REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202411240501
Adria Fabricia Santos Pereira;
Marcos Antônio do Nascimento Carneiro;
Paulo Victor Silva de Souza;
Orientador: Prof. MSc. Márcia Arruda Lins;
Coorientador: Antônio Caetano Cancio Couto de Souza
Resumo
O tratamento endodôntico de dentes anteriores comprometidos é fundamental para preservar a vitalidade do dente e proporcionar uma base sólida para a restauração estética subsequente. O objetivo deste trabalho foi relatar um caso clínico de reabilitação estética em dente anterior com Fibra de Reforço de Polietileno. Paciente do gênero feminino, 62 anos, procurou atendimento queixando-se da estética do seu sorriso. Durante a avaliação clínica, foi observada uma coroa provisória mal adaptada no elemento 11. Visando alcançar um resultado estético satisfatório e devolver a função do elemento, foi planejado o tratamento endodôntico e restauração com fita de polietileno. Em uma única sessão, foi realizado o tratamento endodôntico. Em seguida, foi feito um preparo cavitário com protocolo adesivo de sistema autocondicionante, margem com resina composta de 1,0 mm de espessura de maneira horizontal na embocadura – Forma, inserido o Ribbond (Fibra de Polietileno na R.C em formato de “U”), fotoativação (1200 mW – 20 seg), acabamento e confecção do preparo para o recebimento de uma coroa provisória, que foi confeccionada com resina acrílica de cor 66 (pó e líquido), dente de estoque e cimento de hidróxido de cálcio Dentsply Sirona como agente cimentante. Na segunda sessão, foi realizada a moldagem com silicone de condensação pesado+leve Clonage DFL e previamente enviada para o laboratório para a confecção da coroa definitiva em resina composta. Na terceira sessão, foi removida a coroa provisória e executada a profilaxia com CHX+Pedra-pomes, jateamento com óxido de alumínio, aplicação do agente de união e protocolo adesivo com um sistema autocondicionante no dente correspondente. Na peça definitiva, repetiu-se o mesmo processo; realizou-se a profilaxia, jateamento com óxido de alumínio, condicionamento ácido, aplicação do agente de união e adesivo na superfície interna da peça, seguido de fotopolimerização e cimentação utilizando resina Grandioso Flow-VOCO como agente cimentante. O procedimento foi concluído com as etapas de acabamento e polimento, resultando em um desfecho satisfatório em termos de função, estética e satisfação da paciente.
Palavras-chave: endodontia; dentística; biomimética;Fibra de Polietileno; Ribbond
1. INTRODUÇÃO
Embora o conceito de estética seja amplamente subjetivo, pois está vinculado a aspectos sociais, culturais e psicológicos, os dentes anteriores são reconhecidos como elementos essenciais para a estética do sorriso (BERGOLI; SKUPIEN; MARCHIORI, 2009). A restauração de dentes tratados endodonticamente evoluiu de uma abordagem mais invasiva para a aplicação de conceitos biomecânicos. A escolha do material restaurador a ser utilizado deve ser cuidadosamente considerada na fase de planejamento, que é de suma importância, uma vez que o material escolhido influencia diretamente na integridade e longevidade da restauração, especialmente por se tratar de dentes com maior risco de fratura em comparação aos dentes vitais (PEDREIRA E KOREN et al., 2013).
Para o cirurgião-dentista, é indispensável compreender cada caso de maneira singular, reconhecendo que cada paciente possui necessidades sociais e culturais únicas, as quais devem ser investigadas para um diagnóstico preciso. Dessa forma, a dentística moderna se baseia em princípios de prevenção e mínima intervenção restauradora (FRANÇA et al., 2016).
A restauração estética envolve a reconstrução de um dente danificado, sendo indicada em casos como fraturas extensas, fechamento de diastemas, e substituição de restaurações antigas e mal adaptadas. Com os avanços nas técnicas e materiais restauradores, bem como nos sistemas adesivos, é possível corrigir imperfeições dentárias com mínimo ou nenhum desgaste do tecido saudável. Entre as opções de tratamento mais comumente adotadas estão as restaurações diretas em resina composta e as restaurações indiretas com facetas (ALENCAR et al., 2014).
As fibras de reforço foram introduzidas na Odontologia devido às suas propriedades, como boa flexibilidade e resistência (FREILICH et al., 2000), sendo discutidas na literatura odontológica desde a década de 1960. Essas fibras são tratadas com plasma de gás frio para melhorar sua molhabilidade e apresentam características biomecânicas similares ao tecido dentário. Estudos recentes confirmam a eficácia das Fibras de Reforço de Polietileno (FFP) de alto peso molecular, que reforçam as tensões mastigatórias em restaurações e absorvem as forças oclusais, aumentando a resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente (BAHARI et al., 2019; CARVALHO et al., 2018; BELLI et al., 2005).
As FFP são biocompatíveis, maleáveis e translúcidas, não exigindo o uso de materiais opacos, o que permite que adquiram a cor da resina composta associada, tornando-se um material altamente estético e resistente (SIMERON et al., 2012). No Brasil, as FFP disponíveis incluem a Ribbond™ (Oraltech, Ibiporã, Paraná) e Interlig (Angelus, Londrina, Paraná). A fita Ribbond™ distribui e dissipa as forças na estrutura à qual está associada, reduzindo o risco de fraturas e a perda do elemento dentário, além de aumentar a longevidade da restauração (FELIPPE et al., 2001).
Nesse contexto, este trabalho apresentou um caso de reabilitação de dente anterior tratado endodonticamente, utilizando Fibra de Reforço de Polietileno como reforço intra-canal.
2. RELATO DE CASO
A paciente, do gênero feminino, 62 anos, melanoderma, de nacionalidade brasileira, compareceu à Clínica-Escola do Centro Universitário do Norte – UniNorte, Grupo Ser Educacional, com a queixa principal de insatisfação estética do sorriso devido à cor, tamanho desproporcional e forma dos dentes superiores anteriores (Figura 1A;B;C). Durante a fase de anamnese e exame clínico, foi sugerido à paciente, inicialmente, o tratamento endodôntico do elemento 11 e, posteriormente, a confecção de prótese fixa no referido elemento. Para a realização do tratamento, foi apresentado primeiramente o documento de “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido” (TCLE), nos quais foram apresentados à paciente, com a devida explicação de que os dados coletados seriam manipulados apenas para fins acadêmicos e de pesquisa. Além disso, este relato foi devidamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário do Norte – UNINORTE, garantindo que todas as etapas atendam aos critérios éticos e de segurança necessários para a realização dos procedimentos realizados, CAAE 81187024.6.0000.0010.
Figura 1. (A) Vista sorriso (B) Vista frontal (C) Vista Oclusal
Fonte: Acervo pessoal
Primeiramente, o tratamento endodôntico foi concluído em uma única sessão, utilizando o protocolo de instrumentação manual em canais radiculares de 22 mm e 21 mm com limas tipo K especiais da Dentsply® (Pirassununga, São Paulo, Brasil) A lima anatômica inicial foi do tipo K 15 mm e a lima anatômica final foi do tipo K 40 mm. Durante todo o tratamento, utilizou-se irrigação com hipoclorito de sódio a 2,5%. O cimento obturador utilizado foi o Sealer 26, da Dentsply ® ( Pirassununga, São Paulo, Brasil) e o cone de gutapercha foi de 40 mm, também da Dentsply® ( Pirassununga, São Paulo, Brasil) Como descrito nas figuras 2A; 2B; 2C , respectivamente.
Figura 2 . Radiografia inicial (A) Instrumentação manual (B) Irrigação do conduto (C) Radiografia final (D)
Fonte: Acervo pessoal
Após a conclusão do tratamento endodôntico, foi realizada uma avaliação radiográfica detalhada para verificar a eficácia da obturação dos canais radiculares. Este exame permitiu uma análise minuciosa da integridade e do selamento dos canais. A ausência de sinais visíveis de infiltração periapical nas radiografias confirmou a efetividade do tratamento endodôntico e a qualidade da obturação realizada (Figura 2D).
A seguir, realizou-se uma avaliação da estrutura e o registro inicial da cor utilizando a Escala Vitta Classical, tendo como referência sua futura prótese parcial removível que estava sendo confeccionada. Na avaliação, constatou-se que a cor do elemento 11 era B2 na Escala Vitta Classical. Procedeu-se ao isolamento absoluto de canino a canino, utilizando o grampo B4 no elemento 11 e adaptando teflon para afastamento e exposição do bioaro. Em seguida, a estrutura foi avaliada. Foi desobturado 4 mm para adaptar a fita de polietileno.
Figura 3: Aspecto clínico do elemento dentário com isolamento absoluto (A). Fita de Reforço de Polietileno adaptada no elemento dentário (B)
Fonte: Acervo pessoal
A profilaxia foi realizada com clorexidina 2% (Maquira, Maringá, Paraná) e Pedra-pomes (Maquira, Maringá, Paraná), seguida de jateamento com óxido de alumínio (Bio-art, São Carlos, São Paulo, Brasil) por 10 segundos para afinar a camada de smear. O primer autocondicionante Crearfil SE BOND (Kuraray,Osaka, Japão) foi aplicado apenas na dentina exposta por 20 segundos e, em seguida, foi feita a fotoativação com fotopolimerizador Valo Cordless Grande (Ultradent Products Inc., South Jorda, Utah, EUA). Aplicou-se a resina flow Grandioso (12-20 GPa Grandioso, VOCO, Cuxhaven, Alemanha) com 0,5 mm de espessura na embocadura do canal e em toda a dentina exposta, seguido de fotoativação.
Foi realizado o levantamento da margem com resina composta Forma (Ultradent Products Inc., South Jorda, Utah, EUA) de 1,0 mm de espessura de maneira horizontal na embocadura do canal. Após a inserção da fita de polietileno (Ribbond™ (Oraltech, Ibiporã, Paraná) em formato de “U”, aplicou-se o Bond Crearfil SE BOND (Kuraray,Osaka, Japão) e realizou-se a fotoativação com o fotopolimerizador Valo Cordless Grande (Ultradent Products Inc., South Jorda, Utah, EUA) O preparo foi finalizado com resina composta Forma (Ultradent Products Inc., South Jorda, Utah, EUA) e acabamento para o recebimento de uma coroa provisória. Esta coroa foi confeccionada com resina acrílica de cor 66 (pó e líquido), dente de estoque, e cimentada com cimento de hidróxido de cálcio Dentsply Sirona (Pirassunga, São Paulo, Brasil)
Figura 4. Elemento após finalização do tratamento endodôntico. (A)Aspecto inicial do elemento dentário 11. (B) Resultado final do preparo.
Fonte: Acervo pessoal
Na terceira sessão, foi realizado a moldagem com silicone de condensação pesado+leve Clonage DFL ( Taquara, Rio de Janeiro, Brasil) (Figura 5A;Figura 5B). E realizado o registro de mordida e previamente enviada para o laboratório para a confecção da coroa definitiva em resina composta e enceramento nos dentes laterais (Figura 5C;5D)
Figura 5. Molde obtido após moldagem em silicone de condensação (A) e (B)
Fonte: Acervo pessoal
Na quarta sessão, foi removido a coroa provisória e executado a profilaxia com Glutamina de Clorexidina 2% (Maquira, Maringá, Paraná) e Pedra pomes (Maquira, Maringá, Paraná), jateamento com óxido de alumínio – Bioart por 10seg, aplicação do agente de união Silano- Silane (Ultradent Products Inc., South Jorda, Utah, EUA) e protocolo adesivo Crearfil SE BOND (Kuraray,Osaka, Japão) autocondicionante de 2 passos no dente correspondente, bem como a fotoativação (Figura 6A;6B;6C;6D;6E).
Figura 6. Profilaxia com pedra pomes e clorexidina a 2% (A). Jateamento com óxido de alumínio (B). Aplicação do silano (C). Aplicação do adesivo (D). Fotoativação (E).
Fonte: Acervo pessoal
Na peça definitiva, repetiu-se o mesmo processo; realizou-se a profilaxia, jateamento com óxido de alumínio (Bio-art, São Carlos, São Paulo, Brasil), condicionamento ácido fosfórico 37% Condac 37 (FGM, Joinville, Santa Catarina, Brasil) aplicação do agente de união Silano – Silane (Ultradent Products Inc., South Jorda, Utah, EUA) e adesivo Crearfil SE BOND (Kuraray,Osaka, Japão) autocondicionante de 2 passos na superfície interna da peça, seguido de fotopolimerização com fotopolimerizador Valo Cordless Grande (Ultradent Products Inc., South Jorda, Utah, EUA). (Figura 7A;7B;7C;7D;7E;7F;7G).
Figura 7. Profilaxia (A) Jateamento óxido de alumínio (B) Ácido fosfórico (C) Agente de união – Silano (D) Peça limpa e seca (E) Adesivo 2 passos (F) Fotopolimerização(G).
Fonte: Acervo pessoal
E para a cimentação, foi realizada a aplicação da resina heavy flow (Grandioso, VOCO, Cuxhaven, Alemanha) na sua face interior, direcionando sua fixação na face vestibular do elemento dentário (como exemplificado nas Figuras 8A), removendo os excessos e realizando em seguida a fotoativação com o fotopolimerizador Valo Cordless Grand (Ultradent Products Inc., South Jordan, Utah, EUA) por 60s (Figura 8B;8C;8D).
Figura 8. Resina flow – Voco (A) Remoção de excesso da resina flow (B) Fotopolimerização(C) Resultado Final (D)
Fonte: Acervo pessoal
Finalizada a etapa de cimentação, realizou-se o pré-acabamento com pontas 2135F e 2135FF (FG, KG Sorensen, Serra, Espírito Santo, Brasil). Após 48 horas da realização do procedimento de cimentação, foi utilizado o sistema de brocas de acabamento e pontas de polimento para resinas compostas (Ultra-Gloss CA, American Burrs, Palhoça, Santa Catarina) juntamente com a pasta de polimento (Diamond Polish Mint, Ultradent Products Inc., South Jorda, Utah, EUA).
3. Discussão
A Odontologia Contemporânea tem se destacado pela incorporação de novos materiais que visam preservar a estrutura dentária e garantir a permanência do dente em sua forma integral na cavidade bucal. Com esses avanços, a Fita de Contenção e Reforço, comumente chamada de Fibra de Polietileno, foi introduzida como um material biomimético na odontologia. Esse material se distingue pela sua capacidade de mimetizar a estrutura natural do dente, tornando-se especialmente útil em casos de restaurações em dentes com grande perda da estrutura coronária, após a realização de tratamento endodôntico (AIZENBERG; FRATZL, 2009; FISHER et al., 2010; KUSHNER; GUAN, 2011; SOARES et al., 2023).
Dentes submetidos ao tratamento endodôntico frequentemente apresentam considerável perda estrutural, especialmente devido ao desgaste resultante do desbridamento intrarradicular. Embora os avanços no tratamento endodôntico e restaurador tenham proporcionado melhorias significativas, a literatura aponta que o verdadeiro êxito clínico depende de um adequado selamento coronal, que previne a contaminação bacteriana e protege a estrutura dental contra fraturas (KAIZER et al., 2009; OLIVEIRA et al., 2024). Na escolha do tratamento para dentes com extensa perda da estrutura coronária, é essencial considerar tanto o grau de comprometimento quanto às necessidades e particularidades do paciente, abordando suas restrições, limitações e possíveis benefícios. Esse processo auxilia na tomada de decisão odontológica e permite a apresentação de alternativas de tratamento tradicionais e modernas, como o uso de pinos de fibra de vidro ou metálicos, restaurações diretas e indiretas, próteses parciais fixas, além de opções de extração e reabilitação com implante dentário, entre outras.
Ferreira et al., (2018) destacam que há diversas alternativas disponíveis para que o cirurgião-dentista possa restaurar elementos dentários com grande destruição coronária submetidos a tratamento endodôntico. Entre essas opções, encontram-se os pinos pré-fabricados de fibra de vidro, que apresentam boas propriedades mecânicas e estéticas, além de uma técnica de fácil utilização, com grande potencial de união adesiva aos materiais resinosos. No entanto, os pinos intrarradiculares de fibra de vidro também possuem algumas limitações, especialmente relacionadas a falhas que podem ocorrer tanto nos próprios pinos quanto nas coroas que eles suportam, como fraturas do núcleo ou da raiz, deslocamento e perda de retenção dos pinos. A fratura radicular, em particular, é uma das falhas mais comuns e representa um fator importante que interfere diretamente no sucesso do tratamento restaurador (Prado et al., 2014).
O estudo in vitro de Giovani et al. (2009) avaliou a resistência à fratura de dentes restaurados com pinos metálicos ou de fibra de vidro, variando os comprimentos dos pinos (6 mm, 8 mm e 10 mm). Foram utilizados 60 dentes humanos caninos superiores, submetidos a tratamento endodôntico e divididos em grupos conforme o comprimento e o tipo de pino, sendo eles, o pino metálico e o pino de fibra de vidro. Os resultados mostraram que, para pinos metálicos, não houve diferença significativa na resistência à fratura entre os comprimentos. Para pinos de fibra de vidro, os de 10 mm tiveram maior resistência, enquanto os de 6 mm apresentaram menor desempenho. O estudo concluiu que os pinos de fibra de vidro são uma boa alternativa aos metálicos, aumentando a resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente.
Em contrapartida, Escobar, Pereira da Silva e Manarte-Monteiro (2023) realizaram um estudo in vitro com dentes posteriores permanentes humanos (molares e pré-molares) para testar os valores de resistência à fratura em restaurações extensas de compósitos reforçados com fibras, do tipo composto ou complexo, de classe II. O estudo comparou esses resultados com dentes saudáveis (controle), restaurações de compósitos não reforçados com fibras e preparações de cavidades não restauradas. Os autores concluíram que os compósitos reforçados com fibras apresentaram um comportamento de resistência superior nas restaurações dentárias em relação aos dentes restaurados com compósitos convencionais.
A Fita de Contenção e Reforço, tem demonstrado uma excelente opção quanto a sua aplicação em dentes tratados endodonticamente, uma vez que constitui uma alternativa relevante para o reforço estrutural de dentes que sofreram grande comprometimento. Sua função principal é fortalecer a parte interna do dente, proporcionando maior resistência às forças mastigatórias e, consequentemente, reduzindo o risco de fraturas e a perda do elemento dentário a longo prazo (Bahari et al., 2019; Carvalho et al., 2018; Belli et al., 2005). Esse tipo de reforço é particularmente valioso em dentes que, após tratamento de canal, apresentam-se mais frágeis e suscetíveis a fraturas devido à perda significativa de estrutura dentária.
Conforme discutido por Simeron et al. (2012), a Fita de Fibra de Polietileno reúne diversas vantagens que a tornam uma escolha viável na reabilitação dentária. Entre esses benefícios, destacam-se sua excelente adesão aos materiais resinosos, resistência, biocompatibilidade e translucidez. A translucidez, em particular, permite que a fita se harmonize estéticamente com a cor da resina associada, eliminando a necessidade de outros materiais de coloração e garantindo um resultado estético mais natural. Essas características contribuem para que a Fibra de Polietileno seja cada vez mais integrada ao dia a dia clínico e aplicada em diferentes áreas da Odontologia, onde sua versatilidade atende tanto a demandas estéticas quanto funcionais, promovendo resultados de longa duração e qualidade.
No presente caso clínico, a Fita de Contenção e Reforço (FFP) foi escolhida como material restaurador para uma estrutura dentária com propriedades mecânicas significativamente diferentes das de dentes vitais, conforme descrito por Magne et al. (2016). A eficácia do material ficou evidente ao se seguir rigorosamente cada etapa do procedimento, preservando a estrutura dentária remanescente e utilizando materiais auxiliares compatíveis com a Fibra de Polietileno, o que possibilitou uma adesão positiva e satisfatória. Essa abordagem não apenas conferiu longevidade ao elemento dentário, mas também alcançou um resultado estético e funcional de alto padrão, confirmando a FFP como uma excelente opção de tratamento restaurador, tanto pela durabilidade quanto pela capacidade de promover satisfação clínica ao paciente.
4. Conclusão
Com base no relato de caso apresentado, conclui-se que a reabilitação estética utilizando Fita de Reforço de Polietileno (FFP) representa uma opção altamente válida e recomendada para a restauração de dentes anteriores, especialmente em situações que exigem tanto a restauração funcional quanto estética. A aplicação desse material demonstrou ser eficaz na melhoria significativa da estética dental, proporcionando resultados que harmonizam com a dentição natural, além de contribuir para o restabelecimento adequado da função mastigatória.
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