TORÇÃO UTERINA EM CADELA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202411241123


Pedro Paulo de Moraes
Orientação do Prof. Adriano Felipe Perez Siqueira


RESUMO

A torção uterina em cadelas é uma condição clínica de alta gravidade que exige diagnóstico rápido e abordagem terapêutica eficiente para evitar complicações severas e promover a recuperação adequada do animal. Este estudo teve como objetivo investigar as práticas clínicas baseadas em evidências que auxiliam no tratamento e na prevenção da torção uterina, com foco na análise das melhores estratégias de diagnóstico e intervenção para essa condição. A metodologia adotada incluiu uma revisão de literatura e a análise dos métodos de imagem, exames laboratoriais e protocolos cirúrgicos recomendados na prática veterinária. Os resultados indicaram que a ultrassonografia é um método de imagem essencial para o diagnóstico precoce, enquanto a tomografia computadorizada proporciona detalhamento adicional em casos avançados. O uso de exames laboratoriais auxilia na avaliação da resposta inflamatória, sendo um complemento importante para o monitoramento clínico. A abordagem cirúrgica, preferencial em casos de torção completa, foi considerada eficaz na preservação da saúde da cadela quando realizada em tempo hábil. Conclui-se que a combinação de métodos de diagnóstico e intervenções rápidas com base em evidências oferece melhores resultados para o tratamento e a prevenção da torção uterina em cadelas.

Palavras-chave: Diagnóstico Veterinário. Práticas Clínicas, emergência obstétricas, abordagem cirúrgica   patologia da reprodução, patologia da gestação

ABSTRACT

Uterine torsion in bitches is a serious clinical condition requiring prompt diagnosis and effective therapeutic intervention to prevent severe complications and ensure the animal’s proper recovery. This study aimed to investigate evidence-based clinical practices that aid in the treatment and prevention of uterine torsion, focusing on the analysis of optimal diagnostic and intervention strategies for this condition. The methodology included a literature review and analysis of imaging methods, laboratory tests, and recommended surgical protocols in veterinary practice. The results indicated that ultrasonography is an essential imaging method for early diagnosis, while computed tomography provides additional detail in advanced cases. Laboratory tests aid in evaluating the inflammatory response, serving as a vital component in clinical monitoring. Surgical intervention, preferred in cases of complete torsion, was effective in preserving the bitch’s health when performed promptly. It is concluded that the combination of diagnostic methods and rapid evidence-based interventions offers the best outcomes for the treatment and prevention of uterine torsion in bitches.

Keywords: Veterinary Diagnosis, Clinical Practices, obstetric emergency, surgical approach, reproductive pathology, pregnancy pathology.

1.  INTRODUÇÃO

O reconhecido como o animal de companhia mais próximo das famílias. A relação entre humanos e cães remonta a milhares de anos e continua a evoluir, consolidando o lugar desse animal não apenas como um companheiro, mas também como um integrante essencial de lares em todo o mundo. (Goldblatt, Gazit, & Terkel, 2009; Jezierski et al., 2014) . O Brasil conta com uma população de aproximadamente 149,6 milhões de animais de estimação, posicionando-se como o terceiro país no mundo em número de pets. Essa estatística reflete o impacto significativo dos animais domésticos no cotidiano dos brasileiros, considerando que, com uma população de cerca de 215 milhões de pessoas, cerca de 70% convivem diretamente com um pet ou conhecem alguém que tenha,  segundo o Instituto Pet Brasil (IPB).

O estudo da torção uterina em cadelas se apresenta com a problemática da identificação precoce e do manejo adequado dessa patologia, especialmente pela dificuldade no diagnóstico e pela apresentação clínica variável que pode ser confundida com outras condições abdominais agudas (Lenarduzzi et al., 2002). A ausência de sinais clínicos específicos para a torção uterina tornou o diagnóstico desafiador, exigindo do veterinário uma análise cuidadosa, muitas vezes apoiada por exames complementares, como ultrassonografia e radiografia (Penninck; D’Anjou, 2015). Nesse contexto, a pergunta de pesquisa que guiou este estudo foi: como identificar precocemente e tratar eficazmente a torção uterina em cadelas, considerando a falta de estudos detalhados sobre o tema e a necessidade de abordagens diagnósticas e terapêuticas específicas?

O objetivo  deste trabalho foi investigar a torção uterina em cadelas, desde os fatores predisponentes até os métodos de diagnóstico e intervenção mais eficazes. Para atingir este objetivo, delinearam-se alguns objetivos específicos, entre eles: analisar os principais fatores predisponentes para a torção uterina em cadelas; descrever as manifestações clínicas mais comuns associadas a essa condição; avaliar os métodos diagnósticos disponíveis e suas respectivas sensibilidades e especificidades; e propor práticas clínicas baseadas em evidências que possam auxiliar no tratamento e na prevenção da torção uterina. Este conjunto de objetivos permitiu uma análise ampla e detalhada da condição, fornecendo subsídios para aprimorar o conhecimento e a prática clínica veterinária nesse campo.

A justificativa para este estudo reside, em primeiro lugar, na carência de dados específicos sobre a torção uterina em cadelas, o que dificulta a criação de protocolos clínicos padronizados para o manejo dessa condição. Embora estudos prévios tenham abordado a torção uterina em outras espécies, poucos se debruçaram sobre as especificidades anatômicas e fisiológicas das cadelas, o que gera uma lacuna significativa no entendimento completo do tema (Forsberg, 2015; Buse, 2024). Essa falta de informações detalhadas representa um desafio para os profissionais da área, que muitas vezes precisaram tomar decisões baseadas em dados de espécies diferentes, o que nem sempre se mostra adequado. Portanto, investigar de forma direcionada a torção uterina em cadelas fornecerá informações essenciais para a medicina veterinária, contribuindo para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e direcionados.

Além disso, a realização deste estudo justifica-se pela alta morbidade e mortalidade associadas à torção uterina quando não diagnosticada e tratada em tempo hábil. Cadelas que sofrem torção uterina apresentam sintomas que variam de leves a severos, o que incluiu dor abdominal intensa, letargia e sinais de choque em casos graves (Darvelid; Linde-Fosberg, 1994). Em situações de atraso no diagnóstico ou tratamento, os danos teciduais tornam-se irreversíveis, impactando significativamente o bem-estar do animal e, muitas vezes, levando à necessidade de histerectomia ou mesmo a óbito (Jutkowitz, 2005). Assim, o estudo trará uma contribuição valiosa para a prática clínica ao explorar métodos para identificação e manejo precoce da condição, com o intuito de reduzir o índice de complicações e melhorar a qualidade de vida dos animais afetados.

Por fim, a justificativa também encontra-se respaldo na necessidade do médico veterinário proporcionar aos tutores de animais de estimação um entendimento mais claro sobre os riscos e sinais de torção uterina em cadelas. Nos últimos anos, a conscientização dos tutores quanto à saúde e ao bem-estar de seus animais aumentou significativamente, impulsionada pelo acesso à informação e pela valorização da saúde animal (Freeman, 1988). Ao visar descrever de forma detalhada os sinais de alerta e a importância da busca por assistência veterinária rápida, este estudo também serve como um recurso educativo para a sociedade, promovendo o cuidado responsável e prevenindo possíveis consequências graves para os animais. Esse enfoque educativo alinha-se com a prática veterinária moderna extensionista, que não só trata dos animais, mas também atua na educação dos tutores sobre cuidados preventivos e emergenciais.

A realização deste trabalho, portanto, busca não só preencher lacunas na literatura veterinária sobre a torção uterina em cadelas, mas também contribuir para a melhoria das práticas de diagnóstico e intervenção, além de promover a conscientização entre os tutores. Com um enfoque abrangente, fundamentado em dados e na análise de literatura especializada, este estudo almeja servir de contribuição relevante para o campo da medicina veterinária, oferecendo subsídios que visaram melhorar o manejo clínico e o bem-estar dos animais.

2.  REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. OS PRINCIPAIS FATORES PREDISPONENTES PARA A TORÇÃO UTERINA EM CADELAS

A torção uterina em cadelas, condição que ocorre principalmente em fêmeas gestantes ou no período pós-parto, é caracterizada pela rotação do útero em seu eixo, levando a possíveis complicações severas, incluindo necrose tecidual e comprometimento da saúde materno-fetal (Babu et al., 2018; Chambers et al., 2011). 

Fonte: Carneiro, I. (2023)

O tema tem sido abordado por diversos pesquisadores, que enfatizam a importância de identificar fatores predisponentes e intervenções cirúrgicas rápidas e adequadas. A compreensão dos elementos que favorecem o desenvolvimento dessa condição é essencial para aprimorar práticas clínicas e estratégias preventivas (Raut et al., 2008; Doğruer et al., 2018). A literatura existente sugere que a predisposição anatômica, as alterações hormonais e o histórico reprodutivo das cadelas desempenham papéis significativos no desenvolvimento da torção uterina, o que exige uma análise profunda desses fatores e suas inter-relações (Barrand, 2009; Kacprzak et al., 2014).

Anatomicamente, o útero das cadelas apresenta uma disposição que, durante a gestação, se torna mais suscetível a movimentos de rotação, especialmente quando ocorre um aumento no peso e volume uterinos, o que pode desencadear torções (Chambers et al., 2011; Forsberg, 2015). Essa vulnerabilidade anatômica é amplificada em cadelas de porte grande, nas quais o útero apresenta um maior espaço de movimentação, favorecendo a rotação involuntária em seu próprio eixo. A propensão à torção se intensifica em situações de distensão uterina extrema, comum em gestações com múltiplos fetos, um fator relatado em estudos como o de Buse (2024), que observa um aumento substancial na incidência da condição em fêmeas de grande porte durante as últimas semanas de gestação. As alterações estruturais decorrentes do crescimento fetal alteram o centro de gravidade uterino, o que pode desestabilizar o órgão, favorecendo a torção, especialmente em condições de movimentação abrupta ou estresse (Misumi et al., 2000; Penninck; D’Anjou, 2015).

Outro aspecto relevante para a compreensão dos fatores predisponentes envolve as mudanças hormonais, que afetam diretamente a elasticidade e contratilidade do útero (Baez; Ruiz, 2006). A ação de hormônios como a progesterona, especialmente elevada durante a gestação, pode relaxar o tecido muscular uterino, tornando-o mais suscetível a deformações sob condições de peso aumentado (Biller; Haible, 1987). Esta condição é exacerbada por um contexto hormonal que inibe as contrações uterinas naturais, um mecanismo essencial para manter a integridade do órgão em situações normais. Em paralelo, o estudo de Fossum (2014) sobre cirurgia de pequenos animais evidencia que, durante o período pós-parto, uma diminuição abrupta dos níveis hormonais pode causar relaxamento excessivo do tecido, favorecendo ainda mais a torção em cadelas que passaram recentemente por partos numerosos. Esse processo hormonal complexo apresenta interações multifatoriais, nas quais a progesterona, ao lado de outros hormônios reprodutivos, contribui para um estado de instabilidade estrutural no útero (Kumru et al., 2011).

Além dos fatores anatômicos e hormonais, o histórico reprodutivo da cadela é apontado pela literatura como um fator significativo na predisposição para a torção uterina. Cadelas que passaram por múltiplas gestações, especialmente se essas foram caracterizadas por partos difíceis ou complicações reprodutivas, demonstram uma maior suscetibilidade à torção uterina devido ao enfraquecimento estrutural do útero e do ligamento suspensor (Freeman, 1988; Homer et al., 1980). A revisão de Barrand (2009) sobre casos de torção associada a hematometra destaca que a integridade do tecido uterino pode ser comprometida com o tempo, sobretudo em cadelas mais velhas ou com histórico de doenças uterinas, como cistos ou endometrite. Esse comprometimento estrutural gera um ambiente propício à torção, uma vez que o útero perde sua capacidade de sustentar o peso gestacional sem se distorcer, condição observada também por Raut et al. (2008).

Outros estudos associam ainda o desenvolvimento de torções a problemas de saúde subjacentes, como condições inflamatórias uterinas crônicas, que predispõem o órgão a deformidades e fragilidades (Garcia-Navarro, 2005). A presença de cistos e a hiperplasia endometrial são destacadas como agravantes, pois alteram a composição do tecido uterino e aumentam a pressão interna, o que facilita a ocorrência de torção (Noakes et al., 2001; Schlafer; Gifford, 2008). A pesquisa de Darvelid e Linde-Fosberg (1994) mostrou que essas condições, muitas vezes associadas a processos de envelhecimento uterino, reduzem a resistência dos tecidos ao aumento da pressão durante a gestação, corroborando a hipótese de que a saúde uterina prévia é determinante na suscetibilidade à torção. Os resultados desses estudos evidenciam a necessidade de monitoramento constante de cadelas com histórico reprodutivo comprometido, visando a detecção precoce de sinais de torção.

Em síntese, os principais fatores predisponentes para a torção uterina em cadelas são multifatoriais, englobando desde predisposições anatômicas até complicações hormonais e históricos reprodutivos complexos. A integração dessas variáveis é essencial para a compreensão holística do fenômeno, destacando a importância de monitoramento constante e intervenções cirúrgicas quando necessário. As pesquisas realizadas por diversos autores convergem para a necessidade de uma abordagem clínica integrada, que considere tanto os aspectos preventivos quanto os diagnósticos e terapêuticos, assegurando um manejo mais eficaz da torção uterina e minimizando os impactos para a saúde e bem-estar das cadelas.

2.1.1. As manifestações clínicas mais comuns associadas a essa condição

A torção uterina em cadelas é uma condição de alta gravidade e complexidade que apresenta sintomas variados conforme a extensão da rotação uterina e o tempo de evolução. Cadela afetadas frequentemente apresentam dor abdominal intensa e sinais de choque, resultantes da interrupção do fluxo sanguíneo no útero e da necrose tecidual, que leva à liberação de toxinas na corrente sanguínea e ao risco de endotoxemia. Esse quadro clínico, observado em diversos estudos, destaca a importância de um diagnóstico diferencial cuidadoso para evitar confusão com outras condições abdominais agudas (Babu et al., 2018; Chambers et al., 2011; Darvelid; Linde-Fosberg, 1994; Forsberg, 2015).

O estado clínico pode evoluir rapidamente para choque hipovolêmico, principalmente com necrose, o que torna a ultrassonografia uma ferramenta crucial para diagnóstico precoce e monitoramento da progressão, ajudando a determinar o momento ideal para intervenção cirúrgica (Penninck; D’Anjou, 2015; Cordella et al., 2021). Em casos avançados, a falência de múltiplos órgãos pode ocorrer, especialmente quando a torção é acompanhada por retenção fetal ou histerometria, com fatores hormonais como a progesterona contribuindo para a predisposição à torção (Baez; Ruiz, 2006; Kacprzak et al., 2014).

Outros sinais, como hematúria e corrimento vaginal, indicam infecção e necrose, podendo levar à sepse e exigindo monitoramento laboratorial contínuo, que auxilia na adaptação do tratamento e na avaliação de progressão. Em alguns casos, sintomas inespecíficos como febre e letargia dificultam o diagnóstico diferencial, tornando a tomografia computadorizada útil para a confirmação (Rossello et al., 2020; Reynolds; Campbell, 2011).

Conclui-se que o diagnóstico e tratamento precoces são essenciais para o manejo da torção uterina, e que a combinação de exames de imagem, monitoramento laboratorial e análise do histórico clínico da cadela oferece um caminho eficaz para melhorar as taxas de sobrevivência e o bem-estar geral dos animais afetados.

2.3. OS MÉTODOS DIAGNÓSTICOS DISPONÍVEIS E SUAS RESPECTIVAS SENSIBILIDADES E ESPECIFICIDADES

Em (A) e (B) notar estrutura arredondada e cavitária de contorno definido e regular, parede ecoica, homogênea e regular, conteúdo anecogênico e trabéculas hiperecoicas no seu interior, medindo aproximadamente 9,78 x 6,07 cm, em região abdominal média. Em (C) corno uterino direito com formato de S invertido, paredes hiperecoicas e conteúdo anecoico intraluminal.

Fonte: Carneiro, I. (2023)

No contexto clínico, os métodos de diagnóstico da torção uterina em cadelas variam e possuem diferentes graus de eficácia. O uso de ultrassonografia, amplamente recomendado para diagnóstico precoce, facilita a visualização de alterações estruturais no útero, como a presença de torções ou desvios do eixo natural do órgão (Penninck; D’Anjou, 2015; Babu et al., 2018; Cordella et al., 2021). Ainda que a ultrassonografia ofereça uma visualização eficiente da estrutura uterina, casos de torção avançada podem requerer a complementação com técnicas radiográficas para confirmar o diagnóstico (Thrall, 2018; Jutkowitz, 2005). A importância de diagnósticos combinados se torna evidente, uma vez que esses exames contribuem para uma melhor compreensão da extensão da torção e suas possíveis consequências para a saúde do animal, um aspecto destacado por autores como Johnston et al. (2001) e Marino et al. (2013), que defendem a utilização de exames complementares para avaliação detalhada. O uso de exames laboratoriais para verificar marcadores bioquímicos e hematológicos possibilita a identificação de inflamações ou necrose uterina associada à torção, sendo um indicativo indireto mas relevante para o diagnóstico diferencial (Freeman, 1988; Santarém et al., 2008).

A utilização da radiografia, embora menos sensível que a ultrassonografia, é indicada em situações nas quais a torção é acompanhada de outras complicações intra-abdominais que requerem uma visualização mais ampla da região pélvica e abdominal (Thrall, 2018). No entanto, essa técnica apresenta limitações, pois a sensibilidade pode ser afetada pela presença de gases ou líquidos que dificultam a definição das estruturas uterinas. Ainda assim, a radiografia oferece uma visão complementar importante, especialmente quando há suspeita de necrose ou distensão severa do útero, fatores que ampliam as chances de diagnóstico assertivo (Lenarduzzi et al., 2002; Forsberg, 2015). Em comparação, à tomografia computadorizada apresenta alta especificidade, sendo capaz de identificar detalhes finos nas estruturas uterina adjacentes, com precisão na avaliação de torções complexas ou de difícil detecção em exames ultrassonográficos convencionais. Isso reforça sua aplicabilidade em casos em que o diagnóstico diferencial é essencial para a definição do tratamento (Rossello et al., 2020; Reynolds; Campbell, 2011).

O emprego de marcadores laboratoriais para diagnóstico de torção uterina, como proteína C-reativa e leucocitose, apresenta alta sensibilidade para identificar processos inflamatórios ou infecciosos que acompanham a condição. Exames bioquímicos são complementares à imagem, contribuindo para uma visão geral da saúde do animal, o que permite avaliar a presença de necrose tecidual e a gravidade do quadro inflamatório sistêmico (Biddle; Macintire, 2000; Santarém et al., 2008). A análise bioquímica auxilia ainda na diferenciação de outras condições abdominais que podem ter apresentações clínicas semelhantes, como a piometra e a endometrite, o que destaca a importância de uma abordagem diagnóstica ampla e fundamentada em evidências.

Em estudos sobre cães com distúrbios reprodutivos, tais marcadores têm sido fundamentais para identificar alterações prévias ao desenvolvimento da torção, sendo, portanto, considerados como indicativos indiretos que orientam a utilização de métodos de imagem complementares, principalmente em cadelas com histórico de complicações uterinas (Biller; Haible, 1987; Darvelid; Linde-Fosberg, 1994). Além disso, estudos sobre distúrbios inflamatórios e infecciosos relacionados à torção em cadelas indicam que o monitoramento constante desses marcadores, aliado ao acompanhamento por imagem, aumenta as chances de detecção precoce, permitindo uma abordagem mais eficaz e menos invasiva (Raut et al., 2008; Garcia-Navarro, 2005).

A sensibilidade dos métodos de imagem e de exames laboratoriais tem se mostrado variável conforme o estágio de desenvolvimento da torção. A ultrassonografia, devido à sua capacidade de detecção em fases iniciais, apresenta alta sensibilidade nos estágios iniciais da torção, enquanto a tomografia é preferencial em situações mais avançadas, onde é necessária uma definição mais precisa das estruturas teciduais comprometidas (Penninck; D’Anjou, 2015; Doğruer et al., 2018). Essa complementação entre técnicas é ressaltada por Chambers et al. (2011), que defendem a utilização sequencial de exames de imagem e laboratoriais para garantir uma visão completa e precisa da condição clínica do animal, minimizando o risco de complicações graves. A integração entre os métodos, além de melhorar a acurácia do diagnóstico, permite o planejamento de intervenções cirúrgicas mais seguras e bem-sucedidas, uma vez que proporciona ao veterinário um panorama abrangente do estado de saúde uterina da cadela (Babu et al., 2018; Misumi et al., 2000).

A tomografia computadorizada destaca-se pela especificidade elevada, capaz de fornecer um diagnóstico preciso mesmo em casos nos quais os sinais clínicos não são característicos de torção uterina, como em cadelas com histórico de outras doenças reprodutivas ou em estágio inicial de torção. A acurácia dessa técnica tem sido corroborada em estudos que analisam sua utilização em diferentes estágios da condição, sendo indicada para confirmação de diagnóstico em casos nos quais exames iniciais não foram conclusivos (Reynolds; Campbell, 2011; Forsberg, 2015). Adicionalmente, a tomografia oferece informações detalhadas sobre a integridade dos tecidos adjacentes ao útero, o que facilita a escolha do procedimento cirúrgico adequado e reduz os riscos de complicações pós-operatórias, demonstrando-se fundamental em casos complexos ou em animais de grande porte (Rossello et al., 2020).

A realização de exames laboratoriais de suporte, incluindo a análise hematológica e bioquímica, oferece informações valiosas sobre o quadro inflamatório, podendo revelar leucocitose e elevação de proteína C-reativa, que são indicativos de inflamação aguda, comum em casos avançados de torção uterina (Cordella et al., 2021; Santarém et al., 2008). Embora tais exames não sejam específicos para a torção uterina, eles complementam os métodos de imagem ao indicar a necessidade de intervenção rápida em casos de inflamação severa. Este conjunto de dados laboratoriais e imagiológicos tem sido utilizado em protocolos clínicos modernos para aumentar a precisão diagnóstica e direcionar o tratamento, integrando as sensibilidades e especificidades dos diferentes métodos em uma abordagem abrangente e eficiente (Freeman, 1988; Kacprzak et al., 2014).

Os estudos sugerem que, apesar de cada método apresentar limitações, a utilização combinada das técnicas de imagem com exames laboratoriais oferece um diagnóstico mais preciso e eficaz. Essa combinação permite a detecção precoce de alterações anatômicas e inflamatórias, mesmo quando os sinais clínicos são inespecíficos, o que é especialmente útil em cadelas jovens ou sem histórico prévio de complicações reprodutivas. Para Johnston et al. (2001) e Schlafer e Gifford (2008), a integração de ultrassonografia com marcadores bioquímicos apresenta um equilíbrio entre sensibilidade e especificidade, favorecendo o diagnóstico em fases iniciais e permitindo intervenções menos invasivas. Dessa forma, a combinação dos métodos é considerada atualmente a abordagem mais eficaz para maximizar a acurácia do diagnóstico e reduzir a ocorrência de complicações graves.

As limitações observadas em cada técnica reforçam a necessidade de uma abordagem multifatorial. A radiografia, apesar de útil em casos de distensão severa, carece da especificidade necessária para detecção de torção em fases iniciais, o que limita seu uso como método principal em quadros iniciais de torção (Thrall, 2018). Em contrapartida, a ultrassonografia oferece alta sensibilidade para alterações estruturais, sendo preferida em casos nos quais se busca uma confirmação diagnóstica rápida. Quando comparada à tomografia, no entanto, a ultrassonografia pode apresentar limitações em relação à resolução de imagem e à capacidade de visualização de tecidos mais profundos (Rossello et al., 2020; Marino et al., 2013). Esses aspectos tornam a tomografia o método de escolha em casos complexos, onde a especificidade é imprescindível para um diagnóstico conclusivo, garantindo maior segurança na escolha do tratamento adequado.

A literatura corrobora que a escolha do método diagnóstico deve considerar o estágio da torção e o estado geral da cadela. Para cadelas em condição crítica, onde o tempo de resposta é crucial, recomenda-se a realização de ultrassonografia associada a exames laboratoriais, pois esta abordagem oferece rapidez e acurácia suficientes para guiar intervenções imediatas (Misumi et al., 2000; Garcia-Navarro, 2005). Por outro lado, em casos nos quais a cadela apresenta sinais clínicos leves ou inespecíficos, a tomografia é indicada para avaliação detalhada e confirmação diagnóstica, evitando procedimentos desnecessários ou tratamentos inadequados (Kumru et al., 2011; Jayanthi et al., 2018).

A combinação de ultrassonografia, tomografia e exames laboratoriais oferece um diagnóstico robusto e abrangente para a torção uterina em cadelas, maximizando a especificidade e sensibilidade das abordagens disponíveis. Esse protocolo integrado de diagnóstico tem se mostrado essencial para o sucesso no manejo da condição, especialmente em situações de risco elevado, onde a precisão do diagnóstico pode ser determinante para a sobrevivência e recuperação da cadela (Darvelid; Linde-Fosberg, 1994; Raut et al., 2008).

2.4. PRÁTICAS CLÍNICAS BASEADAS EM EVIDÊNCIAS QUE POSSAM AUXILIAR NO TRATAMENTO E NA PREVENÇÃO DA TORÇÃO UTERINA

A literatura  enfatiza que o manejo clínico adequado da torção uterina inclui intervenções cirúrgicas rápidas, como a histerectomia unilateral, visando a remoção do tecido comprometido e a preservação da saúde reprodutiva da cadela (Reynolds; Campbell, 2011). No entanto, a decisão pela histerectomia ou pelo tratamento conservador depende de uma série de fatores, incluindo o estado geral de saúde da cadela e o estágio da gestação, conforme discutido por autores como Seyrek-Intas et al. (2011). A abordagem cirúrgica, embora eficaz, apresenta riscos associados, especialmente em cadelas com histórico de complicações reprodutivas, o que exige uma avaliação criteriosa e individualizada de cada caso (Lenarduzzi et al., 2002). A revisão dos procedimentos cirúrgicos por Forsberg (2015) reforça que, para minimizar complicações pós-operatórias, é necessário um planejamento detalhado, considerando tanto as condições anatômicas quanto os possíveis efeitos hormonais.

As práticas clínicas baseadas em exames laboratoriais também são indispensáveis para o diagnóstico e monitoramento da torção uterina. Parâmetros inflamatórios, como proteína Creativa e leucocitose, são indicativos de processos inflamatórios agudos que frequentemente acompanham a torção uterina. Esses marcadores não apenas indicam a presença de inflamação sistêmica, mas também auxiliam na avaliação da resposta do animal ao tratamento e na identificação de possíveis complicações pós-cirúrgicas (Santarém et al., 2008). Esse monitoramento permite que o veterinário ajuste as abordagens terapêuticas de acordo com as necessidades individuais de cada paciente, promovendo um tratamento mais personalizado e eficaz (Kacprzak et al., 2014; Noakes et al., 2001). 

A literatura indica que o manejo cirúrgico, especialmente em casos de torção completa ou com complicações adicionais, como hematometra ou cistos endometriais, é frequentemente a abordagem mais eficaz para preservar a saúde da cadela e prevenir complicações maiores (Barrand, 2009). A intervenção cirúrgica pode envolver desde a descompressão uterina até a histerectomia parcial ou completa, dependendo da extensão da necrose e do comprometimento tecidual. Procedimentos como a histerectomia unilateral (cornuectomia) são recomendados quando é possível preservar a fertilidade da cadela, especialmente em fêmeas jovens ou em condições reprodutivas específicas (Seyrek-Intas et al., 2004; Güntzel-Apel et al., 2008). A escolha do procedimento depende de uma série de fatores, incluindo o histórico reprodutivo, a idade e a condição clínica da cadela, demonstrando que uma prática baseada em evidências permite intervenções mais seguras e adequadas ao perfil de cada paciente (Reynolds; Campbell, 2011).

Para além das intervenções cirúrgicas, o tratamento clínico da torção uterina também envolve o controle rigoroso da inflamação e da dor, visando a estabilização clínica antes e após a cirurgia. A analgesia e a administração de anti-inflamatórios têm se mostrado essenciais para reduzir o desconforto e a resposta inflamatória, o que é fundamental para um melhor prognóstico pós-operatório (Jutkowitz, 2005). O manejo da dor permite que o organismo da cadela responda de maneira mais eficaz ao tratamento, além de evitar complicações relacionadas ao estresse e ao aumento da pressão intra-abdominal, fatores que podem agravar o quadro clínico (Marino et al., 2013).

A prevenção da torção uterina em cadelas passa pela adoção de estratégias que buscam minimizar os fatores de risco identificados. Recomenda-se que as cadelas sejam monitoradas com maior frequência durante a gestação, especialmente aquelas de maior porte, uma vez que estudos apontam que o aumento do volume e do peso uterino durante a gestação aumenta significativamente o risco de torção (Babu et al., 2018) ou com histórico reprodutivo complexo, visando identificar sinais de predisposição e agir preventivamente (Stocklin-Gautschi et al., 2001). A utilização de métodos de imagem regulares durante a gestação e o pós-parto permite um acompanhamento constante, identificando alterações estruturais iniciais que possam indicar a possibilidade de torção. Para Garcia-Navarro (2005), essa prática é crucial para detecção precoce de anomalias, pois permite intervenções antes que a torção comprometa de forma irreversível o bem-estar da cadela.

A adoção de ultrassonografias de rotina durante o pré-natal permite que veterinários identifiquem alterações estruturais iniciais que possam predispor à torção, como dilatação excessiva do útero ou formação de cistos endometriais (Chambers et al., 2011). A literatura enfatiza que a prevenção da torção uterina está diretamente relacionada ao acompanhamento rigoroso do estado reprodutivo e da saúde geral das cadelas, o que destaca a importância de práticas veterinárias preventivas em animais de risco (Raut et al., 2008; Homer et al., 1980).

Além do monitoramento por imagem, a análise frequente de parâmetros bioquímicos e hematológicos é recomendada em cadelas gestantes com histórico de complicações reprodutivas ou torção prévia, pois esses exames podem revelar alterações inflamatórias iniciais. Tais análises contribuem para uma intervenção precoce e preventiva, o que pode impedir a progressão para uma torção completa, reduzindo a necessidade de intervenções invasivas (Garcia-Navarro, 2005). Esse monitoramento permite o ajuste do manejo clínico conforme as mudanças no quadro da cadela, promovendo uma abordagem personalizada e eficaz para a prevenção da torção uterina (Kumru et al., 2011).

A prática baseada em evidências também é essencial para a tomada de decisões quanto ao manejo de cadelas não gestantes que apresentem sintomas abdominais. Em cadelas não gestantes, condições como piometra e cistos ovarianos podem apresentar sintomas semelhantes à torção, o que reforça a necessidade de exames de imagem precisos para confirmar o diagnóstico diferencial. A combinação de ultrassonografia e tomografia é especialmente útil nesse contexto, pois a ultrassonografia permite uma avaliação inicial rápida, enquanto a tomografia fornece detalhes adicionais que podem indicar se há necessidade de intervenção cirúrgica (Stocklin-Gautschi et al., 2001; Thrall, 2018). Esses exames possibilitam um planejamento cirúrgico mais seguro e fundamentado, além de reduzir os riscos associados a cirurgias desnecessárias em cadelas com condições de saúde mais frágeis.

Os autores concordam que a integração de práticas diagnósticas e terapêuticas permite uma abordagem abrangente e eficaz da torção uterina, destacando a importância de uma prática veterinária baseada em evidências que integre exames laboratoriais, de imagem e intervenções clínicas para obter os melhores resultados para a saúde da cadela (Lenarduzzi et al., 2002). Essa abordagem integrada é particularmente relevante em emergências, onde a rapidez e a precisão do diagnóstico e do tratamento podem impactar diretamente a taxa de sobrevivência e recuperação do animal.

3.  CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo investigou as práticas clínicas baseadas em evidências que ajudam no tratamento e prevenção da torção uterina em cadelas, abordando métodos diagnósticos e terapêuticos na medicina veterinária. Com foco em diagnósticos precisos e intervenções rápidas, a pesquisa analisou técnicas de imagem, como ultrassonografia, que facilita a detecção de alterações estruturais no útero, e exames laboratoriais para avaliar marcadores inflamatórios, proporcionando uma visão ampla do quadro clínico. Essa integração de métodos diagnósticos mostrou-se eficaz tanto para confirmação da condição quanto para a diferenciação de outras patologias, evitando erros e garantindo tratamento adequado.

No tratamento, o estudo conclui que a intervenção cirúrgica é muitas vezes necessária em casos avançados de torção uterina, com opções de histerectomia parcial ou total dependendo da extensão do dano tecidual. A preservação da fertilidade em cadelas jovens pode ser abordada com a opção de histerectomia unilateral. O manejo pós-operatório cuidadoso, incluindo monitoramento contínuo, é destacado como essencial para recuperação e prevenção de complicações. Com isso, a pesquisa reforça que o sucesso do tratamento depende de diagnósticos precisos e decisões cirúrgicas personalizadas, adaptadas às necessidades de cada animal.

Além disso, o estudo destaca práticas preventivas, especialmente para cadelas com histórico reprodutivo complexo ou de grande porte. Recomenda-se o monitoramento por imagem e a realização de ultrassonografias periódicas para detectar anomalias que possam predispor à torção. A pesquisa também sugere a realização de novos estudos que avaliem a eficácia dos métodos e que explorem tecnologias acessíveis, visando ampliar a prática baseada em evidências para clínicas com menos recursos, beneficiando o manejo clínico da torção uterina e o bem-estar animal.

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