ERLIQUIOSE CANINA: RELATO DE ESTUDO DE CASO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202411191916


Rafaella Degani Pierroni
Orientadora: Profª. Drª. Vanessa Coutinho do Amaral.


RESUMO

Esse trabalho de conclusão de curso traz como tema a Erliquiose Canina é um relato de caso sobre o diagnóstico da doença. Por meio da revisão de literatura mediante pesquisa bibliográfica, elencou-se que a erliquiose canina, causada pela bactéria Ehrlichia canis, é uma doença infecciosa que afeta principalmente cães e representa um problema relevante na medicina veterinária, especialmente em regiões tropicais e subtropicais onde as condições climáticas favorecem a proliferação dos vetores, como o carrapato marrom. Por apresentar fases distintas, a doença demanda um diagnóstico precoce e preciso para efetivação do tratamento, haja vista que em sua fase crônica, ela pode ser fatal para o animal. Dessa forma, como objetivo principal, esse estudo buscou-se analisar, por meio de um estudo de caso, o processo de anamnese e diagnóstico da Erliquiose Canina. Assim, concluiu-se que que o diagnóstico precoce e o controle dessa doença não apenas garantem um prognóstico positivo para o animal afetado, mas também contribuem para a saúde pública veterinária e para a conscientização da importância da prevenção contra doenças transmitidas por carrapatos.

Palavras-chave: Erliquiose canina. Diagnóstico. Tratamento. Prevenção.

PIERRONI, Rafaella Degani. Canine ehrlichiosis: case study report. Monograph (Specialization Course in Veterinary Orthopedics) – ANCLIVEPA-SP, São Paulo, 2024.

ABSTRACT

This course conclusion work has Canine Ehrlichiosis as its theme and a case report on the diagnosis of the disease. Through a literature review through bibliographical research, it was established that canine ehrlichiosis, caused by the bacterium Ehrlichia canis, is an infectious disease that mainly affects dogs and represents a relevant problem in veterinary medicine, especially in tropical and subtropical regions where conditions Climate conditions favor the proliferation of vectors, such as the brown tick. As it presents distinct phases, the disease demands an early and accurate diagnosis to carry out treatment, given that in its chronic phase, it can be fatal for the animal. Thus, as the main objective, this study sought to analyze, through a case study, the process of anamnesis and diagnosis of Canine Ehrlichiosis. Thus, it was concluded that early diagnosis and control of this disease not only guarantee a positive prognosis for the affected animal, but also contribute to veterinary public health and awareness of the importance of prevention against tick-borne diseases.

Keywords: Canine ehrlichiosis. Diagnosis. Treatment. Prevention.

1 INTRODUÇÃO 

De maneira geral, pontua-se que a erliquiose canina, causada pela bactéria Ehrlichia canis (E. canis), é uma doença infecciosa que afeta principalmente cães e representa um problema relevante na medicina veterinária, especialmente em regiões tropicais e subtropicais onde as condições climáticas favorecem a proliferação dos vetores, como o carrapato marrom (Rhipicephalus sanguineus). 

A infecção que provoca a doença ocorre quando o carrapato contaminado pela bactéria pica o animal, transmitindo a E. canis para a corrente sanguínea, levando a quadros graves de saúde nos cães, além de impactos emocionais e financeiros para os tutores, o que justifica a importância de se atualizar os estudos acerca da doença.

Além disso, elenca-se que a erliquiose canina apresenta três fases distintas de desenvolvimento: aguda, subclínica e crônica. Na fase aguda, o cão pode manifestar sintomas como febre, perda de apetite, apatia, inchaço nas patas e hemorragias; a fase subclínica é caracterizada pela ausência de sintomas evidentes, o que pode dificultar o diagnóstico precoce, pois o animal pode parecer saudável enquanto a bactéria continua a se replicar no organismo; e na fase crônica, a mais grave, em os cães podem apresentar anemia severa, fraqueza extrema, perda de peso, problemas respiratórios e complicações neurológicas, podendo, quando não tratada, ser fatal.

A importância da prevenção da erliquiose canina não pode ser subestimada, e as medidas preventivas incluem o uso regular de antiparasitários, que reduzem a presença de carrapatos e impedem a contaminação do animal. Nesse processo, é fundamental realizar inspeções frequentes no pelo dos cães para identificar e remover carrapatos antes que se fixem na pele e iniciem o processo de alimentação, o que evita a transmissão da bactéria. 

Outro ponto importante é a conscientização dos tutores, que devem estar atentos aos primeiros sinais da doença e buscar assistência veterinária logo que perceberem algo fora do normal em seus animais. Assim, o diagnóstico da erliquiose é feito principalmente por meio de exames de sangue, como o hemograma e testes específicos para identificar a presença da bactéria. 

Evidencia-se, também, que é fundamental que o diagnóstico seja realizado o mais cedo possível para garantir que o tratamento, geralmente feito com antibióticos específicos, seja eficaz. No entanto, o sucesso do tratamento depende de diversos fatores, como a fase em que a doença foi diagnosticada e a resposta individual de cada animal, conforme apontamentos realizados ao longo desse estudo.

1.1 OBJETIVOS

  • Analisar, por meio de um estudo de caso, o processo de anamnese e diagnóstico da Erliquiose Canina; 
  • Descrever os principais aspectos da Erliquiose canina, como etiologia e distribuição geográfica; 
  • Abordar sobre os principais sinais clínicos da doença, elencando suas fases; 
  • Identificar como é efetivado o tratamento e a importância do diagnóstico precoce para a saúde do animal.

2 REVISÃO DE LITERATURA

A erliquiose canina destaca-se como um problema de saúde animal devido à sua alta prevalência em certas regiões e aos desafios envolvidos no controle dos carrapatos. A erradicação da doença é complexa e depende de uma abordagem multidisciplinar, que envolve a vigilância constante dos tutores, o cuidado veterinário adequado e o uso de métodos preventivos eficazes, pois não apenas afeta a saúde e bem-estar dos cães, mas também representa um desafio significativo para tutores e profissionais da veterinária.

Acerca da etiologia, pontua-se que ela envolve a bactéria do gênero Ehrlichia, sendo a espécie Ehrlichia canis a principal causadora da erliquiose monocítica canina, que afeta os cães em diversas regiões do mundo. Essa bactéria é um organismo intracelular obrigatório, ou seja, só consegue sobreviver e se multiplicar dentro das células do hospedeiro. E. canis ataca, especificamente, os monócitos, um tipo de célula de defesa presente no sangue.

A transmissão da erliquiose ocorre principalmente pela picada do carrapato marrom (Rhipicephalus sanguineus), que é o vetor biológico da bactéria, que adquire a E. canis ao picar um animal já infectado e, ao completar seu ciclo de vida, é capaz de transmitir a bactéria a outros cães, perpetuando a infecção. Após a infecção, o carrapato pode se tornar um portador crônico do patógeno e continuar a transmitir a bactéria em outros ciclos de alimentação, o que complica o controle da doença.

A E. canis possui uma estrutura que a torna adaptada a sobreviver e multiplicar-se dentro das células do sistema imunológico do hospedeiro, o que lhe permite evadir a resposta imune natural dos cães e persistir no organismo, causando uma infecção de longa duração. 

Nesse contexto, evidencia-se que após a entrada da bactéria no organismo do cão, a bactéria passa a se alojar nos monócitos, onde se multiplica e, em seguida, é liberada na corrente sanguínea, provocando uma resposta inflamatória, como pode ser observado na Figura 1.

Figura 1 – Ehrlichia canis em monócito observada em esfregaço de sangue

Fonte: Durand (2022, p. 13).

Assim, como mostra a Figura 1, compreende-se que a etiologia da erliquiose está ligada à interação entre o patógeno Ehrlichia canis, o vetor (carrapato) e o hospedeiro (cão). Este ciclo biológico, associado à adaptação do carrapato marrom às condições urbanas e periurbanas, torna a erliquiose um desafio contínuo e relevante para a saúde animal, especialmente em regiões com climas favoráveis à proliferação do vetor.

Sobre a epidemiologia da doença, evidencia-se que envolve a distribuição e prevalência da doença em diversas regiões do mundo, especialmente em áreas tropicais e subtropicais, onde as condições climáticas favorecem a proliferação do vetor principal, o carrapato marrom, como mostra a Figura 2.

Figura 2 – Carrapato Marrom

Erliquiose canina: saiba mais sobre a doença – VP Diagnóstico

Fonte: Durand (2022, p. 13).

No que tange à distribuição geográfica do carrapato marrom, mostrado na Figura 2, elenca-se que países da América Latina, África, Ásia e regiões do sul dos Estados Unidos, como Texas e Flórida, registram altos índices de infecção, devido ao ambiente quente e úmido que permite a sobrevivência e reprodução desse carrapato.

Além disso, existem fatores epidemiológicos relevantes da erliquiose canina, tais como os vetores e a sazonalidade, devido à presença do carrapato marrom; as taxas de infecção e de incidência, pois em áreas endêmicas, estima-se que uma alta porcentagem de cães seja exposta à erliquiose ao longo da vida, principalmente animais que vivem em condições com maior exposição a carrapatos.

Os fatores de risco incluem aspectos específicos, tais como cães jovens, idosos ou imunocomprometidos, pois eles possuem uma maior probabilidade de desenvolver a doença em sua forma grave. Além disso, cães que não recebem controle regular contra carrapatos ou que vivem em áreas de alta infestação também fazem parte do grupo de risco.

Assim, pontua-se que a erliquiose é uma doença de distribuição global, com alta prevalência em áreas tropicais e subtropicais, onde o carrapato marrom encontra condições ideais para sua reprodução e onde a vigilância e prevenção se tornam essenciais para o controle dessa zoonose.

2.1 SINAIS CLÍNICOS

Conforme abordado ao longo desse estudo, a erliquiose canina apresenta uma ampla variedade de sinais clínicos, que podem variar conforme a fase da doença e a resposta imunológica do animal. A infecção por Ehrlichia canis costuma progredir em três fases: aguda, subclínica e crônica, e cada uma dessas fases se manifesta diferentes sintomas, podendo, em casos mais avançados, resultar em complicações graves ou até fatais se não tratada adequadamente, como mostra o Quadro 2.

Quadro 1 – Fases da Erliquiose Canina

FASEOBSERVAÇÕES
Fase AgudaAcontece nas primeiras semanas após a infecção e apresenta sintomas leves ou intensos, tais como febre, apatia, letargia, perda de apetite, emagrecimento, linfadenomegalia, epistaxe e hemorragias. 
Fase subclínicaA bactéria continua no organismo sem causar sintomas aparentes, porém infectando os monócitos. Além de durar meses ou anos, ela não apresenta sintomas clínicos visíveis, com o animal aparentemente saudável, mesmo com leve redução das plaquetas.
Fase CrônicaCaso o cão não seja tratado, a doença pode evoluir para a fase crônica, que é a mais grave e difícil de tratar. Os sinais clínicos tornam-se mais intensos e debilitantes, tais como anemia severa, hemorragias, perda de peso intensa, inflação ocular e infecções secundárias.

Fonte:  Adaptado de 

Como observado no Quadro 1, os sintomas estão diretamente ligados à fase em que a doença se encontra no animal, o que demanda um processo diagnóstico logo nos primeiros sinais, haja vista que, na fase crônica, devido aos sintomas mais severos, ela pode ser fatal para o cão.

2.2 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da erliquiose é realizado por meio de exames laboratoriais, como hemograma e testes específicos (sorologia ou PCR) que detectam a presença de E. canis no organismo. A identificação precoce dos sinais clínicos, especialmente durante a fase aguda, aumenta as chances de sucesso do tratamento com antibióticos específicos, como a doxiciclina.

Para o diagnóstico correto, o profissional de Veterinária realiza uma série de etapas, tais como as descritas no Quadro 2.

Quadro 2 – Etapas Diagnósticas

ETAPAOBSERVAÇÕES
Avaliação ClínicaOs sinais clínicos podem levar o veterinário a suspeitar de erliquiose, especialmente em regiões endêmicas ou em cães com histórico de exposição a carrapatos. No entanto, alguns sinais não são exclusivos da erliquiose, e, por isso, são necessários exames laboratoriais para a confirmação.
Exames LaboratoriaisPara confirmar o diagnóstico, recomenda-se o hemograma completo, a bioquímica sanguínea, sorologia, por meio do teste ELISA ou IFA, PCR e o citoquímico do aspirado de medula óssea, no caso de animais que se encontram na fase crônica.

Complementando os dados descritos no Quadro 2, também existe o Diagnóstico Diferencial, que é pautado pela análise completa do histórico do animal e do ambiente onde vive, somada aos exames laboratoriais, é essencial para o diagnóstico preciso.

Assim, compreende-se que a erliquiose é uma doença com sintomas clínicos variados e progressivos que podem comprometer seriamente a saúde do animal, e a detecção precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar a evolução para a fase crônica e suas consequências graves.

A detecção precoce da erliquiose permite que o tratamento seja iniciado rapidamente, o que aumenta as chances de cura e reduz o risco de complicações, pois o tratamento geralmente inclui antibióticos, principalmente quando administrados nas fases iniciais da doença.

2.3 TRATAMENTO

De maneira geral, o tratamento da erliquiose canina visa eliminar a bactéria Ehrlichia canis do organismo do cão e aliviar os sintomas clínicos associados à infecção e o seu sucesso depende de diversos fatores, como a fase da doença e a condição geral do animal. 

O antibiótico mais amplamente utilizado no tratamento da erliquiose é a doxiciclina, um antibiótico de amplo espectro que atua diretamente contra a bactéria E. canis. A doxiciclina é geralmente administrada por um período de 21 a 28 dias, mas, em casos graves ou crônicos, o tratamento pode ser estendido a critério do veterinário.

Outros antibióticos, como tetraciclina e imipenem, também podem ser utilizados, embora a doxiciclina seja a mais recomendada pela sua eficácia e baixa toxicidade. Em casos de infecção grave ou de resistência, o veterinário pode considerar associações de antibióticos.

Além da terapia medicamentosa, o tratamento de suporte também é visto como um processo importante para a recuperação do animal, o que inclui a fluidoterapia venosa, transfusão de sangue, suplementação e uso de vitaminas, medicamentos para dor e para inflamações, monitoramento e exames de controle para efetivar um acompanhamento constante do tratamento.

Após o tratamento, a proteção contra carrapatos é fundamental para evitar novas infecções, e recomenda-se o uso regular de antiparasitários e a inspeção diária do pelo do cão, especialmente em áreas endêmicas. Ainda no contexto da prevenção, elenca-se que a higienização do ambiente onde o animal vive também é importante para evitar a presença de carrapatos.

3 RELATO DE CASO

O Estudo de Caso em questão se refere ao procedimento diagnóstico da erliquiose canina. O atendimento foi realizado na Clínica Vettis Ingleses, em Santa Catarina, onde o profissional responsável permitiu o acompanhamento do procedimento em setembro de 2024.

O animal é um cão macho chamado Costela, com idade média de 6 anos e com peso de 14kg, com histórico de aparente falta de ar e sensação de engasgo constante. Por ser um cão de médio porte e de pouca estrutura, a constante sensação de engasgo e vômito foi facilmente observada pelos seus tutores.

A proprietária relatou que o animal aparentava estar engasgado de forma constante, apresentando, dentro desse contexto, um latido diferente sempre que o animal ficava agitado. Além disso, o animal apresentava uma movimentação física típica de ânsias de vômito, além de roncar tanto dormindo quando acordado.

Inicialmente, pela anamnese, a suspeita era de megaesôfago e apresentação de um corpo, haja vista que não era um sinal clínico comum à Erlichiose. Além disso, os tutores relataram que tinham adotado o animal há cerca de 6 anos, e o quadro de agitação sempre foi constante.

Ainda na anamnese, os tutores também relataram que o animal, durante as brincadeiras, perdia um pouco da noção de espaço e às vezes batia a cara na parede, deixando-a inchada, apresentando, também, quadro de inchaço em ambas as orelhas, voltando ao normal com o passar dos dias.

Acerca do ambiente em que o animal está inserido, os tutores descreveram como sendo de acesso à casa, com quintal e passeios sempre supervisionados. O animal também tinha acesso à área gramada e piso de cimento. Sobre a alimentação, pontuaram que a ração havia sido trocada recentemente (não lembraram o nome) e que às vezes comia comidas humanas com temperos. A vermifugação estava em dia, porém a vacinação apresentava desatualizada. O animal foi adotado castrado. 

Com essa anamnese, o veterinário realizou um exame físico que apresentou os seguintes dados, como mostra o Quadro 3 a seguir:

Quadro 3 – Exame Físico do Estudo de Caso

Fonte:  Acervo pessoal (2024).

Conforme mostra os dados do Quadro 3, a avaliação geral do animal foi descrita como sendo ativo, pois andou pelo escritório, pediu carinho, porém também apresentou dificuldade respiratória, sem ficar cianótico. Outro ponto observado foi que o animal abriu bastante a boca em alguns momentos, alternando com respiração normal.

Sobre o diagnóstico presuntivo ou conclusivo, suspeitou-se de pneumonia, com crepitação pulmonar a esclarecer. Assim, foram realizados o exame físico e, também, a coleta de sangue para efetivação do hemograma completo. Também se solicitou Raio X, Perfil Check Up Célula Pet.

Após a realização da anamnese, e dos exames clínico e físico, foram feitos os exames de sangue e de Raio X, apresentando os seguintes resultados, como mostra as Figuras 3 e 4.

Figura 3 – Hemograma

Fonte:  Acervo pessoal (2024).

Figura 4 – Raio X

Fonte:  Acervo pessoal (2024).

Com os resultados dos exames e a confirmação da erliquiose, como terapia medicamentosa, o veterinário administrou Doxiciclina 100 mg, um comprimido de 12 em 12h, durante 28 dias. Além disso, foi receitado o uso de Glutamina Gotas FR, por via oral, 20 gotas de 12 em 12h pelo período de 30 dias. 

Após o período da medicação, foi realizado novo hemograma do animal e ele se mostrou com resultados satisfatórios, reduzindo a infecção e a apresentação das bactérias no sangue. Com isso, elencou-se que ainda que apresente sintomas atípicos, a realização de uma anamnese completa e os exames clínicos laboratoriais, a confirmação diagnóstica acontece com maior assertividade, permitindo o diagnóstico eficaz para o reestabelecimento da saúde e do bem-estar do animal. 

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em conclusão, tendo como base a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso apontados nesse trabalho, elencou-se que o diagnóstico precoce e preciso da erliquiose canina é crucial para o sucesso do tratamento e a preservação da saúde e qualidade de vida do animal. 

Compreende-se que a identificação da doença nas fases iniciais, especialmente durante a fase aguda, permite que o tratamento antibiótico seja eficaz e impede que a infecção progrida para fases mais graves e debilitantes, como a fase crônica, onde as complicações são mais difíceis de reverter.

Além disso, evidenciou-se que a erliquiose, se não tratada, pode comprometer seriamente o sistema imunológico do cão e afetar vários órgãos, levando a um quadro clínico complexo que pode ser fatal. Portanto, reconhecer rapidamente os sinais clínicos e realizar exames laboratoriais específicos, como sorologia e PCR, são etapas fundamentais para a condução de uma intervenção eficaz.

Outro ponto importante observado foi que o diagnóstico assertivo da erliquiose auxilia na prevenção da disseminação da doença, uma vez que permite que tutores tomem medidas preventivas para evitar novos episódios de infecção e também a propagação do carrapato vetor. 

Assim, concluiu-se que o diagnóstico precoce e o controle dessa doença não apenas garantem um prognóstico positivo para o animal afetado, mas também contribuem para a saúde pública veterinária e para a conscientização da importância da prevenção contra doenças transmitidas por carrapatos.

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