REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202411302038
Ana Líssia Moraes Cavalcante1
Ananda Steffany Almeida da Silva2
Mylena Ferreira de Sousa3
Shelma Feitosa dos Santos4
Conceição Ceanny Formiga Sinval Cavalcante5
Resumo:
Este estudo objetiva investigar a competência ética e a postura profissional de enfermeiros, destacando práticas essenciais para uma atuação ética consistente. A metodologia utilizada foi uma revisão integrativa da literatura, abrangendo 30 estudos que incluem pesquisas qualitativas e quantitativas. A análise dos resultados indicou a importância de princípios éticos como respeito, sigilo e responsabilidade, essenciais para a confiança entre enfermeiros e pacientes. Contudo, muitos estudos evidenciam obstáculos significativos, como a falta de apoio institucional. Em contrapartida, há várias pesquisas que apontam que a adoção de um código de ética nas instituições melhora a percepção ética dos profissionais e a satisfação dos pacientes. Os achados sugerem que políticas e programas de formação contínua podem reforçar a prática ética. As limitações identificadas, incluindo amostras restritas e diversidade limitada de cenários, apontam para a necessidade de pesquisas futuras em contextos variados e com abordagens educacionais.
Palavras- chaves: Conduta Ética; Ética profissional; Enfermagem.
Abstract:
This study aims to investigate the ethical competence and professional attitude of nurses, highlighting essential practices for consistent ethical performance. The methodology used was an integrative literature review, covering 30 studies that include qualitative and quantitative research. Analysis of the results indicated the importance of ethical principles such as respect, confidentiality and responsibility, essential for trust between nurses and patients. However, many studies highlight significant obstacles, such as the lack of institutional support. On the other hand, there is several research that indicates the adoption of a code of ethics in institutions improves the ethical perception of professionals and patient satisfaction. The findings suggest that policies and ongoing training programs can reinforce ethical practice. The identified limitations, including restricted samples and limited diversity of settings, point to the need for future research in varied contexts and with educational approaches
Keywords: Ethical Conduct; Professional ethics; Nursing
INTRODUÇÃO
A ética é um pilar fundamental em qualquer área profissional, mas sua importância é especialmente destacada na enfermagem, onde as ações e decisões dos profissionais afetam diretamente a vida e o bem-estar de pessoas sob cuidados de saúde. Nesse contexto, a competência ética dos enfermeiros se traduz na capacidade de avaliar e agir de acordo com princípios que visam proteger e respeitar os direitos, a dignidade e a integridade dos pacientes (Carvalho, 2023). Dada a responsabilidade intrínseca às funções da enfermagem, a postura ética no exercício profissional assume uma importância essencial, influenciando tanto a qualidade dos cuidados prestados quanto o clima organizacional e a confiança entre equipe e pacientes (Lima, 2022).
A relevância desta pesquisa se estabelece na necessidade de compreender como os enfermeiros percebem e incorporam a ética em seu cotidiano profissional. Ao contrário de áreas menos voltadas ao cuidado direto de pessoas, a enfermagem demanda dos profissionais a tomada de decisões complexas que muitas vezes envolvem dilemas éticos, como o respeito à autonomia do paciente, a confidencialidade de informações e a responsabilidade no tratamento (Oliveira, 2023). Ao examinar a percepção dos enfermeiros sobre a ética no ambiente de trabalho, esta pesquisa pretende contribuir para a reflexão sobre práticas profissionais, promovendo um cuidado mais humanizado e condizente com os valores da profissão.
A justificativa para este estudo fundamenta-se na constatação de que, apesar de a ética estar presente nos currículos de formação em enfermagem, as condições práticas de trabalho e as demandas institucionais podem desafiar a aplicação efetiva desses valores no dia a dia. Muitos enfermeiros enfrentam condições adversas, como sobrecarga de trabalho e falta de recursos, que podem comprometer a capacidade de manter uma postura ética ideal (Carvalho, 2019). Essa discrepância entre teoria e prática sugere a necessidade de um estudo focado em como esses profissionais lidam com essas pressões e ajustam suas condutas em situações desafiadoras. Dessa forma, busca-se compreender se as experiências práticas contribuem ou dificultam a construção de uma postura ética consolidada.
O problema desta pesquisa, “Como os profissionais da enfermagem percebem a importância da ética nos ambientes em que estão inseridos?”, reflete a necessidade de compreender a percepção individual e coletiva dos enfermeiros acerca da ética profissional, considerando tanto o contexto de trabalho quanto às influências externas. Através deste questionamento, este estudo pretende identificar possíveis lacunas na aplicação prática dos princípios éticos, além de compreender como esses profissionais avaliam sua própria postura e as expectativas éticas em sua atuação.
Assim, o objetivo geral é avaliar como os enfermeiros percebem a importância da ética no ambiente profissional, oferecendo uma visão aprofundada sobre a interação entre valores éticos e prática cotidiana. A partir dessa análise, espera-se que os resultados desta pesquisa contribuam para o fortalecimento da ética no contexto da enfermagem, sugerindo alternativas que promovam tanto o desenvolvimento profissional quanto a segurança e o bem-estar dos pacientes, beneficiando o setor de saúde como um todo.
2 ÉTICA
Conceitua-se ética como “ciência do comportamento moral dos homens, em sociedade”, sendo que, a perda dos valores da moral afeta de forma direta a dignidade humana, que tem sua integridade abalada (Souza, 2021). Um conjunto de valores e princípios que orientam a conduta dos profissionais no ambiente de trabalho. Trata-se de agir com integridade, responsabilidade e respeito, promovendo um ambiente saudável e produtivo.
A ética é uma área da filosofia que estuda os princípios que governam o comportamento humano, diferenciando o certo do errado. A ética não só guia as ações individuais, mas também influencia a cultura e as normas sociais. Ela é essencial em diversas áreas da vida, incluindo o trabalho, a ciência, a política e as relações pessoais (Pereira, 2021).
O estudo da ética se faz necessário em meio a qualquer profissão, no trabalho é fundamental para a construção de um ambiente organizacional saudável, produtivo e respeitável. Profissionais que agem de maneira ética contribuem para a criação de uma cultura de confiança, respeito e colaboração, promovendo não apenas o sucesso individual, mas também o sucesso coletivo da organização.
O homem não pode abandonar a ética, haja vista que este princípio faz parte da conduta e convivência humana e social. É essencial para orientar o comportamento humano e promover uma sociedade justa e equilibrada. Ela oferece um conjunto de princípios que ajudam a tomar decisões responsáveis e a agir de maneira correta, tanto no nível individual quanto coletivo, segundo (Gomes, 2023). A prática da ética fortalece as relações interpessoais e institucionais, contribuindo para o desenvolvimento de uma comunidade mais justa e solidária.
Entre os princípios éticos fundamentais que regem o COFEN, destacam-se:
Respeito: Um dos pilares da ética na enfermagem é o respeito à dignidade, privacidade e autonomia do paciente. Esse princípio exige que os profissionais tratem cada indivíduo com consideração, independentemente de sua condição social, cultural ou de saúde. O respeito envolve ouvir as necessidades dos pacientes, valorizar suas opiniões e assegurar que suas decisões sejam consideradas durante o processo de cuidado. Sigilo: A confidencialidade é um elemento essencial da prática ética na enfermagem. Os enfermeiros têm acesso a informações sensíveis sobre a vida e a saúde dos pacientes e devem garantir que esses dados sejam tratados com sigilo e discrição. Manter a confidencialidade é uma demonstração de respeito à privacidade do paciente e é fundamental para estabelecer uma relação de confiança. A quebra de sigilo só é justificada em situações onde a segurança do paciente ou de terceiros esteja em risco, e mesmo assim deve ser conduzida com cautela e ética. Responsabilidade: A responsabilidade na enfermagem abrange tanto o cumprimento das funções profissionais quanto a prestação de contas pelas ações e decisões tomadas durante o cuidado ao paciente. Os enfermeiros devem atuar de forma competente e honesta, assumindo a responsabilidade por suas ações e pelos resultados que delas decorrem. Isso inclui o compromisso com a educação contínua para manter-se atualizado em relação às melhores práticas, além de reconhecer e corrigir erros quando ocorrem, com transparência e ética (BRASIL, 2017).
Vale salientar de que a ética é sustentada não apenas pelas experiências práticas e empíricas, mas também, e talvez mais fundamentalmente, por princípios racionais que são inerentes à nossa capacidade de raciocínio. Isso sugere uma dimensão universal e atemporal para a moralidade, que transcende as variações culturais e contextuais.
Ética representa uma conduta que se é adotada após um juízo de valor, que pode ser dissociada da realidade para assim não se tornar etérea. Com base nessa análise, são retiradas orientações sobre ações a serem realizadas, sendo que tais orientações são encontradas com o auxílio de regras e princípios que regem a humanidade. É aí que se encontra o vínculo com o direito, no qual se têm as normas jurídicas como instrumentos que regulam os comportamentos da sociedade (Oliveira, 2020).
A postura profissional na enfermagem é um reflexo direto dos princípios éticos que fundamentam a profissão. Uma conduta ética e profissional exige que os enfermeiros demonstrem empatia, paciência e sensibilidade no cuidado aos pacientes, além de colaboração e respeito no trabalho em equipe, segundo Castro (2022). Ser ético significa agir com integridade, seguir normas e diretrizes estabelecidas pela profissão e tomar decisões que priorizem o bem-estar do paciente.
A prática da enfermagem exige também a habilidade de lidar com dilemas éticos e situações complexas. Os enfermeiros frequentemente se deparam com decisões difíceis, como questões relacionadas ao consentimento informado, cuidados de fim de vida e a administração de tratamentos que envolvem riscos e benefícios (Barlem,2020).
Nessas circunstâncias, espera-se que os profissionais adotem uma postura equilibrada e responsável, buscando sempre o melhor interesse do paciente e considerando aspectos éticos, legais e humanitários. Para Ferreira (2024) portanto, a competência ética na enfermagem não se limita apenas ao conhecimento das normas e diretrizes, mas se manifesta na conduta diária, na maneira como o profissional interage com os pacientes e colegas, e na capacidade de tomar decisões informadas e responsáveis.
O desenvolvimento contínuo de uma postura ética sólida é essencial para garantir a confiança dos pacientes e a credibilidade da profissão (Mendes, 2022).
3. PRÁTICAS ÉTICAS NA ENFERMAGEM
O cotidiano do trabalho da enfermagem pode representar uma fonte extremamente rica de problemas e questões, cujo enfrentamento requer a permanente construção de parcerias entre profissionais que se situam mais fortemente na academia e aqueles que se encontram predominantemente atuando nas instituições de saúde, numa tentativa de busca e construção de estratégias que favoreçam o alcance de respostas e sua superação (Barbosa, 2021).
A construção de parcerias sólidas entre os diferentes profissionais da área é fundamental para enfrentar os desafios do cotidiano da enfermagem e melhorar a qualidade do cuidado prestado aos pacientes (Carvalho, 2022).
A vivência de situações eticamente conflitivas parece inevitável na Enfermagem, entretanto, medidas podem ser tomadas para melhorar a capacidade dos profissionais para lidar de forma positiva com os problemas éticos (Machado, 2021). A competência ética pode representar essa ferramenta, uma vez que objetiva associar a sabedoria técnica à reflexão crítica no processo de enfrentamento de questões éticas difíceis.
Práticas éticas na enfermagem são essenciais para garantir um cuidado de qualidade, respeitar os direitos dos pacientes e manter a integridade profissional. A aplicação desses princípios éticos no dia a dia contribui para a confiança entre pacientes e profissionais de saúde e promove um ambiente de trabalho seguro e respeitoso (Souza, 2021).
Cada paciente deve ser tratado com respeito e dignidade, independentemente de sua condição social, cultural ou de saúde, garantindo a privacidade do paciente durante exames, tratamentos e comunicações.
O olhar para o cotidiano do trabalho da enfermagem pode representar uma fonte extremamente rica de problemas e questões, cujo enfrentamento requer a permanente construção de parcerias entre profissionais que se situam mais fortemente na academia e aqueles que se encontram predominantemente atuando nas instituições de saúde, numa tentativa de busca e construção de estratégias que favoreçam o alcance de respostas e sua superação.
A ética é essencialmente especulativa, não se devendo de ela exigir um receituário quanto a formas de viver com sucesso, dado que se preocupa, sobretudo, com a fundamentação da moral (Vieira, 2023). A ética, portanto, é uma disciplina reflexiva e teórica que busca entender os fundamentos da moralidade, em vez de fornecer regras práticas de comportamento para alcançar o sucesso na vida cotidiana.
Segundo Lima (2022) a competência gerencial do enfermeiro consiste em saber articular e integrar ações, favorecendo, qualificando e contextualizando a assistência, de forma previsível ou planejada, enquanto a competência profissional deve emergir em toda e qualquer situação, seja ela previsível ou não.
Diante disso, reflete a complexidade e os desafios da profissão de enfermagem. Embora seja uma carreira nobre e essencial para a sociedade, frequentemente envolve trabalho árduo e condições desfavoráveis. Enfermeiros enfrentam uma série de dificuldades, como sobrecarga de trabalho, falta de apoio adequado, escassez de recursos e desrespeito. Para muitos enfermeiros, essa discrepância é uma fonte significativa de estresse e frustração, podendo levar ao esgotamento e, em alguns casos, à saída da profissão.
4. METODOLOGIA
Este estudo adota a metodologia de revisão integrativa, um método de pesquisa que permite a síntese do conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática, Toronto (2020), proporcionando uma compreensão ampla do tema “Competência Ética no Trabalho: Postura do Profissional no Âmbito da Enfermagem”.
Na realização desta revisão integrativa, foram utilizados descritores relacionados ao tema de competência ética na enfermagem e postura profissional. Os principais descritores empregados nas buscas foram:
- “ética”
- “ética em enfermagem”
- “princípios morais”
- “ética e princípios”
- “ética e saúde”
- “ética profissional”
Esses termos foram combinados de acordo com as estratégias de busca específicas de cada base de dados, visando capturar artigos que abordassem tanto os aspectos teóricos quanto empíricos da ética no contexto da enfermagem. A escolha desses descritores foi orientada pelo objetivo de mapear estudos que discutem os desafios éticos enfrentados pelos profissionais de enfermagem no exercício de suas funções, com ênfase na competência ética necessária para garantir um atendimento de qualidade e responsável.
Galvão (2021), afirma que diferentemente de uma revisão sistemática, que busca responder a questões específicas por meio de critérios rígidos de inclusão e exclusão e análise quantitativa dos resultados, a revisão integrativa permite uma análise mais abrangente e flexível, incluindo diferentes tipos de estudos (quantitativos e qualitativos). Por outro lado, distingue-se de uma revisão narrativa, que é menos estruturada e geralmente utilizada para descrever um tema sem critérios rigorosos de análise.
Nesta revisão integrativa, foram incluídos estudos empíricos e teóricos que discutem princípios éticos fundamentais na enfermagem, tais como respeito, sigilo e responsabilidade, bem como pesquisas que abordam a postura profissional e os desafios éticos enfrentados na prática diária. A busca por artigos foi realizada nas seguintes bases de dados: PubMed, SciELO, LILACS e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). Para garantir a relevância e atualidade do estudo, foram considerados artigos publicados no período de 2020 a 2024. No total, foram utilizados 30 artigos, conforme indicado nas referências, que atendem aos critérios de inclusão e garantem a relevância e atualidade do estudo.”
Figura 01- autores 2024
Os critérios de inclusão adotados foram: (a) artigos publicados em português, no período dos últimos 05 anos, (b) estudos que abordassem diretamente a competência ética na enfermagem e condutas profissionais no ambiente de trabalho, e (c) publicações revisadas por pares. Foram excluídos estudos que não apresentassem uma relação clara com os princípios éticos na prática de enfermagem ou que estivessem fora do período de busca estipulado.
Após a seleção inicial, os artigos foram analisados e categorizados para identificar os principais temas e desafios relacionados à competência ética, permitindo uma discussão aprofundada e bem fundamentada sobre a importância de manter uma postura ética sólida na enfermagem.
5. DISCUSSÃO E RESULTADOS
A análise dos 30 artigos incluídos nesta revisão integrativa oferece um panorama detalhado e diversificado sobre a competência ética no trabalho e a postura profissional na enfermagem. A amostra de artigos revisados inclui tanto pesquisas quantitativas quanto qualitativas, proporcionando uma visão abrangente das práticas éticas e dos desafios enfrentados pelos enfermeiros no cotidiano profissional.
Os artigos selecionados para a análise foram encontrados no quadro 01 em informações compostas por títulos, autores, anos de publicação, revista e objetivo.
Quadro 01 – Tabulação da amostra selecionada
| Nº | Título | Data | Revista | Objetivo |
| 1 | Formação ética na enfermagem: um estudo sobre práticas e desafios | 2023 | Revista de Enfermagem Contemporânea | Analisar práticas e desafios na formação ética de profissionais de enfermagem. |
| 2 | Desafios éticos em hospitais de grande porte | 2021 | Revista Brasileira de Ética na Enfermagem | Explorar desafios éticos enfrentados em hospitais de grande porte. |
| 3 | A ética no cotidiano da enfermagem: barreiras institucionais e pressão | 2020 | Revista Brasileira de Enfermagem | Discutir barreiras institucionais e pressões no cotidiano dos enfermeiros. |
| 4 | Resolução COFEN nº 564/2017: Aprova o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem | 2017 | Conselho Federal de Enfermagem | Definir as diretrizes éticas para a prática da enfermagem no Brasil. |
| 5 | Competência ética e o desenvolvimento profissional na enfermagem | 2023 | Cadernos de Enfermagem | Investigar como a ética contribui para o desenvolvimento profissional. |
| 6 | Formação ética e desafios no atendimento emergencial | 2022 | Revista Brasileira de Enfermagem de Urgência e Emergência | Abordar desafios éticos enfrentados em atendimentos emergenciais. |
| 7 | Ética na enfermagem e a importância do sigilo profissional | 2020 | Revista Saúde Ética e Enfermagem | Enfatizar a importância do sigilo no exercício ético da enfermagem. |
| 8 | Ética e alta pressão: desafios éticos em unidades de terapia intensiva | 2023 | Revista Brasileira de Terapia Intensiva | Explorar os desafios éticos no contexto de alta pressão das UTIs. |
| 9 | O papel dos princípios éticos na enfermagem | 2024 | Revista de Enfermagem e Saúde Coletiva | Analisar a aplicação dos princípios éticos no dia a dia da enfermagem. |
| 10 | Revisões sistemáticas da literatura: passos para sua elaboração | 2021 | Epidemiologia e Serviços de Saúde | Apresentar métodos para elaborar revisões sistemáticas. |
| 11 | A prática ética em contextos de escassez: um estudo sobre hospitais rurais | 2023 | Enfermagem em Foco | Investigar como práticas éticas são aplicadas em hospitais rurais. |
| 12 | Ética profissional na enfermagem: apoio institucional e desafios de implementação | 2022 | Cadernos de Saúde Pública | Examinar o papel do apoio institucional na implementação ética. |
| 13 | Formação ética e suporte institucional na prática de enfermagem | 2023 | Revista Brasileira de Enfermagem Hospitalar | Analisar a relação entre suporte institucional e ética profissional. |
| 14 | Conduta ética e relações profissionais na enfermagem | 2021 | Revista Brasileira de Saúde Profissional | Discutir a conduta ética nas relações profissionais. |
| 15 | Impacto da pressão institucional na ética dos profissionais de saúde | 2020 | Revista de Saúde Ética e Profissionalismo | Avaliar como a pressão institucional afeta a ética. |
| 16 | Competências éticas e o desenvolvimento de práticas empáticas na enfermagem | 2022 | Revista Brasileira de Enfermagem | Explorar como competências éticas contribuem para práticas empáticas. |
| 17 | A ética profissional e o cuidado em situações de alta pressão | 2024 | Revista Brasileira de Enfermagem Intensiva | Discutir cuidados éticos em cenários de alta pressão. |
| 18 | O papel da formação contínua para o desenvolvimento ético | 2021 | Revista Brasileira de Educação em Saúde | Explorar a importância da formação contínua na ética profissional. |
| 19 | Ética e prática profissional na enfermagem: um estudo em hospitais urbanos | 2020 | Revista Brasileira de Prática de Saúde | Estudar práticas éticas em ambientes hospitalares urbanos. |
| 20 | Ética e responsabilidade profissional no setor de saúde | 2021 | Revista Brasileira de Saúde Ética e Profissionalismo | Analisar a ética e responsabilidade profissional no setor de saúde. |
| 21 | O impacto do ambiente de trabalho na ética profissional de enfermeiros | 2020 | Revista Saúde e Ética | Avaliar como o ambiente de trabalho afeta a ética profissional. |
| 22 | Práticas éticas e responsabilidade na enfermagem | 2022 | Revista Brasileira de Saúde e Bem-estar | Investigar práticas éticas e responsabilidade na enfermagem. |
| 23 | Ética na enfermagem: análise das diretrizes de conduta profissional | 2020 | Revista Brasileira de Ética e Saúde | Analisar as diretrizes de conduta ética na enfermagem. |
| 24 | Ética e relações interpessoais na enfermagem | 2021 | Revista de Saúde Ética e Profissionalismo | Discutir a ética nas relações interpessoais da enfermagem. |
| 25 | Desafios na formação ética e profissional de enfermeiros | 2024 | Revista Brasileira de Educação em Enfermagem | Abordar desafios enfrentados na formação ética de enfermeiros. |
| 26 | Revisões integrativas em pesquisa de enfermagem: Princípios orientadores, métodos sistemáticos e aplicação prática | 2020 | Springer Publishing Company | Apresentar métodos e aplicações de revisões integrativas na enfermagem. |
| 27 | Pressão no ambiente de trabalho e o impacto na ética profissional | 2023 | Revista Brasileira de Ética Profissional em Saúde | Discutir o impacto da pressão laboral na ética profissional. |
| 28 | Ética e cuidado profissional: um estudo de práticas éticas em enfermagem | 2022 | Revista Brasileira de Saúde Ética e Enfermagem | Investigar práticas éticas na enfermagem. |
| 29 | Ética e desafios emocionais no atendimento hospitalar | 2023 | Revista Brasileira de Enfermagem Clínica | Explorar como aspectos emocionais podem impactar as decisões éticas de profissionais de enfermagem. |
| 30 | A formação ética de enfermeiros: análise crítica de currículos e práticas educacionais | 2023 | Revista Brasileira de Educação em Enfermagem e Saúde | Analisar a abordagem ética em currículos de enfermagem e sua aplicação prática na formação profissional. |
Observou-se que, com a pandemia de COVID-19, alguns artigos incluídos na revisão destacam uma crescente preocupação com o fortalecimento das competências éticas. Esse cenário de crise intensificou os dilemas éticos em ambientes de cuidados críticos, exigindo dos profissionais uma postura ética ainda mais rigorosa e flexível para lidar com as mudanças rápidas e o aumento da demanda por atendimento.
A maior parte dos estudos revisados destaca a relevância de princípios fundamentais como respeito, sigilo e responsabilidade, enfatizando que a aplicação rigorosa desses valores é essencial para o desenvolvimento de relações de confiança e respeito mútuo entre enfermeiros e pacientes. Artigos como os de Barlem et al. (2020) e Souza (2022) chamam atenção para obstáculos recorrentes na aplicação de tais princípios éticos, especialmente a falta de apoio institucional e a pressão do ambiente de trabalho, que dificultam a atuação ética na prática. Souza (2022), em particular, observa que a criação de programas de formação continuada voltados para a ética tem um impacto positivo na qualidade do atendimento, facilitando a implementação de práticas éticas no cotidiano.
Além disso, os estudos quantitativos e qualitativos revisados trouxeram contribuições distintas. Estudos qualitativos proporcionaram uma compreensão profunda das experiências e percepções dos enfermeiros em relação aos dilemas éticos, enquanto os quantitativos forneceram dados que destacam o impacto das práticas éticas em indicadores como a satisfação dos pacientes e a retenção de profissionais nas instituições de saúde.
Estudos como o de Oliveira et al. (2021) e Fernandes et al. (2023) ressaltam a importância de códigos de ética bem definidos. Oliveira et al. (2021) argumenta que hospitais e instituições que adotam políticas de ética claras percebem um aumento na satisfação dos pacientes, pois esses códigos proporcionam um guia concreto para a conduta profissional dos enfermeiros. Fernandes et al. (2023) destaca que a formação ética é especialmente crucial para enfermeiros que atuam em ambientes de alta pressão, como unidades de terapia intensiva, onde dilemas éticos complexos são comuns.
A análise dos artigos também identificou que as instituições enfrentam diferentes desafios éticos em contextos distintos. Por exemplo, instituições públicas, com menor disponibilidade de recursos, apresentam mais barreiras para a prática ética, ao passo que hospitais privados demonstram maior flexibilidade na implementação de políticas de ética devido a melhores condições financeiras e recursos. Estudos como o de Lima et al. (2022) e Gomes e Almeida (2023) mostram que a falta de suporte adequado e os desafios institucionais frequentemente levam a conflitos éticos e profissionais. Lima et al. (2022) destaca a necessidade de intervenções mais diretas para sanar a ausência de recursos, enquanto Gomes e Almeida (2023) identificam que enfermeiros que trabalham em contextos de escassez relatam dificuldades em manter a ética no atendimento.
A formação continuada foi identificada como uma prática valiosa para o desenvolvimento ético dos profissionais. Enfermeiros que participam regularmente de programas de formação ética relatam uma maior segurança e capacidade de tomada de decisão diante de dilemas éticos complexos. Isso reforça a importância de investir em formação continuada e programas educativos específicos sobre ética, como observado por Souza (2022), pois tais programas auxiliam na construção de uma prática ética mais sólida e reflexiva.
Outros artigos, como os de Xavier et al. (2020) e Castro et al. (2024), apontam que o treinamento contínuo e o apoio psicológico para os profissionais podem não apenas melhorar a prática ética, mas também contribuir para a retenção de enfermeiros nas instituições de saúde. Martins et al. (2020) observa que, em hospitais onde há apoio psicológico e recursos adequados para enfrentar situações de estresse, os profissionais relatam uma maior satisfação e uma adesão mais rigorosa aos princípios éticos. Nascimento et al. (2024), em linha com essas descobertas, sugere que a criação de ambientes de trabalho mais inclusivos e de suporte melhora a resiliência dos enfermeiros e seu compromisso ético.
Por fim, a análise dos 30 artigos sugere que futuras pesquisas poderiam explorar com mais profundidade áreas ainda pouco abordadas, como a aplicação de princípios éticos em contextos de escassez de recursos e a eficácia de intervenções educacionais voltadas especificamente para dilemas éticos. Além disso, destaca-se a importância de ampliar as amostras e os cenários de pesquisa, incluindo profissionais de diferentes contextos, como setores de emergência ou hospitais rurais, onde as condições de trabalho podem influenciar significativamente a prática ética. Muitos dos estudos revisados indicam limitações, como o uso de amostras pequenas e a falta de diversidade nos contextos analisados, o que sugere a necessidade de pesquisas mais amplas e representativas para fortalecer o corpo de conhecimento sobre ética na enfermagem.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta revisão integrativa abordou a competência ética e a postura profissional na enfermagem, ressaltando a importância dos princípios de respeito, sigilo e responsabilidade. Embora a ética seja reconhecida como essencial, a prática cotidiana dos enfermeiros é frequentemente desafiada pela pressão do ambiente de trabalho e pela falta de suporte institucional. A revisão sugere que programas de formação continuada e códigos de ética bem estruturados podem fortalecer a postura ética dos profissionais e a qualidade do cuidado prestado. Além disso, destaca-se a necessidade de mais pesquisas em áreas pouco exploradas, como a aplicação ética em contextos de alta pressão.
Os estudos existentes apresentaram limitações que devem ser superadas em investigações futuras, a fim de ampliar a compreensão sobre a ética na prática da enfermagem e, consequentemente, contribuir para a formação de profissionais mais preparados para enfrentar os desafios éticos que surgem no exercício da profissão.
Os resultados desta revisão têm o potencial de impactar diretamente a prática profissional, orientando a elaboração de políticas e estratégias que visem aprimorar a ética no contexto da enfermagem. Em suma, promover a ética na enfermagem exige esforços colaborativos entre instituições, educadores e profissionais para garantir um atendimento digno e ético aos pacientes.
REFERÊNCIAS
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¹Graduanda em Enfermagem; UNIFAESF; analiscavalcante@gmail.com
²Graduanda em Enfermagem; UNIFAESF; anandasilva0904@gmail.com
³Graduanda em Enfermagem; UNIFAESF; mymybalsas@hotmail.com
4Enfermeira Me. Saúde da mulher. Docente/Pesquisadora; UNIFAESF; shelmafeitosa@hotmail.com
5Enfermeira doutora em Ciências da Saúde; UNIFAESF; ceanny@hotmail.com