AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E COMPROMETIMENTO FUNCIONAL EM PACIENTES COM FIBROMIALGIA ATENDIDAS NA CLÍNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA – UNIRG 

EVALUATION OF QUALITY OF LIFE AND FUNCTIONAL IMPAIRMENT IN PATIENTS WITH FIBROMYALGIA TREATED AT THE PHYSIOTHERAPY SCHOOL CLINIC – UNIRG

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202411260800


Silvio Henrique Lopes de Oliveira1; Kamila Pereira Figueredo2; Ana Karoline Pereira Lima3; Carlos Yuri Cantuário Abreu4; Gabriella Barreira Gomes5; Janaína Vilma Almeida6; Jonathan Jean Vilhaba7; Maria Helena de Araújo Pereira Dionizio8; Patricia Moura Santos9; Raquel Moraes Miranda10


Resumo

A Fibromialgia (FM) é uma síndrome potencialmente incapacitante e uma doença reumatológica na qual a sua principal caraterística é a dor musculoesquelética crônica generalizada. A dor da FM não está somente relacionada a uma lesão ou patologia que acomete o sistema nervoso somático-sensitivo, mas também está relacionada a uma modificação no sistema nervoso central que se compara a uma deficiência dos mecanismos suspensores da dor. Desse modo, é caracterizada como uma dor disfuncional. Assim, o objetivo desse estudo é relatar sobre a qualidade de vida e capacidade funcional de pacientes com fibromialgia que são atendidas na clínica escola de fisioterapia da Universidade de Gurupi – Unirg. Foi realizado um estudo transversal, descritivo, quantitativo. Os dados foram obtidos por meio do preenchimento de questionários autoaplicáveis por pacientes interessados em participar do estudo. O perfil epidemiológico das mulheres diagnosticadas com fibromialgia que são residentes da zona urbana, com a idade média entre 50 e 60 anos de idade e aposentadas. Conclui-se que a fibromialgia pode ter um efeito negativo em várias áreas da vida de pacientes afetados, principalmente pela dor generalizada que atinge a qualidade de vida e o desenvolvimento de atividades do cotidiano, físicas e laborais.

 Palavras-chave:  Fibromialgia. Diagnóstico. Fisioterapia.

Abstract

Fibromyalgia (FM) is a potentially disabling syndrome and a rheumatological disease in which its main characteristic is chronic generalized musculoskeletal pain. The pain of FM is not only related to a lesion or pathology that affects the somatic-sensory nervous system, but is also related to a modification in the central nervous system that is comparable to an impairment of the pain-suppressing mechanisms. It is therefore characterized as dysfunctional pain. Thus, the aim of this study is to report on the quality of life and functional capacity of patients with fibromyalgia who are treated at the physiotherapy school clinic at the University of Gurupi – Unirg. A cross-sectional, descriptive, quantitative study was carried out. The data was obtained by filling in self-administered questionnaires by patients interested in taking part in the study. The epidemiological profile of the women diagnosed with fibromyalgia is that they live in urban areas, have an average age of between 50 and 60 and are retired. It can be concluded that fibromyalgia can have a negative effect on various areas of the lives of affected patients, mainly due to the generalized pain that affects quality of life and the development of daily, physical and work activities.

 Keywords: Fibromyalgia. Diagnosis. Physiotherapy.

1 INTRODUÇÃO

A Fibromialgia (FM) é uma síndrome potencialmente incapacitante e também uma doença reumatológica na qual a sua principal caraterística é a dor musculoesquelética crônica generalizada. A dor da FM não está somente relacionada a uma lesão ou patologia que acomete o sistema nervoso somático-sensitivo, mas também está relacionada a uma modificação no sistema nervoso central que se compara a uma deficiência dos mecanismos suspensores da dor. Desse modo, é caracterizada como uma dor disfuncional (Marques et al., 2017).  

Dessa forma, a prevalência da FM é de aproximadamente 2% na população em geral e aumenta com a idade, ocorrendo em 8% das mulheres entre 35 e 60 anos de idade. No Brasil, está presente em até 2,5% da população geral. Sendo que sua etiologia e patogênese ainda são imprecisas (Oliveira; Almeida, 2018). 

Dentre os sintomas mais comuns da FM, destaca-se a dor espontânea e generalizada e aumento da sensibilidade. Há presença de dores locais, geralmente presente nos músculos, abdômen, cotovelos, joelhos e que podem ser caracterizadas como dor aguda, difusa ou crônica. Além de espasmos musculares, formigamento, fadiga, rigidez, sensibilidade ao frio, estresse elevado, depressão, ansiedade e sono não reparador. Há presença de alterações no aparelho gastrointestinal, como: constipação, náuseas ou quantidade excessivas de gases. Sendo assim, o paciente fibromiálgico apresenta dificuldade em trabalhar normalmente, interferindo negativamente no desempenho de suas atividades de vida diária (AVD´s) (Correia et al., 2018). 

No tratamento da Fibromialgia há a prescrição medicamentosa, por intervenção de analgésicos ou o tratamento não farmacológico, assim como a prática de atividade física regular, fisioterapia, hidroterapia e acupuntura. Sendo indicada a avaliação individualizada para a prescrição do tratamento ideal para cada caso. O tratamento é direcionado para a redução dos sintomas, como o controle da dor, melhora do condicionamento físico, ganho de qualidade de vida e retorno para as suas AVD’s (Oliveira et al., 2017). 

Dessa maneira, a fibromialgia tem sido categorizada em primária e secundária. Na forma primária, a causa não é conhecida, mas pode estar relacionada a traumas, períodos de estresse, inflamações no organismo e assim por diante. E na forma secundária há uma condição que antecede, uma delas pode ser o hipotireoidismo (Correia et al., 2018).  

Ressalta-se que a obesidade é uma condição clínica que pode exacerbar os sintomas observados na FM e deve ser considerada uma importante condição relacionada a essa síndrome. Por muitos anos, a FM não foi considerada uma patologia real e, segundo o especialista que a avaliou, era multifacetada e, muitas vezes, tratada apenas de forma psicogênica (Oliveira et al., 2017).  

Ansiedade e depressão são sintomas frequentemente associados à fibromialgia. A depressão pode desencadear ou continuar os sintomas de fibromialgia porque suas características como fadiga, culpa, baixa autoestima e sacrifício geralmente exacerbam os sintomas de fibromialgia e interferem nas estratégias de enfrentamento do paciente e fortalecem a sensação de desamparo do paciente (Couto et al., 2020).   

Outros fatores, como lesões físicas, alterações emocionais, utilização de esteroides, podem levar à fibromialgia. Estudos mostram que entre as infecções induzidas por FM mais comuns, os agentes presentes na composição são: EpsteinBar, parvo vírus e herpes. Estudos específicos ainda são necessários, mas está claro que os pacientes com fibromialgia apresentam imunodeficiência (Graminha et al., 2021).  

Entre as possibilidades de melhora dos sintomas da FM estão as farmacológicas e as não farmacológicas, que se agrupam em exercícios aeróbicos, Pilates, fisioterapia tradicional, acupuntura, ioga e outros métodos de relaxamento têm se mostrado eficazes e a psicoterapia é útil nos casos em que a depressão, a ansiedade ou o pânico são evidentes (Gavi et al., 2018).  

Portanto, a opinião do paciente deve ser levada em consideração e alertá-lo sobre a falta de tratamento e as consequências negativas do tratamento. Vale ressaltar que o suporte psicogênico é necessário dada a complexidade da síndrome e o envolvimento de diferentes sistemas orgânicos; para que o portador e sua família aprendam a conviver com essa nova realidade e, assim, melhorar sua qualidade de vida (Galliano et al., 2017).  

Um programa adequado de exercícios físicos que é realizado regularmente melhora a coordenação do movimento e outras habilidades físicas que são importantes para a realização de tarefas diárias em pessoas em geral e especialmente em pacientes com fibromialgia. Também estabelece uma postura adequada e promove o controle de massa do corpo, ansiedade e condição cardiovascular. Inicialmente, os programas de exercícios podem causar um aumento dos sintomas, especialmente dor e fadiga, mas à medida que o indivíduo continua a se exercitar, esses desconfortos geralmente diminuem (Oliveira et al., 2017).  

Os benefícios aparecem entre a oitava e a décima semana após o início do exercício e aumentam até a vigésima semana, continuando o desconforto inicial. Assim, o exercício físico regular pode ser considerado uma abordagem para otimizar o tratamento da fibromialgia, reduzindo a dor e os efeitos de outros sintomas, restaurando a capacidade física, mantendo a função e melhorando a qualidade de vida (Marques et al., 2017).  

Cruz e colaboradores (2018) realizaram uma revisão bibliográfica com base em artigos científicos objetivando relatar os benefícios do Método Pilates nos sintomas de portadores de Fibromialgia. A partir disso, foi concluído que o Pilates mostrou resultados positivos, pois busca o tratamento de natureza individualizado com exercícios em associados a uma vasta gama de equipamentos versáteis. Logo, e por conta da Fibromialgia é difícil adequar o paciente a atividades físicas. 

Outro estudo realizado sobre a prática do Pilates na reabilitação da Fibromialgia mostrou que o Método proporciona bons resultados ao longo do desenvolvimento do paciente, podendo ser opção de tratamento para uma variedade de disfunções musculoesqueléticas, e que este Método é um exercício que tem a possibilidade de ser proposto de acordo com as particularidades de cada indivíduo, fazendo com que seus benefícios sejam múltiplos (Cordeiro et al., 2020). 

Nesse sentido, a atividade física aeróbia deve ser prescrita a todos os pacientes, exceto em casos raros, devido à forte evidência de redução da dor, número de pontos de dor, assim como a ansiedade, a depressão, além de melhorar a qualidade de vida, estão entre outros aspectos psicológicos. Em um estudo comparando os efeitos do exercício aeróbio com alongamentos globais, foram observadas melhorias em ambos os grupos, mas os aspectos emocionais e psicológicos foram alterados apenas por meio do exercício aeróbio (Nunes et al., 2021).  

Melhorias na qualidade de vida e nos aspectos psicológicos e sociais ocorrem em programas de exercícios que vão de 15 a 24 semanas consecutivas, nesse sentido, é necessário que o paciente se exercite com regularidade. Como outras doenças reumáticas, a hidroterapia costuma ser prescrita na fibromialgia por ser uma das terapias mais completas para esses pacientes, pois promove a manutenção do resfriamento aeróbio e, por ser realizada em água quente, alivia dores, efeitos musculares e relaxamento muscular (Almeida et al., 2021). 

Diante deste contexto, objetiva-se relatar sobre a qualidade de vida e capacidade funcional de pacientes com fibromialgia que são atendidas na clínica escola de fisioterapia da Universidade de Gurupi – Unirg.  

2 METODOLOGIA

Foi realizado um estudo transversal, descritivo, quantitativo realizado na clínica escola de fisioterapia da Universidade de Gurupi – Unirg. Foram incluídos neste estudo pacientes com diagnóstico de fibromialgia, que estavam com acompanhamento fisioterapêutico na clínica escola, que tinham mais de 30 anos, que tinham Seficha de avaliação completa para análise e que aceitaram participar da pesquisa. 

Foram excluídos deste estudo os pacientes que não possuíam fibromialgia e que não estiveram de acordo com os dados exigidos no TCLE. Os riscos desta pesquisa eram timidez; nervosismo; irritabilidade; incômodo; vergonha; cansaço; alteração de autoestima; estresse; aborrecimento; evocação de memórias; reforços na conscientização sobre uma condição física ou psicológica restritiva ou incapacitante; alterações de comportamento; quebra de sigilo e confidencialidade; quebra de anonimato; exposição de terceiros; desconforto no local de aplicação dos questionários os meus deram resguardados pelos pesquisadores que realizarão todos os esforços possíveis para que haja um ambiente acolhedor e privativo; perguntas de forma objetiva; estar atento aos sinais verbais e não verbais de desconforto; a liberdade da paciente em interromper a participação; possibilidade de recusa a responder a qualquer pergunta; sigilo dos dados; assegurar a confidencialidade e a privacidade, a proteção da imagem, garantindo a não utilização das informações em prejuízo das pessoas e/ou das comunidades; não expor imagens que possibilitem a identificação da participante, estes estarão dentro de um ambiente seguro e confortável para que consigam responder a todas as questões. Esse estudo será benéfico para a comunidade acadêmica, pois servirá como instrumento de atualização sobre o tema. Além disso, poderá ser utilizado como veículo de informação para profissionais atuantes na área e estudantes em período de estágio e terão melhor direcionamento nas terapêuticas devido a observação da eficácia de tratamentos já utilizados na Clínica Escola de Fisioterapia.  

Este conhecimento pode levar a abordagens mais eficazes de prevenção e tratamento, promovendo o bem-estar físico, emocional e psicológico das pacientes. Os dados foram obtidos por meio do preenchimento de questionários autoaplicáveis por pacientes interessados em participar do estudo. A pesquisa ocorreu em datas pontuais escolhidas por conveniência, com a reunião dos pacientes, instrução sobre preenchimento de questionários e esclarecimentos sobre os objetivos e métodos além das possíveis dúvidas dos participantes. Após, foi aplicado o instrumento denominado SF-36 – Questionário de Qualidade de Vida. 

Também foram coletados os dados pessoais e informações sociodemográficas da amostra por meio de questionário auto aplicável que incluiu as variáveis: idade; sexo; ocupação; estado civil; tempo de diagnóstico; número de horas de trabalho/estudo diárias; número de horas de atividade de lazer por semana; número de horas de prática de atividade física por semana; medicamentos que faz uso prescrito ou não pelo médico; avalição ambiente em que passa maior parte do tempo diário; e qual a graduação dessa média dessa dor em uma escala numérica de 0-10. 

Os dados foram obtidos por meio dos questionários e foram duplamente digitados e inseridos no EpiData, programa para entrada e documentação de dados (software de distribuição livre) e posteriormente exportados para o programa PSPP (distribuição livre) para análise estatística. A análise estatística descritiva compreenderá a distribuição absoluta e relativa das frequências das variáveis categóricas, medidas de tendência central e de dispersão das variáveis numéricas, além da estimativa de prevalência do desfecho, com intervalo de confiança de 95%.

O estudo obedeceu a todos os preceitos éticos contidos na Resolução 466/2012 e 510/2016, e foi submetido à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa, além de seguir os preceitos éticos estabelecidos e respeitados no que se refere à zelar pela legitimidade das informações, privacidade e sigilo das informações, quando necessárias, tornando os resultados desta pesquisa públicos. 

A amostra calculada foi obtida por meio de cálculo amostral considerando que a clínica escola de Fisioterapia da Unirg Gurupi-TO, possuem 17 pacientes com diagnóstico de fibromialgia, com 95% de confiabilidade e 5% de erro amostral, resulta-se em 15 participantes para esta pesquisa. Sendo assim, para a amostra ser obtida as pacientes precisaram participar da pesquisa por disponibilidade, e responderam aos questionários solicitados de forma correta.

3 RESULTADOS

Primeiramente buscou-se identificar o perfil das respondentes. Assim, as primeiras informações eram sobre o gênero, Faixa Etária, local de residência, profissão e Horas Trabalhadas (por dia). Todas essas questões foram respondidas no questionário.

Para melhor entendimento do perfil das participantes desta pesquisa, apresenta-se o Quadro 1 que traz o apanhado geral dos resultados Colhidos:

Quadro 1: Perfil dos respondentes

Fonte: OLIVEIRA SHL et al. (2024)

Nos dados apresentados no quadro 1, onde foram entrevistadas 15 mulheres portadoras de Fibromialgia, constatou-se que todas residem na zona urbana e 53% delas tem entre 50 e 60 anos de idade, onde 33% são aposentadas e 53% trabalham de 5 a 10 horas por dia.

Gráfico 2: Queixas Principais

Fonte: OLIVEIRA SHL et al. (2024)

Dentre as principais queixas informadas pelas participantes estão: a dor generalizada, sintoma informado por todas as entrevistadas (100%), depressão em 86,66% dos casos e a dor nas articulações (73%).

Gráfico 3: Nível de dor nas 4 últimas semanas

Fonte: OLIVEIRA SHL et al. (2024)

Em relação ao nível de dor durante o período de quatro semanas antes da realização da entrevista, 60% sentiram dor grave, 27% dor muito grave e 13% moderada.

Gráfico 4: Redução no tempo dedicado as atividades laborais ou outras atividades

Fonte: OLIVEIRA SHL et al. (2024)

Buscou-se identificar se as pacientes diminuíram o tempo que se dedicavam ao trabalho ou outras atividades. Como apresentado no gráfico 4, podemos identificar que 86,66% das mulheres respondentes tiveram seu tempo de trabalho e outras atividades reduzidas pela Fibromialgia.

Gráfico 5: Quanto tempo você tem se sentindo cheio de vigor, de vontade, de força?

Fonte: OLIVEIRA SHL et al. (2024)

Sobre a qualidade de vida, ao serem questionadas quando se sentem cheias de vigor, vontade e força, 56% das mulheres responderam em uma pequena parte do tempo, 33% em alguma parte do tempo e 11% nunca.

Gráfico 6: Dificuldades de realização de atividades rigorosas e moderadas

Fonte: OLIVEIRA SHL et al. (2024)

Por fim, 83% das entrevistadas sentem muita dificuldade em realizar atividades rigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar em esportes árduos e atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola e varrer a casa.

4 DISCUSSÃO

Com base nos resultados encontrados, observou que os casos de fibromialgia ocorrem com mais frequência no gênero feminino. O mesmo entendimento é encontrado no estudo de Costa e Ferreira (2023).  As autoras analisaram 16 pesquisas realizadas em diversos países em que a prevalência acontece no sexo feminino. Perez et al. (2022), levanta a hipótese que as percepções de dores são diferentes entre o gênero, que pode gerar equívocos de subdiagnósticos de fibromialgia no sexo masculino. O diagnostico ocorre mais no gênero feminino por buscarem o serviço de saúde com mais frequência e por possuírem menor limiar para dor.

Em relação a localização da residência das participantes em que 100% moram na zona urbana, encontrou-se um resultado divergente no estudo de Marques (2017), das pesquisas realizadas em vários países, a maioria da população feminina diagnosticada com fibromialgia reside na zona rural.

Souza e Perissinotti (2018), também encontraram resultados divergentes desse estudo em relação a faixa etária com maior prevalência, ocorrendo em mulheres com média de 35 a 38 anos. Ao analisar qual a profissões das mulheres com fibromialgia, Mattos e Luz (2012), constatou-que ocorre principalmente em professoras ou que algum dia já lecionaram. Os autores mencionam que a principal causa que contribui para doença é as condições de trabalho que são precárias.

Ao analisar as principais queixas das mulheres em relação aos sintomas da doença, Rufino e Silva (2023) trouxeram o resultado de 35 mulheres entrevistadas, em que 97,2% sentem fadiga ou cansaço, já no estudo de Darós et al. (2022), as principais queixas das mulheres são dores nas articulações e lombalgia inespecífica. Não foram encontradas pesquisas que corroborem para esse estudo em questão de nível da dor.

Ao analisar as principais queixas das mulheres em relação aos sintomas da doença, Rufino e Silva (2023) trouxeram o resultado de 35 mulheres entrevistadas, em que 97,2% sentem fadiga ou cansaço, já no estudo de Darós et al. (2022), as principais queixas das mulheres são dores nas articulações e lombalgia inespecífica. Não foram encontradas pesquisas que corroborem para esse estudo em questão de nível da dor e redução no tempo dedicado as atividades laborais ou outras atividades.

A qualidade de vida das mulheres com fibromialgia acaba sendo afetada de forma parcial ou total.  56% das mulheres sentem cheias de vigor, vontade e força apenas em uma pequena parte do tempo. Brandt et al. (2011) em seu estudo identificaram baixo vigor em mulheres com fibromialgia devido ao cansaço e fadiga causada pela doença.

Souza, Providello e Fuastini (2023) realizaram um estudo do perfil epidemiológico de mulheres com fibromialgia no norte do estado do Espírito Santo e constataram que 81% das mulheres sentem muita dificuldade em realizar atividades rigorosas, aproximando do resultado encontrado nesse estudo de 83%.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a realização do estudo, identificou-se que as mulheres diagnosticadas com fibromialgia que são atendidas na clínica escola de fisioterapia da Universidade de Gurupi – Unirg, residem na zona urbana e 53% têm entre 50 e 60 anos de idade, onde 33% são aposentadas e 53% trabalham de 5 a 10 horas por dia.

A principal queixa informada pelas entrevistadas foi a dor generalizada e 60% sentiram dor grave durante o período de quatro semanas antes da realização da entrevista. 86,66% dessas mulheres responderam que tiveram seu tempo de trabalho e outras atividades reduzidas pela Fibromialgia.

Ao serem questionadas se sentem cheias de vigor, vontade e força, 56% das mulheres responderam que apenas em uma pequena parte do tempo e 83% sentem muita dificuldade em realizar atividades rigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar em esportes árduos e atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola e varrer a casa.

Conclui-se que a fibromialgia pode ter um efeito negativo em várias áreas da vida de pacientes afetados, principalmente pela dor generalizada que atinge a qualidade de vida e o desenvolvimento de atividades do cotidiano, físicas e laborais. Mais pesquisas devem ser conduzidas sobre o assunto, o que permitiria uma maior compreensão dos efeitos biopsicossociais da FM em indivíduos afetados, o que levaria a maior eficácia na busca pela melhoria da qualidade de vida da população.

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1Discente do Curso Superior de fisioterapia da Universidade de Gurupi- UnirG Campus II. e-mail: silvioh648@gmail.com.

2Discente do Curso Superior de fisioterapia da Universidade de Gurupi- UnirG Campus II. e-mail: kamilapfigueredo@unirg.edu.br.

3Discente do Curso Superior de fisioterapia da Universidade de Gurupi- UnirG Campus II. e-mail: anakarolinepereiralima5@gmail.com.

4Discente do Curso Superior de medicina da Universidade de Gurupi- UnirG Campus II. e-mail: carlos.abreu@unirg.edu.br.

5Discente do Curso Superior de fisioterapia da Universidade de Gurupi- UnirG Campus II. e-mail: gabriellabg2011@gmail.com.

6Discente do Curso Superior de fisioterapia da Universidade de Gurupi- UnirG Campus II e-mail: janainaede24@gmail.com

7Docente do Curso Superior de fisioterapia da Universidade de Gurupi- UnirG Campus II. e-mail:  jonathan@unirg.edu.br.

8Discente do Curso Superior de fisioterapia da Universidade de Gurupi- UnirG Campus II e-mail: helemariadearaujo944@gmail.com

9Discente do Curso Superior de fisioterapia da Universidade de Gurupi- UnirG Campus II. e-mail: patriciamoura721@hotmail.com.

10Discente do Curso Superior de fisioterapia da Universidade de Gurupi- UnirG Campus II e-mail: quel455mm@gmail.com