REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202411301222
Adrielly da Silva Rosa Ramos1;
Igor Santos Bento2;
Erlayne Camapum Brandão3
RESUMO
A assistência de urgência e emergência intra-hospitalar tem fundamental importância para o atendimento das necessidades e demandas de saúde da população que busca o setor como principal porta de entrada em busca de agilidade e resolutividade. Assim, este estudo buscou compreender a importância da assistência da equipe de enfermagem no setor de urgência e emergência e sua importância. Para isto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, de caráter qualitativo, a partir de uma revisão narrativa de literatura, com uso de artigos publicados entre 2015 e 2024 nos bancos de dados dos portais Scientific Electronic Library Online (SciELO) e o Google Acadêmico. Constatou-se que a equipe de enfermagem tem papel de extrema importância na assistência desenvolvida no setor de urgência e emergência de instituições hospitalares, na medida em que os profissionais são responsáveis por um conjunto de ações indispensáveis a capacidade da oferta de cuidados, pois além de promover o acolhimento visando a ampliação do acesso aos serviços de saúde dos usuários que buscam por atendimento emergencial, realizam processos de triagem e classificação de risco em prol do estabelecimento de prioridades assistenciais para preservação de um maior número de vidas e redução de agravos e complicações em saúde. Além disto, a equipe também atua diretamente na execução de ações de gestão visando o controle e gerenciamento de recursos financeiros, materiais e humanos a fim de garantir a efetividade, qualidade e sobretudo, capacidade de oferta de assistência humanizada e resolutiva ao público.
Palavras-chave: Emergência, Equipe de Enfermagem, Humanização da Assistência, Urgência, Classificação de Risco.
ABSTRACT
In-hospital urgent and emergency care is of fundamental importance in meeting the health needs and demands of the population that seeks the sector as the main gateway in search of agility and resolution. Thus, this study sought to understand the importance of assistance from the nursing team in the urgency and emergency sector and its importance. For this, a qualitative bibliographical research was carried out, based on a narrative literature review, using articles published between 2015 and 2024 in the databases of the Scientific Electronic Library Online (SciELO) and Google Scholar portals. It was found that the nursing team plays an extremely important role in the assistance provided in the urgency and emergency sector of hospital institutions, as professionals are responsible for a set of actions that are essential to the capacity to offer care, as in addition to promote reception aimed at expanding access to health services for users seeking emergency care, carry out screening and risk classification processes in favor of establishing care priorities to preserve a greater number of lives and reduce injuries and complications in health. In addition, the team also works directly in the execution of management actions aimed at controlling and managing financial, material and human resources in order to guarantee effectiveness, quality and, above all, the ability to offer humanized and resolute assistance to the public.
Keywords: Emergency, Nursing Team, Humanization of Care, Urgency, Risk Classification.
INTRODUÇÃO
A assistência de enfermagem desenvolvida no setor de urgência e emergência é indispensável na oferta de atendimento ágil e resolutivo para pacientes que buscam por cuidados imediatos, tornando o setor uma das principais portas de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS). Desta forma, destaca-se sua relevância em instituições hospitalares, assim como de profissionais habilidosos e dinâmicos para um adequado processo de organização e funcionamento da unidade (Jesus; Balsanelli, 2023).
É relativamente comum que os pacientes enfrentem situações adversas durante a busca por atendimento emergencial, tendo em vista a existência de barreiras estruturais que impactam negativamente a qualidade da assistência ofertada, e que ainda, dificultam o trabalho da equipe de enfermagem atuante em tais organizações. Com isto, a própria atividade de cuidado acaba sendo prejudicada, gerando consequências muitas vezes irreparáveis no tratamento em saúde (Sousa et al., 2019).
Nesta perspectiva, Cardoso et al. (2016) detalham o setor de urgência e emergência como o local de referência do público em geral para tratamento de qualquer tipo de caso emergencial por natureza, sendo comumente a unidade mais procurada por conta da agilidade e resolutividade no atendimento em saúde. Além disto, destaca-se que a assistência tem como base o tratamento da doença ou causa, assim como a busca pela cura e reestabelecimento da saúde do indivíduo, e não na realização de ações voltadas à prevenção.
Descreve-se o setor de urgência e emergência justamente como a principal porta de entrada para pacientes que buscam por tratamento em saúde de forma imediata por motivos diversos, seja em virtude de um acidente doméstico, ferimento causado por terceiros, ou ainda em virtude de danos e agravos a sua saúde decorrentes da falta de autocuidado. Todavia, a capacidade de assistência ofertada no referido setor depende diretamente de adequados processos de organização e planejamento, indispensáveis na garantia de uma assistência efetiva, resolutiva e também humanizada (Feijó et al., 2015).
Nota-se que a oferta de assistência integral, resolutiva e humanizada no setor de urgência e emergência, especialmente desenvolvida por uma atuação eficaz da equipe de enfermagem é fundamental para a manutenção elevada da qualidade dos serviços assistenciais e da capacidade de atendimento das demandas de saúde na unidade. Sendo assim, a equipe possui papel imprescindível na agilidade, qualidade e resolutividade assistencial, sendo extremamente relevante para o atendimento em saúde de pacientes que buscam por assistência imediata (Tofani et al., 2022).
Deste modo, apontar a importância do preparo profissional para o desenvolvimento de tal modalidade assistencial, tendo em vista que no referido setor, o desenvolvimento de ações de organização e planejamento, assim como de triagem e classificação de risco, são fundamentais para o estabelecimento de prioridades de atendimento e preservação da saúde do maior número de indivíduos possíveis. Nesse sentido, é fundamental que o enfermeiro seja capaz de promover todas essas ações com base no seu conhecimento prévio e preparo profissional, visando a efetivação de uma assistência eficiente e humanizada (Ferreira; Balsanelli; Santos, 2023).
Neste sentido, cabe apontar também a relevância da capacitação profissional para o desenvolvimento de ações de organização e planejamento como de triagem e classificação de risco, são fundamentais para o estabelecimento de prioridades de atendimento e preservação de vidas e saúde do maior número de indivíduos possíveis. Neste sentido, é fundamental que o enfermeiro seja capaz de promover todas essas ações com base no seu conhecimento prévio de protocolos já estabelecidos como o Manchester, assim como pelo seu preparo técnico, visando a efetivação de uma assistência eficiente e resolutiva.
O estudo demonstra sua relevância à comunidade científica ao permitir uma análise minuciosa dos serviços prestados no setor de urgência e emergência e sua importância, assim como do papel da equipe de enfermagem neste contexto, possibilitando ainda uma avaliação aprofundada da assistência ofertada em tais locais a fim de identificar possíveis pontos de melhoria em prol da evolução constante da qualidade e resolutividade assistencial. Nesta perspectiva, ressalta-se ainda a importância do preparo técnico e profissional dos membros da equipe de enfermagem atuantes em tais setores, considerando não apenas a complexidade de atuação no setor, mas também o nível de vulnerabilidade no qual os pacientes que buscam por atendimento se encontram e a relevância de maior eficiência e humanização no atendimento em saúde.
Logo, buscou-se responder o seguinte problema de pesquisa: Qual a importância da assistência da equipe de enfermagem no setor de urgência e emergência intra-hospitalar?
Estabeleceu-se como objetivo geral compreender a importância da assistência da equipe de enfermagem no setor de urgência e emergência intra-hospitalar. Também foram estabelecidos como objetivos específicos: descrever o atendimento de urgência e emergência e a relevância do processo de classificação de risco, além de entender o papel da equipe de enfermagem na assistência humanizada no setor de urgência e emergência.
MATERIAIS E MÉTODOS
Realizou-se uma pesquisa bibliográfica, de caráter qualitativo, a partir de uma revisão narrativa de literatura.
Desta maneira, foram utilizados 30 artigos de um universo de 76 obras inicialmente selecionadas que exploraram o tema, cujos critérios de inclusão foram: período de publicação entre 2015 e 2024, em português, gratuitos e completos. Já os critérios de exclusão, consistiram em: outros materiais, artigos fora do período pré-estabelecido, em língua estrangeira, pagos e incompletos.
Como principais bancos de dados para procura por obras, foram usados os portais Scientific Electronic Library Online (SciELO) e o Google Acadêmico. Já para o processo de busca e seleção de obras, foram adotadas as seguintes palavras-chave, segundo estabelecido pelos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS/MeSH): Emergência, Equipe de Enfermagem, Humanização da Assistência, Urgência, Classificação de Risco.
Por fim, visando o alcance dos resultados em cada uma das buscas, a quantidade inicial de estudos foi delimitada por meio da observação dos títulos e resumos das obras encontradas, sendo descartados aqueles que não demonstraram relação direta com a temática. Em seguida, desenvolveu-se três quadros distintos com os seguintes atributos: autores e ano de publicação das obras; título; metodologia ou tipo de pesquisa; assim como principais resultados e conclusões.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados do estudo foram separados em três quadros distintos, onde cada um corresponde ao objetivo geral e objetivos específicos anteriormente delimitados.
Quanto a importância da assistência da equipe de enfermagem no setor de urgência e emergência intra-hospitalar, foram selecionados 10 (dez) artigos de um total de 25 para composição do presente tópico e texto de discussão, conforme detalhado no Quadro 1.
Quadro 1: Importância da equipe de enfermagem no setor de urgência e emergência intra-hospitalar
| AUTOR/ANO | TÍTULO DO ARTIGO | METODOLOGIA | IMPACTO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA EQUIPE |
| RABELO, Simone Kroll et al., 2020. | Processo de trabalho do enfermeiro em um serviço hospitalar de emergência. | Pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva. | O trabalho da equipe de enfermagem no setor de urgência e emergência se caracteriza pelas peculiaridades do cenário assistencial, com centralização no gerenciamento do cuidado em prol de um cuidado de qualidade e segurança aos pacientes, desenvolvendo ações fundamentais na assistência em saúde. |
| SANTANA, Lucas Fagundes et al., 2021. | Atuação do enfermeiro na urgência e emergência: revisão integrativa de literatura. | Revisão integrativa de literatura. | A equipe de enfermagem tem fundamental importância no desenvolvimento da assistência em saúde realizada no setor de urgência e emergência de instituições hospitalares, executando tarefas como aspiração, punção arterial, cuidados de maior complexidade, realização de curativos, além de atuar na parte administrativa através do gerenciamento, distribuição e dimensionamento de pessoal, organização de fluxo e cumprimento de normas. |
| FERREIRA, Kemilys Marine; BALSANELLI, Alexandre Pazetto; SANTEOS, José Luis Guedes, 2023. | Competências profissionais dos enfermeiros de unidades de urgência e emergência: estudo de método misto. | Estudo sequencial explanatório. | Apesar de altos níveis de competência identificados na equipe de enfermagem atuantes no setor de urgência e emergência, o fortalecimento de estratégias educacionais favorece o desenvolvimento e o reconhecimento profissional. |
| JESUS, Jucinei Araújo; BALSANELLI, Alexandre Pazetto, 2023. | Relação das competências profissionais do enfermeiro em emergência com o produto do cuidar em enfermagem. | Estudo transversal. | Existe relação direta entre as competência e habilidades da equipe de enfermagem no cuidado no ambiente de urgência e emergência, sendo fundamental o seu desenvolvimento, manutenção e aperfeiçoamento. |
| SANTOS, José Luís Guedes et al., 2016. | Estratégias utilizadas pelos enfermeiros para promover o trabalho em equipe em um serviço de emergência. | Pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso. | A assistência desenvolvida pela equipe de enfermagem se destaca pela capacidade de seus membros de promoverem conexões entre si e mediação de conflitos internos existentes durante a oferta de cuidados, favorecendo consequentemente a elevação da qualidade e efetividade da prática assistencial. |
| LUCHTEMBERG, Marilen Nonnemacher; PIRES, Denise Elvira Pires, 2016. | Enfermeiros do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência: perfil e atividades desenvolvidas. | Estudo exploratório e descritivo. | As ações de cuidado são o foco principal das atividades da equipe de enfermagem em urgência e emergência, onde destaca-se a importância de seus membros para o exercício do cuidado imediato de pacientes que buscam por assistência emergencial em saúde, com base no uso de ferramentas e estratégias que possibilitam uma melhor sistematização e organização das práticas de cuidado, visando a promoção de maior agilidade e efetividade na prática assistencial cotidiana. |
| ALTERBERND, Bibiana; MACEDO, Mônica Kother | Rigor e sensibilidade: singulares demandas do cuidado em enfermagem no contexto de urgência e emergência. | Estudo interpretativo. | A equipe de enfermagem é indispensável no desenvolvimento do processo de acolhimento e atenção em saúde no âmbito emergencial, tendo em vista sua capacidade de implementação de condições necessárias a tal modalidade de cuidado. Conclui-se ser imprescindível, a fim de que ocorra o acolhimento à singularidade do profissional, uma efetiva implementação de condições implícitas à mutualidade do cuidado. |
| CUNHA, Viviane Pecini et al., 2019. | Atendimento a pacientes em situação de urgência: do serviço pré-hospitalar móvel ao serviço hospitalar de emergência. | Estudo de caso de abordagem qualitativa. | O acolhimento ao paciente em situação de urgência é iniciado com o acionamento do serviço de atendimento pré-hospitalar móvel, mas a continuidade deste atendimento ocorre no ambiente hospitalar por meio do acolhimento da equipe de enfermagem e realização dos cuidados necessários, conforme a gravidade do quadro clínico dos pacientes. |
| SILVA, Laurice Aguiar dos Santos et al., 2019. | Atuação da enfermagem em urgência e emergência. | Estudo de revisão bibliográfica. | É de suma importância que a equipe de enfermagem atuante na área do setor de urgência e emergência se qualifique, visando a construção de um setor mais humanizado e com maior qualidade, pois os ambientes laborais impõem um esforço fora do comum para tais profissionais. |
| SOUZA, P.R.; CHAGAS, H.O., 2018. | O papel do enfermeiro no atendimento de urgência e emergência: uma revisão de literatura. | Estudo descritivo e exploratório. | É de suma importância que a equipe de enfermagem tenha consciência do seu papel na prestação de um cuidado de qualidade e integral aos pacientes em urgência e emergência, compreendendo tanto a assistência e gestão do serviço, como as estratégias de prevenção de acidentes com material biológico. |
Segundo Rabelo et al. (2020), o setor de urgência e emergência de uma instituição hospitalar constitui uma das principais portas de entrada da população que busca por assistência em saúde de forma imediata. Assim, em virtude da crescente e contínua demanda existente no setor, nota-se a relevância da equipe de enfermagem, tendo em vista as particularidades e necessidade de gerenciamento das ações de cuidado desenvolvidas no setor, garantindo maior qualidade e segurança.
Deste modo, os membros da equipe de enfermagem possuem fundamental importância no desenvolvimento da assistência em saúde realizada no setor de urgência e emergência intra-hospitalar, já que são responsáveis por diversas ações imprescindíveis ao cuidado cotidiano como punção arterial, aspiração, cuidados de maior complexidade, realização de curativos diversos, bem como também atuam na organização administrativa do setor através do gerenciamento, distribuição e dimensionamento de pessoal, organização de fluxo e cumprimento de normas. (Santana et al., 2021).
Estudos de Ferreira, Balsanelli e Santos (2023) apontam que a equipe de enfermagem exerce impacto significativo na qualidade assistencial através do desenvolvimento de competências e habilidades específicas, que por sua vez, são estimuladas por meio de estratégias educacionais voltadas ao aprimoramento permanente, em prol da construção de conhecimento teórico e consolidação de experiência prática para melhor efetividade nas ações de cuidado.
Ademais, Jesus e Balsanelli (2023) também corroboram que as competências e habilidades da equipe de enfermagem contribuem diretamente para o aumento de sua importância no atendimento de urgência e emergência, uma vez que favorecem a melhora da capacidade de cuidado e gerenciamento de ações necessárias no setor. Desta maneira, apontam que a importância da equipe decorre de sua capacidade e aptidão ao exercício das ações assistenciais necessárias, uma vez que a dinamicidade do setor exige uma atuação efetiva, resolutiva e integrada entre todos os membros.
Desta forma, a atuação da equipe de enfermagem em urgência e emergência se destaca por meio de sua capacidade no estabelecimento de conexões com outras categorias de profissionais de saúde, facilitando a mediação de relações e promovendo o encaminhamento a outras especialidades visando a melhor prática assistencial. Assim, promove-se a melhora da efetividade e capacidade de resolução de demandas por meio da atuação em conjunto e promoção de assistência especializada (Santos et al., 2016).
Por isto, destaca-se que a importância da equipe de enfermagem no atendimento emergencial decorre diretamente de sua aptidão ao exercício do cuidado imediato de pacientes que buscam por assistência imediata, sendo ainda fundamental o estímulo ao uso de ferramentas e estratégias que possibilitem uma melhor sistematização e organização das práticas de cuidado, visando a promoção de maior agilidade e efetividade na prática assistencial cotidiana (Luchtemberg; Pires, 2016).
Altenbernd e Macedo (2020) descrevem que a equipe de enfermagem é indispensável no desenvolvimento do processo de acolhimento e atenção em saúde no âmbito emergencial, tendo em vista sua capacidade de implementação de condições necessárias a tal modalidade de cuidado. Ademais, também destacam a importância da qualificação técnica para um impacto significativo na assistência, uma vez que o desenvolvimento de competências específicas é primordial à manutenção e promoção da qualidade assistencial.
Diante disto, aponta-se que embora o atendimento emergencial muitas vezes se inicie fora do ambiente hospitalar, a equipe de enfermagem é fundamental no recebimento do paciente no referido setor, garantindo a continuidade do processo assistencial e encaminhamento para a especialidade médica adequada visando o atendimento das necessidades em saúde do paciente, visando a preservação de sua vida e garantia da promoção de seu bem-estar e recuperação em saúde (Cunha et al., 2019).
Neste sentido, evidencia-se que uma das principais funções da equipe de enfermagem no setor de urgência e emergência reside na oferta de atenção voltada à manutenção e promoção das principais funções vitais do paciente que busca por cuidados, objetivando sempre a proteção de sua vida. Desta forma, nota-se como a atuação dos profissionais de saúde é de suma relevância no cuidado ofertado em um primeiro momento, tendo em vista que diversas vezes promovem práticas assistenciais voltadas a indivíduos em estado grave e que, por sua vez, necessitam de intervenção rápida e eficiente para preservação de sua saúde e de sua própria vida (Silva et al., 2019).
Nota-se a relevância da equipe de enfermagem em urgência e emergência e o impacto significativo na efetividade assistencial, uma vez que são responsáveis pela execução de cuidados diretos e ações como a classificação de risco, na busca pela promoção do melhor fluxo de atendimento aos pacientes que buscam por atendimento, garantindo assistência conforme sua gravidade clínica (Souza; Chagas, 2018).
Quanto ao atendimento de urgência e emergência e a relevância do processo de classificação de risco, também foram selecionados 10 (dez) artigos de um total de 22 para composição do presente tópico e texto de discussão, conforme detalhado no Quadro 2.
Quadro 2: Atendimento de urgência e emergência e a relevância do processo de classificação de risco
| AUTOR/ANO | TÍTULO DO ARTIGO | METODOLOGIA | RELEVÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO |
| SAMPAIO, Raiane Antunes et al., 2022. | Desafios no acolhimento com classificação de risco sob a ótica dos enfermeiros | Pesquisa qualitativa e analítica. | Destacou-se a relevância da organização do fluxo de atendimento por meio do desenvolvimento de processos como triagem e classificação de risco em prol da preservação de vidas dos usuários e redução de agravos pela ineficiência assistencial. |
| TOFANI, Luis Fernando Nogueira et al., 2022. | A rede de atenção às urgências e emergência em cena: contingências e produção de cuidado. | Estudo de caso de caráter qualitativo. | A atuação eficiente no setor de urgência emergência é fundamental para garantir o acesso à saúde de pacientes que buscam por atendimento emergencial, mas o crescimento contínuo da demanda exige melhor nível de organização do fluxo de atendimento para uma melhor assistência. |
| SACOMAN, Thiago Marchi et al., 2019. | Implantação do sistema de classificação de risco Manchester em uma rede municipal de urgência. | Pesquisa descritiva e exploratória. | Os serviços de urgência e emergência são de fundamental importância no cuidado em saúde moderno, sendo que o aprimoramento da classificação de risco é fundamental para a gestão do cuidado em tais setores, garantindo maior eficácia no atendimento ao público. |
| MARCONATO, Rafael Silva; MONTEIRO, Maria Ines, 2017. | Prioridades da classificação de risco em uma unidade de emergência e desfecho do atendimento. | Estudo observacional epidemiológico. | O planejamento e sistematização do cuidado em urgência e emergência são fundamentais para uma melhor assistência em saúde, favorecendo o ganho de qualidade no cuidado por meio do uso de protocolos de classificação de risco. |
| OLIVEIRA, João Lucas Campos et al., 2017. | Acolhimento com classificação de risco: percepções de usuários de uma unidade de pronto atendimento | Estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa. | O acolhimento com classificação de risco decorre da relevância do estabelecimento de prioridades e organização da assistência no setor de urgência e emergência, visando diminuir a insatisfação e insegurança dos pacientes. |
| CAMARA, Rhamaia Ferreira et al., 2015. | O papel do enfermeiro no processo de classificação de risco na urgência: uma revisão. | Pesquisa bibliográfica com revisão de literatura. | O aumento da demanda do atendimento nos setores de urgência e emergência faz com que o acolhimento e classificação de risco sejam indispensáveis para promoção e estruturação da assistência, sendo o enfermeiro peça fundamental para seu funcionamento. |
| HERMIDA, Patrícia Madalena Vieira et al., 2018. | Acolhimento com classificação de risco em unidade de pronto atendimento: estudo avaliativo. | Estudo avaliativo, descritivo e quantitativo. | A classificação de risco constitui uma alternativa primordial para a organização do fluxo de atendimento com base na identificação do nível de prioridade de atendimento em saúde aos pacientes, sendo que sua precarização ou ineficácia pode resultar em menor satisfação dos pacientes e maior risco de óbitos. |
| GOUVEIA, Mariana Tomé et al., 2019. | Análise do acolhimento com classificação de risco em unidades de pronto-atendimento. | Estudo transversal e quantitativo. | A triagem ou classificação de risco deve ser entendida como um método voltado a identificação, priorização e distribuição de pacientes para serem tratados conforme grau de risco e necessidades, e não pela ordem de chega no setor de urgência e emergência. |
| COSTA, Ariane Beatriz et al., 2018. | Percepção dos enfermeiros sobre o acolhimento e classificação de risco na Atenção Primária à Saúde | Estudo descritivo com abordagem qualitativa. | A classificação de risco constitui uma ferramenta que permite um melhor processo de atenção em saúde ao usuário, fornecendo informações importantes ao enfermeiro quanto ao tempo que pode aguardar por atendimento. |
| PEREIRA, Kely Cristina; FERREIRA, Wellington Fernando da Silva, 2020. | Classificação de riscos no atendimento de urgência e emergência: contribuição do enfermeiro. | Pesquisa bibliográfica com revisão narrativa. | O gerenciamento de ações por meio de uma triagem estruturada permite um adequado processo de avaliação e classificação de risco em urgência e emergência, reduzindo as chances de complicações e desfechos indesejados, além de favorecer a satisfação dos pacientes com o cuidado. |
O setor de urgência e emergência de uma instituição hospitalar constitui uma das principais portas de entrada para o paciente que busca por atendimento imediato, sendo também o local no qual ocorre a organização do fluxo de atendimento de indivíduos através da priorização de assistência conforme o potencial de risco de vida do usuário, com base no agravo a sua saúde, nível de sofrimento e respectiva classificação de risco estabelecida no processo de triagem (Sampaio et al., 2022).
Para Tofani et al. (2022), é justamente por meio de uma atuação eficiente do setor de urgência e emergência que pacientes que buscam por assistência em saúde conseguem uma porta de entrada para o sistema público ou privado de atendimento. Entretanto, aponta-se que o número de pacientes que buscam pelo setor cresce continuamente, resultando em um processo de superlotação e ineficiência de atendimento caso não haja um plano sólido de organização do serviço assistencial.
Nesta perspectiva, Sacoman et al. (2019) destacam que em virtude de sua relevância e a contínua evolução da assistência em saúde contemporânea, atualmente, a maior parte dos serviços de urgência e emergência é pautada por um atendimento eficaz e humanizado, estabelecido por meio de um adequado processo de triagem que favorece a facilidade ao acesso, bem como o desenvolvimento de ações como consultas médicas não agendadas, realização rápida de exames para fins de diagnóstico, visando estimular o usuário a definir o próprio plano de cuidado.
Com isto, ressalta-se como o planejamento e sistematização do cuidado desenvolvido no setor são indispensáveis para melhor atendimento de todo o público que procura por assistência em saúde, visando evitar a iniquidade para usuários com maior nível de risco clínico, bem como a interferência direta em eventos adversos e deterioração de condições de trabalho, prejudicando significativamente a própria qualidade do cuidado ofertado (Marconato; Monteiro, 2017).
Portanto, o processo de classificação de risco no atendimento de enfermagem no setor de urgência e emergência surge em decorrência da importância do estabelecimento de prioridades e organização assistencial no local, tendo em vista que com o acolhimento de um número elevado de pacientes, com quadros clínicos e de gravidades distintos, o estabelecimento de um modelo eficaz na preservação da vida e atendimento das necessidades em saúde de tais usuários é fundamental para a manutenção da qualidade e integralidade da assistência (Oliveira et al., 2017).
Camara et al. (2015) afirmam que em virtude do aumento continuado pela busca por atendimento, foram desenvolvidos protocolos especiais de atenção para uma melhor organização e atendimento, tais como como o Protocolo de Acolhimento e Classificação de Risco (PACR), que tem como intuito a promoção de melhor estruturação e oferta de celeridade durante o cuidado em urgência e emergência, com base na triagem da gravidade e necessidade de cada indivíduo.
A classificação de risco surge como uma alternativa para organizar o fluxo de atendimento com base na identificação rápida de usuários que apresentam risco de morte, perdas funcionais e orgânicas, para garantir acesso imediato aos recursos de saúde necessários a redução dos danos à sua saúde e preservação de sua vida. Desta maneira, a classificação de risco pode ser entendida como uma estratégia clínica e organizacional voltada a redução dos danos e riscos decorrentes de assimetrias na assistência emergencial, através da priorização do atendimento de pacientes com maior nível de risco ou gravidade, em ordem decrescente, fazendo com que aqueles que possam esperar por atendimento, sem maiores riscos, permaneçam sob espera. (Hermida et al., 2018).
Também conhecido como processo de triagem, a classificação se trata de uma metodologia dinâmica de identificação, priorização e distribuição de pacientes para os respectivos serviços assistenciais especializados, mais adequados ao tratamento de suas necessidades e em tempo oportuno. Deste modo, sua realização ocorre com base em critérios previamente definidos, de acordo com o uso de sistema de classificação por cores para definição de prioridades de atendimento, conforme os agravos à saúde, potencial risco e nível de sofrimento, sendo a cor vermelha indicando emergência, amarelo urgência, verde pouca urgência e azul sem urgência (Gouveia et al., 2019).
Para Costa et al. (2018), a classificação de risco pode ser descrita como uma ferramenta que além de permitir a atenção imediata ao usuário com nível elevado de risco, fornece também dados e informações aos usuários acerca de sua condição de saúde e tempo estimado de espera, promovendo o alinhamento de expectativas e favorecendo a promoção do trabalho em equipe, além de condições de trabalho dos profissionais de saúde por meio do debate da implementação do cuidado horizontalizado.
Diante disto, é notável que o desenvolvimento de uma triagem estruturada facilita a realização de ações de avaliação e classificação de risco no setor de urgência e emergência, e em conjunto com práticas humanizadas de acolhimento pela equipe de enfermagem, reduz práticas de exclusão de indivíduos que comumente se encontram em situação de vulnerabilidade, assim como promove uma maior satisfação dos pacientes em relação a assistência recebida (Pereira; Ferreira, 2020).
Por último, quanto ao papel da equipe de enfermagem no desenvolvimento da assistência humanizada no setor de urgência e emergência, foram selecionados mais 10 (dez) artigos de um total de 29 obras restantes para composição do presente tópico e texto de discussão, conforme detalhado no Quadro 3.
Quadro 3: Papel da equipe de enfermagem na assistência humanizada em urgência e emergência
| AUTOR/ANO | TÍTULO DO ARTIGO | METODOLOGIA | IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA HUMANIZADA |
| SOUSA, Kayo Henrique Jardel Feitosa et al., 2019. | Humanização nos serviços de urgência e emergência: contribuições para o cuidado de enfermagem. | Revisão integrativa de literatura. | O acolhimento com classificação de risco constitui uma das principais formas para um melhor processo de humanização no atendimento em saúde, existindo ainda barreiras para sua efetivação relacionadas à organização das redes de atenção à saúde, problemas estruturais e ao trabalho multidisciplinar. |
| SOUZA, P.R.; CHAGAS, H.O., 2018. | O papel do enfermeiro no atendimento de urgência e emergência: uma revisão de literatura. | Pesquisa bibliográfica, descritiva e exploratória por meio de revisão de literatura. | A equipe de enfermagem desenvolve papel de extrema importância no cuidado humanizado desenvolvido no setor de urgência e emergência, sendo importante que tais indivíduos tenham consciência de seu papel na qualidade e integralidade da assistência ofertada. |
| SILVA, Ricardo Augusto do Nascimento; CRUZ, Danielle Marrquesi; SILVA, Maria Aparecida Xavier Moreira, 2023. | Atendimento humanizado em urgência e emergência. | Revisão integrativa de literatura. | O profissional de enfermagem atuante no atendimento emergencial possui papel crucial para a garantia de práticas assistenciais pautadas no acolhimento, preservação da integridade, respeito e dignidade humana, exigindo de tais indivíduos maior nível de sensibilidade e empatia para o desenvolvimento da prática assistencial. |
| ROCHA, Izabel Cruz et al., 2021. | Atuação do enfermeiro diante do atendimento humanizado nos serviços de urgência e emergência: os desafios para a implementação. | Revisão integrativa de literatura. | O papel da humanização no setor de urgência e emergência exige, para sua devida implementação, a exteriorização do conhecimento teórico na experiência prática, sendo importante que os profissionais de enfermagem busquem constantemente por aprimoramento e capacitação, através da realização de treinamentos e exercícios cotidianos visando o aumento da efetividade e qualidade da assistência. |
| SILVA, Patrícia Eduarda Santana et al., 2024. | Papel do enfermeiro na unidade de pronto atendimento: uma revisão de literatura. | Pesquisa exploratória e descritiva, realizada por meio de pesquisa bibliográfica e revisão de literatura. | O enfermeiro é o profissional da equipe de saúde atuante no atendimento emergencial mais imprescindível para atuação no desenvolvimento do acolhimento com classificação de risco, possuindo relevante papel na organização do fluxo e capacidade de atendimento do usuário. |
| SILVA JUNIOR, Milton Domingues et al., 2021. | Humanização em grande emergência: o enfermeiro evidenciando suas práticas na qualidade assistencial. | Estudo descritivo e exploratório. | O entendimento sobre a humanização e políticas públicas voltadas para tal finalidade constituem requisitos fundamentais para a criação de estratégias e ações capazes de promover ao acolhimento através do trabalho em equipe, visando garantir a qualidade e efetividade de um processo assistencial humanizado. |
| LIMA, Natália Eugenia de Miranda et al., 2023. | Enfermagem e a humanização na emergência: uma pesquisa bibliográfica. | Pesquisa bibliográfica. | O enfermeiro desempenha papel fundamental não apenas no desenvolvimento da assistência em saúde e classificação de risco, mas também, na orientação de pacientes e familiares quanto a importância do autocuidado e continuidade do tratamento em âmbito particular, garantindo maior nível de compreensão, entendimento das necessidades e ensino de ações complementares visando uma melhor recuperação e garantindo maior nível de eficiência, respeito e humanização na assistência em saúde. |
| PERBONI, Jéssica Siqueira; SILVA, Renata Cunha; OLIVEIRA, Stefanie Griebeler, 2019. | A humanização do cuidado na emergência na perspectiva de enfermeiros: enfoque no paciente politraumatizado. | Pesquisa de campo com abordagem qualitativa. | O estabelecimento de maior nível de humanização no processo assistencial desenvolvido por enfermeiros requer um adequado estabelecimento de prioridades e enfrentamento de desafios inerentes ao cuidado no ambiente emergencial, destacando a relevância do desenvolvimento de competências e habilidades para o exercício desse papel. |
| RIBEIRO, Riviane Lobo; BATISTA, Aliny Gonçalves, 2021. | A humanização no atendimento e na assistência de enfermagem em unidades de urgência e emergência. | Pesquisa qualitativa de revisão bibliográfica. | Mesmo em meio diversos obstáculos e dificuldades, o estabelecimento da humanização e acolhimento efetivos no atendimento em saúde emergencial requer do profissional de enfermagem um elevado nível de aptidão e esforço, possuindo ainda grande relevância para o estabelecimento de uma assistência de qualidade, digna e pautada pelo respeito ao ser humano. |
| PEREIRA, Sindy Roberta et al., 2020. | A ciência do cuidado e a humanização em urgência e emergência. | Revisão integrativa de literatura. | É papel do enfermeiro ser capaz de promover o enfrentamento das barreiras inerentes ao cuidado de enfermagem desenvolvido no ambiente de urgência e emergência, visando o estabelecimento de maior nível de respeito, ética e valores durante sua prática profissional. |
A equipe de enfermagem tem papel fundamental no estabelecimento de ações voltadas a um maior nível de humanização no atendimento de urgência e emergência, favorecendo a consolidação de uma assistência mais integral, resolutiva e efetiva no atendimento das necessidades em saúde apresentadas pelos pacientes. Além disto, destaca-se a importância da superação de barreiras que dificultam tal processo, tais como problemas estruturais e acúmulo de funções (Sousa et al., 2019).
Para Souza e Chagas (2018), a equipe de enfermagem tem papel fundamental no desenvolvimento da assistência humanizada no setor de urgência e emergência, sendo importante que os profissionais que a compõem tenham consciência acerca de sua relevância para o desenvolvimento de cuidados pautados pela qualidade e integralidade, visando a oferta de assistência resolutiva e processos de gestão que facilitem o desenvolvimento de cuidados pautados também pela resolutividade, qualidade e humanização no atendimento ao público.
Desta maneira, Silva, Cruz e Silva (2023) ressaltam que o enfermeiro atuante na assistência em urgência e emergência tem papel de fundamental importância na realização de ações de acolhimento, classificação de risco e atendimento em saúde, visando maior nível de integralidade, respeito e dignidade humana na atenção oferta aos pacientes. Todavia, isso requer de tais profissionais um maior nível de sensibilidade e empatia, tendo em vista a importância do entendimento das necessidades em saúde e queixas apresentadas pelos usuários, visando a oferta de melhores ações de cuidados pautadas pela segurança e humanização na assistência.
Nesta perspectiva, Rocha et al. (2021) apontam em seus estudos que para que a equipe de enfermagem seja capaz de promover uma assistência humanizada no setor de urgência e emergência, é preciso que seus membros sejam capazes de colocar em prática todo o conhecimento técnico e teórico adquiridos em sua formação e processos de capacitação, sendo ainda de suma importância que tais indivíduos busquem por aprimoramento continuado em prol da manutenção e elevação da efetividade e qualidade dos cuidados em saúde ofertados no ambiente emergencial.
O enfermeiro deve ser compreendido como uma peça-chave par a o exercício da assistência em urgência e emergência, especialmente no estabelecimento de um processo de cuidados humanizado, pautado pela realização de um acolhimento com base na escuta ativa das queixas e demandas do paciente, além de uma sólida triagem que favoreça a melhor organização do fluxo de atendimento e possibilidade de atenção oportuna a casos mais graves e complexos (Silva et al., 2024).
Ademais, Silva Junior et al. (2021) afirmam que a assistência humanizada em urgência e emergência requer, das equipes de enfermagem atuantes no setor, maior nível de conhecimento e preparo para sua efetivação, assim como tais aspectos também são necessários para melhor implementação de políticas públicas voltadas para tal finalidade. Logo, a criação de ações e estratégias voltadas ao acolhimento bem desenvolvido por meio da integração dos membros da equipe de saúde é extremamente relevante para cuidados efetivos, além de pautados pela qualidade e humanização.
Lima et al. (2023) afirmam que o enfermeiro não exerce papel de importância apenas na classificação de risco e assistência direta, mas também no desenvolvimento de ações de orientação e ensino aos pacientes e familiares estimular a continuidade do tratamento e autocuidado do indivíduo mesmo fora do ambiente hospitalar, favorecendo assim a construção de um vínculo de confiança, empatia e maior nível de humanização na oferta de assistência em saúde. Assim, o profissional acaba garantindo a obtenção de melhores resultados, assim como nível de eficiência e respeito durante a oferta de cuidados, uma vez que o reconhecimento de tais ações, por parte do paciente e sua família, favorece a adoção das medidas recomendadas.
Deste modo, é notável como a assistência humanizada desenvolvida pela equipe de enfermagem requer sua aptidão no estabelecimento de prioridade e enfrentamento dos principais obstáculos inerentes ao processo assistencial desenvolvido no setor de urgência e emergência, tais como sobrecarga laboral, fluxo intenso de atendimento e demandas, além de ausência de estrutura física e materiais adequados. Assim, reforça-se a relevância das competências e habilidades profissionais dos membros da equipe de enfermagem para desempenho de uma assistência efetiva, impactante e humanizada (Perboni; Silva; Oliveira, 2019).
Com isto, destaca-se que embora existam dificuldades e obstáculos inerentes a uma assistência potencialmente perfeita no ambiente de urgência e emergência, o esforço da equipe de enfermagem na implementação de ações e práticas voltadas ao desenvolvimento de um processo de acolhimento efetivo no atendimento emergencial, assim como na classificação de risco e atenção direta em saúde, requer do enfermeiro uma elevada aptidão e esforço. Isso faz com que o profissional possua grande importância para o desenvolvimento de cuidados pautados pela efetividade, qualidade e dignidade no cuidado em saúde, impactando positivamente a própria humanização na assistência (Ribeiro; Batista, 2021).
Por fim, Pereira et al. (2020) ressaltam que é preciso que o enfermeiro seja capaz de enfrentar quaisquer barreiras inerentes ao cuidado no setor de urgência e emergência, contando com a colaboração e o trabalho em equipe em prol do estabelecimento de medidas voltadas À garantia de maior nível de ética, respeito e valores durante a prática assistencial, visando a consolidação da humanização no atendimento ao público, atendimento de suas demandas e sobretudo, resolutividade, agilidade e qualidade nas ações de cuidado desenvolvidas na emergência hospitalar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Constatou-se que a equipe de enfermagem tem papel de extrema importância na assistência desenvolvida no setor de urgência e emergência de instituições hospitalares, na medida em que os profissionais são responsáveis por um conjunto de ações indispensáveis a capacidade da oferta de cuidados, pois além de promover o acolhimento visando a ampliação do acesso aos serviços de saúde dos usuários que buscam por atendimento emergencial, realizam processos de triagem e classificação de risco em prol do estabelecimento de prioridades assistenciais para preservação de um maior número de vidas e redução de agravos e complicações em saúde.
Além disto, a equipe também atua diretamente na execução de ações de gestão visando o controle e gerenciamento de recursos financeiros, materiais e humanos a fim de garantir a efetividade, qualidade e sobretudo, capacidade de oferta de assistência humanizada e resolutiva ao público.
Observou-se a importância da formação, assim como de especialização e capacitação continuadas em prol da manutenção da capacidade da equipe de enfermagem quanto ao desenvolvimento de todos estes tipos de ações. Por isso, notou-se a relevância das competências e habilidades, tanto pessoais quanto profissionais, para que os enfermeiros sejam capazes de atuar de maneira eficiente e impactante na assistência intra-hospitalar do setor de urgência e emergência.
Diante do exposto, destacou-se também a relevância do desenvolvimento de outras pesquisas sobre a temática proposta, visando um entendimento ainda mais aprofundado sobre os aspectos explorados no presente estudo, e outros que não foram devidamente detalhados, visando uma compreensão ampla sobre a assistência de urgência e emergência intra-hospitalar, o papel da equipe de enfermagem e possíveis formas de sua otimização e melhoria em prol da elevação da qualidade, e efetividade da assistência voltada ao paciente que utiliza os serviços emergenciais como principal porta de entrada na busca por cuidados em saúde.
REFERÊNCIAS
ALTENBERND, Bibiana; MACEDO, Mônica Kother. Rigor e sensibilidade: singulares demandas do cuidado em enfermagem no contexto de urgência e emergência. Revista Psicología, Conocimiento y Sociedad, v. 10, n. 1, 2020. Disponível em: http://www.scielo.edu.uy/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1688-70262020000100009. Acesso em: 18 de outubro de 2024.
CAMARA, R.F. et al. O papel do enfermeiro no processo de classificação de risco na urgência: uma revisão. Revista Humano Ser UNIFACEX, v. 1, n. 1, 2015. Disponível em https://periodicos.unifacex.com.br/humanoser/article/viewFile/628/146. Acesso em: 18 de outubro de 2024.
CARDOSO, L.S.; MARTINS, C.F.; ROSA, L.S.; PASSOS, J.C.; CEZAR-VAZ, M.R. O pensar da enfermagem em serviço de urgência e emergência intrahospitalar. Revista de Enfermagem UFPE On Line, v. 10, n. 12, p, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/download/11519/13407. Acesso em: 17 de outubro de 2024.
COSTA, A.B. et al. Percepção dos enfermeiros sobre acolhimento e classificação de risco na atenção primária à saúde. Revista Electrónica Enfermería Actual em Costa Rica, v. 35, n. 1, 2018. Disponível em: https://opac5.scielo.sa.cr/j/enfermeria/a/GS9L4WqhXC6NbMCq6sYkXbk/abstract/?lang=es. Acesso em: 19 de outubro de 2020.
CUNHA, V.P. et al. Atendimento a pacientes em situação de urgência: do serviço pré-hospitalar móvel ao serviço hospitalar de emergência. Enfermería Actual de Costa Rica, v. 37, 2019. Disponível em: https://www.scielo.sa.cr/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1409-45682019000200001. Acesso em: 19 de outubro de 2024.
FEIJÓ, V.B.E.R.; CORDONI JÚNIOR, L.; SOUZA, R.K.T.; DIAS, A.O.D. Análise da demanda atendida em unidade de urgência com classificação de risco. Revista Saúde em Debate, v. 39, n. 106, p. 627-636, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/9rrjMmGS8Hxdv4ZRVDFPcTn/abstract/?lang=pt. Acesso em: 17 de outubro de 2024.
FERREIRA, K.M.; BALSANELLI, A.P.; SANTOS, J.L.G. Competências profissionais dos enfermeiros de unidades de urgência e emergência: estudo de método misto. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 31, 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rlae/a/47WH9xcpzqgRncDyScRP4GN/?lang=pt#. Acesso em: 16 de outubro de 2024.
GOUVEIA, M.T. et al. Análise do acolhimento com classificação de risco em unidades de pronto-atendimento. Revista REME, v. 23, n. 12, 2019. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1051565. Acesso em: 19 de outubro de 2024.
HERMIDA, P.M. et al. Acolhimento com classificação de risco em unidade de pronto atendimento: um estudo avaliativo. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 52, n. 1, 2018. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-896661. Acesso em: 20 de outubro de 2024.
JESUS, J.A.; BALSANELLI, A.P. Relação das competências profissionais do enfermeiro em emergência com o produto do cuidar em enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 31, 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rlae/a/SQRK9ZQvrBjrfNJgvyHgnCy/?lang=pt#. Acesso em: 16 de outubro de 2024.
LIMA, N.E.M. et al. Enfermagem e a humanização na emergência: uma pesquisa bibliográfica. Contemporany Journal, v. 3, n. 8, 2023. Disponível em: https://ojs.revistacontemporanea.com/ojs/index.php/home/article/view/1212. Acesso em: 01 de novembro de 2024.
LUCHTEMBERG, M.N.; PIRES, D.E.P. Enfermeiros do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência: perfil e atividades desenvolvidas. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 69, n. 2, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/cz7CGJR6K3DXxXKh9M5cbQP/#. Acesso em: 18 de outubro de 2024.
MARCONATO, R.S.; MONTEIRO, M.I. Prioridades da classificação de risco em uma unidade de emergência e desfecho de atendimento. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 25, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rlae/a/4RtnzRmXkZmkwcwgB6fhJVg/?lang=pt#. Acesso em: 18 de outubro de 2024.
OLIVEIRA, J.L.C. et al. Acolhimento com classificação de risco: percepções de usuários de uma UPA. Texto & Contexto Enfermagem, v. 26, n. 1, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tce/a/XDNzyykJVC633PFp4zBYPVp/?lang=pt#. Acesso em: 18 de outubro de 2024.
PEREIRA, K.C.; FERREIRA, W.F.S. Classificação de riscos no atendimento de urgência e emergência: contribuição do enfermeiro. Revista Jurídica Uniandrade, v. 31, n. 1, 2020. Disponível em: https://revistahom.uniandrade.br/index.php/juridica/article/view/1737. Acesso em: 20 de outubro de 2024.
PEREIRA, S.R.; SOUZA, S.J.P.; NASCIMENTO, K.F.; TOMINAGA, L.B.L.; LOPES, J.C.M. A ciência do cuidado e a humanização em urgência e emergência. Revista Gestão & Saúde, v. 22, n. 2, 2020. Disponível em: https://www.herrero.com.br/files/revista/fileaeb6da40c633cb159b4078b9065fa711.pdf. Acesso em: 02 de novembro de 2024.
PERBONI, J.S.; SILVA, R.C.; OLIVEIRA, S.G. A humanização do cuidado na emergência na perspectiva de enfermeiros: enfoque no paciente politraumatizado. Revista Interações (Campo Grande), v. 20, n. 3, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/inter/a/krXcpQvsDBy9qj3RM63fN6q/#. Acesso em: 02 de novembro de 2024.
RABELO, S.K. et al. Processo de trabalho do enfermeiro em um serviço hospitalar de emergência. Revista REBEn, v. 73, n. 5, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/XsGGjsf9tsWjRT4gWWWdpWq/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 16 de outubro de 2024.
RIBEIRO, R.L.; BATISTA, A.G. A humanização no atendimento e na assistência de enfermagem em unidades de urgência e emergência. Revista Saúde dos Vales, v. 1, n. 1, 2021. Disponível em: https://revista.unipacto.com.br/index.php/rsv/article/view/98. Acesso em: 02 de novembro de 2024.
ROCHA, I.C.; PEREIRA, S.L.S.; BARBOSA, I.E.B.; FONSECA, A.R. Atuação do enfermeiro diante do atendimento humanizado nos serviços de urgência e emergência: os desafios para a implementação. Revista Research Society and Development, v. 10, n. 10, 2021. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/353815096_Atuacao_do_enfermeiro_diante_do_atendimento_humanizado_nos_servicos_de_urgencia_e_emergencia_os_desafios_para_a_implementacao. Acesso em: 29 de outubro de 2024.
SACOMAN, T.M. et al. Implantação do sistema de classificação de risco Manchester em uma rede municipal de urgência. Revista Saúde Debate, v. 43, n. 121, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/nSqT5yZ4vQnB6BRzCZwDn6y/?format=pdf&lang=pt. Acesso: 19 de outubro de 2024.
SANTANA, L.C. et al. Atuação do enfermeiro na urgência e emergência: revisão integrativa de literatura. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 4, 2021. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/27870. Acesso em: 01 de novembro de 2024.
SANTOS, J.L.G. et al. Estratégias utilizadas pelos enfermeiros para promover o trabalho em equipe em um serviço de emergência. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 37, n. 1, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rgenf/a/ZxVZ8k73pX6yyPJJzRYsbsH/#. Acesso em: 18 de outubro de 2024.
SAMPAIO, R.A.; RODRIGUES, A.M.; NUNES, F.C.; NAGHETTINI, A.V. Desafios no acolhimento com classificação de risco sob a ótica dos enfermeiros. Cogitare Enfermagem, v. 27, n. 1, 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cenf/a/bnNhWnMjpHvfRmF5PmWggTL/#. Acesso em: 26 de outubro de 2024.
SILVA, L.A.S. et al. Atuação da enfermagem em urgência e emergência. Revista Extensão, v. 3, n. 1, 2019. Disponível em: https://revista.unitins.br/index.php/extensao/article/view/1688. Acesso em: 20 de outubro de 2024.
SILVA, P.E.S. et al. Papel do enfermeiro na unidade de pronto atendimento. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, v. 6, n. 9, 2024. Disponível em: https://bjihs.emnuvens.com.br/bjihs/article/view/3454. Acesso em: 30 de outubro de 2024.
SILVA, R.A.N.; CRUZ, D.M.; SILVA, M.A.X.M. Atendimento humanizado em urgência e emergência. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 9, n. 8, 2023. Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/11066#:~:text=Atendimento%20humanizado%2C%20focado%20no%20paciente,humanizado%20em%20urg%C3%AAncias%20e%20emerg%C3%AAncias.. Acesso em: 28 de outubro de 2024.
SILVA JUNIOR, M.D. et al. Humanização em grande emergência: o enfermeiro evidenciando suas práticas na qualidade assistencial. Nursing Journal, v. 2, n. 3, 2021. Disponível em: https://globalacademicnursing.com/index.php/globacadnurs/article/view/221. Acesso em: 01 de novembro de 2024.
SOUSA, K.H.J.F.; DAMASCENO, C.K.C.S.; ALEMIDA, C.A.P.L.; MAGALHÃES, J.M.; FERREIRA, M.A. Humanização nos serviços de urgência e emergência: contribuições para o cuidado de enfermagem. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 40, n. 1, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rgenf/a/PX7vJwFyrRTsVm3jgMk8rRN/abstract/?lang=pt. Acesso em: 16 de outubro de 2024.
SOUZA, P.R.; CHAGAS, H.O. O papel do enfermeiro no atendimento de urgência e emergência: uma revisão de literatura. Scientific Electronic Archives, v. 11, n. 4, 2018. Disponível em: https://sea.ufr.edu.br/index.php/SEA/article/view/520/pdf. Acesso em: 19 de outubro de 2024.
TOFANI, L.F.N.; FURTADO, L.A.C.; ANDREAZZA, R.; NASSER, M.A.; BIZETTO, O.F.; CHIORO, A. A Rede de Atenção às Urgências e Emergências em cena: contingências e produção de cuidado. Saúde em Debate, v. 46, n. 134, 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/pRV4m4hwLWy7jcdQp7SGf4L/#. Acesso em: 16 de outubro de 2024.
1Graduanda do curso de Enfermagem no Centro Universitário IESB. E-mail: adriellydaasilva2014@gmail.com
2Graduando do curso de Enfermagem no Centro Universitário IESB. E-mail: igorsantosbento24@gmail.com
3Docente do curso de Enfermagem no Centro Universitário IESB. Mestre em Enfermagem pela Universidade de Brasília. E-mail: erlayne.brandao@iesb.edu.br