DROGAS E COSMÉTICOS MAIS PRESCRITOS EM DERMATOLOGIA PEDIÁTRICA: DOSES E PECULIARIDADES

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202411132128


Bianca Lopes Cacau1
Denise Evelyn Machado de Almeida2
Karina Rodrigues dos Santos3


RESUMO

As diferenças nas peles dos recém-nascidos, lactentes e crianças em relação aos adultos são mais acentuadas quanto menor é a idade, acarretando diferenças nas apresentações e tipos de dermatoses, bem como no manejo.  A população pediátrica possui mecanismos farmacocinéticos e farmacodinâmicos próprios, que levam a modificações nas doses, concentrações, durações, formas e vias de administração dos medicamentos. Portanto, esse estudo objetiva elaborar um manual acerca dos tratamentos em dermatopediatria, de fácil entendimento, para profissionais de saúde, a partir do estudo sobre a dermatoses e os fármacos usados para lesões de pele na infância. Trata-se de uma revisão de literatura, a partir da pesquisa na LILACS, Science direct, Google Acadêmico, PUBMED e Scielo, com os descritores DeCS/MeSH “dermatology” “pediatrics” “treatment”, utilizando artigos dos últimos 10 anos, nas línguas inglesa, portuguesa e espanhola, além da pesquisa em bulas de medicamentos aprovados pela ANVISA, publicados nos últimos 10 anos. Foram selecionados 26 dos 56 artigos obtidos, com identificação das afecções dermatológicas mais prevalentes, bem como seu tratamento. Concluiu-se que esse público, prevalente em doenças dermatológicas, tem particularidades quanto a administração e ação dos fármacos, necessitando de adequações na prescrição dos medicamentos. 

Palavras Chave: Dermatologia; Pediatria; Tratamento

ABSTRACT

The differences in the skin of newborns, infants and children compared to adults are more pronounced the younger they are, leading to differences in the presentations and types of dermatoses, as well as in their management. The pediatric population has its own pharmacokinetic and pharmacodynamic mechanisms, which lead to changes in the doses, concentrations, durations, forms and routes of administration of medications. Therefore, this study aims to develop a manual on treatments in pediatric dermatoses that is easy to understand for health professionals, based on the study of dermatoses and drugs used for skin lesions in childhood. This is a literature review, based on research in LILACS, Science Direct, Google Scholar, PUBMED and Scielo, with the DeCS/MeSH descriptors “dermatology” “pediatrics” “treatment”, using articles from the last 10 years, in English, Portuguese and Spanish, in addition to research in package inserts of medications approved by ANVISA, published in the last 10 years. Twenty-six of the 56 articles obtained were selected, identifying the most prevalent dermatological conditions, as well as their treatment.  It was concluded that this public, prevalent in dermatological diseases, has particularities regarding the administration and action of drugs, requiring adjustments in the prescription of medications.

Keywords: Dermatology; Pediatrics; Treatment

1 INTRODUÇÃO 

A pele, maior órgão do corpo humano, é composta pela epiderme, derme e hipoderme, que exerce papel multifuncional no organismo. Entre as funções, destaca-se a capacidade de neutralização dos raios ultravioletas e a proteção contra desidratação e agentes mecânicos, físicos, químicos e biológicos. Além disso, a pele possui terminações nervosas que nos permite reconhecer calor, frio, dor e tato. Ademais, a pele participa da termorregulação corporal, secreção de substâncias como melanina, sebo e suor e metabolização de hormônios (Azulay, 2017).

O amadurecimento da pele acontece com o decorrer da idade, a partir de alterações anatômicas e funcionais das estruturas nos diferentes períodos da vida (Murahovschi; Cestari, 2015). As diferenças nas peles dos recém-nascidos, lactentes e crianças em relação aos adultos são mais acentuadas quanto menor é a idade, como exemplo, tem-se a menor quantidade de conteúdo lipídico, que mantém a barreira epidérmica, o que leva a menor capacidade de manter a hemostasia e maior perda de líquidos. Outrossim, observa-se que o pH da superfície é ácido (pH<5) nos adultos e adolescentes para proteção contra microorganismos, já nos recém-nascidos, o pH é neutro, diminuindo a proteção contra agentes patogênicos (Fernandes; Oliveira; Machado, 2011).

Em virtude dessas alterações fisiológicas, o exame dermatológico deve ser adequado a essa faixa etária e realizado por um profissional capacitado. Na anamnese, é importante destacar uso de medicações na gestação e lactação, viagens, episódios prévios pessoais e familiares, comorbidades e tratamentos prévios. A inspeção deve avaliar a lesão e suas características, bem como localização e distribuição, tendo em vista as dermatoses mais prevalentes na infância (SBP, 2022). 

As dermatoses na infância sofrem influência de diversos fatores, como idade, sexo, clima, condição sócio econômica e aspectos fisiológicos e comportamentais próprios da infância, exigindo uma investigação detalhada. Algumas dermatoses podem levar a maiores complicações em crianças, outras são características da infância e algumas, apesar de também serem comuns em adultos, apresentam características específicas ao se manifestarem nos primeiros anos de vida (Sakiayama; Abagge, 2019). 

Segundo Pereira et al. (2021), há grande prevalência de condições alérgicas e eczematosas, em especial, a dermatite atópica, no Brasil. Além disso, as infecções fúngicas e virais também são queixas constantes no consultório. No estudo de Andreola et al. (2016), houve grande número de casos de doenças infecciosas, principalmente, Piodermites e a Escabiose. Assim, as dermatoses que merecem destaque são:  dermatites, piodermites, micoses superficiais, dermatoses parasitárias e virais.

Quanto às modificações estruturais na infância, há uma imaturidade da barreira epidérmica nos recém-nascidos e lactentes, que acarreta uma maior permeabilidade cutânea e um grande risco de toxicidade às drogas. Em vista disso, certos medicamentos não devem ser utilizados em crianças e os que são liberados nessa faixa etária devem ser utilizados com adequações (Fernandes; Oliveira; Machado, 2011).

Além disso, a população pediátrica possui mecanismos farmacocinéticos e farmacodinâmicos próprios, que levam a modificações nas doses, concentrações, durações, formas e vias de administração dos medicamentos para que seja alcançado o efeito terapêutico sem toxicidade. Nesse sentido, para que seja escolhido um fármaco, deve-se considerar o grau de desenvolvimento fisiológico, idade, superfície corporal e peso da criança. Além disso, é necessário analisar a aceitação da criança quanto a consistência, sabor e apresentação do fármaco. A via mais utilizada nessa faixa etária é a oral, devido a facilidade de administração (Dos Anjos Medeiros; Oliveira, 2020).

2 OBJETIVOS 

2.1 OBJETIVO GERAL 

Elaborar um guia acerca dos tratamentos em dermatopediatria, de fácil entendimento, para médicos e acadêmicos de medicina. 

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

– Realizar revisão bibliográfica sobre os fármacos usados para lesões de pele na infância;

-Entender as doses e especificações das principais medicações prescritas na dermatopediatria;

– Compilar dados científicos atuais acerca das dermatoses em pediatria.

3 METODOLOGIA

O estudo desenvolvido trata-se de uma revisão de literatura, que se caracteriza como um recurso metodológico para sistematização do conhecimento científico por meio de pesquisas em bases de dados, com análise e síntese dos conteúdos, a partir de uma visão crítica, visando a produção de materiais atualizados e relevantes à comunidade científica (Cavalcante; Oliveira, 2020).

Para elaborar a revisão, cumpriu-se etapas para assegurar a confiabilidade dos dados. A primeira etapa consistiu na identificação do tema e estabelecimento dos limites da pesquisa. Em seguida, elaborou-se o projeto de pesquisa, com a formulação da pergunta da revisão, hipóteses e variáveis, bem como estratégias para busca dos artigos. 

A partir disso, seguiu-se a amostragem na literatura, que consistiu na operacionalização da estratégia de busca nas bases de dados. Após a pesquisa, houve a extração e organização dos dados. A seguir, realizou-se a análise crítica dos estudos para verificar o rigor, grau de recomendação e aplicabilidade dos resultados. Posteriormente, realizou-se a interpretação, redação e discussão dos resultados obtidos. O último procedimento consistiu na apresentação da revisão (Campos et al., 2023).

Nesse panorama, este estudo se baseou-se na seguinte pergunta norteadora: “Como conduzir os casos de lesões dermatológicas em crianças?”. Com isso, a pesquisa foi construída para analisar o diagnóstico e tratamentos de lesões dermatológicas em crianças, evidenciando as drogas mais comumente utilizadas e destacando as doses e especificações delas.

Para confecção desta revisão, pesquisou-se na plataforma Google acadêmico, Literatura Latino- Americana e do Caribe (LILACS), Science Direct, PUBMED e Scientific Eletronic Library Online (Scielo). A seleção dos artigos se deu a partir dos descritores DeCS/MeSH “dermatology” “pediatrics” “treatment”. Para tornar a pesquisa mais específica, utilizou- se o operador booleano “AND”.

Nesse contexto, utilizou-se os critérios de inclusão: estudos dos últimos 10 anos, disponíveis de forma íntegra e online nas línguas inglesa, portuguesa e espanhola. Os artigos que não se adequaram à pergunta norteadora, que estavam duplicados, que se apresentaram em formato de mamografias e que não estavam disponíveis na integra foram excluídos.

Além dessas bases, com o objetivo de complementar a discussão dos artigos, o estudo também contemplou bulas de medicamentos aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) nos últimos 10 anos e disponíveis no site do governo federal. 

De acordo com a pesquisa realizada, confeccionou-se um guia de em dermatopediatria para disponibilização a médicos e a acadêmicos de medicina, disponibilizado no apêndice.

4 RESULTADOS 

A partir da pesquisa nos bancos de dados, obteve-se 59 artigos, dos quais 13 foram eliminados após leitura e estudo, por não atenderem a proposta e ao tema da pesquisa, 5 estavam duplicados, 4 não estavam no formato proposto e 8 não estavam disponíveis para leitura na íntegra. Dessa forma, foram incluídos 29 artigos para a realização desta revisão bibliográfica. 

Na tabela 1, estão elencados os 29 artigos selecionados para discussão no presente estudo, de acordo com autores, ano de publicação, título e revista onde foi publicado. 

Tabela 1: Artigos incluídos na seleção final, especificando autores, ano de publicação, título e revista 

AutoresAno de publicaçãoTítuloRevista
GUILHERME, A. Q. et al.2014Abordagem da dermatite atópica na infância pelo Médico de Família e Comunidade.Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade
HAWKINS D. M; SMIDT A. C2014 Superficial Fungal Infections in ChildrenPediatric Clinics of North America 
SCHAKLA et al.2014Consenso Brasileiro de FotoproteçãoAnais Brasileiro de Dermatologia
AIRES, S. T2015Diagnóstico Diferencial entre Dermatoses e Alergia: Abordagem Prática.Sociedade Brasileira de Pediatria. 
PAPPAS, P. G. et al.2016Clinical practice guideline for the management of candidiasis: 2016 update by the Infectious Diseases Society of AmericaClinical infectious diseases
PELLETIER, J. L.; PEREZ, C.; JACOB, S. E.2016Contact dermatitis in pediatrics.Pediatric Annals
CARVALHO, V. O. et al.2017Guia prático de atualização em dermatite atópica-Parte II: abordagem terapêuticaAnais da sociedade brasileira de pediatria
CARVALHO, V. O. et al.2017 Guia de fotoproteção na criança e adolescente. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de PediatriaAnais da sociedade brasileira de pediatria
FERGUSON, L.; FULLER, L. C.2017Spectrum and burden of dermatophytes in childrenJournal of Infection
ALTER, S. J. et al.2018Common child and adolescent cutaneous infestations and fungal infections.Current problems in pediatric and adolescent health care
BECKER- ANDRADE; YANG, 20182018Efetividade das técnicas de restauração de barreira cutânea” Wet Wraps” e” Soak and Smear” na dermatite atópica grave: relato de caso e revisão da literatura. Arquivo de asma, alergologia e imunologia
COSTA;ALCÂNTARA; DE SOUZA2018Cosmético infantil: uma pesquisa sobre os riscos e tendênciasRepositório Institucional Unicambury
DE MEDEIROS, M.  S. G; GARRUTI, D. S.2018Estudos de palatabilidade de medicamentos: análise sensorial e aceitabilidade de formulações pediátricasVisa em debate
EMYINUMARU, F. et al2018Perfil e adequação do uso de antibacterianos em crianças internadas em hospital geral no sul do Brasil.Revista Paulista de Pediatria
BERNARDO, A. F. C.; SANTOS, K. D; SILVA, D. P.2019Pele: alterações anatômicas e fisiológicas do nascimento à maturidadeRevista Saúde em foco
BRINDLE, R. et al.2019Assessment of antibiotic treatment of cellulitis and erysipelas: a systematic review and meta-analysisJAMA dermatology
GALLI, L. et al.2019Common community-acquired bacterial skin and soft-tissue infections in children: an intersociety consensus on impetigo, abscess, and cellulitis treatment.Clinical therapeutics
CARDOSO, A. E. C. et al.2020Atualização em dermatoses parasitáriasAnais Brasileiros de Dermatologia
CARDOSO A. E. C; CARDOSO; A. E. O, TALHARI, C; SANTOS, M.2020Update on parasitic dermatosesAnais Brasileiros de Dermatologia
CARVALHO, V. O. et al.2020Repelentes e outras medidas protetoras contra insetos na infância.Anais da sociedade brasileira de pediatria
DOS ANJOS MEDEIROS, I. A.; OLIVEIRA, F.  S.2020Farmacoterapia pediátrica: as particularidades da utilização de fármacos em pediatriaRevista saúde e ciência
MELO, T. G. ; ROSVAILER, M. S. C; CARVALHO, V.O2020Banho, maquiagem e protetor solar: o que as crianças usam?Revista Paulista de Pediatria
MOREIRA, M.; SARRAGUÇA, M.2020How can oral pediatric formulations be improved? A challenge for the XXI century.International Journal of Pharmaceutics
MIOTTO, I. Z. et al2021Pediatric dermatoses pattern at a Brazilian reference center.Jornal de Pediatria
DE OLIVEIRA MUSSEL, J. et al.2021Medicamentos inovadores para a pediatria: uma revisão da literatura Innovative medicines for pediatrics: a review of the literature.Brazilian Journal of Development
CARVALHO, V. O. et al.2021Atualização sobre os cuidados com a pele do recém-nascidoAnais da sociedade brasileira de pediatria
SABATÉ, L. R. et al.2022Uso seguro de medicamentos tópicos I: corticosteroides.Formación Médica Continuada en Atención Primaria
FERREIRA, I. G. et al.2023Dermatologia hospitalar: análise de consultas dermatológicas em hospital universitário terciário. Anais Brasileiros de Dermatologia
TAVARES, L.C.  P. ; CAETANO, L. V. N; IANHEZ, M.2024Efeitos adversos da corticoterapia sistêmica crônica: o que o dermatologista deve saber.Anais Brasileiros de Dermatologia

Fonte: Elaborado pelo autor, 2024

Além desses artigos, foram incluídas 33 bulas de medicamentos aprovados pela ANVISA. Esses medicamentos haviam sido discutidos nos artigos analisados.

Tabela 2: Bulas incluídas na seleção final, especificando princípio ativo, nome comercial, farmacêutico responsável, laboratório e ano de publicação da bula 

Princípio ativo Nome comercial Farmacêutico responsável Laboratório Ano
CefalexinaFURP-CefalexinaSOARES, G.Fundação para o Remédio Popular2021
CefalexinaKeflexAGUIAR, J. V. FColatina: Laboratórios Bagó do Brasil S.A.2020
Fosfato de clindamicina.Fosfato de clindamicina.KRENCAS, F. J.União Química Farmacêutica S.A2022
AmoxicilinaNovocilinMALMANN, G. Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.2024
AmoxicilinaSinotASSI, I. A. D.Eurofarma Laboratórios S.A.2021
Amoxicilina + clavulanato de potássio ClavulinLEITE, L. C. C. L. GlaxoSmithKline Brasil Ltda.2022
MupirocinaMupirocinaANACLETO, A. C. C. A.GlaxoSmithKline Brasil Ltda2023
Ácido FusídicoVerutexDIAS, P. R. D.Leo Pharma Ltda2023
PrednisonaMeticortenBORGHETI, M. C. Organon Farmacêutica Ltda.2021
Acetato de dexametasonaDexasonSILVA, A. C. Laboratório Teuto Brasileiro S.A.2022
Acetato de hidrocortisonaCortisonalKRENCAS, F. J.União Química Farmacêutica Nacional S/A2024
Furoato de mometasonaTopisonANDRADE, C.D. Libbs Farmacêutica Ltda2020
DesonidaDesonolMALMANN, G.Sanofi Medley Farmacêutica Ltda2021
IvermectinaRevectinaGOMES, M. C, C.Abbott Laboratórios do Brasil Ltda.2023
PermetrinaKeltrina PlusBORILLE, S.Multilab Ind. e Com. de Prod. Farm. Ltda.2021
TiabendazolThiabenMATARUCO, C. R.UCI-Farma Indústria Farmacêutica Ltda.2017
AlbendazolAlbentelSILVA, A. C. Laboratório Teuto Brasileiro S.A2024
CetoconazolCetoconazol ShampooMÓDOLO, J. C.Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda.2016
IsoconazolIcadenDIAS, P.R.LEO Pharma Ltda.2021
FenticonazolFentizolMALMANN, G.Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.2021
TerbinafinagenericoMARTINS, E.S.EMS Farmacêuticos Ltda.2021
NistatinaCanditratSILVA, A. C. Laboratório Teuto Brasileiro S.A2022
ClotrimazolCanestenMIMURA, D. E.Bayer S.A.2020
Maleato de dexclorfeniraminaHistaminBORGES, R. L. C.Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.A.2021
Maleato de dexclorfeniraminaPolaramineCOSTA, L.L. Cosmed Indústria de Cosméticos e Medicamentos S.A.2021
Cloridrato de fexofenadinaAllegraJONSSON, R. Sanofi Medley Farmacêutica Ltda.2023
LoratadinaClaritinMIMURA, D. E. Bayer S.A2021
Dicloridrato de hidroxizinaHixizineSCAVARELLI, R. M. Theraskin Farmacêutica Ltda.2021
DesloratadinaDesalexBORGHETI, M. C. Organon Farmacêutica Ltda2022
DesloratadinaEsalerg gotasMALLMANN, G. Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.2021
Valerato de BetametasonaBetnovateANACLETO, A. C. C. GlaxoSmithKline Brasil Ltda.2023
TacrolimusProtopicDIAS, P. R Leo Pharm Ltda.2019
PimecrolimusElidelHACIMOTO, M. YViatris Farmacêutica do Brasil Ltda.2024

Fonte: Elaborado pelo autor, 2024

5 DISCUSSÃO

5. 1 Afecções dermatológicas na infância 

As queixas dermatológicas correspondem a 30% das queixas pediátricas na atenção primária à saúde. Tal fato pode ser explicado pela imaturidade da pele infantil, que é mais delgada, se tornando mais vulnerável a agressões. Além disso, nota-se incremento no uso de cosméticos destinados a adultos, provocando agressões adicionais e predispondo ao surgimento de outras doenças, principalmente alérgicas. (Aires et al., 2015)

Em relação aos adultos e crianças, há variação de prevalência de doenças, apresentação dermatológicas, resposta terapêutica, fatores de risco e medicamentos liberados (Miotto et al., 2019). Entre as afecções dermatológicas na infância que necessitam de manejo medicamentoso, destaca-se dermatites, dermatoses infecciosas de etiologia bacteriana, fúngica e parasitária (Ferreira et al., 2023).

5. 1.1 Dermatites 

As dermatites são oriundas de processos inflamatórias na epiderme e derme papilar, que ocasionam eritema, edema, vesícula, crostas e descamação. Acerca desse grupo, destaca-se a dermatite atópica e eczema de contato, manifestando-se, principalmente, com prurido e liquenificação (Pelletier; Perez; Jacob, 2016; Guilherme et al., 2014 ).

A dermatite atópica (DA) caracteriza-se por uma inflamação crônica da pele, desencadeada por fatores genéticos, alterações estruturais da pele e fatores imunológicos e exógenos, com manifestações clínicas que variam de acordo com a faixa etária do paciente. Em lactentes, as lesões predominam em face, poupando a região central e, em crianças, estão mais presentes em dobras, como joelhos e cotovelos. A apresentação dermatológica inclui eritema, pápula, vesículas e escamas, que, comumente, estão associadas a pitiríase Alba, xerodermia e histórias familiares ou pessoais de atopias, como rinite e asma. Essa afecção é tratada com hidratação com emolientes e sabonetes neutros, anti-histamínicos e corticosteroides, de preferência de baixa potência, como mometasona, hidrocortisona e desonida (Guilherme et al., 2014).

A dermatite de contato pode ser dividida em alérgica e irritativa. A dermatite alérgica na faixa pediátrica é frequentemente ocasionada por alérgenos ambientais, como ácaros, poeiras e alimentares, como leite, ovo, soja e trigo. Já a dermatite por irritante primário é ocasionada por cosméticos inadequados a essa população, níquel presente em bijuterias e contato com urina e fezes, caracterizando a dermatite por fraldas em lactentes. A terapêutica mais adequada é a remoção do agente causador e uso tópico ou sistêmico de corticosteróides (Pelletier; Perez; Jacob, 2016).

5. 1.2 Dermatoses de etiologia bacteriana

As infecções bacterianas da pele podem ser divididas de acordo com a profundidade e região da pele acometida. Quanto às infecções superficiais, destaca-se o impetigo, que pode ser bolhoso ou crostoso. O impetigo crostoso, forma mais comum, prevalece na face, vesículas e pústulas que evoluem para crostas melicéricas. A forma bolhosa caracteriza-se por bolhas que se rompem rapidamente e formam colaretes periféricos com eritema circundante. Essa patologia  deve ser tratada com antibióticos tópicos, como ácido fusídico e mupirocina ou sistêmicos, como cefalexina (Galli et al., 2019).

Em relação às infecções anexiais e foliculares, têm-se a foliculite, que se caracteriza pela apresentação de pápulas e pústulas perifoliculares com halo eritematoso, com antibióticos tópicos como opção terapêutica. Já os furúnculos levam ao aparecimento de abscessos flutuantes e dolorosos, tratados com antibióticos sistêmicos, como cefalexina ou clindamicina e drenagem cirúrgica (Galli et al., 2019). 

Sobre as infecções de partes moles, a celulite apresenta-se com eritema, dor, calor e edema, com limites mal definidos e acometendo derme profunda e subcutâneo, pode ser tratada com amoxicilina-clavulanato, cefalexina e clindamicina. Já a erisipela acomete apenas a derme superficial, com área de eritema e edema bem delimitada, tratada com amoxicilina, cefalexina e clindamicina (Brindle et al., 2019). 

5. 1.3 Dermatoses de etiologia fúngica 

As dermatofitoses são causadas por fungos que invadem a pele, pelos e unhas, com grande variedade de apresentação clínica. A tinea corporis acomete a pele do tronco com lesões em placa de centro claro e halo eritemato-descamativo, A tinea pedis, predisposta por ambientes úmidos e uso de sapatos fechados, pode se apresentar com descamação, maceração, placas eritematosas e fissuras nas regiões intertriginosas, faces e planta dos pés. Essas afecções podem ser tratada com antifúngicos tópicos, como cetoconazol, fenticonazol e clotrimazol. Se disseminadas, pode ser usada medicação oral, como terbinafina. A tinea capitis é a dermatofitose mais frequente na infância, acometendo couro cabeludo, com alopecia, descamação e eritema. Essa afecção deve ser tratada com antifúngico sistêmico, como a griseofulvina e terbinafina, durante 4 semanas (Ferguson; Fuller, 2017). 

A pitiríase versicolor, comum em adolescentes de regiões tropicais, caracteriza-se por manchas hipocrômicas, hipercrômicas ou eritematosas, cobertas por uma escama fina. Xampu a base de sulfeto de selênio, cetoconazol e fenticonazol creme são opções de tratamento (Alter et al., 2018). 

A candidíase pode acometer pele, mucosas ou órgãos internos. A infecção por cândida em dermatites por fralda pode ser tratada com clotrimazol e nistatina creme. A presença de candidíase oral é muito frequente em lactentes, com placas esbranquiçadas na mucosa jugal, agitação e recusa alimentar, com a nistatina oral como primeira opção de tratamento (Pappas et al., 2015).

5. 1.4 Dermatoses de etiologia parasitária 

As ectoparasitoses são infecções comuns em crianças e adolescentes, principalmente, em países subdesenvolvidos. Nesse grupo, destaca-se a escabiose, doença contagiosa causada por um ácaro que ocasiona apresentação clínica variada, com pápulas eritematosas, lesões lineares, escoriações com prurido que piora a noite. Para o tratamento, utiliza-se permetrina a 5% para maiores de 2 meses de idade, Enxofre tópico para menores de 2 meses, ivermectina em maiores de 5 anos e anti-histamínicos para controle do prurido (Cardoso et al., 2020) 

A pediculose do couro cabeludo ocasionado pelo ectoparasita pediculus humanos capitais, afeta crianças, principalmente entre 3 e 12 anos, causando uma erupção cutânea pruriginosa. Esses casos devem ser tratados com remoção mecânica e pediculicidas, como permetrina 1%, ivermectina tópica e oral e anti-histamínicos para controle do prurido (Alter et al., 2018). 

A larva migrans cutânea, ocasionada por um parasito presente no intestino e nas fezes de cães e gatos, que infectam crianças a partir do solo contaminado, ocasiona lesões lineares e tortuosas, com intenso prurido. Tal patologia beneficia-se de tratamento com antiparasitários, como albendazol, ivermectina, tiabendazol e anti-histamínicos para controle do prurido (Cardoso et al., 2020).

5. 2 Drogas e cosméticos usados em dermatologia pediátrica 

Em virtude da grande prevalência e variedade de queixas dermatológicas na pediatria, é de suma importância instituir tratamento adequado e precoce, para que haja controle da doença, melhora da qualidade de vida e, em muitos casos, cura. Em vista disso, é necessário conhecer as particularidades de cada classe farmacológica e cosmética, para que a proposta terapêutica seja adequada, eficaz e segura para cada faixa etária e cada doença. Além disso, é fundamental conhecer as diferentes vias de administração e formas de apresentação para adequar a prescrição às demandas e necessidades de cada criança e facilitar a adesão ao tratamento. 

Os cosméticos infantis são destinados a higienização e proteção da pele, além de prevenir e tratar diversas doenças dermatológicas. Tendo em vista que a pele da criança é mais fina, tem maior propensão a perda de líquidos e maior poder de absorção, deve-se utilizar apenas cosméticos liberados para a faixa pediátrica, que possuem maior segurança, menor toxicidade e menor risco de alergias (Melo; Rosvailer; Carvalho, 2020). 

5. 2.1 Particularidades gerais da prescrição em pediatria 

5. 2.1.1 Fases do desenvolvimento e interações com drogas 

As crianças passam por diversas fases de desenvolvimento, nas quais ocorrem modificações anatômicas, bioquímicas e fisiológicas. Essas modificações levam a mudanças específicas nos órgãos, na proporção de gordura e de proteína e na quantidade de água corporal, o que interfere diretamente na eficácia e toxicidade das drogas (Paula et al., 2014) 

Conhecer as características da pele infantil é de suma importância para a prescrição de medicamentos tópicos e cosméticos, amplamente utilizados nessa faixa. A pele infantil tem características fisiológicas de acordo com a faixa etária e grau de desenvolvimento, como adaptação ao meio externo (Carvalho et al., 2021).

A permeabilidade cutânea é bastante elevada em recém-nascidos e diminui com o passar dos anos, porém mantém-se consideravelmente mais permeável que a pele dos adultos, o que acarreta maior facilidade a perda de líquidos e maior risco de toxicidade por absorção de drogas. A respeito dos anexos cutâneos, as glândulas sudoríparas são imaturas ao nascimento e tornam-se funcionais na puberdade, o que pode acarretar menor lubrificação cutânea e menor capacidade de eliminação de toxinas e termorregulação, já que o suor é essencial para esses processos. A imaturidade epidérmica leva a uma maior facilidade de ressecamento, além de diminuir a defesa contra germes, trauma e toxicidade (Bernardo; Santos; Silva, 2019) 

Além disso, para prescrever corretamente medicamentos orais para crianças, deve-se entender as interações das características farmacocinéticas e farmacodinâmicas das drogas com as diferentes fases de desenvolvimento. Com a farmacocinética, tem-se dados acerca da posologia adequada, eficácia e toxicidade dos medicamentos, a partir da análise dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção. Já a farmacodinâmica compreende a ação das drogas no organismo (Medeiros; Oliveira, 2020). 

Segundo Medeiros e Oliveira (2020), há fatores intrínsecos a idade que influenciam na absorção dos medicamentos orais, como o pH gástrico, que se mantém alcalino até os 3 anos de idade, atingindo após essa cidade o pH ácido encontrado na fase adulta. Tal alteração leva a ajustes posológicos de acordo com a composição do fármaco. Além disso, a mudança da composição corporal com a diminuição de água ao longo do crescimento, tem influência na distribuição dos fármacos, acarretando uma preferência a fármacos hidrossolúveis nas crianças, por uma maior distribuição nessa faixa.  Nas crianças, devido a imaturidade das enzimas hepáticas responsáveis pela biotransformação, há comprometimento na metabolização de alguns fármacos, tornando a eliminação mais lenta e apresentando maior potencial tóxico. Em relação a excreção, há risco de intoxicação por uma taxa de eliminação reduzida, principalmente entre os 2 e 24 meses de idade. 

5. 2.1.2 Formas farmacêuticas 

A adesão das crianças aos medicamentos é influenciada por diversos fatores, como sabor desagradável, vias de administração e esquema posológico (Medeiros; Garruti, 2018). 

Acerca das vias de administração, a via oral é a mais utilizada pela população pediátrica, em virtude das diferentes formas de apresentação, como soluções, pós, suspensões, cápsulas e comprimidos. Essa gama de opções facilita a adesão ao tratamento, pois possibilita que a criança escolha a que se sente mais confortável (Mussel et al., 2021) 

As formas líquidas, preferidas pelas crianças e cuidadores pela facilidade de administração, possibilitam ajuste de dose de acordo com o peso e idade da criança, apesar de necessitar de várias doses aos dias por não permitir uma liberação controlada do fármaco (Mussel et al., 2021). Um grande desafio dessas formulações é a aceitação das crianças em virtude do sabor desagradável dos princípios ativos presentes nos fármacos. Uma forma de minimizar esse efeito e melhorar a palatabilidade é a adição de flavorizante para dar ou realçar sabor e edulcorante para conferir gosto doce. Estes são escolhidos com base nas propriedades intrínsecas dos fármacos, de forma que não afete a biodisponibilidade do mesmo (Medeiros; Garruti, 2018). 

Uma forma de facilitar a aceitação dos fármacos consiste no desenvolvimento de formas farmacêuticas que se assemelham a alimentos, como gelatinas, chocolates e pirulitos. Tal estratégia torna-se ainda mais importante em pacientes pediátricos que fazem uso crônico de medicamentos (Moreira; Sarraguça, 2020).

Nesse contexto, torna-se necessário a personalização da prescrição a cada fase do desenvolvimento, com a escolha de medicamentos liberados, de posologias seguras e de formas e vias de administração confortáveis.

5. 2.2 Classes medicamentosas 

5. 2.2.1 Antibióticos 

Os antibióticos são os medicamentos mais prescritos em pediatria. Essa faixa etária possui características fisiológicas que podem comprometer a absorção, distribuição, metabolismo e excreção dos medicamentos. Em vista disso, é de suma importância conhecer as comorbidades do paciente, fase do desenvolvimento, indicações, contra indicações de uso e regimes posológicos, a fim minimizar danos (Emyinumaru et al., 2018).

  • Cefalexina 

Segundo Aguiar (2020); Soares (2021), a cefalexina é uma cefalosporina de 1ª geração, que possui as seguintes apresentações: Suspensão oral de 500 mg/5 mL e 250 mg/5 mL, pó para suspensão oral de 250 mg/5 mL e pó para suspensão oral gotas de 100 mg/mL são indicadas para crianças com mais de 1 ano. Comprimido revestido e drágea de 500 mg e 1 g não são indicados para crianças. A dose diária recomendada é de 25 a 50mg/kg a cada 6 ou 12 horas. 

Como indicação, tem-se as infecções bacterianas de pele e tecidos. É utilizado em 1° linha em celulite e erisipela. Quando as lesões são extensas, se localizam na face, quando há a presença de múltiplas lesões ou paciente é imunossuprimido ou com sintoma sistêmico, pode-se utilizar para tratamento de Impetigo, Furúnculo e foliculite. 

  • Clindamicina 

De acordo com Krensas (2022), a clindamicina é um antimicrobiano da classe das lincosaminas, não recomendado em neonatos. As apresentações são: de cápsula dura (não recomendável para uso pediátrico) e injetável (recomendado para uso a partir de 1 mês de vida), com a dose: 20-40 mg/kg/dia IM ou EV, em 3-4 doses iguais. 

Como indicação, tem-se as infecções bacterianas de pele e partes moles. Quando há presença de exsudatos purulentos, sinais de doença sistêmica, condições predisponentes, infecção ou falha terapêutica com antimicrobiano tópico e oral, pode ser usado para tratamento de Celulite, Furúnculo e Erisipela. Quando há alergia à penicilina ou em caso de suspeita de Staphylococcus Aureus resistente à Meticilina, é uma opção terapêutica para o Impetigo, a foliculite e  furúnculo (Galli et al., 2019).

  • Amoxicilina 

Segundo Mallmann (2024); Assi (2021), a amoxicilina é um antibiótico da classe das penicilinas. Tem as apresentações em Cápsula 500 mg, Comprimido simples 875 mg, comprimido revestido 875 mg e Suspensão oral 250 mg/5 mL, 400 mg/5 mL e 500 mg/5 mL. Caso a criança possua menos de 40kg, opta-se pela suspensão oral, com dose usual de 20-50 mg/kg/dia via oral, divididos em 3 doses e dose máxima de 150 mg/kg/dia. Se a criança apresentar peso maior que 40 kg, opta-se por comprimido com dose usual de 250 a 500 mg 3x/dia ou 875 mg VO 2x/dia.

Esse medicamento é utilizado no tratamento de infecções bacterianas de pele e partes moles, como erisipela. Também pode ser usado para tratar foliculite caso haja lesões disseminadas e recorrentes (Galli et al., 2019).

  • Amoxicilina- clavulanato de potássio 

No estudo de Leite (2022), a adição de clavulanato de potássio inibe as betalactamases que inativam a amoxicilina, resultando em um espectro de atividade expandido. Como apresentação, tem-se os comprimidos revestidos, com doses de  500 mg + 125 mg e 875 mg + 125 mg, Pó para solução injetável de 500 mg + 100 mg e 1.000 mg + 200 mg e Suspensão oral, com doses variadas como, 125 mg + 31,25 mg/5 mL, 200 mg + 28,5 mg/5 mL e 250 mg + 62,50 mg/5 mL. 

As doses seguras para uso pediátrico dependem da via de admissão. Para uso  endovenoso, tem-se a dose de 25 mg + 5 mg/kg de 6/6, 8/8 ou 12/2 horas. Para uso oral, a dose é de 25 + 3,6 mg/kg/dia ou 45 + 6,4 mg/kg/dia, podendo ser administrada de 12/12 horas. Para crianças com mais de 40 kg, pode-se utilizar os comprimidos revestidos. 

Como indicações de uso, tem-se as infecções bacterianas de pele e partes moles, caso haja suspeita de de S.aureus produtor de penicilinase. É usado no tratamento de erisipela. Pode ser usado para tratar foliculite caso haja lesões disseminadas e recorrentes (Galli et al., 2019).

  • Mupirocina 

Mupirocina é um antimicrobiano tópico, com apresentação de pomada na dose de 20 mg/g (2%). Em crianças, deve-se aplicar na área afetada até 3x ao dia, por, no máximo, 10 dias (Anacleto, 2023).

É utilizado no tratamento de infecções bacterianas de pele e partes moles, como impetigo, furúnculo de extensão limitada e foliculite caso as lesões sejam localizadas. Além disso, esse medicamento pode ser utilizado para descolonização, 2x ao dia nas narinas por 5 a 10 dias, em casos de foliculite e furúnculo de repetição (Galli et al., 2019).

  • Ácido fusídico

O ácido fusídico é um antimicrobiano tópico, com apresentação em creme de 20 mg/g (2%), em bisnagas com 10 ou 15 g. Em pediatria, é recomendado aplicar uma camada fina sobre a pele afetada 2 a 3 vezes/dia a cada 8 a 12 horas, geralmente, por 7 dias (Dias, 2023).

É utilizado no tratamento de infecções bacterianas de pele e partes moles, como impetigo, furúnculo de extensão limitada e foliculite caso as lesões sejam localizadas (Galli et al., 2019).

5. 2.2.2 Corticoides 

Os corticosteróides são indispensáveis para tratamento de diversas afecções dermatológicas em crianças, porém podem acarretar efeitos colaterais importantes se usado indiscriminadamente. Em relação aos corticóides sistêmicos, o uso prolongado pode acarretar ganho ponderal, hiperglicemia, interferências no crescimento, diminuição da resposta imune e alterações dermatológicas, como atrofia cutânea (Tavares; Caetano; Ianhez, 2024). Quanto aos corticoides tópicos, seus efeitos colaterais são principalmente cutâneos, com atrofia, telangiectasias e estrias. Dependendo da região utilizada, da potência do corticoide e da integridade da pele, pode haver absorção sistêmica, levando a maiores efeitos colaterais (Sabate et al., 2022). 

  • Prednisona e Prednisolona

Segundo Borgheti (2021), a prednisona é um corticoide oral, com apresentação em comprimidos de 5 mg e 20 mg. Já a prednisolona possui xarope 3mg/ml e 11 mg/ml. A dose pediátrica com ação anti-inflamatória e imunossupressora é de 0,5 a 2 mg/kg/dia, dividido a cada 6 ou 12 horas. Esse fármaco pode ser utilizado no tratamento de afecções inflamatórias e alérgicas da pele com lesões extensas, como dermatites. 

  • Corticoides tópicos: 

Indicados para o tratamento de lesões alérgicas e inflamatórias, como dermatite atópica, dermatites de contato e picadas de insetos (Pelletier; Perez; Jacob, 2016; Guilherme et Al., 2014).

Dexametasona é um corticóide tópico de baixa potência, com apresentação de Creme dermatológico a 1 mg/g, não havendo contraindicações relativa a faixa etária. Em crianças deve-se aplicar uma pequena quantidade do creme no local afetado, 2 a 3 vezes ao dia (Silva, 2022).

Segundo Krencas (2024), hidrocortisona é um corticóide tópico, com apresentação de Creme e pomada a 10 mg/g. É recomendado 2 a 3 aplicações ao dia. Em crianças menores de 4 anos, o tratamento não deve se prolongar por mais de 3 semanas, especialmente nas zonas cobertas por fraldas. Por ser um corticoide de baixa potência, é a primeira escolha para lesões em face e áreas de dobras. 

O dipropionato de betametasona, um corticoide de alta potência, tem apresentação em pomada e creme 0,05%. É recomendado para crianças maiores de 2 anos, com aplicações de 1 a 2 vezes ao dia por até 5 dias (Anacleto, 2023). 

O corticoide desonida tem apresentações em creme e pomada 0,5mg/g. Deve ser usado em crianças maiores de 3 meses, com uma aplicação diária na área afetada. Por ser de baixa potência, pode ser usado em face e áreas de dobra (Mallmann, 2021). 

 Mometasona é um corticoide de potência moderada, indicada para crianças maiores de 2 anos, com uma aplicação diária na lesão. Está disponível em pomada e creme 1mg/g (Andrade, 2020).

5. 2.2.3 Anti parasitários 

  • Ivermectina 

Segundo Gomes (2023) e Cardoso et al. (2020), ivermectina é um antiparasitário usado no tratamento de escabiose, pediculose e larva migrans. Com apresentação de comprimido 6mg. É indicado para crianças com mais de 5 anos ou mais de 15 kg, na dose de 50 a 200 mcg/kg em tomada única, repetida 7 dias depois.

  • Permetrina 

O antiparasitário permetrina possui duas apresentações, ambas permitidas em crianças acima de 2 meses. A permetrina 1% (10mg/ml) é usado no tratamento da pediculose, aplicado no couro cabeludo por 10 minutos, com posterior enxágue e repetição em 1 semana. A permetrina 5% (50mg/ml) é indicada para tratar escabiose, aplicada sobre o corpo durante 12h e reaplicada em 1 semana (Borrile, 2021; Cardoso et al., 2020).

  • Tiabendazol 

O tiabendazol possui apresentação tópica e oral. Na apresentação oral, tem-se o comprimido de 500 mg (indicado para crianças maiores de 12 anos) e a suspensão oral 250mg/5ml em frascos com 40ml, não recomendado para crianças com peso menor que 13,5 kg. A dose pediátrica recomendada é de 50mg/kg/dia em duas tomadas. Para o tratamento de lavra migrans, é utilizado por 2 dias. O Tiabendazol tópico, disponível em pomada (50mg/g), loção (50mg/ml) e sabonete (50mg/g), pode ser utilizado para tratar larva migrans em 2 a 3 aplicações ao dia nas lesões (Mataruco, 2017; Cardoso et al., 2020) 

  • Albendazol

Utilizado no tratamento de larva migrans em crianças maiores de 2 anos, apresenta-se com suspensão oral de 40mg/ml. A dose diária indicada é 400mg, 10 ml, por dia por 1 a 3 dias. Repetida 7 dias depois (Silva, 2024; Cardoso et al., 2020).

5. 2.2.4 Antifúngicos 

  • Cetoconazol

A apresentação tópica, creme 20mg/g, é indicada para o tratamento de micoses superficiais, pitiríase versicolor, tinea e candidíase cutânea. Aplica-se na área afetada 1 vez ao dia até o desaparecimento das lesões (Módolo, 2016). 

  • Clotrimazol 

Indicado para o tratamento de micoses superficiais, como tinea, candidíase e pitiríase versicolor, está disponível na apresentação tópica em creme 10mg/g. Deve-se aplicar uma fina camada do creme nas áreas afetadas 2 a 3 vezes ao dia (Mimura, 2020). 

  • Nistatina 

A apresentação tópica, em creme Dermatológico 100.000 unidades/g, é utilizada no tratamento de assaduras infantis com suspeita de contaminação fúngica. Deve ser aplicada após o banho e em cada troca de fraldas. Frequentemente é associada ao Óxido de zinco, um creme de barreira mecânica. Já a apresentação em suspensão oral 100.000 unidades/ml é utilizada para tratar candidíase oral do lactente. Em prematuros, usa-se 1 ml, 4 vezes ao dia. Para lactentes, 1 a 2 ml, 4 doses ao dia e crianças 1 a 6 ml, 4 vezes ao dia. Devem ser mantidos por até 2 dias após resolução das lesões (Silva, 2022).

  • Isoconazol 

Com apresentação em creme 10mg/g, o isoconazol é indicado para o tratamento de micoses superficiais, como tinea, candidíase e pitiríase versicolor. É recomendado a aplicação 1 vez ao dia sobre a lesão, durante 2 a 4 semanas (Dias, 2021). 

  • Fenticonazol 

Indicado para o tratamento de candidíase da pele, tinea e pitiríase versicolor, está disponível em creme 0,02 g/g. Deve ser aplicado 1 a 2 vezes por dia na área afetada (Mallman, 2021).

  • Terbinafina 

           Este medicamento está disponível na apresentação oral em comprimido 250 mg, contraindicado em crianças e 125 mg, indicado para maiores de 2 anos, com 62,5 mg (meio comprimido) se menos de 20 kg, 125 mg de 20 a 40 kg e 250 mg para maiores de 40kg. A formulação tópica em creme 10mg/g é indicada para crianças maiores de 12 anos, com 1 a 2 aplicações por dia. É indicada para tratamento de candidíase da pele, tinea e pitiríase versicolor (Martins, 2021). 

  • Griseofulvina

Na forma farmacêutica de suspensão oral, está disponível somente manipulada.  Na dose de 125mg/5ml, a griseofulvina é utilizada para o tratamento de tinea capitis na infância, sendo administrado 10 a 20mg/kg ao dia em menores de 50kg e 1g ao dia para maiores de 50kg, durante 6 a 8 semanas (Hawkins; Smidt, 2014). 

5. 2.2.5 Anti-histamínicos

Os anti-histamínicos são utilizados no tratamento de dermatite de contato alergica, dermatite atópica, urticária e afecções que cursam com prurido, como escabiose, pediculose e larva migrans (Costa, 2021).

  • Dexclorfeniramina 

Na apresentação comprimido 2 mg, pode ser ofertado a crianças a partir de 12 anos, na dose de 2mg, 3 vezes ao dia. A solução oral e xarope 2mg/5ml, pode ser oferecido a crianças de 2 a 6 anos na dose de 1,25 ml, 3 vezes ao dia e para crianças de 6 a 12 anos, 2,15 ml, 3 vezes ao dia (Borges, 2021; Costa, 2021). 

  • Fexofenadina

Para crianças, tem-se a suspensão oral 6 mg/ml. Pode ser administrado a partir de 6 meses até 2 anos na dose de 2,5 ml, 2 vezes ao dia. Para crianças de 2 a 11 anos, recomenda-se 5ml, 2 vezes ao dia. Para maiores de 12 anos, pode-se utilizar comprimido de 120 ou 180 mg, 1 vez ao dia (Jonsson, 2023) 

  • Loratadina 

Este medicamento é indicado para maiores de 2 anos na apresentação xarope 1mg/ml e 12 anos na apresentação comprimido 10mg. Entre 2 e 6 anos, recomenda-se 5mg. Para maiores de 6 anos, recomenda-se 10mg (Mimura, 2021).

  • Desloratadina 

Esse fármaco possui as apresentações comprimido revestido 5mg, xarope 0,5 mg/ml e solução oral 1,25 mg/ml.  Para crianças de 6 até 11 meses, é recomendado 1mg ao dia, com xarope 2ml e solução oral 16 gotas. Para crianças de 1 a 5 anos, o xarope passa a ser 2,5 ml (1,25 mg) e solução oral 20 gotas (1,25 mg). Para crianças de 6 a 11 anos, a dose recomendada é de 2,5 mg, com  xarope 5 ml e solução oral 40 gotas. Para crianças maiores de 12 anos, é recomendado 5 mg ao dia, com a opção também do comprimido revestido (Borgheti, 2022; Mallmann, 2021). 

  • Hidroxizina 

Disponível em comprimido 25mg, indicado para maiores de 6 anos e solução oral 2mg/ml, indicada para maiores de 6 meses. A dose usual é de 0,7 mg/kg de 8 em 8 horas (Scavarelli, 2021). 

5. 2.2.6 Imunomodulares tópicos

Essa classe medicamentosa é utilizada como segunda opção nos surtos de dermatite atópica, nos pacientes que apresentam efeitos colaterais ou contra indicações aos corticoides. O pimecrolimus está indicado para o tratamento de lesões leves a moderadas, já o tacrolimus tem ação importante nas lesões graves. Esses medicamentos podem ser usados com maior segurança que os corticoides em face, genitais e próximo a mucosas (Carvalho et al., 2017). 

  • Tacrolimus 

Está disponível para a faixa etária infantil na apresentação pomada 0,3 mg/g. Em crianças de 2 a 15 anos, aplica-se 2 vezes. Após 3 semanas, deve-se aplicar 1 vez dia, até o desaparecimento das lesões. A partir de 16 anos, aplica-se uma fina camada nas áreas da pele afetadas 2 vezes ao dia. Após 6 semanas, aplicar 2 vezes na semana, 1 vez ao dia (Dias, 2019).

  • Pimecrolimus 

Sob a apresentação de creme 10 mg/g, esse medicamento é indicado para maiores de 3 meses. Deve-se Aplicar uma fina camada na lesão 2 vezes ao dia, até que desapareça (Hacimoto, 2024).

5. 2.3 Classes cosméticas 

Os cosméticos e os produtos de higiene desenvolvidos para crianças contêm produtos adequados às particularidades da pele nessa faixa etária e são autorizados pela agência reguladora que asseguram testes dermatológicos e uso de substâncias hipoalergênicas (Costa; Alcântara; De Souza, 2018). A resolução publicada pela ANVISA (2015), estabelece requisitos técnicos para a formulação, segurança e rotulagem de produtos destinados ao público infantil, de 0 a 12 anos. Tais produtos devem possuir ingredientes seguros e próprios para a finalidade, com comprovação de ausência de irritabilidade e sensibilização cutânea. 

De acordo com a publicação de Taylor (2024), com maior acesso a informações, as crianças estão precocemente frequentando salões e utilizando maquiagem. Essa crescente prática, fomentada pelas redes sociais e campanhas de marketing, foi denominado de “Sephora Kids” e vem acompanhada do consumo de cosméticos com retinol, ácidos esfoliantes agressivos e produtos para prevenir o envelhecimento. 

A exposição a produtos destinados a adultos e uso de cosméticos sem aprovação dermatológica acarretam aumento de dermatite atópica e surgimento da dermatite de contato por possuírem produtos químicos e componentes alergênicos (Melo; Rosvailer; Carvalho, 2020).

5. 2.3.1 Hidratante

Segundo os estudos de Carvalho et al. (2021), os hidratantes agem na pele, melhorando o ressecamento, prurido e barreira cutânea. Podem ser compostos por substâncias emolientes, que preenchem os espaços entre os corneócitos, umectantes, que conservam água na camada córnea e oclusivas, que promove a restauração da barreira cutânea. Para prescrição na pediatria, deve-se observar a textura (loção, pomada e creme), fragrâncias, conservantes, substâncias sensibilizantes e custo.

Os produtos utilizados em crianças devem ser liberados para essa faixa etária. Para crianças com dermatite atópica, os hidratantes com ceramidas, glicerina, ácidos graxos e éteres de colesterol são os mais indicados por ajudar na restauração da barreira cutânea. Exemplos de Hidratantes com glicerina/ aveia: Aveeno® loção; Neutrogena® body care pele extrasseca; Exemplos de Hidratantes com ceramida, colesterol, ácidos graxos, fosfolipídeos e manteiga de Karité: Atoderm® creme/baume; CeraVe® creme/loção; Cetaphil® Advanced; Exemplos de Hidratantes com ureia: Dardia® loção/pomada 5% ureia micronizada; Dermovance® (Carvalho et al., 2017).

Alternativas para o tratamento da agudização dos casos graves de dermatite atópica são as técnica “Wet wrap” e “Soak and Smear”. Wet Wrap consiste na aplicação de duas camadas de bandagens ou dois pijamas de algodão. O primeiro deve ser molhado com água morna e torcido e o segundo deve ser seco. Além disso, o paciente deve passar uma grande quantidade de hidratante nas áreas com eczemas. Devem ser mantidas de 2 a 12 horas. Com essa técnica, há o resfriamento da pele, hidratação e obstrução da área afetada, aumentando a absorção do hidratante. Já a técnica “Soak e Smear” é mais simples e caracteriza-se pela aplicação de creme hidratante na pele molhada após o banho. O paciente deve tomar banho em água morna por 10 a 20 minutos, aplicar o hidratante e vestir o pijama sem se enxugar. Esse método possibilita o aprisionamento da água absorvida pelo estrato córneo durante o banho prolongado (Becker- Andrade; Yang, 2018). 

5. 2.3.2 Protetor solar 

O consenso brasileiro de fotoproteção traz dados que demonstram a importância do uso de protetor solar na infância. Apesar de menos de 25% da R-UV ser recebida até os 18 anos, o uso de protetor solar nesse faixa diminui 78% do risco de câncer de pele durante da vida, pois, na infância, tem-se o maior número de queimaduras solar, fator de risco importante para o desenvolvimento de câncer cutâneo (Schalka et al., 2014). 

Para os lactentes de até 6 meses, não é recomendado o uso de filtro solar. Já para lactentes de 6 meses a 2 anos, pode-se utilizar protetor solar 100% físicos, como o óxido de zinco e dióxido de titânio, que não possuem irritantes nem sensibilizantes.  Para crianças maiores de 2 anos, recomenda-se protetores solares com mistura de filtro químico e físico, porém possuem um maior risco de dermatite de contato. Para proteção efetiva, devem ser aplicados 1/2 colher de chá em cada membro superior e no rosto e uma colher de chá em cada membro inferior, costas e tronco. Além disso, devem ser aplicados 30 minutos antes da exposição solar e a cada 2 horas (Carvalho et al., 2017).

Para crianças de 6 meses a 2 anos, tem-se os exemplos Protetor Solar Físico Mineral Verdi Natural Bebê e Criança, Protetor Solar Ollie Infantil em Bastão Mineral Fps 80, Protetor Solar Facial Biore UV Kids Pure Milk. Para maiores de 2 anos, protetor solar infantil Lá Roche Posay FPS 60, Protetor solar infantil em Spray Avene FPS 50, Protetor solar infantil Sundown Kids FPS 60.

5. 2.3.3 Repelente

Segundo Carvalho et al. (2020), os repelentes tópicos podem ser usados em crianças acima de 6 meses, com uma aplicação ao dia. A partir de 1 ano podem ser aplicados 2 vezes ao dia. Os repelentes possuem alguns compostos que não podem ser utilizados em certas faixas etárias. Nesse contexto, lactentes de 3 meses podem usar repelentes com icaridina 10% ( ex.:Off baby e  Exposis bebê). Lactentes a partir de 6 meses a 2 anos também podem usar repelentes que possuam IR3535 (ex.: Johnson’s® Repelente Loção Antimosquito). Crianças a partir de 2 anos podem usar repelentes que possuam IR3535, Icaridina 20 a 25% (ex.: Exposis® Infantil spray), DEET infantil 6 a 9% (ex.: OFF® Kids loção).

O “guia prático: dermatopediatria” produzido a partir deste trabalho contém características das dermatoses mais prevalentes em pediatria e as prescrições mais usuais, especificando apresentação, esquema posológico, indicações e contra indicações. O conteúdo está disponível através do link que pode ser acessado pelo computador e pelo smartphone, disponibilizado no apêndice.

 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dessa forma, conclui-se que determinadas patologias dermatológicas têm apresentações diferentes em crianças e outras afetam, principalmente, esse público, como o impetigo, pediculose, dermatite atópica e escabiose. Essa faixa etária, prevalente em queixas dermatológicas, necessita de enfoque no estudo das medicações que tratam essas patologias, já que possui particularidades anatômicas, fisiológicas e socioemocionais que afetam a administração, absorção, distribuição e excreção. Nesse contexto, torna-se importante conhecer as particularidades dos fármacos mais prescritos em dermatologia pediátrica, a fim de adequar, a cada faixa etária, a via de administração, a forma farmacêutica e o esquema posológico para que haja maior segurança, aceitação e comodidade dos pacientes. 

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALTER, Sherman J. et al. Common child and adolescent cutaneous infestations and fungal infections. Current problems in pediatric and adolescent health care, 2018.

ANDREOLA, Gabriel et al. Perfil das dermatoses em uma clínica de especialidades pediátricas no Sul do Brasil. Jornal Paranaense de Pediatria. 2016.

AIRES, Suzana. Diagnóstico Diferencial entre Dermatoses e Alergia: Abordagem Prática. Sociedade Brasileira de Pediatria- SBP. Departamento Científico de Alergia e Imunologia, 2015

Albentel (Albendazol). Andreia Cavalcante Silva. Anápolis: Laboratório Teuto Brasileiro S.A., 2024. Bula do medicamento.

Allegra (Cloridrato de fexofenadina). Ricardo Jonsson. Suzano: Sanofi Medley Farmacêutica Ltda., 2023. Bula de medicamento.

ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANTÁRIA. Resolução da diretoria colegiada – RDC N° 15, DE 27 DE ABRIL DE 2015. DISPONÍVEL EM: < https://www.gov.br/anvisa/ptbr/setorregulado/regularizacao/cosmeticos/cosmeticos/rotulagem/arquivos/4807json-file-1>. ACESSADO EM: 20 DE JUNHO DE 2024.

AZULAY, Rubem.; AZULAY, David.; ABULAFIA, Luna. Dermatologia. 7a edição. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2017.

Bactroban (Mupirocina). Ana Carolina Carotta Anacleto. Rio de Janeiro: GlaxoSmithKline Brasil Ltda, 2023. Bula do medicamento.

BERNARDO, Ana Flávia Cunha; SANTOS, Kamila dos; SILVA, Débora Parreiras da. Pele: alterações anatômicas e fisiológicas do nascimento à maturidade. Revista Saúde em foco, v. 1, n. 11, p. 1221-1233, 2019.

BECKER-ANDRADE, Ana Laura Mendes; YANG, Ariana Campos. Efetividade das técnicas de restauração de barreira cutânea” Wet Wraps” e” Soak and Smear” na dermatite atópica grave: relato de caso e revisão da literatura. Arq. Asma, Alerg. Imunol, p. 373-378, 2018.

Betnovate (Valerato de Betametasona). Ana Carolina Carotta Anacleto. Rio de Janeiro: GlaxoSmithKline Brasil Ltda., 2023. Bula do medicamento.

BRINDLE, Richard et al. Assessment of antibiotic treatment of cellulitis and erysipelas: a systematic review and meta-analysis. JAMA dermatology, v. 155, n. 9, p. 1033-1040, 2019.

Canesten (Clotrimazol). Dirce Eiko Mimura. São Paulo: Bayer S.A., 2020. Bula do medicamento.

 Canditrat (Nistatina). Andreia Cavalcante Silva. Anápolis: Laboratório Teuto Brasileiro S.A., 2022. Bula do medicamento

CAMPOS, Lívia Rezende Miranda et al. A revisão bibliográfica e a pesquisa bibliográfica numa abordagem qualitativa. Cadernos da FUCAMP, v. 22, n. 57, 2023.

CARDOSO, Alberto Eduardo Cox et al. Atualização em dermatoses parasitárias. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 95, n. 1, p. 1-14, 2020.

CARVALHO, Vânia Oliveira et al. Atualização sobre os cuidados com a pele do recém-nascido. Sociedade Brasileira de Pediatria. Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamentos Científicos de Dermatologia e Neonatologia, v. 11, p. 1-12, 2021.

CARVALHO, Vânia Oliveira et al. Guia de fotoproteção na criança e adolescente. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Pediatria, 2017.

CARVALHO, Vânia Oliveira et al. Guia prático de atualização em dermatite atópica-Parte II: abordagem terapêutica. Posicionamento conjunto da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia e da Sociedade Brasileira de Pediatria. Arq. Asma, Alerg. Imunol, p. 157-182, 2017.

CARVALHO, Vânia Oliveira et al. Repelentes e outras medidas protetoras contra insetos na infância. Sociedade Brasileira de Pediatria. 2020.

Cetoconazol (Shampoo). José Carlos Módolo. São Paulo: Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda., 2016. Bula do medicamento.

Clavulin (Amoxicilina + clavulanato de potássio). Lydia Christina Calcanho Leite. Rio de Janeiro: GlaxoSmithKline Brasil Ltda., 2022. Bula do medicamento.

Claritin (Loratadina). Mimura , Dirce Eiko. São Paulo: Bayer S.A., 2021. Bula do medicamento.

Cortisonal (Acetato de hidrocortisona). Florentino de Jesus Krencas. Garulhos: União Química Farmacêutica Nacional S/A., 2024. Bula do medicamento.

COSTA, Jheenifer Larane Souza; ALCANTARA, Marcela Bianca; DE SOUZA GARCIA, Poliana. Cosmético infantil: uma pesquisa sobre os riscos e tendências. Repositório Institucional Unicambury, v. 1, n. 1, 2018.

DE MEDEIROS, Marina dos Santos Garruti; GARRUTI, Debora dos Santos. Estudos de palatabilidade de medicamentos: análise sensorial e aceitabilidade de formulações pediátricas. 2018. Visa em debate; 6(2): 44-53, maio 2018.

DE OLIVEIRA MUSSEL, Jéssica et al. Medicamentos inovadores para a pediatria: uma revisão da literatura. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 7, p. 69403-69423, 2021.

DOS ANJOS MEDEIROS, Iris Anunciação; OLIVEIRA, Fernando Sousa. Farmacoterapia pediátrica: as particularidades da utilização de fármacos em pediatria. Revista saúde e ciência, 2020.

Desalex (Desloratadina). Borgheti, Marcos C.. Campinas: Organon Farmacêutica Ltda, 2022. Bula de medicamento.

Desonol (Desonida). Mallmann, G. São Paulo: Sanofi Medley Farmacêutica Ltda, 2021. Bula do medicamento.

Dexason (Acetato de dexametasona). Andreia Cavalcante Silva. Anápolis: Laboratório Teuto Brasileiro S.A., 2022. Bula do medicamento.

Elidel (Pimecrolimo). Marcia Yoshie Hacimoto. Campos dos Goytacazes: Viatris Farmacêutica do Brasil Ltda.; 2024. Bula do medicamento.

 EMYINUMARU, Fernanda et al. Perfil e adequação do uso de antibacterianos em crianças internadas em hospital geral no sul do Brasil. Revista Paulista de Pediatria, v. 37, p. 27-33, 2018.

FERGUSON, Leila; FULLER, Claire. Spectrum and burden of dermatophytes in children. Journal of Infection, v. 74, p. S54-S60, 2017.

FERREIRA, Iago Gonçalves et al. Dermatologia hospitalar: análise de consultas dermatológicas em hospital universitário terciário. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 98, n. 5, p. 620-634, 2023.

FERNANDES, Juliana Dumêt; MACHADO, Maria Cecília Rivitti; OLIVEIRA, Zilda Najjar Prado de. Prevenção e cuidados com a pele da criança e do recém-nascido. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 86, p. 102-110, 2011.

FURP-Cefalexina (Cefalexina). Gidel Soares. São Paulo: Fundação para o Remédio Popular – FURP, 2021. Bula do medicamento.

GALLI, Luisa et al. Common community-acquired bacterial skin and soft-tissue infections in children: an intersociety consensus on impetigo, abscess, and cellulitis treatment. Clinical therapeutics, v. 41, n. 3, p. 532-551. e17, 2019.

GUILHERME, Alysson Quitério et al. Abordagem da dermatite atópica na infância pelo Médico de Família e Comunidade. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, v. 9, n. 31, p. 159-168, 2014.

HAWKINS, Danielle; SMIDT, Aimee. Superficial Fungal Infections in Children. Pediatric Clinics of North America, v. 61, n. 2, p. 443-455, 2014.

Histamin (Maleato de dexclorfeniramina). Raquel Letícia Correia Borges. Goiás: Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.A., 2021. Bula do medicamento.

KELTRINA PLUS (Permetrina). Simone Borille. Rio Grande do Sul: Multilab Ind. e Com. de Prod. Farm. Ltda., 2021. Bula do medicamento.

KEFLEX (Cefalexina). Juliana Vescovi de Freitas Aguiar. Colatina: Laboratórios Bagó do Brasil S.A., 2020. Bula do medicamento.

 METICORTEN (Prednisona). Marcos C. Borgheti. Campinas: Organon Farmacêutica Ltda., 2021. Bula do medicamento.

MIOTTO, Isadora Zago et al. Pediatric dermatoses pattern at a Brazilian reference center. Jornal de Pediatria, v. 97, p. 211-218, 2021.

MOREIRA, Miguel; SARRAGUÇA, Mafalda.. How can oral paediatric formulations be improved? A challenge for the XXI century. International Journal of Pharmaceutics, Portugal, v. 590, n. 119905, p. 9, 2020.

MURAHOVSCHI, Jayme; CESTARI, Silmara. Abordagem contemporânea dos cuidados com a pele infantil e fisiologia da pele infantil. Editora Limay, 2015.

NOVOCILIN. Gabriela Mallmann. São Paulo: Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A., 2024. Bula de medicamento.

PAPPAS, Peter G. et al. Clinical practice guideline for the management of candidiasis: 2016 update by the Infectious Diseases Society of America. Clinical infectious diseases, v. 62, n. 4, p. e1-e50, 2016.

PELLETIER, Janice L.; PEREZ, Caroline; JACOB, Sharon E. Contact dermatitis in pediatrics. Pediatric Annals, v. 45, n. 8, p. e287-e292, 2016.

Pereira, Nathalia et al. Doenças dermatológicas e fatores de risco associados em crianças do Norte do Brasil: uma atualização entre 2014-2019. 2021.

Polaramine (Maleato de dexclorfeniramina). Luciana Lopes da Costa. Goiás: Cosmed Indústria de Cosméticos e Medicamentos S.A., 2021. Bula do medicamento.

Protopic (Tacrolimo). Patricia Raci Dias. São Paulo: Leo Pharma Ltda., 2019. Bula do medicamento.

Revectina (Ivermectina). Marcia C. Corrêa Gomes. São Paulo: Abbott Laboratórios do Brasil Ltda., 2023. Bula do medicamento..

SABATÉ, Laia Robert et al. Uso seguro de medicamentos tópicos I: corticosteroides. FMC-Formación Médica Continuada en Atención Primaria, v. 29, n. 2, p. 94-100, 2022.

SCHALKA, Sérgio et al. Consenso brasileiro de fotoproteção. Anais Brasileiro de Dermatologia, v. 89, n. 6, p. 75, 2014.

SINOT (Amoxicilina). Ivanete A. Dias Assi. São Paulo: Eurofarma Laboratórios S.A., 2021. Bula do medicamento.

TAYLOR, M. ‘Sephora kids’ and the booming business of beauty products for children. British Broadcasting Corporation – BBC, 22 january 2024. Disponível em https://www.bbc.com/worklife/article/20240119-sephora-kids-and-the-booming-business-of-beauty-products-for-children. Acesso em: 20 de AGOSTO DE 2024

TAVARES, Lucas Campos Prudente; CAETANO, Lívia de Vasconcelos Nasser; IANHEZ, Mayra. Efeitos adversos da corticoterapia sistêmica crônica: o que o dermatologista deve saber. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 99, n. 2, p. 259-268, 2024.

Thiaben (Tiabendazol). Claudio Roberto Mataruco. São Paulo: UCI-Farma Indústria Farmacêutica Ltda., 2017. Bula do medicamento.

TRATADO DE PEDIATRIA: Sociedade Brasileira de Pediatria, 5a edição, Barueri, SP: Manole, 2022.

VERUTEX (Ácido Fusídico). Patricia Racy Dias. São Paulo: Leo Pharma Ltda, 2023. Bula do medicamento.

8 APÊNDICE

MANUAL EM DERMATOPEDIATRIA: https://drive.google.com/file/d/1uHpLcxxKzy-ZAP9ZKgDuHiOgLtiOtfGK/view?usp=sharing


1Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar)
2Médica Dermatologista pela Universidade Federal do Piauí (UFPI)
3Docente do Curso Superior de Medicina da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar)