ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS MORTES POR INFARTO EM FERNANDÓPOLIS EM 2023 COM BASE NO DATASUS

EPIDEMIOLOGICAL ANALYSIS OF DEATHS FROM HEART ATTACK IN FERNANDÓPOLIS IN 2023 BASED ON DATASUS

Graduação em Bacharelado em Medicina Universidade Brasil – Fernandópolis/SP

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/os102411270945


Gabriel Marcos Pessotto ¹ / Guilherme de Freitas Oliveira ² / Joanês Junior Januário ³ / João Pedro Moreira Botelho Prudêncio ⁴ / Kairo Miguel Araújo ⁵ / Lais Tainá Suzin Ferreira ⁶ / Marjorie Christine Medeiros Silva ⁷ / Mateus William Mendes Costa ⁸ / Monic Rondina Fontes ⁹ /Sarah Carolina Belussi Freitas¹⁰/ Taynara Arlinda Souza Lopes ¹¹ / Thiago Vittor Silva Freitas ¹²


RESUMO

O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma das principais causas de mortalidade em Fernandópolis e no Brasil. Este estudo analisou os óbitos por IAM em 2023 no município, com foco em gênero e faixa etária, utilizando dados do DATASUS. Dos 251 óbitos registrados, 60,15% ocorreram em homens e 79,47% em indivíduos com 60 anos ou mais, destacando a vulnerabilidade de idosos e do sexo masculino. A discussão explorou fatores de risco, como hipertensão, diabetes, tabagismo e envelhecimento, além de propor intervenções preventivas, incluindo campanhas de educação em saúde, ampliação do acesso ao diagnóstico precoce e incentivo a hábitos saudáveis. Os resultados reforçam a necessidade de estratégias direcionadas para redução da mortalidade cardiovascular.

Palavras-chave:  infarto agudo do miocárdio; mortalidade cardiovascular; prevenção; fatores de risco; saúde pública.

ABSTRACT

Acute myocardial infarction (AMI) is one of the leading causes of mortality in Fernandópolis and Brazil. This study analyzed AMI-related deaths in 2023 in the municipality, focusing on gender and age groups, using data from DATASUS. Of the 251 recorded deaths, 60.15% occurred in men and 79.47% in individuals aged 60 years or older, highlighting the vulnerability of the elderly and males. The discussion explored risk factors such as hypertension, diabetes, smoking, and aging, while proposing preventive interventions, including health education campaigns, improved access to early diagnosis, and promotion of healthy habits. The findings underscore the need for targeted strategies to reduce cardiovascular mortality.

Keywords: acute myocardial infarction; cardiovascular mortality; prevention; risk factors; public health.

  1. INTRODUÇÃO

O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma condição médica crítica que ocupa posição central entre as principais causas de mortalidade e morbidade em escala global. Caracteriza-se por um evento isquêmico irreversível, geralmente precipitado pela oclusão aguda de uma artéria coronariana, levando à necrose do tecido miocárdico. As doenças cardiovasculares, das quais o IAM é uma das manifestações mais graves, são responsáveis por aproximadamente 17,9 milhões de óbitos anuais no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo amplamente reconhecidas como um problema de saúde pública prioritário. No Brasil, o impacto é igualmente preocupante, com o infarto configurando-se como uma das principais causas de óbito, especialmente em populações mais vulneráveis e regiões com acesso limitado aos cuidados de saúde.

Do ponto de vista fisiopatológico, a aterosclerose subjacente ao IAM é um processo multifatorial, envolvendo desde alterações metabólicas até respostas inflamatórias crônicas que resultam no desenvolvimento de placas ateromatosas instáveis. Como elucidado por Abbas, Lichtman e Pillai (2015), a inflamação crônica é um componente central na aterogênese, desencadeando uma cascata de respostas imunológicas mediadas por linfócitos T, macrófagos e citocinas pró-inflamatórias. Esse ambiente inflamatório não apenas contribui para o crescimento da placa, mas também aumenta sua vulnerabilidade à ruptura, que é o principal evento desencadeador de trombose coronariana. Adicionalmente, Hammer e McPhee (2016) destacam que a fisiopatologia do IAM inclui fatores locais, como a extensão da obstrução vascular, e fatores sistêmicos, como a resposta do organismo à isquemia, os quais modulam a gravidade do quadro clínico e os desfechos para o paciente.

Estudos epidemiológicos indicam que a incidência do IAM está intrinsecamente relacionada a fatores de risco clássicos, como hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, diabetes mellitus, tabagismo e obesidade, além de determinantes sociais de saúde, que influenciam o acesso aos cuidados preventivos e terapêuticos. No contexto local, a análise de dados sobre mortalidade por IAM em populações específicas fornece informações essenciais para o planejamento de intervenções de saúde pública mais efetivas. Por exemplo, a obra de Santos et al. (2018) evidencia que a mortalidade por infarto no Brasil apresenta heterogeneidade entre as diferentes regiões geográficas, sendo influenciada tanto por fatores demográficos quanto pela capacidade instalada dos sistemas de saúde.

Fernandópolis, cidade localizada no interior do estado de São Paulo, representa um recorte populacional relevante para esse tipo de análise, dado seu perfil demográfico e os desafios inerentes ao sistema de saúde local. O presente estudo visa realizar um levantamento detalhado das mortes por IAM no município no ano de 2023, com especial atenção à distribuição por gênero e faixas etárias, explorando as implicações desses achados para a formulação de estratégias direcionadas de prevenção e manejo. Ao integrar dados locais a um referencial teórico consolidado, este trabalho busca contribuir para a compreensão ampliada dos determinantes do IAM e para o fortalecimento de políticas públicas de saúde cardiovascular.

  1. METODOLOGIA

Este estudo adotou uma abordagem descritiva e quantitativa para analisar os dados de mortalidade por infarto agudo do miocárdio (IAM) em Fernandópolis, no ano de 2023, com base nas informações disponibilizadas pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), acessado através da plataforma DATASUS. O objetivo foi identificar padrões epidemiológicos relacionados a gênero e faixa etária, buscando evidenciar os grupos populacionais mais afetados.

2.1 Fonte de Dados

Os dados foram obtidos por meio do DATASUS, plataforma mantida pelo Ministério da Saúde do Brasil, que compila informações sobre óbitos registrados no território nacional. O recorte temporal foi limitado ao ano de 2023, e a delimitação geográfica foi o município de Fernandópolis, localizado no estado de São Paulo. As causas de morte foram codificadas de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), com ênfase nos códigos que englobam o IAM.

2.2 População Estudada

A população alvo do estudo incluiu todos os óbitos registrados em Fernandópolis no ano de 2023 cuja causa básica foi atribuída ao IAM, de acordo com os registros oficiais. Casos sem informações completas ou com causas de óbito mal definidas foram excluídos para garantir maior precisão na análise.

2.3 Variáveis Analisadas

Foram consideradas as seguintes variáveis demográficas:

  • Gênero: masculino e feminino.
  • Faixas etárias: categorizadas em intervalos de 10 anos, conforme segue:
    • 30-39 anos.
    • 40-49 anos.
    • 50-59 anos.
    • 60-69 anos.
    • 70-79 anos.
    • 80 anos ou mais.

2.4 Método de Análise

A análise foi conduzida de forma descritiva, empregando métodos estatísticos básicos para a organização e interpretação dos dados. Inicialmente, os dados foram estruturados em tabelas, permitindo a estratificação das variáveis de interesse. Para cada grupo (gênero e faixa etária), foram calculadas as frequências absolutas e relativas, expressas em porcentagem. O objetivo dessa abordagem foi identificar os subgrupos populacionais mais vulneráveis ao IAM no período analisado.

Adicionalmente, os resultados foram apresentados por meio de representações gráficas (gráficos de barras e setores), facilitando a visualização dos padrões observados. Essa análise descritiva permitiu a identificação de tendências epidemiológicas e servirá de base para a discussão dos achados em relação a dados nacionais e estudos prévios sobre mortalidade por IAM.

2.5 Considerações Éticas

Embora os dados utilizados sejam de domínio público e não contenham informações que permitam a identificação de indivíduos, o estudo seguiu os princípios éticos estabelecidos pela Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que regulamenta pesquisas com dados secundários no Brasil.

  1. RESULTADOS

Os resultados deste estudo apresentam a distribuição dos óbitos por infarto agudo do miocárdio (IAM) em Fernandópolis no ano de 2023, com base nas variáveis de gênero e faixa etária, conforme detalhado a seguir.

3.1 Óbitos por Gênero

Dos 251 óbitos por IAM registrados no município durante o período analisado, observou-se uma maior prevalência entre indivíduos do sexo masculino. A distribuição por gênero foi a seguinte:

  • Masculino: 151 casos (60,15%).
  • Feminino: 100 casos (39,84%).

Fonte: Autor

Esses dados corroboram estudos prévios, como o de Avezum, Piegas e Pereira (2005), que destacam o maior impacto do IAM em homens, especialmente em populações economicamente ativas, devido a fatores de risco como tabagismo, hipertensão arterial e maior exposição ao estresse ocupacional. Por outro lado, a mortalidade em mulheres, embora proporcionalmente menor, é significativa, sobretudo em idades avançadas, refletindo o impacto do envelhecimento e de comorbidades acumuladas.

3.2 Óbitos por Faixa Etária

A análise por faixa etária revelou que a maioria dos óbitos ocorreu em indivíduos com 60 anos ou mais, com destaque para o grupo de 80 anos ou mais. A distribuição por faixas etárias foi a seguinte:

  • 30-39 anos: 4 casos (1,59%).
  • 40-49 anos: 13 casos (5,17%).
  • 50-59 anos: 33 casos (13,14%).
  • 60-69 anos: 56 casos (22,31%).
  • 70-79 anos: 60 casos (23,90%).
  • 80 anos ou mais: 85 casos (33,86%).

Fonte: Autor

A concentração de óbitos em faixas etárias mais avançadas reflete o impacto cumulativo de fatores de risco cardiovascular ao longo da vida, como hipertensão arterial, diabetes mellitus e dislipidemia. Além disso, conforme relatado por Santos et al. (2018), o efeito do envelhecimento sobre a mortalidade cardiovascular é amplificado por limitações no acesso a tratamentos eficazes e pela maior prevalência de doenças associadas.

Os achados locais refletem tendências já descritas na literatura nacional. O estudo de Santos et al. (2018) apontou que a mortalidade por IAM é mais pronunciada em idosos devido à maior prevalência de aterosclerose e outras comorbidades. Além disso, Avezum, Piegas e Pereira (2005) destacaram a influência dos determinantes sociais, como o acesso desigual aos serviços de saúde, na mortalidade cardiovascular em regiões brasileiras. Em Fernandópolis, essa realidade reforça a necessidade de intervenções específicas para a população idosa e de estratégias de redução de fatores de risco na meia-idade.

  1. DISCUSSÃO

A análise dos óbitos por infarto agudo do miocárdio (IAM) em Fernandópolis no ano de 2023 evidencia tendências consistentes com a literatura nacional e internacional, destacando a vulnerabilidade de subgrupos demográficos específicos e a interação de fatores de risco ao longo da vida. Esta seção discute os dados à luz dos estudos mais relevantes e propõe interpretações mais aprofundadas sobre as implicações epidemiológicas e fisiopatológicas dos achados.

4.1 Comparação com Dados Regionais e Nacionais

Os dados locais refletem a realidade nacional descrita por Santos et al. (2018), que apontam para o IAM como uma das principais causas de mortalidade no Brasil, especialmente em regiões com limitações estruturais nos sistemas de saúde. Embora Fernandópolis não seja caracterizada por severas restrições no acesso à saúde, a mortalidade elevada em grupos específicos, como indivíduos acima de 80 anos, sugere uma interação complexa entre fatores de risco biológicos, sociais e de acesso ao cuidado.

A maior prevalência de óbitos no sexo masculino (60,15%) também é consistente com estudos prévios, que indicam que homens têm maior propensão ao IAM em idades mais precoces devido a fatores como maior prevalência de tabagismo, hipertensão mal controlada e maior resposta inflamatória às lesões ateroscleróticas (Avezum, Piegas e Pereira, 2005). Em comparação, mulheres tendem a apresentar maior mortalidade em faixas etárias avançadas, possivelmente devido à perda do efeito protetor do estrogênio após a menopausa e ao maior impacto de comorbidades acumuladas.

4.2 Incidência Elevada em Idosos

A concentração de óbitos em indivíduos com 60 anos ou mais (79,47% do total) destaca o impacto cumulativo do envelhecimento sobre o sistema cardiovascular. Indivíduos acima de 80 anos representaram o maior subgrupo (33,86%), o que é consistente com as observações de Forti e Diament (2006), que apontam para a deterioração funcional da lipoproteína de alta densidade (HDL) com a idade, comprometendo seu papel protetor contra a formação de placas ateroscleróticas.

Além disso, o envelhecimento está associado a mudanças estruturais nas artérias, como a perda de elasticidade e o aumento da rigidez arterial, que facilitam a aterogênese. Furtado et al. (2009) destacam que a progressão da placa aterosclerótica em idosos está frequentemente associada a um processo inflamatório crônico, exacerbado pela presença de comorbidades como diabetes e hipertensão, ambas amplamente prevalentes em populações idosas brasileiras.

4.3 Determinantes e Fatores de Risco

4.3.1 Envelhecimento Populacional

O envelhecimento é um dos principais determinantes do aumento da mortalidade cardiovascular, dado que ele contribui tanto para a maior exposição aos fatores de risco tradicionais quanto para a fragilidade cardiovascular intrínseca. Em Fernandópolis, a elevada incidência no grupo de 80+ anos é um reflexo de uma transição demográfica que demanda intervenções específicas para prevenir eventos cardiovasculares fatais.

4.3.2 Comorbidades

As comorbidades desempenham um papel crucial na determinação dos desfechos clínicos em pacientes com IAM. Hipertensão arterial, diabetes mellitus e dislipidemia não apenas aumentam o risco de eventos coronarianos, mas também agravam os desfechos, conforme destacado por Zornoff et al. (2002). Soares et al. (2018) enfatizam que alterações funcionais na HDL durante a fase aguda do IAM reduzem a capacidade dessa lipoproteína de desempenhar sua função anti-inflamatória e antioxidante, contribuindo para o agravamento do quadro clínico.

4.3.3 Estilo de Vida

O tabagismo, o sedentarismo e a dieta inadequada continuam sendo fatores de risco modificáveis com grande impacto na mortalidade por IAM. Straub (2005) argumenta que intervenções psicossociais e educativas podem desempenhar um papel fundamental na mudança de comportamentos de risco, especialmente em populações de meia-idade, prevenindo o desenvolvimento de aterosclerose avançada.

4.4 Diferenças entre os Gêneros

A disparidade na mortalidade entre os gêneros reflete diferenças biológicas e comportamentais. Homens apresentam maior susceptibilidade ao IAM em idades mais precoces devido à maior prevalência de fatores de risco como hipertensão não tratada, hábitos de vida prejudiciais (tabagismo, ingestão de álcool) e menor adesão a estratégias de prevenção primária (Avezum, Piegas e Pereira, 2005). Por outro lado, mulheres apresentam piores desfechos após o IAM, muitas vezes devido a diagnósticos tardios e ao subtratamento de eventos cardiovasculares em comparação com os homens, conforme discutido por Wainstein e Wainstein (2012).

4.5 Estratégias de Prevenção

Os achados deste estudo reforçam a necessidade de intervenções integradas para reduzir a mortalidade por IAM. Estratégias sugeridas incluem:

  • Promoção de hábitos de vida saudáveis: Educação em saúde, incentivando alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e cessação do tabagismo.
  • Manejo precoce de comorbidades: Ampliação do acesso a diagnósticos precoces e controle rigoroso de hipertensão, diabetes e dislipidemia, como destacado por Forti e Diament (2006).
  • Fortalecimento das redes de emergência: A implementação de protocolos rápidos para diagnóstico e tratamento, conforme discutido por Zornoff et al. (2002), é essencial para reduzir a mortalidade em eventos isquêmicos agudos.

4.6 Implicações para a Saúde Pública

Os dados de Fernandópolis indicam a necessidade de políticas públicas que priorizem a prevenção primária e secundária do IAM, especialmente em populações idosas. Além disso, como sugerido por Santos et al. (2018), esforços devem ser direcionados à redução das desigualdades no acesso aos cuidados de saúde, garantindo que grupos vulneráveis, como mulheres idosas, recebam intervenções adequadas para reduzir o impacto da doença.

  1. CONCLUSÃO

Os dados analisados sobre os óbitos por infarto agudo do miocárdio (IAM) em Fernandópolis em 2023 permitem destacar padrões consistentes com as tendências nacionais, evidenciando a maior vulnerabilidade de idosos e homens, além da influência de fatores de risco associados, como comorbidades e estilo de vida. Entre os principais achados, observa-se que indivíduos acima de 60 anos representam a maior parcela das mortes (79,47%), com o grupo de 80+ anos sendo o mais afetado (33,86%). Adicionalmente, a predominância de óbitos no sexo masculino (60,15%) reforça a necessidade de ações específicas para este grupo.

Esses resultados ressaltam a importância de intervenções direcionadas que priorizem a prevenção primária e secundária, especialmente em populações de risco. Campanhas de saúde pública devem abordar não apenas os determinantes comportamentais, como tabagismo e sedentarismo, mas também as condições metabólicas subjacentes, como hipertensão, diabetes e dislipidemia. A abordagem integrada e baseada na comunidade é fundamental para reduzir a incidência de eventos fatais.

Relevância de Campanhas de Prevenção

A alta mortalidade em idosos e homens aponta para a necessidade de estratégias específicas de educação e sensibilização. Estudos como os de Pesaro, Serrano e Nicolau (2004, 2007) destacam que o diagnóstico precoce e o manejo rápido em unidades de emergência podem reduzir significativamente os desfechos fatais. Assim, as campanhas de prevenção devem enfatizar:

  1. Reconhecimento dos sintomas precoces do IAM (dor torácica, dispneia, sudorese) e a busca imediata por atendimento médico.
  2. Sensibilização para o controle de fatores de risco, como hipertensão, por meio de consultas regulares e monitoramento contínuo.

Propostas de Intervenção

  1. Educação em Saúde: Campanhas educativas devem ser promovidas para conscientizar a população sobre os fatores de risco e a importância de hábitos de vida saudáveis. A criação de materiais didáticos direcionados para públicos específicos, como idosos, pode melhorar o entendimento sobre a prevenção.
  2. Acesso a Diagnóstico e Tratamento Precoce: A ampliação da infraestrutura e do acesso ao diagnóstico precoce, incluindo a realização de exames como eletrocardiogramas e biomarcadores cardíacos em serviços de atenção básica, pode agilizar o encaminhamento de casos graves para centros especializados. Pesaro et al. (2007) enfatizam que o manejo adequado em unidades de emergência, incluindo trombólise e angioplastia primária, é essencial para reduzir a mortalidade.
  3. Incentivo a Hábitos Saudáveis: A promoção de políticas públicas que incentivem a prática regular de atividades físicas, alimentação equilibrada e programas de cessação de tabagismo é crucial para diminuir a incidência de IAM. A literatura de Robbins et al. (2000) e Abbas et al. (2013) sobre os mecanismos estruturais e funcionais subjacentes ao infarto reforça que a modificação dos fatores de risco pode prevenir eventos fatais ao reduzir a progressão da aterosclerose.

O presente estudo oferece subsídios relevantes para o planejamento de políticas de saúde em Fernandópolis, destacando a importância de intervenções que aliem prevenção, diagnóstico precoce e manejo adequado. Além disso, reforça a necessidade de estratégias locais e regionais para lidar com os desafios da mortalidade cardiovascular, em consonância com as diretrizes nacionais de atenção às doenças crônicas não transmissíveis. A integração de esforços entre profissionais de saúde, gestores e a comunidade será essencial para melhorar os desfechos clínicos e reduzir a mortalidade por IAM na região.

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1 Graduando em Medicina pela Universidade Brasil | 2 Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil |3 Graduando em Medicina pela Universidade Brasil | 4 Graduando em Medicina pela Universidade Brasil | 5 Graduando em Medicina pela Universidade Brasil | 6 Graduando em Medicina pela Universidade Brasil | 7 Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil | 8 Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil | 9 Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil | 10 Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil | 11 Graduando em Medicina pela Universidade Brasil | 12 Graduando em Medicina pela Universidade Brasil