O USO DA ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA E O RISCO AUMENTADO PARA INFECÇÃO SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

THE USE OF EMERGENCY CONTRACEPTION AND THE INCREASED RISK OF SEXUALLY TRANSMITTED INFECTIONS: AN INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202411282138


Ingrid Teixeira dos Reis1,
Izabella Araújo Morais2


RESUMO

Introdução: A anticoncepção de emergência, popularmente conhecida como pílula do dia seguinte, é amplamente utilizada para prevenir a gravidez após relações sexuais desprotegidas. No entanto, seu uso tem sido associado à diminuição do uso de preservativos, o que aumenta o risco de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Objetivo: Realizar uma revisão integrativa da literatura para avaliar a relação entre o uso da pílula do dia seguinte e o aumento do risco de ISTs, identificando implicações e estratégias educativas para melhorar a proteção contra essas infecções. Metodologia: A pesquisa foi conduzida por meio de uma revisão integrativa de estudos publicados entre 2010 e 2024, extraídos das bases de dados PUBMED, Google Acadêmico, SCIELO, BVS e LILACS. Foram selecionados artigos que investigaram a eficácia da anticoncepção de emergência e seu impacto no comportamento sexual das mulheres, com foco em ISTs. Resultados: Foram encontrados 253 artigos, dos quais 243 foram excluídos por questões de idioma, duplicação, data de publicação ou incompletude. Ao final, 10 artigos foram selecionados. Discussão: A revisão revelou que muitas mulheres utilizam a pílula do dia seguinte acreditando estar protegidas contra todas as consequências da relação sexual desprotegida, incluindo ISTs. Barreiras culturais e falta de educação sexual contribuem para comportamentos de risco. Conclusão: O uso indiscriminado da AE e a conscientização sobre os riscos de ISTs deve ser intensificada por meio de campanhas   educativas,   destacando   a   importância   do   uso   concomitante   de preservativos.

Palavras-chaves: anticoncepção de emergência (AE), infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

ABSTRACT

Introduction: Emergency contraception, commonly known as the “morning-after pill,” is widely used to prevent pregnancy after unprotected sexual intercourse. However, its use has been associated with a decrease in condom use, which increases the risk of sexually transmitted infections (STIs). Objective: To conduct an integrative review of the literature to assess the relationship between the use of the morning-after pill and the increased risk of STIs, identifying implications and educational strategies to improve protection against these infections. Methodology: The research was conducted through an integrative review of studies published between 2010 and 2024, extracted from the PUBMED, Google Scholar, SCIELO, BVS, and LILACS databases. Articles that investigated the effectiveness of emergency contraception and its impact on women’s sexual behavior, with a focus on STIs, were selected. Results: A total of 253 articles were found, of which 243 were excluded due to language, duplication, publication date, or incompleteness. In the end, 10 articles were selected. Discussion: The review revealed that many women use the morning-after pill believing they are protected from all the consequences of unprotected sexual intercourse, including STIs. Cultural barriers and a lack of sexual education contribute to risky behaviors. Conclusion: Awareness of the risks of STIs should be increased through educational campaigns emphasizing the importance of using condoms alongside emergency contraception.

Keywords: emergency contraception (EC), sexually transmitted infections (STIs).

1. INTRODUÇÃO

A anticoncepção de emergência (AE), muitas vezes chamada de pílula do dia seguinte ou contracepção pós-coito, é uma forma de evitar a gravidez após relações sexuais desprotegidas. Esse método é especialmente relevante em situações de falhas de outros métodos contraceptivos ou em casos de agressão sexual. Entre os compostos utilizados estão o levonorgestrel e o método yuspe, que funcionam ao atrasar ou bloquear a ovulação (Monteiro et al,2024).

A AE oferece uma maneira competente para prevenir a gravidez após relações sexuais sem proteção, vale ressaltar que não é recomendado para uso habitual, e não é tão produtivo aos outros métodos. Para que esse medicamento seja eficaz, deve ser utilizado dentro de um curto período após a relação sexual desprotegida. É importante também ressaltar que mesmo com o uso correto ele pode falhar e não protege contra infecções sexualmente transmissível (ISTs) (Souza et al,2023).

Os métodos anticoncepcionais têm a função de evitar uma gravidez indesejada e alguns deles têm o poder de evitar IST’s. São classificados como naturais de barreiras, hormonais, intrauterino e definitivos, os naturais são as tabelinhas, muco cervical, temperatura basal e coito interrompido. Já os métodos de barreiras são preservativos masculinos, femininos e diafragma, os hormonais são pílulas anticoncepcionais, pílula do dia seguinte, anticoncepcionais injetáveis e implantes. Os métodos interinos são DIU, e os definitivos são as laqueaduras e a vasectomia (Brasil,2022).

A AE não deve ser considerada um método anticoncepcional de uso regular. Apesar das diversas opções de prevenção disponíveis, muitas mulheres ainda fazem uso excessivo dessa forma de contracepção de emergência. Esse uso frequente levanta questões sobre sua eficácia na prevenção da gravidez e, por ser um medicamento com alta carga hormonal, seu consumo acima do recomendado pode resultar em riscos e complicações para a saúde das mulheres (Morais, 2021)

As ISTs resultam da presença de vírus, bactérias ou parasitas e incluem condições como clamídia, gonorreia, sífilis, herpes genital, HPV e HIV/AIDS. Essas infecções são disseminadas, predominantemente, através de relações sexuais (orais, vaginais ou anais) desprotegidas, onde não se utiliza preservativo masculino ou feminino, com uma pessoa que esteja contaminada (Brasil, 2023).

O uso de preservativos (tanto masculinos quanto femininos) em todas as formas de relação sexual (oral, anal e vaginal) é o método mais eficaz para prevenir a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis, incluindo HIV/aids e hepatites virais B e C. Além disso, os preservativos também ajudam a evitar a gravidez (Brasil, 2023).

Diante disso justificou se que, o uso da pílula do dia seguinte e seu impacto no risco aumentado de ISTs é essencial devido a várias razões. Primeiro, a AE é amplamente utilizada como uma solução de emergência para prevenir a gravidez indesejada, especialmente entre mulheres jovens e sexualmente ativas. Contudo, seu uso frequente pode criar uma falsa sensação de segurança, levando à diminuição da utilização de métodos contraceptivos de barreira, como preservativos, que também previnem ISTs (Souza et al., 2023).

A pesquisa pode informar políticas de saúde pública, estratégias educativas e intervenções que visem reduzir a propagação de ISTs, promovendo um uso mais seguro e consciente da pílula do dia seguinte (Fittipaldi, Ana; Dowyer Gisele; Henriques, Pedro, 2021).

Nesse sentido este trabalho tem como pergunta de pesquisa: Como o uso da pílula do dia seguinte influencia o comportamento sexual das mulheres em relação a ISTs?

Considerando tudo que foi mencionado, o trabalho possui os seguintes objetivos: Analisar a relação entre a falta de uso de métodos de barreira e o aumento de IST entre usuários de anticoncepção de emergência; propor estratégias de educação sexual que integrem o uso seguro da anticoncepção de emergência e a prevenção de IST; Explorar a relação entre o conhecimento sobre IST e a prática de uso da AE.

2. METODOLOGIA

A revisão integrativa da literatura é uma metodologia que busca reunir e analisar estudos sobre um tema específico, proporcionando uma visão abrangente do conhecimento atual. Esse processo envolve a seleção de artigos relevantes, a avaliação crítica de suas descobertas e a síntese das informações. Com isso, essa abordagem permite identificar lacunas no conhecimento e fundamentar práticas clínicas, além de orientar políticas de saúde (Mendes et al, 2009)

Para conduzir essa revisão integrativa, foram seguidas seis etapas, que representam os passos necessários para realizar esse tipo de revisão. Na etapa inicial, elabora-se uma questão focada na pesquisa, que envolve a definição do tema de interesse e a formulação de uma pergunta de pesquisa específica.

Teve como base a seguinte questão: Como o uso da pílula do dia seguinte influencia o comportamento sexual das mulheres em relação ao ISTs?

Para a definição do tema, foi empregado o termo PICO. P para (População/ paciente): Mulheres que já    experimentaram a pílula do dia seguinte. I para (Intervenção): Uso repetido da pílula do dia seguinte. C para (Comparação/ controle): Mulheres que utilizam métodos contraceptivos regulares. O para (Resultado/ desfecho/Outcome): Taxa de infecções sexualmente transmissíveis (IST).

Na segunda parte e o levantamento dos artigos da literatura, foi feita uma pesquisa nas seguintes bases de dados: PlubMed, Scientific Electronic Library (SciELO), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS).

Os descritores foram definidos após a definição do pico e analise no DECS, sendo assim os descritores: Contracepção de emergência, Anticoncepção de emergência, (ISTs), métodos contraceptivos, com estratégias de busca registradas: (“Emergency Contraception” OR “Morning AfterPil”) AND (“Sexually Transmitted Diseases” OR “STDs” OR “Sexually Transmitted Infections) AND (“risk”) AND (“ Women “ OR “Female” OR “Females”).

Essa etapa foi essencial para consolidar uma base de evidências que sustentou a discussão e as conclusões da pesquisa, contribuindo para uma compreensão aprofundada do tema.

A terceira etapa caracterizou-se como uma revisão integrativa da literatura, com o objetivo de reunir e analisar as evidências científicas disponíveis sobre o uso da AE e as ISTs. Os critérios de inclusão para este estudo envolveram artigos publicados entre 2010 e 2024, em português, que abordaram a relação entre o uso da anticoncepção de emergência (AE) e o aumento do risco de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), incluindo fatores de risco, sintomas e manifestações clínicas. Foram considerados estudos de ensaios clínicos, estudos de coorte, estudos de caso-controle, revisões sistemáticas e artigos originais, que envolveram mulheres sexualmente ativas que utilizaram a AE e relataram dados sobre ISTs. Foi como critério também a escolha do manual da pesquisa de 2011 do Ministério Saúde ele foi escolhido por ter recomendações importantes para a temática. e é manual vigente.

Os critérios de exclusão incluíram dissertações, teses, monografias, estudos duplicados, relatos de experiências, artigos que não abordaram diretamente a relação entre o uso da anticoncepção de emergência (AE) e o risco de ISTs, estudos focados em métodos contraceptivos permanentes (como laqueadura e vasectomia), artigos de opinião, relatos de caso, e estudos não revisados por pares. Também foram excluídos estudos que não estavam disponíveis em texto completo ou que não forneciam dados suficientes para análise.

Na quarta etapa após a seleção dos artigos relevantes e a extração dos dados, foi realizada uma análise qualitativa e quantitativa dos estudos incluídos na revisão. No total, 10 estudos foram selecionados e analisados, abrangendo diferentes desenhos metodológicos, como ensaios clínicos, estudos de coorte, estudos de caso – controle e estudos qualitativos. A análise incluiu tanto estudos que investigaram a eficácia contraceptiva da AE quanto os que abordaram o impacto da AE no risco de ISTs.

Na quinta etapa, procedeu-se à interpretação dos resultados, identificando padrões, lacunas e tendências na literatura revisada, além de analisar e discutir os achados. Foram extraídas as seguintes informações dos estudos selecionados: título, ano de publicação, periódico, objetivos, metodologia utilizada, resultados e principais conclusões.

Na sexta etapa, foram analisados e discutidos os resultados obtidos a partir da revisão integrativa da literatura. O processo envolveu as seguintes atividades: Análise de dados coletados; Identificação de Padrões e Tendências; Identificação de Lacunas; Reflexão Crítica; Implicações Práticas; Sugestões para Futuras Pesquisas.

Essa etapa foi crucial para interpretar os dados coletados, oferecendo uma compreensão aprofundada da relação entre o uso da anticoncepção de emergência e o aumento do risco de infecções sexualmente transmissíveis. A análise e discussão contribuíram para a elaboração de recomendações relevantes e para a reflexão sobre o tema em um contexto mais amplo.

Para a elaboração do fluxograma PRISMA, foram utilizados os seguintes tópicos: identificação, triagem, elegibilidade e inclusão. A busca por artigos foi realizada em várias bases de dados, resultando em um total de 253 artigos, distribuídos da seguinte forma: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) (n=30), Lilacs (n=10), PubMed (n=35), Scielo (n=28) e Google Acadêmico (n=150).

Após uma triagem rigorosa foram excluídos 144 artigos, por não se encaixar no título, por serem duplicados. Critérios adicionais de exclusão foram aplicados, incluindo a não correspondência à questão de pesquisa sobre: O uso da anticoncepção de emergência e o risco elevado para infecção sexualmente transmissível (ISTs).

Restaram 99 artigos que se enquadravam nos critérios de exclusão; desses, 59 eram pagos, ou fora do período considerado ou não tratavam do tema. Também foram excluídos 40 artigos que não respondiam à pergunta principal. No final, foram incluídos no trabalho 10 artigos.

Figura 1 Fluxograma PRISMA (Preferred Reporting Itens For Systematic Reviews abd Meta – Análises)

Fonte: Elaborado pela autora, 2024

3. RESULTADOS

O Quadro 1 apresenta os resultados da pesquisa bibliográfica, estruturados conforme o ano de publicação, título do artigo, autor(es), tipo de pesquisa e o objetivo principal de cada estudo.

Antes da apresentação dos quadros de resultados, é relevante destacar que esta pesquisa foi realizada com base em 10 artigos que abordam o tema ‘O uso da anticoncepção de emergência e o risco aumentado para infecções sexualmente transmissíveis (IST)’. Esses estudos foram selecionados de forma criteriosa, considerando sua relevância e rigor científico. Através da análise desses artigos, busca- se compreender as implicações do uso da anticoncepção de emergência no comportamento sexual e na vulnerabilidade a IST. Os resultados foram organizados em quadros para facilitar a visualização das principais descobertas e permitir uma reflexão mais aprofundada sobre as questões levantadas na pesquisa.

Quadro 1. Resultados da busca bibliográfica

ARTIGOTÍTULOAUTOR/ANOTIPO DE PESQUISAOBJETIVO
1Anticoncepção de emergência.Ministério da saúde, 2011.Material educativo.Ressaltar como e a (AE), seus efeitos, como ele age.
 2Comportamento sexual de risco e conhecimento sobre IST/SIDA em universitários da saúde.Sales et al., 2016.  Revisão qualitativa.Investigar os fatores de risco sobre as (ISTs).
 3Uso da anticoncepção de emergência entre mulheres usuárias de Unidades Básicas de Saúde em três capitais brasileiras.Borges et al.,2019.  Revisão qualitativa.Relatar o uso da anticoncepção de emergência e os aspectos associados.
 4Estratégias de prevenção a ISTs realizadas por enfermeiros na atenção primaria a saúde: uma revisão integrativa. Alves et al.,2021.Revisão integrativa.Elencar a prevenção e estratégias para (ISTs).
 5  A falta de informação e os possíveis riscos sobre o uso exagerado da pílula do dia seguinte (levonorgestrel).Borges et al.,2021.Revisão de literatura.Principais fatores de risco que envolvem a falta de informações sobre o uso exagerado da pilula do dia seguinte.
 6Riscos associados ao uso do anticoncepcional de emergência: pílula do dia seguinte.Ferreira et al., 2021.  Revisão integrativa.Descrever o risco elevado ao uso indiscriminado da (AE).
7Atenção Integral as pessoas com infecção sexualmente transmissível.Galvão et al., 2021.Revisão integrativa de literatura.Destacar a assistência de enfermagem nas (ISTs) considerando todos os fatores de risco.
 8  Potenciais riscos do uso excessivo da pílula do dia seguinte.Souza et al., 2023.  Revisão sistemática.Avaliar os riscos a saúde ao uso excessivo da pila do dia seguinte.
9Anticoncepção de emergência.Monteiro, et al., 2024.Revisão qualitativa.Compreender o porquê do uso da (AE), para que e serve e as atuais opções da pilula.
  10Riscos do uso indiscriminado da contracepção de emergência.Silva et al.,2024.Revisão da literatura.Descrever os efeitos adversos que o uso indevido da contracepção de emergência pode causar no organismo feminino.

Fonte: Elaborado pelo auto

4. DISCUSSÃO
4.1 Importância e efeitos da Anticoncepção de Emergência e os tipos de pílulas.

De acordo com Saúde, (2011) a AE é uma estratégia fundamental para a prevenção de gravidezes indesejadas, especialmente em situações em que métodos contraceptivos regulares falham. E a utilização de anticoncepcionais de emergência que podem reduzir significativamente o risco de gravidez após relações sexuais desprotegidas, oferecendo uma alternativa imediata para mulheres em situações de vulnerabilidade. O Monteiro, et al (2024) fala da importância do AE para evitar gravidez indesejadas, falhas ou rompimentos de outros métodos, abusos sexuais, mas relata a importância da saúde sexual e deixa claro que ele não é abortivo.

Segundo o Saúde, (2011) A acessibilidade à anticoncepção de emergência é um dos fatores mais relevantes para sua eficácia. Vale ressalta que a disponibilização desses métodos em farmácias e unidades de saúde, sem a exigência de receita médica, é crucial para que indivíduos, especialmente adolescentes, possam acessá-los facilmente. Essa acessibilidade é fundamental para remover barreiras que podem limitar o uso eficaz da anticoncepção, promovendo a saúde reprodutiva e permitindo que todos façam escolhas informadas sobre sua vida sexual.

O Borges, et al (2021) refere-se a (AE) como um conjunto de métodos contraceptivos destinados a evitar a gravidez após uma relação sexual sem proteção. E a única alternativa disponível para prevenir a gravidez após a relação sexual, o acesso a esses métodos é fundamental para garantir os direitos das mulheres, baseando-se nos direitos sexuais e reprodutivos. Já o Ferreira, et al (2021), relata que a (AE) é um método importante para evitar gravidez indesejadas, mas relata a importância dos usuários saber de todos os efeitos colaterais, já que a disponibilidade do método e facilitada.

Segundo o Borges, et al (2021) a AE, que contém levonorgestrel, é uma forma de anticoncepção de emergência amplamente utilizada para prevenir a gravidez após relações sexuais desprotegidas. No entanto, a falta de informação adequada sobre seu uso e efeitos colaterais pode levar a um uso excessivo, resultando em riscos para a saúde das usuárias. O Silva, et al (2024) também relata que e preocupante a disponibilidade facilitada do método (AE) já que, as mulheres possam usá-lo como contraceptivo diário. Segundo Monteiro, et al (,2024) a AE em algumas mulheres podem ter alguns efeitos colaterais como: náuseas, vômitos, irregularidades menstruais, cefaleia em alguns casos. De acordo com Monteiro, et al (2024), os tipos da AE atuais disponíveis são, o Yuzpe, o levonorgestrel, o DIU, acetato de ulipristal. Mas relata também que o DIU e pouco conhecido e com poucos estudos, o acetato de ulipristal não é disponível no Brasil até o momento, o Yuzpe tem muitos efeitos colaterais então ele não e muito indicado, e pôr fim ao levonorgestrel que no Brasil e o mais utilizado.

4.2. Riscos de ISTs em Contextos de Uso da Anticoncepção de Emergência

Segundo Sales, et al (2016) embora a pílula do dia seguinte previna gravidezes indesejadas, não impede a transmissão de ISTs. Essa falta de conhecimento pode contribuir para um aumento na incidência de infecções, especialmente em jovens, que podem não buscar informações adequadas sobre saúde sexual. Já o Monteiro, et al (2024) fala que a educação sexual desempenha um papel crucial nos riscos de ISTs em contextos de uso da anticoncepção de emergência.

De acordo com Silva et al (2024) o conhecimento sobre ISTs é um elemento fundamental para a prevenção dessas infecções. Embora muitos indivíduos tenham acesso a informações sobre ISTs, a compreensão sobre a natureza, transmissão e prevenção dessas doenças nem sempre é adequada.

O Sales et al, (2016), fala sobre a importância do conhecimento, não só por tomar a AE em exagero, mas sim no risco aumentado a ISTs, pois quem toma a AE não se preveniu na relação sexual.

4.3. ISTs.

O Galvão et al, (2021), relata que as ISTs são adquiridas principalmente por meio do contato sexual desprotegido, que pode envolver relações vaginais, anais ou orais. Durante esses atos, microrganismos causadores de ISTs, como bactérias, vírus, fungos e protozoários, podem ser transmitidos de uma pessoa infectada para outra. O risco de transmissão é aumentado quando há lesões na pele ou mucosas, que facilitam a entrada desses agentes patogênicos no organismo.

Segundo Alves et al, (2021) e Galvão et al, (2021) existem mais de 30 causadores de ISTs no Brasil, mas os mais conhecidos e falados são herpes genital, sífilis, gonorreia; infecção pelo HIV; infecção pelo Papiloma vírus Humano (HPV) e hepatites virais B e C. De acordo com Alves et al, (2021), as ISTs são causadas por uma variedade de agentes patogênicos, incluindo bactérias, vírus, protozoários e fungos.

4.4. O Papel da Educação Sexual na Redução de ISTs.

O Galvão, et al (2021) relata que a atenção integral às pessoas com infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) é fundamental para a promoção da saúde e a prevenção de complicações associadas a essas condições. A abordagem integral considera não apenas o tratamento das ISTs, mas também a educação em saúde, o aconselhamento e o suporte psicossocial. Isso é crucial, uma vez que as ISTs frequentemente trazem estigmas sociais e emocionais, que podem impactar a adesão ao tratamento e o bem-estar geral dos indivíduos afetados.

Segundo o Alves, et al (2021) a conscientização sobre a eficácia dos métodos de proteção, especialmente o uso de preservativos, é um componente essencial da educação sexual. Quando os usuários recebem essas informações claras e práticas sobre como e quando usar preservativos, a adesão a esses métodos aumenta significativamente. Essa prática não só previne a gravidez indesejada, mas também reduz o risco de transmissão de ISTs, contribuindo para uma saúde sexual mais segura.

5. CONCLUSÃO

A pílula do dia seguinte é uma importante ferramenta de controle da natalidade, mas seu uso pode impactar o comportamento sexual das mulheres, muitas vezes levando a uma maior exposição a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A segurança proporcionada por esse método de emergência pode fazer com que algumas mulheres deixem de utilizar preservativos, o que aumenta o risco de contrair infecções.

Para enfrentar essa questão, é fundamental promover uma educação sexual abrangente que reforce a importância da proteção contínua contra ISTs, mesmo após o uso da pílula. Campanhas de conscientização podem ajudar a esclarecer que a pílula não protege contra infecções, encorajando o uso de métodos de barreira em todas as relações sexuais. Isso é essencial para garantir que as mulheres façam escolhas informadas sobre sua saúde sexual.

Além disso, o papel dos profissionais de saúde é crucial nesse contexto. Eles devem estar preparados para oferecer informações precisas e apoio às mulheres, promovendo um ambiente de diálogo aberto sobre saúde reprodutiva. Com uma abordagem educativa e de suporte, é possível incentivar comportamentos mais seguros e responsáveis, contribuindo assim para a proteção da saúde das mulheres e a redução das ISTs

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1Graduanda em Enfermagem Instituição de ensino superior de Brasília (IESB)
E-mail: Ingrid.reis@iesb.edu.br

2Professora Mestra. Docente da graduação em Enfermagem do Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB). E-mail: enf.izabellamorais@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8923-6420