REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202411190827
Maria Eduarda Souza de Carvalho1; João Manoel dos Santos Silva1; Mayara Hellen de Sousa Moreira1; Noé Victor Damasceno Carvalho Sousa1; Osvany Nascimento Torres1; João Luiz Vieira Ribeiro2.
INTRODUÇÃO: A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Sua transmissão ocorre por via aérea mediante a inalação de aerossóis exalados por indivíduos contaminados a partir de tosse, fala ou espirro. Dessa forma, a disseminação da TB está intimamente relacionada a condições socioeconômicas desfavoráveis, o que expõe determinados grupos sociais, como a população privada de liberdade (PPL), a uma maior suscetibilidade, devido a fatores como limitações no acesso aos serviços de saúde e deficiências na infraestrutura penitenciária. OBJETIVO: Analisar o perfil epidemiológico dos casos notificados de tuberculose na PPL adulta do Piauí entre os anos 2019 e 2023. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, quantitativo e retrospectivo, realizado por meio da base de dados do DATASUS. Os dados foram selecionados do campo Casos de Tuberculose – Desde 2001 (SINAN). As variáveis utilizadas foram: ano diagnóstico, município de notificação, sexo, raça e faixa etária (20 a 59 anos), entre 2019 e 2023. RESULTADOS: Nos últimos cinco anos, foram confirmados 166 casos de TB na PPL adulta do Piauí, dos quais 57,83% (96) ocorreram na capital, Teresina. No que se refere ao sexo, observou-se uma predominância expressiva de 93,37% (155) dos casos entre homens, enquanto apenas 6,63% (11) entre mulheres. Além disso, quanto à raça, a maioria são indivíduos pardos, que representaram 69,27% (115). Ademais, ao analisar a distribuição por faixa etária, destacou-se a predominância de adultos entre 20 e 29 anos, correspondendo a 56,62% (94). CONCLUSÃO: Verificou-se um significativo número de casos notificados de TB entre adultos na PPL do Piauí, com ênfase para o sexo masculino, a raça parda, os jovens e um predomínio na capital, Teresina. Portanto, são essenciais políticas públicas de atenção à saúde da população privada de liberdade, para controlar e prevenir novas notificações de tuberculose.
PALAVRAS-CHAVE: Tuberculose; População privada de liberdade; Epidemiologia; Piauí.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sih/cnv/nruf.def>.
CORTEZ, Andreza Oliveira et al. Tuberculose no Brasil: um país, múltiplas realidades. Jornal Brasileiro de pneumologia, v. 47, p. e20200119, 2021. https://doi.org/10.36416/1806-3756/e20200119.
MOREIRA, Jaqueline de Almeida; ALVES, Mario Ribeiro. Privação de liberdade ou direitos: Revisão integrativa sobre tuberculose no sistema penitenciário brasileiro. ACENO-Revista de Antropologia do Centro-Oeste, v. 8, n. 16, p. 231-244, 2021. https://doi.org/10.48074/aceno.v8i16.11443.
1Discente em Medicina no Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina, Piauí.
2Docente em Medicina no Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina, Piauí.