REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202411151838
Amanda Elisa França Reis Galdino
Fernanda Coelho Correa
Jessyca Lorrayne Lima Farias
RESUMO
Neste estudo buscou-se compreender a problemática: qual foi o papel do psicólogo hospitalar na identificação dos impactos da pandemia na saúde mental de pacientes e profissionais de saúde e na inserção de estratégias de enfrentamento?”. O objetivo geral foi evidenciar a importância do papel do profissional de psicologia no ambiente hospitalar durante o período de pandemia COVID-19, com ênfase na saúde mental de pacientes e profissionais de saúde. Isso se justifica pela interseção entre a pandemia, a atuação do psicólogo hospitalar e os impactos na saúde mental, motivado pela necessária reflexão sobre a modificação das relações que se constituem dentro do ambiente hospitalar durante a crise da COVID-19. Metodologicamente, este estudo se trata de uma pesquisa integrativa, de cunho descritivo com abordagem qualitativa de coleta e análise de dados, realizada a partir de fontes secundárias, por levantamento bibliográfico, realizada por meio de sucessivas consultas a bases de dados e portais de pesquisa, a partir do cruzamento das palavras chaves extraídas do vocabulário DeCS conectadas pelo operador boleano “AND”. Como resultado desta pesquisa foram localizados 16 artigos, aos quais foram aplicados como critérios de inclusão: idioma português e publicados nos últimos 10 anos, como critérios de exclusão: textos incompletos e indisponíveis, artigos em duplicação nas bases de dados e os não relacionados com o tema. Considerou-se por fim que foi essencial a contribuição do psicólogo hospitalar na identificação dos impactos da pandemia na saúde mental de pacientes e profissionais de saúde, bem como na introdução de estratégias de enfrentamento das repercussões psicológicas, que podiam levar a transtornos psiquiátricos e aumento da mortalidade indireta. O uso de tecnologias de comunicação, como smartphones para videochamadas, foi eficaz na manutenção da saúde mental de pacientes e familiares, com foco na identificação de demandas emocionais relacionadas ao luto e aceitação do distanciamento social.
Palavras-chave: Psicologia Hospitalar. Pandemia. COVID-19. Saúde Mental.
ABSTRACT
This study sought to understand the following issue: what was the role of the hospital psychologist in identifying the impacts of the pandemic on the mental health of patients and health professionals and in implementing coping strategies? The general objective was to highlight the importance of the role of the psychology professional in the hospital environment during the COVID-19 pandemic, with an emphasis on the mental health of patients and health professionals. This is justified by the intersection between the pandemic, the work of the hospital psychologist and the impacts on mental health, motivated by the necessary reflection on the modification of the relationships that are established within the hospital environment during the COVID-19 crisis. Methodologically, this study is an integrative, descriptive research with a qualitative approach to data collection and analysis, carried out from secondary sources, through a bibliographic survey, carried out through successive queries to databases and research portals, from the crossing of keywords extracted from the DeCS vocabulary connected by the Boolean operator “AND”. As a result of this research, 16 articles were located, to which inclusion criteria were applied: Portuguese language and published in the last 10 years, exclusion criteria were: incomplete and unavailable texts, duplicate articles in the databases and those not related to the theme. Finally, it was considered that the contribution of hospital psychologists was essential in identifying the impacts of the pandemic on the mental health of patients and health professionals, as well as in introducing strategies to cope with the psychological repercussions, which could lead to psychiatric disorders and increased indirect mortality. The use of communication technologies, such as smartphones for video calls, was effective in maintaining the mental health of patients and family members, with a focus on identifying emotional demands related to grief and acceptance of social distancing.
Keywords: Hospital Psychology. Pandemic. COVID-19. Mental Health.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A psicologia hospitalar se diferencia da prática clínica a partir da década de 1950 e essa categoria profissional ganha distinção, sendo reconhecida como especialidade pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) nos anos 2000 (Lima, 2019). Em suas atribuições o psicólogo hospitalar atua com pacientes e profissionais, implementando ações preventivas, de controle e acolhimento a situações de distúrbios psíquicos relacionados ao ambiente hospitalar com a finalidade de promover ajustamento das condições para maior estabilidade da saúde mental (Donato; Jaime, 2021). Esta especialidade do profissional de psicologia atua como mediadora para facilitar a adaptação do paciente e de seus familiares diante do adoecimento, enfatizando a comunicação e o acolhimento essenciais para oferecer suporte no gerenciamento do tratamento, considerando a tríade paciente, família e equipe de saúde hospitalar que inesperadamente iniciou um combate contra o COVID-19 no ano de 2019 (Viana et al. 2023)
Em dezembro do ano de 2019 uma variante de pneumonia causada pelo vírus SARS-CoV-2, foi denominada coronavirus disease 2019 (COVID-19). Em 2020 foram contabilizados, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a confirmação de mais de 123 milhões de casos no mundo inteiro, com mais de 2 milhões de mortes pelo vírus. No Brasil, no fim do primeiro bimestre de 2021, mais de 12 milhões de ocorrências de contágio por COVID-19, além de quase 300 mil óbitos. Esses dados justificam não somente demandas sociais mais intensas, como exigem novas estratégias dos profissionais de psicologia hospitalar para prover suporte emocional e psicológico, em virtude desta crise e das mudanças ocasionadas nas diferentes esferas da sociedade, tanto de curta quanto de média e longa duração (Battistello, 2023).
A reorganização social imposta pela pandemia de COVID-19 impactou diversos setores sociais. No setor terciário de saúde, em hospitais, a realidade exigiu a reestruturação de rotinas e espaços físicos. O setor de psicologia também precisou se adaptar para atuar em conjunto com a equipe multidisciplinar. Isso tudo mantendo sua práxis em consonância com as regras de distanciamento social, talvez o maior desafio para as equipes hospitalares, visto o impacto deste na efetivação da Política de Humanização da Assistência, que demanda acolhimento e comunicação, fundamentais para o cuidado aos pacientes, familiares e profissionais, através de uma postura ética e sensível (Zanini et al., 2021).
Considerando a temática que envolve a interseção entre pandemia, atuação do profissional de psicologia hospitalar e impactos de saúde mental, este estudo é motivado pela necessária reflexão sobre a modificação das relações que se constituem dentro do ambiente hospitalar durante o período de crise emergencial da COVID-19, já que diversas foram as adaptações para manutenção do atendimento a tríade pacientes, equipe multidisciplinar e familiares, devido a imposição do distanciamento social. Dessa forma, é possível notar que tratar da atuação do psicólogo hospitalar em tempos de pandemia de COVID-19 conduz a uma percepção, não só dos impactos destes na saúde mental dos pacientes, como também nas diversas estratégias de enfrentamento que foram sendo construídas e que permanecem na atualidade como novas formas viáveis e regulamentadas de se exercer a prática profissional, gerando benefícios a todos os envolvidos.
Deixar de considerar ou abandonar as novas estratégias de enfrentamento criadas a partir do momento de crise pandêmica seria um retrocesso à prática profissional do psicólogo. Mesmo quando cessou a necessidade de reduzir as interações diretas entre indivíduos, os recursos tecnológicos ainda são formas de se fornecer materiais instrutivos à saúde, seguindo os princípios da literacia, que podem contribuir para a manutenção da saúde mental e conscientizar pacientes, familiares e a equipe de saúde multidisciplinar sobre os mais diversos temas que emergem no cotidiano de um hospital, principalmente àqueles com maior risco de desenvolver algum transtorno mental (Duarte et al., 2020).
Na prática da psicologia no contexto hospitalar, quando se aborda sobre a problemática do coronavírus, de fato, se percebe uma ênfase maior na identificação dos impactos deste na saúde mental de todos os envolvidos, transcendendo pacientes e profissionais de saúde, envolvendo também os familiares, constantemente presentes nas mais diversas situações. Em uma análise mais profunda se torna necessária a percepção de como foi possível o acolhimento psicológico com o distanciamento social, como foi possível manter a saúde física e mental dos profissionais de psicologia e da equipe multidisciplinar atuantes no ambiente hospitalar no contexto pandêmico, como se estabeleceu o manejo e controle emocional diante do medo da morte, da ansiedade e a preocupação frente a possibilidade de contaminação, como o distanciamento social afetou a saúde mental de todos estes envolvidos e quais as possíveis estratégias de enfrentamento para a manutenção, questões cotidianas vivenciadas na pandemia.
A necessidade de se identificar a atuação do profissional de psicologia hospitalar nos impactos da pandemia do novo coronavírus sobre a saúde mental, em pacientes, familiares e profissionais de saúde, foi emergente. Visto os decorrentes problemas e as necessárias intervenções para se ajustar a nova a realidade a que todos passaram a estar submetidos. Pelas circunstâncias impostas pelo contexto do coronavírus, portanto, neste artigo busca-se compreender “qual foi o papel do psicólogo hospitalar na identificação dos impactos da pandemia na saúde mental de pacientes e profissionais de saúde e na inserção de estratégias de enfrentamento?”
Com ênfase na problemática, se objetivou neste artigo evidenciar a importância do papel do profissional de psicologia no ambiente hospitalar durante o período de pandemia COVID-19 com ênfase na saúde mental de pacientes e profissionais de saúde. Para tanto, foram determinados como objetivos específicos: sistematizar as contribuições da psicologia no hospital na redução dos impactos da pandemia de COVID-19 na saúde mental de pacientes e profissionais de saúde; identificar as alterações na atuação do psicólogo hospitalar diante das mudanças sofridas em suas atribuições devido a pandemia de COVID-19; e reconhecer as novas estratégias de enfrentamento utilizadas na práxis do profissional de psicologia para manutenção da saúde mental frente a pandemia do coronavírus.
Este artigo trata-se de uma pesquisa integrativa, de cunho descritivo com abordagem qualitativa de coleta e análise de dados, ou seja, uma coleta de dados realizada a partir de fontes secundárias, por meio de levantamento bibliográfico. A coleta de dados para o levantamento dos artigos na literatura foi realizada por meio de sucessivas consultas a bases de dados e portais de pesquisa: PubMed, SCIELO (Scientific Electronic Library Online), BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), Repositório Digital do Portal Capes, Repositório Digital da Faculdade Pernambucana de Saúde e sites de organizações ligadas à área da saúde e à Psicologia, a partir do cruzamento das palavras chaves extraídas do vocabulário DeCS (Descritores em Ciências da Saúde: http:decs.bvs.br/): Psicologia Hospitalar, Pandemia, COVID-19 e Saúde Mental, todos conectados pelo operador boleano “AND”. Foram utilizados como critérios de inclusão: idioma português e publicado nos últimos 10 anos. E como exclusão: textos incompletos e indisponíveis, artigos em duplicação nas bases de dados e os não relacionados com o tema.
Tendo em vista que é de relevância a intencionalidade deste trabalho integrar-se a um referencial teórico em periódico científico, no intuito de revelar mais informações a respeito do tema, adjunto ao fato de agregar conhecimento relevante ao arcabouço de análises e pesquisas existentes em meio a psicologia da saúde e hospitalar.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Impactos da pandemia de COVID-19 na saúde mental de profissionais de saúde, pacientes e familiares hospitalizados
A COVID-19, considerada a maior emergência de saúde pública dos últimos anos, gerou necessidade da realização de intervenções psicológicas durante a vigência da pandemia para minimizar implicações negativas e promover a saúde mental, bem como em momentos posteriores, quando as pessoas precisarão se readaptar e lidar com as perdas e transformações (Schimidt et al., 2020).
Como ênfase, a saúde física e o combate ao vírus foram o principal foco de atuação dos profissionais de saúde no início desta pandemia, devido ao elevado potencial de contágio viral. Contudo, a saúde mental de todos os envolvidos neste arcabouço não pôde ser colocada em segundo plano por muito tempo. As implicações psicológicas geradas pela presença da COVID-19, principalmente, o medo individual e coletivo, associado as brechas de informações relacionadas ao enfrentamento da virose, tiveram ressonância em diversos setores da sociedade, notoriamente, de forma distinta, “gerando lacunas nas estratégias de enfrentamento e aumentando a carga de doenças associadas” (Ornell et al., 2020, p.232).
O impacto inicial da COVID-19 incluiu o medo de se infectar e de morrer com a contaminação, além da desinformação envolvendo formas de contágio, transmissão ou desenvolvimento da doença e seus sintomas, bem como a questão etária relacionada à maior mortalidade entre idosos. Tanto o otimismo irrealista, relacionado a crença de que tudo dará certo, independentemente das ações dos envolvidos, quanto às emoções negativas, exemplificadas pela tristeza, angústia e medo, foram listados como potenciais emoções com o poder de acentuar previsões distorcidas sobre a saúde (Raude et al., 2020).
Também é fundamental se compreender e observar as emoções, como medo e raiva, que geram repercussões psicológicas associadas à doença. Ornell et al. (2020, p. 232) atenta que “medo é um mecanismo adaptativo de defesa animal fundamental para a sobrevivência e envolve diversos processos biológicos de preparação para uma resposta a eventos potencialmente ameaçadores”, mas quando o medo se apresenta crônico ou desproporcional pode ser prejudicial e precursor de diversos transtornos psiquiátricos. Em indivíduos saudáveis, o medo é capaz de elevar os níveis de ansiedade e estresse; e nos indivíduos com transtornos psicológicos e psiquiátricos já existentes pode intensificar seus sintomas de forma incalculável.
A raiva e o comportamento agressivo foram associados principalmente com o isolamento social, com acesso a informações falsas, imprecisas e/ou sensacionalistas, com as ações que conduziram a infecção ou suspeita, estes associados “a medo, tédio, solidão, ansiedade e insônia” (Ornell et al., 2020, p.233); todos estes relacionados ao aumento das taxas de sofrimento e sintomas psiquiátricos da população, o que contribuiu para o aumento da mortalidade indireta por outras causas que não o COVID-19. Essas reações emocionais e comportamentos intensos inclusive tendem a evoluir para transtornos, sejam eles “depressivos, ansiosos (incluindo ataques de pânico e estresse pós-traumático), psicóticos ou paranóides”, podendo até levar ao suicídio, sobretudo em pessoas em isolamento, contaminadas ou não, cujo sofrimento tende a ser maior. A incerteza sobre infecção e morte, individual ou de familiares e amigos, inclusive é capaz de potencializar estados mentais disfóricos (Ornell et al., 2020).
Ainda é preciso compreender a insegurança relacionada aos outros aspectos da vida coletiva e individual. As alterações geradas na manutenção da organização familiar, do trabalho e atividades acadêmicas, da garantia de subsistência; bem como nas interrupções das atividades econômicas, encerramento das atividades pedagógicas, alterações das rotinas de trabalho e estudo e isolamento foram modificações coletivas e individuais que geraram sequelas à saúde mental maiores do que o número de mortes. Sequelas essas que afetaram os sistemas de saúde, que em colapso, adoeceram também os profissionais de saúde, exaustos pelas longas jornadas de trabalho e exposição ao vírus (Faro et al., 2020).
Com ênfase nos profissionais de saúde é imprescindível se observar que os profissionais de saúde que atuam em hospitais em todo o mundo precisaram lidar com a criação, teste e implantação de novos protocolos, ambientes tensos, restrições físicas e emocionais. Muitas divergências e encruzilhadas sobre assuntos que envolviam sobreviver. Balanceamento sobre suas próprias necessidades físicas e mentais, sobre os pacientes, deveres com os pacientes e suas próprias famílias e amigos, além de lidar com pacientes graves com recursos limitados ou inadequados. Dilemas éticos e muita vulnerabilidade emocional e mental que foram precursores de danos morais e problemas de saúde mental. Para a mitigação desses efeitos negativos, gradativamente, foram implantados mecanismos para adequada preparação dos trabalhadores, reduzindo o risco à saúde mental (Greenberg et al., 2020)
Salehi et al. (2021) apontam que os profissionais de saúde foram impactados com sintomas de stress pós-traumático ou perturbação de stress pós-traumático durante ou após o surto de coronavírus. Enquanto 10% da população sofreu estes sintomas, 20% dos profissionais da saúde estavam em sofrimento, e conclui que os cuidados de saúde mental devem ser considerados para prevenir esta condição durante e após surtos de pandemia de COVID-19. E isso corrobora com Viana et al. (2023) que afirmam que a diminuição no quadro de colaboradores, seja por contaminação, prevenção, restrições por fazer parte do grupo de risco ou outras patologias gerou estresse e sobrecarga de trabalho, principalmente para os enfermeiros dos hospitais, mas que impactaram em toda a equipe de saúde.
Ainda com ênfase nos profissionais de psicologia foi observado por Nunes e Conceição (2022), em um estudo com cinco psicólogos hospitalares que atuaram na linha de frente da pandemia, que a saúde mental de psicólogos hospitalares durante a COVID-19 foi significativamente impactada. O desgaste emocional foi intensificado pelo medo de contaminação, pela sobrecarga de trabalho e pelas mudanças constantes nos protocolos de segurança. Os níveis de ansiedade variaram entre os participantes, com alguns apresentando ansiedade normal e fora do normal.
Contribuições da psicologia hospitalar na redução dos impactos da pandemia de COVID-19 na saúde mental de pacientes e profissionais de saúde
Kroll et al. (2021) afirmam que estudos identificaram a importância de intervenções psicológicas para ajudar os profissionais de saúde a lidar com o sofrimento agudo e de longo prazo associado a surtos de doenças respiratórias virais. E cita o Inventário de Intervenções de Saúde Comportamental em Desastres, com intervenções precoces na fase aguda, como Primeiros Socorros Psicológicos (PFA) por intervenções de fase intermediária, como Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e Habilidades para Recuperação Psicológica, e intervenções de longo prazo, como TCC e Dessensibilização por Movimentos Oculares e Reprocessamento (EMDR), (SAMHSA, 2015 apud Kroll et al., 2021). Ainda Viana et al. (2023) apontam que a desorganização dos fluxos assistenciais e nos processos de trabalho foi fator que aumentou os riscos à saúde ocupacional e também à saúde dos pacientes, incluindo insuficiência de conhecimentos atualizados e falhas de proteção da saúde dos colaboradores, impactando na saúde mental destes.
Brooks et al. (2019) indicam que as intervenções para os profissionais de saúde devem fornecer uma estratégia multifacetada, incluindo serviços psicológicos para prevenir e mitigar o impacto psicológico da pandemia da COVID-19. E evidenciam apoiar o uso de Primeiros Socorros Psicológicos (PFA), TCC e intervenções de apoio de pares para funcionários expostos a traumas, como profissionais de saúde. E Kroll et al. (2021) reforçam sobre a intervenção fundamental de gestores no apoio aos seus funcionários durante traumas ou desastres para aumentar a resiliência individual e organizacional.
Ainda Greenberg et al. (2020) discorre sobre lesão moral como sofrimento psíquico decorrente de ações ou falta delas que violem a moral ou o código ético de alguém. Apesar de não ser considerado uma doença mental, gera pensamento negativo sobre si mesmos e sobre os outros, bem como intensos sentimentos de vergonha, culpa ou nojo, contribuindo para o desenvolvimento de dificuldades de saúde mental, incluindo depressão, transtorno de estresse pós-traumático e até ideação suicida. Ao mesmo tempo, um outro grupo de pessoas pode experimentar essa situação como significativo desafio, moral ou traumática, experimentando um certo grau de crescimento pós-traumático, que fortalece sua resiliência psicológica, estima, perspectiva e valores após a exposição a estas situações desafiadoras ao extremo. O que define como cada pessoa será impactada será provavelmente influenciado pela maneira que o suporte antes, durante e depois do incidente for administrado. Compreender que tudo o que podia ser feito era muito no momento de crise de COVID-19 e aceitar que “foi feito o possível com a equipe e os recursos disponíveis, mas não foi suficiente” ajudou muitos profissionais de saúde a lidar com a lesão moral e reduzir os impactos negativos.
Um outro fator que foi preponderante no sofrimento dos profissionais de saúde foi o medo de ser vetor de contaminação para seus próprios familiares e amigos, bem como para os pacientes e outros colaboradores do hospital. Gomes et al. (2021) apontaram o medo de se contaminar e a sensação de insegurança quanto à eficácia dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI). O uso de EPI´s foi considerado uma fonte de ansiedade entre os profissionais de saúde e estava diretamente relacionado à escassez e inadequação do uso de EPI´s, bem como pela necessidade de improvisar equipamentos. Ainda Maier e Kananfre (2021) ainda ressaltam que essa insegurança quanto ao uso dos EPI´s e demais aspectos psicológicos associados ao labor a que ficaram expostos os profissionais de saúde durante a pandemia do Covid-19, já haviam sido identificados durante a contaminação do vírus Influenza em 2003, no Brasil, afetando os profissionais com sintomas de insônia, depressão e ansiedade por período de até 24 meses após o término da crise, reduzindo a qualidade de vida dos profissionais de saúde.
Com ênfase na saúde mental dos psicólogos, as estratégias de manejo adotadas pelos psicólogos incluíram práticas de autocuidado, como a redução do consumo de cafeína, a prática de exercícios físicos, o compartilhamento de experiências com colegas, e a criação de redes de apoio entre membros da equipe. Essas estratégias ajudaram a mitigar os impactos emocionais do trabalho durante uma pandemia (Nunes; Conceição, 2022).
Com ênfase nos pacientes e familiares hospitalizados no tratamento de COVID-19, Oliveira et al. (2022) apontam sobre o necessário cuidado centrado no paciente e na família no ambiente hospitalar, dando ênfase nas Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), priorizando a presença de familiares, apoio familiar e comunicação com os pacientes com ênfase em perceber impactos na saúde mental dos envolvidos. Paciente e familiares foram forçados a reestruturar e reorganizar ações a partir dos protocolos de manejos impostos como distanciamento físico e presença somente daqueles que prestam apenas cuidados essenciais. Toda essa exigência de distanciamento social durante a hospitalização conduz a uma maior vulnerabilidade parental, ameaça de autonomia e gera sintomas de ansiedade e depressão durante o internamento, além de pacientes e familiares terem recebido diagnóstico de estresse pós traumático com sintomas que chegaram a perdurar em média por 90 dias após o internamento.
O isolamento forçou a ausência de visita aos que estavam hospitalizados por conta da pandemia e gerou sofrimento emocional. Nos pacientes, desperta o sentimento de abandono, nos familiares a culpa por não estar presente em um momento tão delicado, bem como o medo do risco de não poderem se despedir em situação de óbito do paciente; sentimentos estes que geram revolta e frustração em diversos familiares impedidos de acompanhar pacientes hospitalizados no tratamento de COVID-19 (Rocha et al., 2022).
Novas estratégias de enfrentamento utilizadas na práxis do profissional de psicologia para manutenção da saúde mental frente a pandemia do coronavírus
Atuação da psicologia com a família exigiu estratégias para que se pudesse minimizar o sofrimento não só dos pacientes e familiares hospitalizados e afastados do convívio com seus entes, mas também para implementar ações que pudessem preparar os familiares para o luto, com a intenção de promover prevenção e promoção de saúde mental. A relevância das tecnologias da informação nesse processo foi essencial para o protagonismo dos profissionais de psicologia, já que foi constatado a efetividade do acompanhamento remoto para familiares de pacientes graves em tratamento de COVID-19, atuando principalmente na identificação e avaliação de demandas emocionais relacionadas a perda/luto e aceitação do distanciamento social. Esses acompanhamentos se deram a partir da ação do profissional de psicologia pela psicoeducação, estratégia de intervenção que trabalha sobre a compreensão das reações emocionais como parte de um processo esperado de enfrentamento em situações de crise (Zanini et al., 2021). Mesmo em familiares de pacientes que sobreviveram ao COVID-19 foram identificados sintomas como redução na qualidade de vida e dificuldade de retorno ao trabalho, bem como ansiedade e depressão (Heesakkers et al., 2022).
Viana et al. (2023) apontam que a ligação telefônica, por meio de operadoras telefônicas ou por meio de redes sociais (por voz ou vídeo) foram ferramentas úteis para deixar os familiares informados sobre a evolução clínica do paciente, além de servirem para possibilitar a interação dos pacientes conscientes/acordados com suas famílias. Nessa situação, a tecnologia foi capaz de promover a humanização, demonstrando excelentes resultados para manutenção de vínculos familiares e o compartilhamento da evolução do quadro clínico do paciente, minimizando ansiedade e possibilitando fluxo de informação.
A utilização de ferramentas da internet aliadas a utilização de microcomputadores e smartfones, por aplicativos como o google meet, bem como o aplicativo zoom, e a utilização do instagram e whatsapp foram grandes aliados na promoção de intervenções em saúde mental para os profissionais de psicologia possibilitarem atendimento a pacientes, familiares e a outros profissionais de saúde. A diversidade propiciada pelas plataformas digitais ainda propiciou a elaboração de pesquisas pelo google formulários, condições impossibilitadas de se realizar durante a pandemia com isolamento social, propiciando a obtenção de resultados, durante o ápice pandêmico, permitindo evolução de construção e compartilhamento de resultados científicos significativos para suporte a saúde. O atendimento remoto permitiu acompanhamentos, síncronos e/ou assíncronos, com continuidade e eficazes, promovendo acolhimento imediato e contenção precoce de crises ansiosas a qual todos estavam sujeitos (Schimidt et al., 20200).
Nunes e Conceição (2022) destacam que, durante o período pandêmico, os profissionais de psicologia que atuaram em hospitais enfrentaram desafios significativos. A pandemia se configurou como um fator de desgaste geral para a população, afetando também a qualidade na saúde mental dos profissionais de saúde. Diante disso, os psicólogos participantes do estudo desenvolveram estratégias para lidar com esse período, como fortalecer a rede de apoio, afastar-se temporariamente do ambiente hospitalar e refletir sobre a própria finitude. No campo da psicologia hospitalar, apesar de algumas fragilidades, a promoção e o fortalecimento de vínculos entre os membros da equipe emergem como uma alternativa valiosa, pois proporcionam um espaço seguro de acolhimento e apoio entre os membros da equipe.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo destacou a relevância da psicologia hospitalar durante a pandemia de COVID-19, enfatizando a necessidade de uma abordagem multifacetada para abordar os desafios de saúde mental enfrentados por pacientes, profissionais de saúde e familiares no ambiente hospitalar. A pandemia evidenciou o papel crucial do psicólogo hospitalar na implementação de estratégias de enfrentamento que contemplam tantas intervenções emergenciais quanto a longo prazo, possibilitando a adaptação ao novo cenário imposto pelo distanciamento social e outras medidas de controle.
Foi fundamental a contribuição do profissional de psicologia hospitalar na identificação dos impactos da pandemia na saúde mental de pacientes e profissionais de saúde e na inserção de estratégias de enfrentamento. Isso porque para além das implicações físicas e restrições ocasionadas pela COVID -19, as implicações psicológicas foram muitas, incluindo medo de se infectar e morrer, descompensações emocionais incluindo raiva, medo, tédio, solidão e elevados níveis de ansiedade e estresse, precursores de diversos transtornos psiquiátricos, relacionados ao aumento das taxas de sofrimento e sintomas psiquiátricos da população, o que contribuiu para o aumento da mortalidade indireta, por outras causas, que não o COVID-19.
As alterações na atuação do psicólogo hospitalar diante das mudanças sofridas em suas atribuições devido a pandemia de COVID-19 estiveram diretamente relacionadas à inserção das novas estratégias de enfrentamento utilizadas na práxis do profissional de psicologia para manutenção da saúde mental frente a pandemia do coronavírus. As restrições geradas pelo isolamento social promoveram o uso de tecnologias de comunicação, síncronas e assíncronas, por meio de equipamentos como smartphones e computadores, seja por ligação telefônica, mensagens de texto, ou vídeo chamadas por meio de redes sociais ou aplicativos como WhatsApp e Google Meet.
Foi constatado a efetividade do acompanhamento remoto para familiares de pacientes graves em tratamento de COVID-19, atuando principalmente na identificação e avaliação de demandas emocionais relacionadas a perda/luto e aceitação do distanciamento social. A ação do profissional de psicologia, com familiares e pacientes, bem como com profissionais de saúde, decorreu principalmente pela psicoeducação pelas diversas plataformas digitais disponíveis, de forma contínua e eficaz, promovendo acolhimento imediato e contenção precoce de crises ansiosas a qual todos estavam sujeitos.
Os resultados indicaram que as novas estratégias de enfrentamento adotadas pelos psicólogos hospitalares, como o uso de tecnologias de comunicação para manter a humanização e a conexão entre pacientes e familiares, bem como as intervenções para mitigar os impactos psicológicos em profissionais de saúde, mostraram-se eficazes e devem ser mantidos como parte da prática profissional. Essas adaptações permitiram não apenas a continuidade do cuidado, mas também a ampliação das possibilidades de atuação, promovendo a saúde mental e o bem-estar.
Recomenda-se que mais pesquisas possam ser realizadas sobre a temática para fins de esclarecimentos mais aprofundados sobre a importância do profissional de psicologia hospitalar e sobre a perpetuação e eficácia de atendimentos remotos para fins de manutenção da saúde mental de pacientes no período pós pandêmico.
REFERÊNCIAS
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