indesejadas no concreto, resultando em fissuras e outros problemas. Isso reforça a importância de profissionais qualificados e do uso de normas técnicas durante todas as fases da construção.
Figura 2 – Fissura Geométrica.
Fonte: Dos Santos (2022)
Os materiais utilizados na construção desempenham um papel fundamental na manifestação das patologias. Da Silva et al. (2020) afirmam que a qualidade do concreto e das armaduras é determinante para a resistência das estruturas às ações externas. O uso de materiais inadequados ou fora das especificações pode acelerar o processo de degradação, comprometendo a durabilidade da edificação.
Outro fator relevante é o impacto das cargas na estrutura ao longo de sua vida útil. Da Silva Rodrigues et al. (2021) destacam que a falta de manutenção preventiva e o uso excessivo da estrutura podem intensificar os danos. Por exemplo, sobrecargas em lajes e pilares podem gerar deformações que, se não tratadas, levam ao colapso progressivo.
A localização geográfica e as condições climáticas também influenciam a ocorrência de patologias. Em regiões com variações extremas de temperatura, como citado por Lopes et al. (2020), é comum observar fissuras decorrentes da expansão e contração do concreto. Já em áreas úmidas, o risco de infiltração aumenta, favorecendo a formação de eflorescências e a corrosão.
A identificação e classificação das patologias estruturais também têm implicações econômicas significativas. Júnior et al. (2021) destacam que a detecção precoce dos problemas reduz os custos de reparo, evitando intervenções emergenciais mais caras e complexas. Além disso, garante a segurança dos usuários e prolonga a vida útil da edificação.
O estudo das patologias em concreto armado também é essencial para a sustentabilidade na engenharia civil. Jorge e Alvim (2024) sugerem que o reaproveitamento de materiais durante o reparo e a utilização de técnicas menos invasivas são práticas que contribuem para minimizar o impacto ambiental das intervenções.
A classificação precisa das patologias fornece uma base sólida para os métodos de reparo. Segundo De Sousa et al. (2021), cada patologia requer uma abordagem específica para ser resolvida de forma eficaz. Por exemplo, fissuras causadas por recalques demandam reforço estrutural, enquanto aquelas de origem térmica podem ser tratadas com selantes flexíveis.
Concluindo, a identificação e classificação das patologias estruturais em concreto são passos indispensáveis para a manutenção e reabilitação das edificações. Por meio do uso de tecnologias avançadas, mão de obra qualificada e materiais adequados, é possível garantir a durabilidade, segurança e sustentabilidade das estruturas. Estudos como os de Vieira et al. (2023) e Lopes et al. (2020) destacam a importância de uma abordagem integrada, unindo diagnóstico técnico e soluções práticas para enfrentar os desafios das patologias em concreto armado.
3. TÉCNICAS E MATERIAIS PARA REPARO E REFORÇO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO
O reparo e reforço de estruturas de concreto são processos indispensáveis para garantir a durabilidade, funcionalidade e segurança de edificações e infraestruturas. Essas intervenções tornam-se necessárias quando surgem patologias estruturais que comprometem a capacidade de suporte ou a estética da estrutura, sendo influenciadas por fatores como desgaste natural, erros de execução e condições ambientais agressivas. Segundo Júnior et al. (2021), a escolha das técnicas e materiais adequados depende da natureza do dano, do tipo de estrutura e das exigências de desempenho.
Uma das técnicas mais utilizadas no reparo de concreto é a injeção de resinas epóxi em fissuras estruturais. Essa abordagem visa restaurar a continuidade do material, melhorando sua capacidade de carga. Silva e Pedreiro (2024) ressaltam que essa técnica é particularmente eficaz em fissuras ativas, mas exige um diagnóstico preciso e execução rigorosa para evitar falhas futuras. Além disso, a aplicação de resinas deve considerar fatores como o ambiente e a profundidade das fissuras.
Outro método amplamente adotado é o revestimento com argamassas poliméricas, utilizado em casos de corrosão de armaduras. De Sousa et al. (2021) afirmam que esse tipo de argamassa oferece alta aderência e resistência química, sendo indicado para proteger a superfície do concreto contra agentes agressivos. Essa técnica é eficaz em estruturas expostas a ambientes marinhos ou industriais, onde a corrosão é um problema recorrente.
No contexto de reforço estrutural, o uso de fibras de carbono (CFRP) tem se destacado como uma solução inovadora e eficiente. Nascimento et al. (2019) apontam que essas fibras são leves, fáceis de aplicar e possuem alta resistência à tração, sendo ideais para reforçar vigas, pilares e lajes. A aplicação de CFRP é vantajosa em situações onde a ampliação da capacidade de carga é necessária sem aumentar significativamente o peso da estrutura.
Os materiais cimentícios com aditivos também são amplamente utilizados em reparos estruturais, devido à sua versatilidade e compatibilidade com o concreto original. Lopes et al. (2020) explicam que esses materiais podem ser aplicados em reparos superficiais ou profundos, dependendo da extensão do dano. Eles são frequentemente empregados para corrigir problemas como desagregação e perda de massa.
Além dos materiais, técnicas de reforço, como o encamisamento de elementos estruturais, são comuns em pilares e vigas comprometidos. Teixeira e Santos (2022) destacam que o encamisamento com concreto armado ou chapas de aço é uma solução eficaz para redistribuir cargas e aumentar a resistência estrutural. Contudo, essa técnica exige cuidado na integração do novo material com o existente.
O uso de grautes estruturais é outra solução eficaz para preencher vazios ou reforçar bases de apoio. Da Silva et al. (2020) ressaltam que esses materiais oferecem alta resistência mecânica e boa fluidez, permitindo seu uso em reparos de fundações ou apoio de equipamentos pesados. Eles também são empregados na recuperação de estruturas afetadas por recalques ou vibrações excessivas.
Uma abordagem complementar é a aplicação de revestimentos protetores, como pinturas acrílicas ou membranas impermeabilizantes, que criam uma barreira contra a penetração de água e agentes agressivos. Jorge e Alvim (2024) sugerem que esses revestimentos são essenciais para prolongar a vida útil de estruturas expostas a climas severos ou altas variações de temperatura.
A substituição parcial do concreto é uma técnica usada em casos de degradação severa. Freire et al. (2021) afirmam que, ao remover o material deteriorado e substituí-lo por concreto novo, é possível restaurar a capacidade de carga da estrutura. Esse método, embora eficaz, requer mão de obra qualificada e um planejamento detalhado para evitar incompatibilidades.
Em casos de patologias associadas à corrosão de armaduras, é comum o uso de anodos de sacrifício para proteção catódica. Júnior et al. (2021) explicam que esses dispositivos reduzem a corrosão eletroquímica, protegendo as armaduras de danos futuros. Essa técnica é especialmente relevante em estruturas localizadas em ambientes marinhos.
A técnica de pós-tensionamento é empregada em reforços de longo alcance, especialmente em pontes e viadutos. Saboia et al. (2024) ressaltam que essa abordagem consiste em aplicar tensões adicionais ao concreto armado, aumentando sua resistência à tração. Embora complexa, essa técnica é eficaz em situações que demandam alto desempenho estrutural.
Para a execução eficiente dos reparos e reforços, a engenharia diagnóstica desempenha um papel fundamental. Vieira et al. (2023) destacam que o uso de ensaios destrutivos e não destrutivos, como ultrassom e radiografia, é essencial para mapear os danos e orientar as intervenções de forma precisa. Esses diagnósticos permitem que os reparos sejam mais eficazes e duradouros.
Além da execução técnica, o uso de materiais sustentáveis no reparo e reforço de estruturas está em crescente destaque. Da Silva Rodrigues et al. (2021) sugerem que a incorporação de materiais reciclados ou com baixa pegada de carbono pode reduzir o impacto ambiental das intervenções, promovendo maior sustentabilidade no setor da construção civil.
Concluindo, as técnicas e materiais para reparo e reforço de estruturas de concreto são ferramentas indispensáveis para garantir a durabilidade e a funcionalidade das construções. A escolha do método mais adequado deve considerar as características específicas da patologia, o ambiente em que a estrutura está inserida e os recursos disponíveis. Por meio de estudos como os de Júnior et al. (2021) e Nascimento et al. (2019), a engenharia civil avança na busca por soluções mais seguras, econômicas e sustentáveis, beneficiando tanto a prática profissional quanto a pesquisa acadêmica.
4. IMPACTO DA PATOLOGIA ESTRUTURAL NA DURABILIDADE E SEGURANÇA DAS CONSTRUÇÕES
As patologias estruturais em concreto representam um dos principais desafios enfrentados pela engenharia civil, impactando diretamente a durabilidade e segurança das construções. Essas patologias, quando não identificadas e tratadas precocemente, podem comprometer a estabilidade das edificações, reduzir sua vida útil e aumentar os riscos de colapsos estruturais. Júnior et al. (2021) destacam que problemas como fissuras, corrosão de armaduras e infiltrações são comuns em estruturas de concreto e exigem atenção constante para evitar falhas críticas.
A durabilidade das estruturas de concreto é frequentemente reduzida pela presença de agentes externos agressivos, como a umidade e os cloretos, que aceleram processos de degradação. Lopes et al. (2020) apontam que a corrosão das armaduras é um dos fatores mais críticos nesse contexto, pois provoca a perda de massa metálica e o desplacamento do concreto, comprometendo a capacidade de carga da estrutura. Esse processo é amplificado em ambientes litorâneos, onde a exposição ao sal é constante.
Outro aspecto relevante é o impacto das fissuras no concreto. Silva e Pedreiro (2024) ressaltam que fissuras atuam como vias de entrada para agentes nocivos, facilitando a penetração de água e substâncias químicas que deterioram o material. Essas patologias podem surgir devido a falhas no projeto, execução inadequada ou sobrecarga estrutural, demandando diagnóstico preciso e intervenções oportunas.
A segurança das construções também é diretamente afetada pelas patologias estruturais. Freire et al. (2021) observam que manifestações patológicas em estruturas educacionais, por exemplo, não apenas ameaçam a integridade física do edifício, mas também colocam em risco a vida dos usuários. Isso reforça a importância de inspeções regulares e manutenção preventiva para garantir a funcionalidade e segurança das edificações.
A relação entre patologias estruturais e sustentabilidade na engenharia civil também merece destaque. Da Silva Rodrigues et al. (2021) argumentam que a falta de intervenções adequadas aumenta a necessidade de demolições e reconstruções, gerando maior impacto ambiental. Assim, o tratamento precoce das patologias é essencial para reduzir os custos e minimizar os resíduos provenientes de falhas estruturais.
As condições climáticas desempenham um papel significativo no surgimento de patologias. Vieira et al. (2023) apontam que regiões com grandes variações térmicas estão mais propensas a apresentar fissuras e outros danos causados pela dilatação e retração do concreto. Essas manifestações podem ser mitigadas por meio de projetos bem elaborados e materiais adequados.
As patologias estruturais em pontes e viadutos merecem atenção especial devido à sua importância na infraestrutura. Saboia et al. (2024) enfatizam que inspeções periódicas e reforços estruturais são indispensáveis para garantir a segurança e evitar interrupções no tráfego. Esses casos reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas à manutenção preventiva.
A identificação precoce das patologias é crucial para minimizar os impactos na segurança e durabilidade das construções. Júnior et al. (2021) destacam que tecnologias como termografia infravermelha e ensaios ultrassônicos têm sido cada vez mais utilizadas para detectar danos ocultos e mapear a extensão das patologias, permitindo intervenções mais precisas e eficazes.
No entanto, a negligência em relação à manutenção preventiva ainda é um problema recorrente. Jorge e Alvim (2024) relatam casos em que a ausência de inspeções regulares resultou em colapsos estruturais, ressaltando a importância de uma cultura de manutenção na engenharia civil. Essa abordagem preventiva reduz custos e melhora a segurança das edificações.
A sustentabilidade também está associada ao reparo adequado das patologias. Nascimento et al. (2019) sugerem que o uso de materiais reciclados e técnicas de baixo impacto ambiental pode contribuir para o desenvolvimento sustentável no setor da construção. Isso demonstra como a gestão eficiente das patologias também pode beneficiar o meio ambiente.
O uso de tecnologias avançadas têm transformado a abordagem ao tratamento das patologias estruturais. Teixeira e Santos (2022) destacam que a modelagem computacional e as análises em tempo real permitem simular cenários e prever falhas estruturais, aumentando a eficácia das intervenções. Essas inovações são fundamentais para melhorar a segurança das construções.
O impacto das patologias estruturais não se limita ao aspecto técnico, mas também envolve questões econômicas. Matos e Lima (2021) observam que reparos emergenciais são significativamente mais caros do que intervenções planejadas, reforçando a necessidade de um planejamento adequado na gestão de edificações.
A educação na engenharia civil desempenha um papel importante na preparação de profissionais para lidar com essas patologias. Carvalho Araújo e Araújo (2021) defendem que cursos de engenharia devem incluir disciplinas voltadas à patologia e recuperação estrutural, garantindo que futuros engenheiros estejam aptos a enfrentar os desafios associados.
Concluindo, as patologias estruturais têm um impacto significativo na durabilidade e segurança das construções. Estudos como os de Júnior et al. (2021) e Lopes et al. (2020) mostram que a identificação precoce, o uso de tecnologias avançadas e a adoção de práticas sustentáveis são essenciais para mitigar os efeitos dessas manifestações. A engenharia civil deve continuar a investir em pesquisa e desenvolvimento para aprimorar as técnicas de diagnóstico e tratamento, garantindo construções mais seguras e duradouras.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluir uma pesquisa sobre o impacto das patologias estruturais na durabilidade e segurança das construções reforça a complexidade e a importância desse tema para a engenharia civil. As patologias estruturais, como fissuras, corrosão de armaduras e desplacamentos, representam ameaças significativas à integridade das edificações e à segurança de seus usuários. A observação de casos reais e a análise de estudos indicam que a negligência na identificação e tratamento dessas manifestações pode acarretar riscos graves, custos elevados e até perdas humanas. Essa conclusão ressalta a necessidade de uma abordagem preventiva e de um diagnóstico eficiente no contexto da manutenção estrutural.
A relevância da manutenção preventiva ficou evidente ao longo da pesquisa. A ausência de inspeções regulares foi frequentemente associada ao agravamento das patologias e à necessidade de intervenções emergenciais mais custosas e invasivas. Estruturas como pontes, viadutos e edificações residenciais apresentam, com frequência, problemas relacionados a falhas de projeto, execução inadequada e fatores ambientais adversos. Com base nas observações, fica claro que o investimento em políticas de manutenção e inspeção regular não apenas prolonga a vida útil das construções, mas também garante maior segurança para os usuários.
Outro aspecto relevante observado é a relação entre as patologias estruturais e o impacto ambiental. A falta de manutenção adequada pode levar à necessidade de demolições e reconstruções, aumentando significativamente os resíduos gerados pela construção civil. Além disso, o uso de materiais sustentáveis e técnicas de baixo impacto ambiental foi identificado como uma solução promissora para reduzir os efeitos negativos no meio ambiente. Essa abordagem não apenas beneficia o setor da construção, mas também contribui para o desenvolvimento sustentável.
O uso de tecnologias avançadas, como modelagem computacional e ensaios não destrutivos, foi observado como um diferencial essencial para a identificação e o tratamento eficaz das patologias estruturais. Esses métodos permitem um mapeamento preciso dos danos e ajudam a planejar intervenções mais eficazes e menos invasivas. Observou-se que a adoção dessas tecnologias deve ser cada vez mais incentivada, tanto em grandes obras de infraestrutura quanto em edificações menores, devido ao seu potencial para reduzir custos e melhorar a segurança.
A pesquisa também destacou a importância da formação de profissionais qualificados para enfrentar os desafios associados às patologias estruturais. Disciplinas voltadas à patologia e recuperação estrutural são indispensáveis na formação de engenheiros civis, capacitando-os para realizar diagnósticos precisos e propor soluções sustentáveis e eficazes. Esse aspecto é essencial para o avanço da engenharia civil como uma área comprometida com a segurança, a funcionalidade e a sustentabilidade.
Em síntese, a pesquisa reforça que o impacto das patologias estruturais na durabilidade e segurança das construções é um tema de grande relevância técnica, econômica e ambiental. A combinação de práticas preventivas, uso de tecnologias avançadas e formação profissional robusta é indispensável para enfrentar esses desafios de forma eficaz. Assim, o setor da construção civil deve continuar a investir em inovação e em estratégias sustentáveis para garantir estruturas mais seguras, duradouras e alinhadas às demandas da sociedade contemporânea.
REFERÊNCIAS
CIVIL, Curso de Bacharelado em Engenharia; FERREIRA, Willian dos Santos. Análise crítica do projeto estrutural, por meio da modelagem computacional: estudo de caso.
DA SILVA, Luiz Alberto et al. Estudo sobre patologia estrutural em um reservatório de água de concreto armado. Revista Augustus, v. 25, n. 50, p. 66-80, 2020.
DA SILVA RODRIGUES, Ana Paula et al. Política de sustentabilidade universitária e o curso de engenharia civil da UTFPR. Revista Estudo & Debate, v. 28, n. 1, 2021.
DE CARVALHO ARAÚJO, Alexandre; ARAÚJO, Marcelo Gonçalves Domingos. Principais patologias em revestimentos cerâmicos em fachadas por inchamento da armadura. Epitaya E-books, v. 1, n. 1, p. 214-234, 2021.
DE MIRANDA, José Américo Torres et al. Estudo de caso: recuperação e reforço estrutural em edifício empresarial no meio urbano. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 7, p. 74509-74523, 2021.
DE SOUSA, José Levi Chaves et al. Patologias do concreto armado e seus métodos de restauração estrutural. Research, Society and Development, v. 10, n. 1, p. e53010112015-e53010112015, 2021.
FREIRE, Rogério José Belfort et al. Utilização da matriz Gut na análise de manifestações patológicas no prédio de uma Instituição de Ensino Superior em São Luís do Maranhão. 2021.
JORGE, Adimar Praxedes; ALVIM, Arthur Fernandes. Estudo de caso de patologia na engenharia civil. 2024.
JÚNIOR, Joaquim Júlio Almeida et al. Patologia em concreto armado e seus métodos de recuperação estrutural. Revista Científica Novas Configurações–Diálogos Plurais, v. 2, n. 1, p. 43-58, 2021.
LIMA JUNIOR, Edivaldo de. Patologia em estruturas de concreto armado: pesquisa de campo com análise e proposta de melhoria em estruturas de concreto armado na cidade de Sinop-MT. 2020.
LOPES, Francisco Luiz Campos et al. Análise quantitativa da perda de massa por oxidação em barras de aço carbono CA-50: uma proposta metodológica para a contextualização do estudo da corrosão em cursos de engenharia civil/IFS. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 5, p. 28561-28575, 2020.
MAGALHÃES, Hugo; BRIGAGÃO, Vitor Lobo. Inspeção estrutural e patológica de pontes de concreto armado na região de Anápolis/GO. 2021.
MALAQUIAS, Fabrícia Souza Miranda; COLARES, Rodrigo Silva; SALOMÃO, Pedro Emílio Amador. Perícia técnica em residência, localizada na cidade de Nova Módica–Minas Gerais: estudo de caso. Research, Society and Development, v. 8, n. 12, p. e048121382, 2019.
MATOS, Gladston Nogueira; DE LIMA, Giseli Barbosa. Patologia em revestimento de argamassa em residências unifamiliares provenientes dos efeitos da umidade. Abordagens da Engenharia Civil no Espaço Sergipano, p. 102.
NASCIMENTO, Daiana Aparecida do; GOMES, Emanuelle Valeriano; RIBEIRO, Ana Cristina Junqueira. Reabilitação de estruturas em concreto armado com a utilização de fibras. 2019.
SABOIA, Daniel Henrique Lima; DE PONTES, Manutenção e Inspeção; CATU, Ponte Sobre o Rio. Universidade de Fortaleza-UNIFOR Centro de Ciências Tecnológicas Curso de Graduação em Engenharia Civil.
SANTOS, Jadson Silva dos. Estado da arte sobre reforço e recuperação de estruturas de concreto armado. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso.
SILVA, Eduarda Ferreira; DE MATOS PEDREIRO, Marcelo Rodrigo. Patologia do concreto: fissuras. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 10, n. 10, p. 3679-3696, 2024.
TEIXEIRA, Daniel da Silva; SANTOS, Guilherme Matheus Carvalho dos. Estudo de caso das longarinas de aço do viaduto do BRT da DF 065 do Catetinho. 2022.
VIEIRA, Dalila Gonçalves et al. Engenharia diagnóstica por meio de perícia de engenharia civil: estudo e análise das fissuras, trincas, rachaduras e brechas das edificações do Bairro Monte Castelo em Contagem/MG. 2023.
1Graduando do Curso de Engenharia Civil da Universidade Paulista UNIP.
Instituição: Universidade Paulista UNIP.
Endereço: Av. Mário Ypiranga,4390-Parque 10 de Novembro, Manaus – AM,69050-030
E-mail: eng_gutierrez@outlook.com.
2Orientadora. Lucina da Silva Reis
E-mail: Luciana.reis@docente.unip.br