BIOCHEMICAL MARKERS IN RENAL FAILURE
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202411271118
Thalita Costa Alves1
Orientadora: Isabella Simões Pimenta2
Resumo: A doença renal crônica (DRC) é uma condição progressiva onde os rins perdem a capacidade de funcionar adequadamente, levando a uma série de complicações. Os principais sintomas incluem fadiga, náuseas, alterações na micção, pressão arterial elevada, anemia e problemas ósseos. As causas mais comuns são hipertensão arterial e diabetes mellitus. O diagnóstico precoce é fundamental e pode ser realizado através de exames de sangue e urina que medem a taxa de filtração glomerular (TFG), creatinina, ureia e presença de albumina ou proteínas na urina.Os marcadores bioquímicos, como a creatinina sérica, ureia, TFG, albumina, e novos marcadores como NGAL, KIM-1 e IL-18, são essenciais para detectar, monitorar e prognosticar a DRC. A creatinina e a ureia aumentam com a diminuição da função renal, enquanto a TFG fornece uma medida precisa do grau de insuficiência renal. A albuminúria e a proteinúria são indicativas de dano glomerular e progressão da doença. Esses marcadores não só permitem a detecção precoce e o monitoramento da progressão da DRC, mas também ajudam a avaliar a eficácia do tratamento, possibilitando ajustes terapêuticos para retardar a deterioração renal e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Palavras-chave: Marcadores bioquímicos. Filtração glomerular. Creatina sérica. Albumina.
Abstract: Chronic kidney disease (CKD) is a progressive condition in which the kidneys lose their ability to function properly, leading to a series of complications. The main symptoms include fatigue, nausea, changes in urination, high blood pressure, anemia, and bone problems. The most common causes are hypertension and diabetes mellitus. Early diagnosis is crucial and can be made through blood and urine tests that measure glomerular filtration rate (GFR), creatinine, urea, and the presence of albumin or proteins in urine.
Biochemical markers, such as serum creatinine, urea, GFR, albumin, and new markers such as NGAL, KIM-1, and IL-18, are essential for detecting, monitoring, and prognosticating CKD. Creatinine and urea levels rise as kidney function declines, while GFR provides an accurate measure of the degree of kidney failure. Albuminuria and proteinuria are indicative of glomerular damage and disease progression.
These markers not only enable early detection and monitoring of CKD progression but also help assess the effectiveness of treatment, allowing therapeutic adjustments to slow renal deterioration and improve patients’ quality of life.
Keywords: Biochemical markers. Glomerular filtration. Serum creatinine. Albumin.
1 INTRODUÇÃO
Cuidar da função renal é uma alta prioridade nos sistemas de saúde, tanto em nível nacional quanto mundial. Isso reflete o importante papel que os rins desempenham na filtração do sangue, remoção de substâncias tóxicas endógenas e exógenas, equilíbrio hidroelectrolítico, liberação de hormônios e na ativação da vitamina D. Os rins desempenham um papel fundamental no controle da pressão arterial e da eritropoiese, reduzindo, em condições de normal função, o risco cardiovascular e os distúrbios hematológicos.
A perda progressiva da estrutura e função renal é uma entidade clínica- bioquímica de múltiplas etiologias que define a doença renal crônica (DRC). Silenciosa em suas etapas iniciais, mas de curso progressivo, leva, na ausência de tratamento adequado, à doença renal crônica avançada e insuficiência renal, que necessariamente leva o paciente à terapia de substituição, seja diálise crônica ou transplante renal. Nos últimos anos, tem sido observado um aumento global na DRC, com uma alta prevalência na população adulta.
Devido à reserva funcional dos rins, em estágios iniciais, a doença não se manifesta clinicamente e não é diagnosticada, razão pela qual muitos pacientes com doença renal precoce assintomática desconhecem seu problema. Atualmente, a DRC é considerada um modelo de progressão e são reconhecidos fatores de risco que permitem sua suspeita, diagnóstico precoce e posterior estadiamento. Assim, a DRC evolui por um longo tempo de forma silenciosa e não percebida, com uma etapa tardia sintomática, muitas vezes evidenciada por complicações cardiovasculares (CV) associadas à disfunção renal. Neste contexto, questionou-se: quais são os marcadores bioquímicos para o diagnóstico da insuficiência renal?
O objetivo geral da pesquisa foi compreender a relevância dos marcadores bioquímicos na detecção e prognóstico da insuficiência renal crônica. Como objetivos específicos, pretendeu-se apresentar a doença renal crônica em relação ao que a caracteriza (sintomas, causas e diagnóstico) e entender os diferentes marcadores bioquímicos para a detecção da insuficiência renal.
Essa pesquisa poderá ter um grande impacto na comunidade acadêmica, pois os resultados obtidos poderão ajudar a elucidar a fisiopatologia da doença renal crônica, abrir novas áreas de pesquisa e desenvolvimento de novos tratamentos. A investigação nessa área poderá contribuir para a formação de novos pesquisadores, promovendo o avanço da ciência e da medicina.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Metodologia
O estudo foi conduzido através de uma revisão bibliográfica com abordagem qualitativa e descritiva. A pesquisa foi embasada em artigos publicados nos últimos 05 anos, no período de 2018 a 2023. Para tanto, foram utilizadas bases de dados confiáveis, tais como o portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e a Scientific Electronic Library Online (SciELO).
Os critérios de inclusão foram: artigos em língua portuguesa ou traduzidos, disponibilizados na íntegra e de forma gratuita. As palavras-chave utilizadas na busca foram: doença renal crônica; insuficiência renal; marcadores bioquímicos; função renal; intervenção precoce; atenção primária à saúde.
2.2 Resultados e Discussão
A doença renal crônica (DRC) é uma condição em que os rins perdem a capacidade de funcionar adequadamente, levando a uma progressiva diminuição da função renal ao longo do tempo. Essa condição é caracterizada pela presença de lesão renal e/ou perda de função renal por três meses ou mais. Os principais sintomas da DRC incluem fadiga, náuseas, falta de apetite, alterações no sono, mudanças na micção (como aumento ou diminuição da quantidade de urina), pressão arterial elevada, anemia e problemas ósseos (AGUIAR et al., 2020a).
Segundo Silva et al., (2020), as principais causas da DRC são a hipertensão arterial e o diabetes mellitus, que juntos respondem por cerca de dois terços dos casos. Outras causas incluem doenças autoimunes, como o lúpus eritematoso sistêmico, infecções urinárias recorrentes, obstruções no trato urinário, doenças hereditárias, uso de medicamentos nefrotóxicos e outras condições médicas que afetam a função renal, conforme os mesmos autores.
Para Almeida et al. (2019), o diagnóstico da DRC é feito por meio de exames de sangue e urina, que avaliam a função renal e a presença de lesão renal, assim, é importante que a DRC seja diagnosticada precocemente, já que a progressão da doença pode ser interrompida ou retardada com o tratamento adequado. Os mesmos autores continuam afirmando que o tratamento da DRC inclui medidas para controlar as causas subjacentes da doença, como a hipertensão arterial e o diabetes mellitus, além de medicamentos para reduzir a pressão arterial, controlar a anemia e prevenir problemas ósseos. Em casos mais avançados, pode ser necessário tratamento de diálise ou transplante renal (ALMEIDA et al., 2019).
Para Ribeiro et al. (2020), a doença renal crônica é caracterizada por uma perda gradual e irreversível da função renal, resultando em uma redução da taxa de filtração glomerular (TFG) por um período superior a três meses. Souza et al. (2022) complementam que isso pode ser causado por várias doenças renais, incluindo glomerulonefrite, nefrite intersticial, pielonefrite, nefropatia diabética e hipertensão arterial.
Pires et al. (2022) informam que a doença renal crônica geralmente é assintomática nas fases iniciais, mas pode progredir para insuficiência renal e causar sintomas como fadiga, anemia, edema, náusea e vômito. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para retardar a progressão da doença e prevenir complicações graves, como doença cardiovascular e insuficiência renal terminal (PIRES et al., 2022).
Portanto, conforme Pereira et al., (2021), a DRC é uma condição crônica que requer cuidados de saúde contínuos e monitoramento regular da função renal e é importante que os pacientes com DRC sigam as orientações médicas e adotem um estilo de vida saudável para ajudar a retardar a progressão da doença e melhorar sua qualidade de vida.
Os fatores de risco que definem uma população suscetível à doença renal podem ser modificáveis ou não, segundo Aguilar et al. (2020). A exclusão ou mudança de comportamentos dos modificáveis, como hipertensão arterial (HTA), diabetes mellitus (DM), tabagismo, sobrepeso e obesidade, podem prevenir ou retardar a progressão da doença para estágios mais graves e, ainda, a idade, grupo étnico e antecedentes pessoais são fatores não modificáveis sobre os quais não se pode intervir e aumentam per se a susceptibilidade ao dano renal (AGUILAR et al., 2020).
Conforme Nascimento (2021), recomenda-se que a avaliação da função renal seja realizada pela estimativa da taxa de filtração glomerular (TFG) a partir da medição da creatinina plasmática, idade, sexo e etnia. As fórmulas de estimativa da T G recomendadas são as derivadas do estudo Modification of Diet in Renal Disease (MDRD-4 e MDRD-IDMS; IDMS: espectrometria de massa com diluição isotópica) e a equação CKD-EPI elaborada pela Chronic Kidney Disease-Epidemiology Collaboration. CKD-EPI apresenta maior precisão e capacidade preditiva em TFG maiores que 60 mL/min/1,73 m2 (15). Por isso, as diretrizes KDIGO 2012 e NICE 2014 sugerem seu uso, particularmente em populações com TFG levemente diminuída, explica Nascimento (2021).
Para Alves et al. (2019), um sinal de lesão renal é a presença persistente de concentrações elevadas de albumina ou proteínas na urina. A albuminúria está relacionada com a progressão e mortalidade da doença renal e, portanto, é um marcador independente e sensível de dano glomerular primário ou secundário. Sua medição juntamente com a estimativa da TFG constitui uma boa estratégia para sustentar o diagnóstico eprognóstico da DRC (ALVES et al. 2019).
Informam Aguiar et al. (2020b) que a função normal dos túbulos renais é essencial para a manutenção da homeostase renal. Foram postulados marcadores não invasivos, sensíveis e específicos de lesão tubular, tanto para o diagnóstico precoce quanto para o monitoramento da progressão do dano. Alguns exclusivamente urinários, como IL-18 (interleucina-18) e outros séricos e urinários, como KIM-1 (kidney injury molecule-1) e a lipocalina associada à gelatinase de neutrófilos (NGAL – neutrophil gelatinase associated lipocalin). Entre eles, a NGAL tem sido considerada muito promissora e com potencial aplicabilidade na prática clínica, conforme os autores citados.
Para Souza et al. (2022), após uma lesão túbulo-intersticial, a NGAL aumenta sua expressão particularmente na alça de Henle ascendente e nos túbulos distais e coletores. Lesões túbulo-intersticiais alteram a reabsorção de NGAL urinária (NGALu) e, portanto, aumentam sua concentração na urina. Aumentos séricos de NGAL precedem os aumentos de creatinina, levando a NGAL sérica (NGALs) a ser proposta como marcador precoce e preditor independente de lesão tubular aguda ou crônica (SOUZA et al., 2022).
Complementam Pires et al. (2022), que a insuficiência renal é caracterizada pela perda progressiva da função renal, podendo ser classificada em diferentes estágios de acordo com a taxa de filtração glomerular (TFG) estimada, sendo que a utilização de marcadores bioquímicos é essencial na detecção precoce e no monitoramento da progressão da doença renal.
Mourão et al. (2019) afirmam que entre os principais marcadores bioquímicos utilizados na insuficiência renal estão a creatinina sérica e a ureia. A creatinina é um produto de degradação da creatina, presente nos músculos, que é eliminada pelos rins. Quando a função renal é reduzida, a creatinina sérica aumenta. A ureia, por sua vez, é um produto do metabolismo das proteínas, que também é eliminado pelos rins. Sua concentração sérica aumenta na insuficiência renal (MORÃO et al., 2019).
Lima et al. (2020) afirmam que a creatinina é sintetizada a partir do catabolismo muscular, passa pelo processo de filtração nos glomérulos e não é reabsorvida, o que a torna diretamente relacionada à taxa de filtração glomerular (TFG). Por esse motivo, ela é utilizada como um marcador de função renal, embora seu nível só aumenta após a TFG ter decaído para metade de seu nível normal. Por outro lado, a ureia é um produto resultante da metabolização das proteínas e é reabsorvida pelos túbulos renais.
A creatinina plasmática tem sua origem, em sua grande maioria, a partir da quebra da creatina presente no tecido muscular, e sua concentração na circulação sanguínea é diretamente proporcional à massa muscular do indivíduo. Como resultado, em situações de atrofia muscular e outras patologias relacionadas, observa-se uma diminuição na concentração de creatinina plasmática. Em contrapartida, em momentos de estresse muscular, como durante exercícios prolongados e intensos, é possível notar um aumento nos níveis plasmáticos de creatinina (MOURÃO et al., 2019).
Continuando, Mourão et al. (2019) afirmam que o organismo elimina a creatinina principalmente pela via renal, uma vez que não é reabsorvida nem reutilizada. Por essa razão, a creatinina torna-se um marcador crucial para a detecção de problemas renais, uma vez que sua concentração plasmática reflete diretamente a taxa de filtração glomerular. O aumento nos níveis de creatinina indica uma possível deficiência na funcionalidade renal. Portanto,a avaliação da creatinina plasmática é essencial para o monitoramento da saúde renal e identificação precoce de disfunções renais.
Conforme Sousa, Pereira e Motta (2018), a ureia é o soluto mais osmoticamente ativo no organismo, e sua rápida remoção pode causar desequilíbrios. Quando a taxa de filtração glomerular diminui, os níveis de ureia aumentam, pois ela é reabsorvida pelos túbulos renais após o processo de filtração, o que difere da creatinina, que não sofre reabsorção.
Para Nascimento (2021), a ureia é um dos principais produtos metabólicos resultantes do metabolismo das proteínas provenientes da dieta. Ela é produzida no fígado através das enzimas envolvidas no ciclo da ureia. Em adultos saudáveis, a concentração normal de ureia no sangue varia entre 13 e 43 mg/dL. Esses valores podem ser influenciados por diversos fatores, tais como a dieta, a ação de hormônios e a presença de doenças.
Para Pereira et al. (2021), além da creatinina e ureia, outros marcadores bioquímicos podem ser utilizados na detecção e monitoramento da insuficiência renal.
A albumina, por exemplo, é uma proteína plasmática que, quando presente em concentrações reduzidas na urina (albuminúria), indica dano renal. A taxa de filtração glomerular (TFG), que representa a taxa de filtração do sangue pelos rins, também é um marcador importante para avaliar a função renal.
A proteinúria é um termo amplo que abrange a excreção de albumina e outras proteínas na urina. Por outro lado, a albuminúria refere-se especificamente à presença de albumina na urina, sendo considerada um marcador de lesão glomerular. Adicionalmente, o termo microalbuminúria é utilizado quando há uma quantidade de albumina na urina acima do normal, porém em níveis inferiores aos detectados nos testes de proteinúria total. Isso significa que microalbuminuria indica uma leve excreção aumentada de albumina na urina, muitas vezes sinalizando um início de disfunção renal ou outras condições médicas que podem afetar os rins (SOUSA; PEREIRA; MOTTA, 2018).
Conforme Nascimento (2021), a eTFG representa o volume de sangue que é filtrado através do glomérulo por unidade de tempo. Essa taxa corresponde à quantidade de fluido filtrado pelos rins e é utilizada como uma medida para avaliar, detectar e prognosticar a função renal, bem como para diagnosticar doença renal crônica (DRC) e lesão renal aguda (LRA). De modo geral, os marcadores de filtração glomerular são substâncias de baixo peso molecular, inertes e que são livremente filtradas, sem serem absorvidas ou secretadas pelos túbulos renais. Existem duas categorias de marcadores: os exógenos, como a inulina, que são administrados no corpo com o propósito de medir a sua depuração, e os endógenos, que são substâncias encontradas naturalmente em nosso organismo, como metabólitos e proteínas séricas de baixo peso molecular, que podem ser utilizados para estimar a taxa de filtração glomerular (TFG). Para Alves et al. (2019), a TFG é considerada como o melhor indicativo do funcionamento renal, sua estimativa tem sido sugerida nas principais diretrizes sobre doenças crônicas.
Aguilar et al. (2020) indicam que outros marcadores menos utilizados incluem a cistatina C, um marcador de função renal mais sensível que a creatinina em pacientes idosos, e a beta-2-microglobulina, que pode ser utilizada para avaliar a função renal em pacientes com doença renal crônica. A utilização de marcadores bioquímicos é essencial na detecção precoce, no monitoramento e na avaliação da progressão da insuficiência renal. A creatinina sérica, a ureia, a albumina, a TFG e outros marcadores bioquímicos são importantes ferramentas na avaliação da função renal e na tomada de decisões clínicas em relação ao tratamento da doença (SOUZA et al., 2022).
Para Alves et al. (2019), em relação ao prognóstico, os marcadores bioquímicos têm uma importância significativa na detecção e prognóstico da insuficiência renal crônica (IRC), pois eles são fundamentais para o diagnóstico precoce da doença, monitoramento da progressão da doença ao longo do tempo e avaliação da eficácia do tratamento. Além disso, também são úteis para identificar possíveis complicações e auxiliar na tomada de decisões clínicas.
Algumas das principais razões pelas quais os marcadores bioquímicos são relevantes na detecção e prognóstico da IRC: a Diagnóstico precoce: marcadores como a creatinina sérica e a taxa de filtração glomerular estimada (eTFG) permitem a identificação precoce de alterações na função renal, mesmo antes de os sintomas da doença se manifestarem. O diagnóstico precoce é crucial para iniciar o tratamento adequado e retardar a progressão da IRC; b) Avaliação da função renal: a creatinina sérica e a eTFG são usadas para avaliar a função renal. A creatinina é um resíduo metabólico que é filtrado pelos glomérulos e sua concentração no sangue aumenta quando há comprometimento da função renal. A eTFG é uma estimativa da taxa de filtração glomerular, fornecendo uma avaliação da função renal sem a necessidade de coletar urina; c) Monitoramento da progressão: ao longo do tempo, os marcadores bioquímicos permitem acompanhar a evolução da função renal e determinar a velocidade de progressão da doença. Isso é fundamental para ajustar o tratamento e adotar medidas preventivas para retardar a deterioração renal (ALVES et al., 2019). Ainda segundo Alves et al. (2019), certos marcadores bioquímicos, como a albumina sérica e a proteína na urina, podem indicar complicações associadas à IRC, como a perda de proteínas na urina (proteinúria). Essa perda de proteínas pode ser um sinal de dano aos glomérulos e contribuir para o agravamento da doença. Os marcadores bioquímicos também são úteis para avaliar a eficácia do tratamento da IRC. O controle adequado dos níveis de marcadores pode indicar uma resposta positiva ao tratamento, enquanto níveis descontrolados podem sugerir a necessidade de ajustes n a terapia.
Portanto, os marcadores bioquímicos desempenham um papel fundamental na detecção, monitoramento e prognóstico da insuficiência renal crônica. Através dessas análises, os profissionais de saúde podem tomar decisões clínicas embasadas eproporcionar um tratam ento mais eficaz aos pacientes com IRC melhorando a qualidade de vida e retardando a progressão da doença (ALVES et al., 2019).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Doença Renal Crônica (DRC) é uma condição de grande relevância médica, caracterizada pela perda gradual e irreversível da função renal ao longo de meses ou anos. Sua etiologia está majoritariamente associada a condições como hipertensão arterial e diabetes mellitus, mas também pode ser decorrente de doenças autoimunes, infecções urinárias e fatores genéticos, entre outros. A identificação precoce e o manejo adequado da DRC são cruciais para evitar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O diagnóstico se baseia em exames de sangue e urina, que avaliam a função renal e a presença de lesões nos rins, enquanto o tratamento visa controlar as causas subjacentes, como hipertensão e diabetes, e pode incluir medicamentos, diálise ou transplante renal em estágios avançados. A utilização de marcadores bioquímicos, como a creatinina sérica, ureia e taxa de filtração glomerular (TFG), é fundamental para monitorar a progressão da doença e avaliar a eficácia do tratamento. Dessa forma, uma abordagem multidisciplinar e a adesão a um estilo de vida saudável são essenciais para retardar a evolução da DRC e mitigar suas complicações.
REFERÊNCIAS
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1 Acadêmica do curso de Biomedicina da FMU.
2 Orientadora