INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE URGÊNCIA EM  MULHERES PÓS-MENOPAUSA 

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202411160732


Lana Tanally Da Silva;
Rita Da Silva Costa;
Vera Lúcia Aparecida Chrispim;
Orientadora: Laura De Moura Rodrigues;
Coordenador: Fabricio Vieira Cavalcante


RESUMO 

A Incontinência Urinária é um problema comum que pode afetar mulheres de todas as  idades. Constitui sintoma com implicações sociais causando desconforto e perda da  autoconfiança, além de interferir negativamente na qualidade de vida de muitas mulheres.  A incontinência urinária de esforço (IUE) é definida pela Sociedade Internacional de  Continência (ICS) como a queixa de perda involuntária de urina no esforço físico, espirro  ou tosse. Nos últimos anos, o tratamento clínico da incontinência urinária vem ganhando  maior projeção em função de seus resultados, dos poucos efeitos colaterais e de seu baixo  custo, sendo assim, o objetivo deste estudo é correlacionar a Incontinência Urinária de  Esforço (IUE) com a prática e abordagem do Fisioterapeuta.  

PALAVRAS-CHAVE : Incontinência Urinária, Menopausa, Tratamento,Qualidade de Vida, Mulheres.

Introdução: 

Incontinência urinária é a perda involuntária de urina. A incidência da incontinência urinária na  mulher aumenta com a idade, atingindo 25% após a menopausa. Apesar das perdas  involuntárias de urina interferirem de forma devastadora na qualidade de vida das doentes, a  incontinência urinária feminina continua a ser sub-diagnosticada e sub-tratada. Estima-se que  apenas uma em cada quatro mulheres sintomáticas procura ajuda médica, já que é considerada  de forma errônea uma consequência natural da idade (SILVA, 2022). 

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Incontinência Urinária (IU) é  caracterizada pela perda involuntária de urina, não é considerada como doença, mas um sintoma  ou efeito colateral de alguma doença. Assim, implica na incapacidade de exercer o controle  voluntário da micção ocorrendo perda de urina pela uretra (GUARISSI, 2005). 

Mulheres incontinentes apresentam sintomas como: urgência e freqüência miccional, urina  residual, que por sua vez, predispõe a instalação de infecções, disúria (presença de dor ao urinar)  e enurese (perda de urina durante o sono). Vários fatores levam à perda da continência dentre  eles estão a idade, tabagismo, prolapsos genitais, obesidade, diabetes e menopausa (Holzschuh,2019). 

A pelve e o períneo são muito importantes por se tratarem de uma região que faz parte da  proteção dos órgãos encontrados na cavidade pélvica atuando como ponto de fixação para os  músculos do períneo e membros inferiores. Os músculos estriados do assoalho pélvico junto  com as fixações fasciais atuam através da pelve para evitar deslocamento dos órgãos pélvicos,  manter a continência e controlar as atividades expulsivas. Os órgãos pélvicos são sustentados  pela atividade muscular do assoalho pélvico e pelos ligamentos, que funcionam como uma  estrutura rígida. Os músculos do assoalho pélvico contraem-se para manter a continência  urinária e relaxam-se para ocorrer o esvaziamento vesical. Durante o desenvolvimento, e o  envelhecimento, têm características próprias e individuais para as melhures o acontecimento  significativo, e a Menopausa. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o climatério é uma fase de transição biológica em que as mulheres deixam de e ser reprodutivas e entram na menopausa caracterizada pela cessação definitiva da mestruação (LINS,2021). 

Com o avanço da idade, o trato urinário sofre alterações, como a atrofia muscular causada pela deficiência de estrógenos, substituição de tecido muscular por tecido adiposo, essas mudanças  podem levar a diminuição na força de contração dos músculos do assoalho pélvico (MAP), o  que pode resultar em IU em mulheres idosas (CIELO, 2019). 

Segundo Lay (2018), a idade média da menopausa em mulheres brasileiras é de 51 anos, embora  possa ocorrer em diferentes momentos da vida. A OMS apresenta que a menopausa ocorre entre  os 51 e 55 anos, porém existem variações importantes. A menopausa precoce é caracterizada  pelo seu aparecimento antes dos 40 anos, enquanto a tardia ocorre após 53 e a artificial é aquela  que acontece após a remoção de um ou ambos ovários, sendo conhecida por ooforectomia. 

A prevalência mundial da IU demonstra que o predomínio entre mulheres é de 27,6% e em homens  10,5%. A idade é outro fator importante, sendo que a IU afeta cada vez mais mulheres a medida que  envelhece, com o aumento de cerca de 30 a 35% com a idade entre 75 e 89 anos. Embora, é importante  destacar que a IU pode afetar qualquer fase da vida, assim reforça a importância do tratamento e  prevenção da IU em todas as idades (ALVES, 2023). 

A IUE é mais comum em mulheres pós-menopausa, o que a torna um dos tipos que mais afetam  negativamente a QV da portadora. Devido à sua ocorrência frequente na população, os principais  impactos dessa condição estão relacionados aos danos psicossociais. As idosas, em particular, podem  experimentar sentimentos de solidão, tristeza e até mesmo depressão devido à associação da IU com o  afastamento da sociedade. O receio e a vergonha de pequenos escapes urinários durante as interações  sociais contribuem para esse isolamento. Esses fatores psicossociais agravam ainda mais o impacto  negativo na QV das mulheres (PASSOS, 2021). . 

Objetivo Geral: 

Identificar a incidência da incontinência urinária em mulheres com essa patologia após a  menopausa. Trata-se de uma revisão bibliográfica. 

Objetivos específicos: 

Os achados nas plataformas de dados foram lidos e selecionados a fim de concluir o presente  trabalho com objetivo de compreender as possíveis variáveis e a incontinência urinária em mulhres  pós menopausa. 

Tipo de estudo: 

Revisão de literatura. 

Metodologia: 

Para a construção deste trabalho utilizou-se o método de revisão sistemática da literatura. 

As revisões sistemáticas devem ser abrangentes e não tendenciosas na sua execução. Os critérios  aderidos são divulgados de modo com que outros pesquisadores possam repetir o mesmo  procedimento. Revisões sistemáticas de boa qualidade são consideradas o melhor nível de  evidência para tomadas de decisão. Por seguir um método científico explícito e apresentar resultado  novo, a revisão sistemática é classificada como contribuição original na maioria das revistas de  pesquisa clínica. 

As buscas científicas foram realizadas entre março e abril de 2024, abarcando os critérios de inclusão e exclusão, a fim de explorar de disposição significativa o conteúdo temático presente nas  bases de dados deste trabalho.

As buscas se concentraram nas bases de dados: SciElo (Scientific Eletronic Library Online) e  Google Acadêmico (Google Scholar), onde foram utilizados os idiomas: inglês e português, pois  ambos são de domínios dos autores do artigo. O recorte de busca literária se deu nos últimos dez  anos (2014-2024). A estratégia de busca foi dada pela combinação das seguintes palavras-chaves:  “Menopausa”, “Incontinência Urinária”, “Tratamento”, “Mulheres”, “foi embasada pela pergunta norteadora “Qual a prevalência de mulheres na menopausa com incontinência urinária. ?” 

Para construção desse trabalho, inicialmente foi estabelecido com que os artigos selecionados fossem encontrados nas plataformas citadas acima de forma gratuita.Nos idiomas de domínio, abordando enfaticamente no tratamento fisioterapêutico em pacientes com disfunções neurológicas  ,como o PC. Os principais trabalhos selecionados foram incluídos em arquivo digital com compartilhamento entre o grupo envolvido, a fim de facilitar a seleção dos artigos, onde foram  inseridos informações: nome dos autores e ano de publicação, título e objetivo central da obra. 

Os autores em conjunto realizaram a busca inicial, sendo adequado posteriormente cada etapa da metodologia estabelecida por meios da inserção dos critérios de inclusão e exclusão. Foram encontrados 28 artigos e selecionamos 9 que continham informações sobre Incontinência Urinária.  

Critérios de Inclusão 

Foi decidido incluir neste trabalho de revisão apenas os artigos que trazem como base os assuntos  de interesse do mesmo. Entre e nesses assuntos está incluso a paralisia cerebral, hidroterapia, atuação do fisioterapeuta na hidroterapia, benefícios da terapia aquática em pacientes com paralisia  cerebral. E decidimos também adicionar artigos com período de 10 anos, já que na pesquisa por  um período menor não nos rendeu material necessário. 

Critérios de Exclusão 

Como critério de exclusão para este trabalho foram deixados de fora aqueles que trazem uma abordagem de temática diferente do tema deste artigo, outras patologias, terapias alternativas diferentes ,necessário o pagamento para acesso e com erro na execução.

Estratégias Preventivas para a Incontinência Urinária em Mulheres 

Cada vez é mais importante pensar em prevenir problemas da musculatura do assoalho pélvico, abandonando  o hábito de prestar atenção nas disfunções quando os sintomas aparecem. Sabe-se que o número de pessoas  com IUE vem acompanhando o aumento da longevidade da população, além disso, é freqüente ocorrer lesão  dos músculos pélvicos durante um parto; redução dos níveis hormonais da menopausa, dentre outros citados.  Esses músculos, ao contrário de outros em nosso organismo, não movimentam um membro ou uma articulação,  por esta razão sua atuação não é percebida e não se faz nenhuma ação no sentido de preservar a suas funções.  A prevenção visa à realização de exercícios que aumentam a força do esfíncter externo da bexiga fortalecer a  musculatura pélvica, mais especificadamente o músculo elevador do ânus; evitar contraturas; manter a  tonicidade muscular; melhorar a capacidade de recrutamento da musculatura, melhorar a transmissão de  pressões na uretra e também a coordenação reflexa durante o esforço; reforçando assim o mecanismo de  continência e a coordenação reflexa durante o esforço (PASSOS, 2021). 

Observa-se que com o aumento crescente das disfunções do trato urinário inferior, determinados aspectos estão  necessitando maiores discussões dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), corroborando a importância do  Fisioterapeuta no Programa Saúde da Família para que o mesmo venha intervir na elevada prevalência de  Incontinência Urinária. È necessário facilitar o acesso dos indivíduos a esses tipos de atendimentos e  conscientizá-los sobre a atuação deste profissional nas disfunções do trato urinário, promovendo a deselitização  desse meio de atendimento. A principal implicação deste aspecto primário traduz a possibilidade de dar o  direito a todos a se atuar neste nível, construindo uma nova história de assistência em saúde. Entretanto, avançar  no campo da Saúde Pública, exige ação política concreta.

Considerações Finais/Resultados 

A ocorrência de IU nas mulheres tem sido habitualmente ligada ao histórico ginecológico e obstétrico. Partos  superiores a quatro, cirurgias ginecológicas como histerectomias são exemplos associados a IU de esforço.  Em relação ao parto e sua relação com a incontinência provavelmente se deve a lesões do assoalho pélvico,  ocasionado por compressão fetal contra tecidos da mãe, estimulando secção e estiramento de músculos e  nervos, além de desorganização estrutural do tecido e das fáscias, modificando a estática pélvica, levando  posteriormente a perda urinária Existe ainda na sociedade uma necessidade de ações educativas em saúde  para toda a população, inclusive uma melhor qualificação profissional na área da saúde quanto à abordagem  devida a ser tomada nessas situações, para repassar aos indivíduos que a incontinência urinária não é normal,  e não deve ser considerada normal no processo de envelhecimento. É de fundamental importância estudos  que identifiquem as reais causas desta patologia e soluções para os diferentes tipos de IU, tendo em vista uma  melhora na qualidade de vida e bem-estar físico, psíquico e social dos indivíduos acometidos.

Referências 

1. Guarisi T, Pinto-Neto AM, Osis MJ, Pedro AO, Costa-Paiva LHS, Fagundes A. Procura de  serviço médico por mulheres com incontinência urinária. Revista brasileira de ginecologia e  obstetrícia 2001; 23(7): 439-43. Disponível em : URL:. ISSN 0100-7203. doi:  10.1590/S0100- 72032001000700005. 

2. Amaro JA, Gameiro MO, Moreira EH. Exercícios perineais. In: Ribeiro RM, Rossi P,  Pinotti JA, editores. Uroginecologia e cirurgia vaginal. São Paulo: Roca; 2001. p. 5-62.

3. Oliveira RP, Pires CR, Rodrigues PRT. Padronização da terminologia em disfunção do trato  urinário inferior e em procedimentos urodinâmicos. In: Bruschini H, D’Ancona CAL, Lima  CLM, editores. Reunião do consenso de disfunções urinárias. Rio de Janeiro: Expressão &  Arte Gráfica; 2005. p. 173-85. 

4. Knorst MR, Silva MPM, Mantelli C, Bós AJG. Qualidade de vida no idoso. In: Terra NL,  editor . Envelhecendo com qualidade de vida: programa Geron da PUCRS. Porto Alegre:  EDIPUCRS; 2002. p. 29-32. 

5. Guarisi T, Pinto Neto AM, Osis MJ, Pedro AO, Paiva LHC, Faúndes. A Incontinência  Urinária entre mulheres climatéricas brasileiras: inquérito domiciliar. Ver. Saúde publica.  2005 Out 1(35): 428-435 

6. LINS, Letícia Marques Rodrigues et al. Impactos da menopausa na saúde da mulher.  Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 5, p. 12018-12031, 2020. 

7. CIELO, Adriana et al. Incontinência urinária e funcionalidade do assoalho pélvico de idosas  fisicamente ativas: uma comparação entre diferentes estratos etários. Revista Kairós Gerontologia, v. 22, n. 4, p. 209-222, 2019. 

8. ALVES, Vandréia Patrícia Rui Silva et al. Tratamento fisioterapêutico em idosas com  incontinência urinária: uma revisão integrativa de literatura. Research, Society and  Development, v. 12, n. 2, p. e10112239059-e10112239059, 2023. 

9. PASSOS, Camila Santana de. A eficácia da fisioterapia no tratamento de mulheres com  incontinência urinária de esforço. 2021.