ENFOQUE EN LA PARADA CARDIORRESPIRATORIA: INTERVENCIONES Y PRONÓSTICOS
APPROACH TO CARDIAC ARREST: INTERVENTIONS AND PROGNOSTICS
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411131241
Cristopher Jean da Silva Lopes1
Maria Carolina de Almeida Santos2
Natalia Neves Aranha3
Isabela Santos Santiago4
Pedro Henrique Rangel Gandra5
Dãlays Ferreira da Silva6
Manuela Reinert Korsic7
Paola Rodrigues De Figueredo Anastasio8
Resumo: A ressuscitação cardiopulmonar (RCP) é uma intervenção crítica para aumentar a sobrevida em casos de parada cardiorrespiratória (PCR). Este estudo tem como objetivo revisar a literatura sobre intervenções e desfechos associados à RCP, a fim de identificar os fatores que influenciam na eficácia da técnica. A metodologia incluiu uma revisão integrativa nas bases de dados PubMed e Scielo, selecionando estudos publicados entre 2015 e 2023. Os resultados apontam que a qualidade da compressão torácica e o tempo até a intervenção são determinantes para a recuperação do paciente. Concluímos que intervenções rápidas e técnicas adequadas são essenciais para maximizar a chance de sobrevivência em PCR.
Palavras-chave: Ressuscitação cardiopulmonar, parada cardiorrespiratória, compressão torácica, sobrevida.
Abstract: Cardiopulmonary resuscitation (CPR) is a critical intervention to improve survival rates in cases of cardiac arrest. This study aims to review the literature on CPR interventions and outcomes to identify factors influencing the effectiveness of the technique. The methodology included an integrative review of PubMed and Scielo databases, selecting studies published between 2015 and 2023. Results indicate that chest compression quality and time to intervention are key determinants for patient recovery. We conclude that prompt interventions and proper techniques are essential to maximize survival chances in cardiac arrest.
Keywords: Cardiopulmonary resuscitation, cardiac arrest, chest compression, survival.
Resumen: La resucitación cardiopulmonar (RCP) es una intervención crucial para mejorar las tasas de supervivencia en casos de paro cardiorrespiratorio (PCR). Este estudio tiene como objetivo revisar la literatura sobre intervenciones y resultados relacionados con la RCP, para identificar los factores que influyen en la efectividad de la técnica. La metodología incluyó una revisión integrativa en las bases de datos PubMed y Scielo, seleccionando estudios publicados entre 2015 y 2023. Los resultados indican que la calidad de la compresión torácica y el tiempo hasta la intervención son determinantes para la recuperación del paciente. Concluimos que intervenciones rápidas y técnicas adecuadas son esenciales para maximizar la posibilidad de supervivencia en PCR.
Palabras clave: Resucitación cardiopulmonar, paro cardiorrespiratorio, compresión torácica, supervivencia
Introdução
A parada cardiorrespiratória (PCR) é uma condição clínica crítica que se caracteriza pela interrupção súbita das funções cardíaca e respiratória, resultando em colapso circulatório e falta de oxigenação dos tecidos. Essa condição é considerada uma emergência médica extrema e, sem intervenção imediata, pode levar à morte em poucos minutos (Silva et al., 2019; , Ferreira et al., 2013).
A rápida identificação e o manejo adequado da PCR são fundamentais para aumentar as chances de sobrevivência e minimizar sequelas neurológicas, especialmente em ambientes hospitalares e pré-hospitalares (Ferreira et al., 2021; , Campanharo et al., 2015).
A sobrevivência à PCR é influenciada por diversos fatores, incluindo o tempo de resposta das equipes de emergência, a qualidade das manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e o acesso ao suporte avançado de vida (Alves et al., 2013; , Nacer et al., 2023). Os protocolos de RCP e o uso de desfibriladores automáticos externos (DAE) têm sido amplamente difundidos em programas de treinamento para profissionais de saúde e leigos, com o objetivo de melhorar a resposta a situações de PCR (Ferreira et al., 2021; , Pereira et al., 2021). A utilização do DAE é especialmente crucial, pois estudos demonstram que a desfibrilação precoce pode aumentar significativamente as taxas de sobrevivência em pacientes com PCR, especialmente quando a equipe especializada ainda não está presente no local (Ferreira et al., 2021; , Carvalho et al., 2021).
A literatura também aponta que a educação e o treinamento contínuo são essenciais para garantir que tanto profissionais de saúde quanto leigos estejam preparados para agir de forma eficaz em situações de emergência (Alves et al., 2013; , Boaventura & aMiyadahira, 2012). Além disso, a pesquisa sobre a PCR revela que a sobrevivência e a recuperação neurológica dos pacientes dependem de uma série de fatores prognósticos.
Estudos realizados no Brasil identificaram que um bom prognóstico neurológico está associado à ausência de doenças prévias, à presença de fibrilação ventricular como ritmo inicial e à realização de manobras de RCP e desfibrilação antes da chegada de unidades de suporte avançado (Campanharo et al., 2015; , Nacer et al., 2023). A literatura também enfatiza a importância do treinamento em RCP, não apenas para profissionais de saúde, mas também para a população em geral, uma vez que a assistência prestada por leigos pode ser determinante para a sobrevivência das vítimas de PCR (Pereira et al., 2021; , Neto et al., 2023).
A implementação de programas de capacitação em RCP, como os realizados em universidades, tem se mostrado eficaz na preparação de estudantes e profissionais para atuar em situações de emergência (Boaventura & Miyadahira, 2012). Além disso, a pesquisa destaca a importância do conhecimento e da habilidade dos profissionais de saúde, especialmente enfermeiros, que muitas vezes são os primeiros a responder a uma PCR em ambiente hospitalar (Passarini et al., 2021; , Araújo, 2023).
A análise dos desfechos após a PCR, tanto em ambientes hospitalares quanto extra-hospitalares, revela que a sobrevivência é significativamente afetada por fatores como o tempo de resposta e a qualidade das manobras de ressuscitação (Nacer et al., 2023; , Carvalho et al., 2021). Estudos indicam que a implementação de protocolos de atendimento e a educação contínua são essenciais para melhorar os resultados (Alves et al., 2013; , Pereira et al., 2021).
Diante da relevância do tema, o presente estudo tem como objetivo realizar uma revisão integrativa sobre a abordagem da parada cardiorrespiratória, explorando estratégias de intervenção, fatores prognósticos e os principais desafios na implementação de protocolos eficazes de RCP. Pretende-se ainda identificar lacunas na literatura e oportunidades de aprimoramento das práticas clínicas, visando contribuir para uma maior taxa de sucesso na recuperação de pacientes que sofreram PCR.
Metodologia
Esta revisão integrativa foi conduzida com o objetivo de reunir, analisar e sintetizar evidências sobre a parada cardiorrespiratória (PCR), suas intervenções e prognósticos, proporcionando uma visão abrangente das práticas atuais e dos desafios enfrentados na assistência a pacientes em PCR. Para garantir a qualidade e abrangência do estudo, seguiram-se as seguintes etapas: definição da questão de pesquisa, seleção das bases de dados, critérios de inclusão e exclusão, procedimentos de coleta de dados, análise e síntese das informações.
Questão de Pesquisa
A questão norteadora desta revisão foi: Quais as principais estratégias e fatores que influenciam o desfecho de pacientes após uma parada cardiorrespiratória?
Estratégia de Busca e Bases de Dados
A busca foi realizada nas seguintes bases de dados: PubMed, Scielo, LILACS e Web of Science, utilizando descritores controlados e termos livres combinados com operadores booleanos:
- “Cardiac Arrest” OR “Parada Cardiorrespiratória” AND “Resuscitation” AND “Survival”
- “CPR” OR “RCP” AND “Prognosis” AND “Treatment Outcomes”
A pesquisa abrangeu artigos publicados entre 2013 e 2023, visando obter um panorama atualizado sobre o tema.
Critérios de Inclusão e Exclusão
- Inclusão:
- Artigos originais, revisões sistemáticas e estudos clínicos sobre PCR.
- Publicações em português, inglês ou espanhol.
- Estudos que abordem intervenções, protocolos e prognósticos relacionados à PCR.
- Exclusão:
- Estudos duplicados entre diferentes bases de dados.
- Artigos que não apresentem resultados aplicáveis ao contexto clínico.
- Trabalhos com foco exclusivamente pediátrico ou veterinário.
Metodologia
Este estudo utilizou uma revisão integrativa com o objetivo de sintetizar as evidências disponíveis sobre os fatores determinantes para a eficácia da ressuscitação cardiopulmonar (RCP) em casos de parada cardiorrespiratória (PCR). Foram seguidos os critérios metodológicos estabelecidos para revisões integrativas, buscando garantir rigor e transparência.
Questão de Pesquisa
A questão norteadora foi: Quais são os fatores determinantes para a eficácia da ressuscitação cardiopulmonar em casos de parada cardiorrespiratória?
Critérios de Inclusão e Exclusão
- Critérios de Inclusão: Incluíram-se estudos publicados entre 2015 e 2023, nas línguas portuguesa e inglesa, abordando variáveis associadas à eficácia da RCP, como qualidade das compressões torácicas, tempo de resposta e taxa de sobrevivência.
- Critérios de Exclusão: Excluíram-se revisões narrativas, artigos de opinião, estudos de caso e publicações fora do período e idiomas selecionados.
Fontes de Dados e Bases Consultadas
Para a busca e coleta de dados, foram utilizadas as bases de dados eletrônicas PubMed e SciELO. A escolha dessas bases visa acessar publicações de alta qualidade e relevância nas áreas de saúde e medicina de emergência.
Estratégia de Busca
Para garantir a abrangência e precisão na recuperação dos estudos, empregou-se uma combinação de descritores em inglês e português com o uso de operadores booleanos. Abaixo está o detalhamento da estratégia de busca para cada base de dados:
- PubMed:
- “cardiopulmonary resuscitation” AND “cardiac arrest” AND “survival rate” AND “chest compression quality”.
- “resuscitation” AND “time of response” AND “emergency care”.
- “CPR” AND “effectiveness” AND “response time” AND “survival outcomes”.
- SciELO:
- “ressuscitação cardiopulmonar” AND “parada cardiorrespiratória” AND “taxa de sobrevivência” AND “qualidade da compressão torácica”.
- “tempo de resposta” AND “eficácia da RCP” AND “cuidados de emergência”.
Seleção dos Estudos
A seleção dos estudos foi realizada em três etapas:
- Triagem Inicial: Após a aplicação dos filtros de ano e idioma, foram selecionados os títulos e resumos que abordassem a temática da pesquisa.
- Leitura Completa: Em seguida, foram analisados integralmente os estudos que passaram pela triagem inicial.
- Seleção Final: Os artigos que cumpriram todos os critérios de inclusão foram selecionados para a análise.
6. Extração e Síntese dos Dados
A partir dos estudos incluídos, foram extraídos dados como autoria, ano de publicação, país, metodologia utilizada, variáveis analisadas e principais achados. A síntese dos dados foi feita de forma narrativa, agrupando fatores como a importância da qualidade das compressões e a rapidez na intervenção, além dos desfechos de sobrevivência.
Análise e Interpretação dos Dados
Os dados extraídos foram analisados comparativamente, destacando as melhores práticas e identificando padrões nos fatores que influenciam a eficácia da RCP. A análise focou em identificar a consistência dos resultados sobre a importância da qualidade das compressões torácicas e da rapidez na resposta como elementos críticos para a sobrevivência pós-PCR.
Este processo metodológico assegurou a validade e a confiabilidade dos dados obtidos, oferecendo uma visão abrangente e fundamentada dos fatores que impactam positivamente a eficácia da RCP em cenários de emergência.
Resultados
A presente revisão integrativa incluiu 10 que investigaram intervenções, fatores prognósticos e desfechos em pacientes submetidos à ressuscitação cardiopulmonar (RCP) em diferentes contextos. As características dos estudos selecionados, como autor, ano, objetivo, população, desfechos avaliados, intervenções aplicadas, tipo de estudo e grau de evidência, estão detalhadas na Tabela 1.
Tabela 1: Síntese dos Estudos Selecionados sobre Intervenções e Desfechos na Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP). Fonte, autoral 2024
Autor | Ano | Objetivo | População | Desfecho | Intervenção | Tipo de Estudo | Grau de Evidência |
Huang et al. | 2020 | Analisar fatores prognósticos modificáveis em PCR fora do hospital | Pacientes com PCR fora do hospital | Taxa de sobrevivência | Intervenções pré-hospitalares | Observacional | II |
Huang et al. | 2021 | Investigar a relação entre fatores prognósticos e desfechos em diferentes faixas etárias | Pacientes com PCR fora do hospital | Taxa de sobrevivência | Intervenções pré-hospitalares | Observacional | II |
Kedan et al. | 2020 | Avaliar o valor prognóstico do ultrassom durante a RCP | Pacientes em PCR | Retorno da circulação espontânea (ROSC) | Uso de ultrassom durante a RCP | Revisão sistemática | I |
Sterie | 2023 | Analisar a percepção de pacientes e médicos sobre prognósticos de RCP | Pacientes e médicos | Compreensão do prognóstico | Discussões sobre prognóstico | Qualitativo | III |
Liu et al. | 2020 | Investigar o efeito da anticoagulação profilática na RCP | Ratos em modelo de PCR | Sobrevivência e dano cerebral | Anticoagulação com heparina | Experimental | I |
Gravesteijn et al. | 2020 | Avaliar o desfecho neurológico após RCP extracorpórea | Pacientes com PCR intra-hospitalar | Resultado neurológico | RCP extracorpórea | Revisão sistemática | I |
Ding et al. | 2022 | Estudar a epidemiologia da PCR e os desfechos em UTI pediátrica | Crianças em UTI | Resultado neurológico | Intervenções de RCP em UTI | Coorte prospectivo | II |
Wong et al. | 2023 | Avaliar o impacto do aconselhamento pós-despacho na RCP realizada por leigos | Bystanders em PCR fora do hospital | Taxa de sobrevivência | Aconselhamento pós-despacho | Observacional | II |
Torres et al. | 2020 | Analisar o valor prognóstico da análise de sangue venoso no início da RCP | Pacientes com PCR fora do hospital | ROSC e desfecho neurológico | Análise de sangue venoso | Observacional | II |
A revisão revelou evidências consistentes sobre a importância das intervenções precoces e de alta qualidade durante a RCP, destacando-se os seguintes fatores:
- Desfibrilação Precoce e Qualidade das Compressões: Estudos indicam que a desfibrilação precoce, associada a compressões torácicas de alta qualidade, é crucial para melhorar a taxa de sobrevivência e o desfecho neurológico, especialmente em paradas cardiorrespiratórias ocorridas fora do ambiente hospitalar (Huang et al., 2020; Wong et al., 2023).
- Treinamento de Leigos e Aconselhamento Pós-Despacho: Estudos como o de Wong et al. (2023) destacam que o aconselhamento pós-despacho, direcionado a leigos, aumenta significativamente as chances de ROSC, sublinhando a necessidade de ampliar o treinamento de primeiros socorros para a população em geral.
- Ferramentas Diagnósticas e Tecnologias Avançadas: O uso de ultrassonografia durante a RCP, abordado por Kedan et al. (2020), é descrito como uma prática potencialmente útil para guiar a ressuscitação e prever desfechos. Além disso, técnicas inovadoras, como a RCP extracorpórea, mostraram potencial em casos específicos de PCR intra-hospitalar, conforme descrito por Gravesteijn et al. (2020).
- Limitações no Contexto de Baixa e Média Renda: Observou-se uma disparidade importante nos recursos e na qualidade da RCP em regiões de baixa e média renda. Nessas áreas, a falta de desfibriladores e o treinamento limitado comprometem a implementação de protocolos eficazes, conforme sugerido por Liu et al. (2020) e Ding et al. (2022).
- Intervenções Farmacológicas Experimentais: A revisão também identificou estudos experimentais, como o de Liu et al. (2020), que investigam o papel da anticoagulação profilática em modelos animais, apontando para a necessidade de mais estudos clínicos para avaliar a viabilidade dessas intervenções em humanos.
Os achados desta revisão integrativa mostram que, apesar de avanços significativos na compreensão e manejo da PCR, a implementação de práticas efetivas ainda é limitada em muitos contextos, especialmente em países com menores recursos. Fatores como a capacitação de profissionais de saúde, o acesso a tecnologias adequadas e a conscientização pública sobre o suporte básico de vida emergem como pontos centrais para a melhoria dos desfechos.
Esses resultados destacam a importância de políticas públicas voltadas para a ampliação do acesso a dispositivos de desfibrilação e treinamento contínuo em suporte avançado de vida, com o objetivo de uniformizar as práticas de ressuscitação e garantir um atendimento mais eficaz em casos de PCR.
Discussão
A discussão sobre a parada cardiorrespiratória (PCR) e suas implicações clínicas é multifacetada, envolvendo aspectos que vão desde a etiologia até as intervenções terapêuticas e prognósticos. A PCR pode ser desencadeada por uma variedade de fatores, sendo as causas cardíacas e respiratórias as mais prevalentes. Estudos indicam que a insuficiência respiratória é responsável por uma proporção significativa de casos de PCR, variando entre 15% a 40% em ambientes hospitalares Andersen et al. (2019).
Isso destaca a importância de um manejo adequado das condições respiratórias, que podem preceder a parada cardíaca. A relação entre a bradicardia e a PCR é um aspecto que merece atenção. Pesquisas sugerem que a bradicardia no início de episódios de atividade elétrica sem pulso (PEA) pode estar associada a melhores desfechos de sobrevivência (Nguyen et al., 2020).
Isso implica que a identificação precoce de sinais de bradicardia pode ser crucial para a implementação de intervenções eficazes, como a ressuscitação cardiopulmonare a ventilação assistida. Além disso, a presença de arritmias, como a assistolia e o PEA, frequentemente indica um atraso na detecção da pulselessness, o que pode levar a um prognóstico desfavorável (Tran et al., 2016). Outro ponto relevante é a influência das condições subjacentes, como a hipoxemia e a hipoventilação, que são frequentemente observadas em pacientes com doenças respiratórias crônicas, como DPOC e pneumonia. Essas condições podem precipitar a PCR, tornando essencial um manejo proativo e preventivo (Choi et al., 2021).
A literatura também sugere que a abordagem de manejo das vias aéreas em situações de PCR com causa respiratória deve ser cuidadosamente considerada, uma vez que intervenções inadequadas podem resultar em desfechos adversos (“Association between prehospital airway management methods and neurologic outcome in out-of-hospital cardiac arrest with respiratory cause: a nationwide retrospective observational study”, 2021). Além disso, a pesquisa sobre a síndrome de Lance-Adams, que pode ocorrer após a PCR, revela que a avaliação neurológica e o monitoramento de marcadores bioquímicos são fundamentais para prever o desfecho dos pacientes (Malhotra & Mohinder, 2012). A identificação de fatores prognósticos, como a duração da parada e a qualidade das manobras de RCP, é essencial para otimizar as intervenções e melhorar as taxas de sobrevivência (Chaurasia, 2023).
Por fim, a implementação de protocolos de RCP e a educação contínua de profissionais de saúde e leigos são cruciais para aumentar as chances de sobrevivência em casos de PCR. A formação em manobras de RCP e o uso de desfibriladores automáticos externos (DAE) têm mostrado resultados positivos na melhoria das taxas de sobrevivência (Luu et al., 2021).
A integração de simulações de cenários de PCR em treinamentos pode também contribuir para a preparação adequada das equipes de emergência, permitindo uma resposta mais eficaz em situações críticas (Luu et al., 2021). Em suma, a discussão sobre a PCR deve considerar a complexidade das interações entre fatores cardíacos e respiratórios, a importância da identificação precoce de sinais de alerta, e a necessidade de intervenções bem coordenadas. A pesquisa contínua e a educação são fundamentais para melhorar os desfechos clínicos e a qualidade do atendimento em emergências.
Conclusão
A revisão integrativa revelou que a abordagem da parada cardiorrespiratória (PCR) é complexa e multifatorial, com diversas intervenções e variáveis que impactam o desfecho dos pacientes. A utilização precoce de desfibriladores automáticos externos (DAE), a realização de manobras de RCP de alta qualidade e a resposta rápida das equipes de emergência são fatores críticos que contribuem para a sobrevivência. No entanto, desafios persistem na implementação eficaz de protocolos, principalmente relacionados à capacitação das equipes e à disponibilidade de recursos.
Diante do exposto, recomenda-se a continuidade da formação e treinamento de profissionais da saúde e leigos, além de campanhas educativas direcionadas à população, para aumentar a conscientização sobre a importância da RCP e do uso do DAE. Novas pesquisas também são necessárias para explorar intervenções inovadoras e estratégias que possam otimizar os desfechos de pacientes em PCR, visando a redução da mortalidade e melhora na qualidade de vida dos sobreviventes.
Este artigo apresenta algumas limitações que devem ser consideradas ao interpretar os resultados. Primeiramente, a revisão integrativa incluiu apenas estudos publicados em língua inglesa e portuguesa, o que pode limitar a generalização dos achados para outras populações e contextos culturais. Em segundo lugar, as bases de dados utilizadas foram restritas, o que pode ter levado à exclusão de alguns estudos relevantes disponíveis em outras plataformas.
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6 Email: dalaysferreira2@gmail.com
Acadêmica de Medicina, Unoeste – Universidade do Oeste Paulista, Campus Guarujá/SP
7 Email: manuelareinertg@gmail.com
Acadêmica de Medicina, Unoeste – Universidade do Oeste Paulista, Campus Guarujá/SP
8 Email: paola.medicina19@gmail.com
Acadêmica de Medicina, Unoeste – Universidade do Oeste Paulista, Campus Guarujá/SP