AS ABORDAGENS MAIS EFICAZES PARA O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA DOR NEUROPÁTICA EM PACIENTES COM HANSENÍASE: REVISÃO INTEGRATIVA

THE MOST EFFECTIVE APPROACHES FOR THE DIAGNOSIS AND TREATMENT OF NEUROPATHIC PAIN IN LEPROSY PATIENTS: AN INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202411131048


Sara de Freitas Brito, Tainãn da Costa Ferreira1
Adriana Cavalcante de Macedo, Jefferson Hermann2


Resumo

Este trabalho aborda as complexidades envolvidas no diagnóstico e tratamento da hanseníase, com um foco especial na dor neuropática, uma das complicações mais severas associadas à doença. Embora os tratamentos convencionais baseados em antibióticos continuem sendo fundamentais para combater a infecção por Mycobacterium leprae, eles nem sempre são suficientes para mitigar a dor neuropática resultante dos danos aos nervos periféricos. A revisão destacou o potencial de tecnologias emergentes, como a terapia com células-tronco e a neuromodulação, que prometem avanços significativos no alívio dessa dor. No entanto, o tratamento eficaz da hanseníase enfrenta desafios substanciais, particularmente nos contextos de baixos recursos, onde o acesso limitado ao diagnóstico precoce e cuidados adequados exacerbam as dificuldades enfrentadas pelos pacientes. Este estudo sugere que a superação desses desafios requer uma estratégia integrada que combine melhorias no acesso ao tratamento, educação para profissionais de saúde e comunidades, e a adoção de inovações tecnológicas. Conclui-se que o combate efetivo à hanseníase não depende apenas de avanços médicos, mas também de esforços para garantir equidade no acesso à saúde e a eliminação do estigma associado à doença.

Palavras-chave: Hanseníase, Dor Neuropática, Tratamento, Acesso À Saúde.

1. INTRODUÇÃO

A dor neuropática em pacientes com hanseníase representa um dos maiores desafios no manejo clínico dessa doença, devido à complexidade na identificação correta dos sintomas e na escolha de uma abordagem terapêutica eficaz, dados epidemiológicos preconizam que 50% dos pacientes com hanseníase, desenvolvem neuropatia, podendo resultar em deformidades e incapacidade funcional em sua forma mais grave (WHO, 2020). A neuropatia da hanseníase é frequentemente debilitante, impactando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. A identificação precoce dos sinais de neuropatia e um tratamento adequado são essenciais para evitar danos irreversíveis e melhorar os resultados do tratamento. Isso destaca a importância de revisões abrangentes sobre as metodologias de diagnóstico e tratamento disponíveis e sua eficácia na prática clínica (ARCO et al., 2016).

A hanseníase, apesar de ser uma doença antiga e amplamente estudada, ainda apresenta desafios significativos no que tange ao manejo da dor neuropática, uma complicação comum entre os pacientes. Essa dor pode ser extremamente debilitante, afetando drasticamente a qualidade de vida. No entanto, as abordagens tradicionais para diagnóstico e tratamento muitas vezes falham em proporcionar alívio efetivo, levantando uma questão crucial: quais são as abordagens mais eficazes e inovadoras para diagnosticar e tratar a dor neuropática em pacientes com hanseníase, e como essas abordagens podem ser integradas na prática clínica atual?

A revisão integrativa proposta é justificada pela necessidade de se atualizar e sintetizar as informações sobre as abordagens mais eficazes no manejo da dor neuropática em pacientes com hanseníase. Isso é particularmente relevante, pois a dor neuropática é uma das sequelas mais graves da doença, podendo levar a incapacidades e a um impacto negativo significativo na qualidade de vida dos pacientes. O desenvolvimento de estratégias mais eficientes e a incorporação de novas tecnologias e tratamentos podem transformar significativamente o panorama atual, fornecendo bases sólidas para a prática médica e para políticas de saúde mais eficazes.

O objetivo geral desta revisão integrativa é avaliar as abordagens diagnósticas e terapêuticas mais eficazes para a dor neuropática em pacientes com hanseníase, explorando tanto métodos tradicionais quanto inovações recentes na área. Pretende-se identificar quais estratégias apresentam melhores resultados em termos de alívio da dor e melhoria da qualidade de vida, propondo uma síntese de evidências que possam orientar futuras práticas clínicas e decisões terapêuticas.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Fisiopatologia da dor neuropática associada à hanseníase.

A dor neuropática em pacientes com hanseníase é resultado de uma complexa interação entre a resposta imunológica do hospedeiro ao Mycobacterium leprae e os danos subsequentes aos nervos periféricos. Essa interação começa quando o patógeno invade as células de Schwann, que são responsáveis pela mielinização dos nervos periféricos. A desmielinização resultante, combinada com a resposta inflamatória induzida pelo sistema imunológico, leva à disfunção dos nervos e ao desenvolvimento de dor neuropática. Esses eventos patológicos são exacerbados pela natureza granulomatosa da resposta imune em casos de hanseníase multibacilar, onde a carga bacteriana é alta e a resposta imune é intensamente mediada por células (MARQUES JR e GARBINO, 2014).

À medida que a doença progride, o dano neural contínuo provoca alterações na condução nervosa, resultando em dor neuropática crônica, que é caracterizada por sensações de queimação, picadas e dormência. A dor pode ser intensificada pela reação imunológica conhecida como reação tipo 1 ou reação reversa, que é uma resposta aguda mediada por células T contra o Mycobacterium leprae. Essa reação leva a uma inflamação ainda maior dos nervos, exacerbando a dor e aumentando a dificuldade de tratamento da neuropatia na hanseníase. A gestão dessa dor é complicada pela necessidade de tratamento simultâneo da infecção bacteriana e da inflamação neuropática (DIAS et al., 2013).

Além dos aspectos biológicos, a dor neuropática na hanseníase também tem uma dimensão psicossocial significativa. Muitos pacientes experimentam estigmatização devido às manifestações visíveis da doença, como lesões na pele e deformidades, que podem agravar a experiência da dor através do estresse emocional e isolamento social. Esse aspecto da dor é frequentemente subestimado nos regimes de tratamento, que tendem a focar apenas nos aspectos físicos da neuropatia. Reconhecer e abordar os componentes emocionais e sociais da dor são cruciais para um manejo efetivo e holístico da condição (SILVA, 2019).

Portanto, é essencial que as abordagens de tratamento da dor neuropática na hanseníase considerem tanto as complexidades biológicas quanto as implicações psicossociais. O tratamento eficaz requer uma estratégia multidisciplinar que combine intervenções médicas, como a administração de medicamentos anti-inflamatórios e antibióticos, com suporte psicológico e social para ajudar a gerenciar o estigma e o isolamento associados à doença. A implementação de tais estratégias pode significativamente melhorar a qualidade de vida dos pacientes, minimizando a dor e suas consequências debilitantes (FREITAS et al., 2023).

2.2. Métodos diagnósticos para a detecção da neuropatia em pacientes com hanseníase.

A detecção precoce da neuropatia em pacientes com hanseníase é fundamental para prevenir danos permanentes nos nervos e sequelas incapacitantes associadas. Os métodos diagnósticos para essa condição devem ser sensíveis o suficiente para identificar alterações neurais mesmo nos estágios iniciais da doença. O exame clínico detalhado, que inclui a avaliação dos reflexos, da sensibilidade ao toque, à temperatura e à dor, é a primeira linha de diagnóstico. Estes exames são essenciais para mapear áreas de perda sensorial e motoras, que são indicativas de neuropatia hanseníase (DEL’ARCO et al., 2014).

Além dos exames clínicos, a eletroneuromiografia (ENMG) desempenha um papel crucial no diagnóstico da neuropatia hanseniana. A ENMG pode detectar anormalidades na condução nervosa que não são evidentes no exame clínico. Este teste é particularmente útil para avaliar a extensão e a gravidade do envolvimento nervoso, fornecendo dados quantitativos que são importantes para o planejamento terapêutico. A capacidade da ENMG de identificar a desmielinização e a axonopatia ajuda a diferenciar o tipo de lesão nervosa, o que é crítico para a escolha do tratamento apropriado (MARQUES JR e GARBINO, 2014).

O uso de técnicas de imagem, como a ultrassonografia de nervos periféricos e a ressonância magnética (RM), tem ganhado destaque nos últimos anos. Essas técnicas oferecem uma visão detalhada da estrutura dos nervos, permitindo identificar inflamações e outras alterações que não são detectadas por métodos mais convencionais. A ultrassonografia, em particular, é uma ferramenta valiosa para visualizar o engrossamento dos nervos, um dos sinais característicos da hanseníase. Essa capacidade de visualizar mudanças estruturais nos nervos em tempo real proporciona uma vantagem significativa na monitorização da resposta ao tratamento (DIAS et al., 2013).

A biópsia de nervo, embora seja um procedimento invasivo, ainda é utilizada em casos selecionados para confirmar o diagnóstico de neuropatia hanseniana. A análise histopatológica do tecido nervoso pode fornecer confirmação definitiva da presença do Mycobacterium leprae, além de avaliar o grau de dano nervoso. No entanto, devido ao seu caráter invasivo e ao risco de causar danos adicionais ao nervo, a biópsia é reservada para casos em que outros métodos diagnósticos não são conclusivos ou quando há suspeita de outras condições neuropáticas concomitantes (CAMPOS et al., 2023).

2.3. Tratamentos convencionais para a dor neuropática em hanseníase.

O tratamento da dor neuropática em pacientes com hanseníase tem se baseado em uma abordagem multimodal, que inclui tanto o tratamento medicamentoso quanto o suporte terapêutico adicional. O tratamento medicamentoso padrão geralmente começa com o uso de corticosteroides para reduzir a inflamação dos nervos afetados, o que pode ajudar a aliviar a dor e prevenir a progressão do dano neural. Estes são frequentemente utilizados especialmente em casos de reações neuríticas, que são muito comuns em pacientes com hanseníase. Os corticosteroides, por sua capacidade de suprimir a resposta imune, são eficazes em diminuir a severidade das reações imunológicas e, consequentemente, a dor associada (MARQUES JR e GARBINO, 2014).

Além dos corticosteroides, outros medicamentos utilizados incluem os anticonvulsivantes e os antidepressivos tricíclicos. Os anticonvulsivantes, como a gabapentina e a pregabalina, são usados devido à sua eficácia no controle de dores neuropáticas em diversas condições, não apenas em hanseníase. Eles atuam modulando os canais de cálcio nos nervos, o que pode ajudar a reduzir a transmissão de sinais de dor anormais ao cérebro. Por outro lado, os antidepressivos tricíclicos, como a amitriptilina, ajudam no manejo da dor por meio de seus efeitos sobre neurotransmissores como a serotonina e a noradrenalina, que são cruciais na modulação da sensação de dor (DEL’ARCO et al., 2014).

A terapia física também desempenha um papel vital no tratamento da dor neuropática em pacientes com hanseníase. Exercícios de fortalecimento, alongamentos e técnicas de relaxamento são implementados para melhorar a mobilidade e reduzir a dor. Estas intervenções ajudam a restaurar a função dos membros afetados e a prevenir deformidades adicionais, que podem exacerbá-la. Em alguns casos, a utilização de órteses pode ser recomendada para oferecer suporte e alívio, permitindo uma melhor qualidade de vida e maior independência nas atividades diárias (FREITAS et al., 2023).

Para os casos mais graves ou para aqueles que não respondem adequadamente ao tratamento farmacológico e à fisioterapia, técnicas mais invasivas, como as injeções de corticosteroides diretamente nas áreas afetadas, podem ser consideradas. Essas abordagens são reservadas para situações onde há uma necessidade clara de intervenção mais direta para alívio da dor. A escolha dessas técnicas depende de uma avaliação cuidadosa dos benefícios e riscos, bem como da condição geral do paciente e da progressão da neuropatia (DIAS et al., 2013).

2.4. Recursos terapêuticos no manejo da dor neuropática.

As abordagens inovadoras no tratamento da dor neuropática em pacientes com hanseníase estão se expandindo com o avanço das tecnologias médicas e a compreensão mais profunda dos mecanismos subjacentes à neuropatia. Uma dessas abordagens inovadoras inclui o uso da terapia com células-tronco, que tem mostrado potencial para regenerar nervos danificados e reduzir a inflamação neuropática. Essa técnica, ainda em estágios iniciais de pesquisa, promete um novo horizonte no tratamento da dor neuropática ao potencializar a capacidade natural do corpo de reparar tecidos nervosos lesionados. Estudos preliminares indicam que as células-tronco podem diferenciar-se em células de Schwann, que são essenciais na regeneração da bainha de mielina dos nervos periféricos, potencialmente revertendo os efeitos da neuropatia (DEL’ARCO et al., 2014).

O ultrassom terapêutico tem sido progressivamente reconhecido como uma modalidade eficaz no tratamento de condições de dor neuropática, incluindo aquelas associadas à hanseníase. Esta tecnologia utiliza ondas sonoras de alta frequência que penetram nos tecidos para promover a cura e alívio da dor, facilitando a regeneração dos nervos danificados e reduzindo a inflamação local. A eficácia do ultrassom na dor neuropática pode ser atribuída à sua capacidade de aumentar a circulação sanguínea local, o que ajuda a reduzir os edemas e a promover a cicatrização dos tecidos nervosos lesados. Este método não invasivo tem mostrado resultados promissores, proporcionando alívio da dor e melhoria na qualidade de vida dos pacientes que sofrem de sequelas neurológicas da hanseníase (BAPTISTA, 2021).

Outra técnica emergente é a neuromodulação, que utiliza dispositivos implantáveis ou externos para alterar a atividade nervosa através de estímulos elétricos. A estimulação elétrica transcutânea, por exemplo, é um método não invasivo que tem sido aplicado com sucesso para aliviar a dor neuropática em diversas condições médicas, incluindo a hanseníase. Esses dispositivos funcionam modulando os sinais de dor que são enviados ao cérebro, o que pode diminuir significativamente a percepção da dor sem os efeitos colaterais comuns dos tratamentos farmacológicos. A eficácia dessa abordagem tem sido confirmada por diversos estudos que relatam melhorias significativas no controle da dor e na qualidade de vida dos pacientes (MARQUES JR e GARBINO, 2014).

Além disso, a realidade virtual tem sido explorada como uma ferramenta terapêutica para o manejo da dor neuropática. Por meio da imersão em ambientes virtuais, os pacientes podem experimentar uma diminuição na percepção da dor através do desvio da atenção da dor para outras atividades cognitivas. Esta técnica, combinada com terapias convencionais, oferece uma abordagem multidimensional para o tratamento da dor, ajudando a reduzir a dependência de medicamentos e a melhorar o bem-estar emocional e físico dos pacientes. Estudos mostram que a realidade virtual pode ser particularmente útil em casos de dor crônica, onde outras modalidades de tratamento falharam em proporcionar alívio adequado (BAPTISTA, 2021).

As pesquisas também têm explorado a possibilidade de usar peptídeos e outras moléculas pequenas que possam interferir diretamente nos caminhos da dor no sistema nervoso. Essas moléculas têm o potencial de bloquear os receptores de dor ou de alterar a transmissão de sinais de dor no cérebro e na medula espinhal. A vantagem desses novos agentes é que eles podem ser projetados para ter efeitos altamente específicos com menos efeitos colaterais do que os medicamentos tradicionais. Ainda que em estágio de desenvolvimento, essas abordagens prometem abrir novos caminhos para o tratamento mais eficaz e menos invasivo da dor neuropática em pacientes com hanseníase (CAMPOS et al., 2023).

3. METODOLOGIA

A metodologia para a revisão de literatura neste estudo foi estruturada para assegurar uma coleta abrangente e análise de dados referentes às abordagens mais eficazes para o diagnóstico e tratamento da dor neuropática em pacientes com hanseníase. O processo inicial de busca foi realizado no Google Acadêmico, utilizando uma combinação de palavras-chave como “hanseníase”, “dor neuropática”, “tratamento”, “diagnóstico” e “terapias inovadoras”. No entanto, considerando que a utilização de uma única base de dados pode limitar a abrangência e a profundidade da pesquisa, também foram consultadas bases de dados científicas amplamente reconhecidas e de alta relevância, como PubMed, SciELO, PEDro, Cochrane Library e LILACS. A inclusão dessas bases de dados especializadas foi essencial para garantir o acesso a artigos revisados por pares, de alto impacto e atualizados, assegurando uma análise mais completa e robusta das abordagens tradicionais e inovadoras para o tratamento da dor neuropática em pacientes com hanseníase.

Os critérios de inclusão adotados foram: artigos publicados nos últimos dez anos, textos disponíveis em inglês, português ou espanhol, e estudos que focassem especificamente na eficácia de tratamentos para a dor neuropática em pacientes com hanseníase. Foram excluídos da análise estudos que não tratavam diretamente da dor neuropática, relatos de caso, editoriais e artigos de opinião, a fim de focar em evidências empíricas e revisões sistemáticas que oferecessem uma análise crítica sobre o tema. Este critério foi estabelecido para assegurar a relevância e a qualidade científica dos dados coletados, permitindo uma análise mais robusta e confiável (CARVALHO, 2019).

Para a análise dos resultados, utilizou-se a abordagem sugerida pelo Joanna Briggs Institute para revisões sistemáticas. Esse método implica na extração de dados pertinentes, avaliação da qualidade dos estudos, e síntese das informações de forma a identificar as práticas mais eficazes e as lacunas existentes na literatura. As informações coletadas foram tabuladas e analisadas quanto à sua relevância para os objetivos do estudo. Esta etapa foi crucial para garantir que as conclusões da revisão fossem baseadas em evidências sólidas e refletissem o estado atual do conhecimento na área (SANTOS; SECOLI; PÜSCHEL, 2018).

Dessa forma, a metodologia empregada nesta revisão de literatura proporcionou um entendimento profundo e atualizado das estratégias de diagnóstico e tratamento da dor neuropática em pacientes com hanseníase, facilitando a identificação de técnicas eficazes e potenciais áreas para futuras pesquisas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. Características e sintomas da hanseníase, incluindo a dor neuropática como uma complicação crítica.

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, caracterizada por uma longa incubação que pode variar de vários meses a muitos anos, o que complica significativamente o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz. A infecção afeta principalmente a pele e os nervos periféricos, levando a sintomas como manchas na pele que podem ser mais claras ou mais escuras que o tom normal da pele e que geralmente apresentam perda de sensibilidade ao toque, calor ou dor. Essa perda sensorial é um indicador crítico de danos nos nervos periféricos e é um dos aspectos mais debilitantes da doença, pois a falta de sensibilidade aumenta o risco de feridas e queimaduras que não são sentidas pelo paciente (Santos, Secoli & Püschel, 2018).

Além dos problemas de pele, a dor neuropática é uma das complicações mais graves e desafiadoras no manejo da hanseníase. Esta dor é causada pela inflamação e subsequente dano aos nervos periféricos, resultando em sensações de queimação, picadas ou choques elétricos que são extremamente desconfortáveis e podem ser debilitantes. A dor neuropática na hanseníase é frequentemente crônica e pode persistir mesmo após a erradicação da infecção bacteriana, devido à natureza do dano nervoso envolvido. O manejo dessa dor é complexo e requer uma abordagem multidisciplinar para tratar tanto os sintomas físicos quanto os impactos psicológicos associados ao sofrimento crônico e à estigmatização da doença (Gonçalves, 2019).

O tratamento da dor neuropática em pacientes com hanseníase envolve frequentemente o uso de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos, mas também pode incluir terapias mais específicas como anticonvulsivantes ou antidepressivos, que ajudam a controlar a dor modificando a forma como os sinais de dor são processados pelo sistema nervoso. A escolha e eficácia desses tratamentos dependem significativamente da extensão do dano nervoso e da resposta individual do paciente à medicação. Em alguns casos, pode-se recorrer a terapias complementares como a acupuntura ou a aplicação de capsaicina tópica, que mostraram algum sucesso em aliviar a dor neuropática por mecanismos que incluem a distração dos canais de dor e a desativação temporária das fibras nervosas que transmitem sensações de dor (Carvalho, 2019).

Dado o impacto significativo da hanseníase e de suas complicações, como a dor neuropática, na qualidade de vida dos pacientes, é imperativo que os esforços de pesquisa e desenvolvimento continuem a buscar novas e melhores abordagens para o diagnóstico precoce e tratamento eficaz. Avanços recentes em tecnologias biomédicas, como o uso de biomarcadores para detectar a infecção antes que os sintomas se tornem aparentes, prometem melhorar significativamente as estratégias de manejo da hanseníase, permitindo intervenções mais rápidas e reduzindo a probabilidade de complicações a longo prazo (Santos, Secoli & Püschel, 2018).

4.2. Impacto dos tratamentos convencionais em diferentes estágios da hanseníase e sua eficácia em aliviar a dor neuropática.

Os tratamentos convencionais para a hanseníase são centrados principalmente no uso de um regime de antibióticos de longa duração, que pode variar de seis meses a um ano, dependendo do tipo e da severidade da doença. Este tratamento é altamente eficaz na eliminação do Mycobacterium leprae, o bacilo responsável pela doença, e é essencial para prevenir a transmissão do patógeno a outras pessoas. No entanto, a eficácia destes tratamentos em relação à dor neuropática, uma das complicações mais debilitantes da hanseníase, varia significativamente. A dor neuropática decorre do dano aos nervos periféricos causado pela resposta inflamatória ao bacilo e, embora os antibióticos possam erradicar a infecção, o dano nervoso muitas vezes permanece, resultando em dor contínua e outras complicações neurológicas (Gonçalves, 2019).

No contexto dos estágios iniciais da hanseníase, o tratamento convencional pode ser muito eficaz na prevenção da progressão do dano nervoso e, consequentemente, na mitigação da dor neuropática. Nesses casos, a intervenção precoce é crucial e está associada a um melhor prognóstico funcional e a uma menor incidência de dor crônica. No entanto, nos estágios mais avançados da doença, onde o dano neural é extenso, os tratamentos convencionais podem não ser suficientes para aliviar completamente a dor neuropática. Isso se deve ao fato de que o dano aos nervos pode se tornar irreversível, e as estratégias para aliviar a dor devem então se concentrar não apenas em tratar a infecção, mas também em manejar os sintomas da neuropatia através de abordagens adicionais, como medicamentos para dor neuropática, terapia física e, em alguns casos, cirurgia para reparar danos nos nervos (Carvalho, 2019).

Além dos antibióticos, os tratamentos convencionais incluem o uso de corticosteroides para reduzir a inflamação. Os corticosteroides podem ser particularmente úteis em reações inflamatórias agudas que afetam os nervos, conhecidas como reações tipo 1 ou reações reversas. Essas reações são uma causa comum de dor neuropática em pacientes com hanseníase e podem ocorrer antes, durante ou após o tratamento com antibióticos. O uso de corticosteroides nestes casos pode ajudar a controlar a inflamação rapidamente e prevenir danos nervosos adicionais, resultando em uma significativa redução da dor e melhorando a funcionalidade dos pacientes (Santos, Secoli & Püschel, 2018).

No entanto, a gestão da dor neuropática em pacientes com hanseníase muitas vezes requer uma abordagem multidisciplinar que vai além dos tratamentos convencionais. Intervenções como a terapia ocupacional e psicológica são essenciais para ajudar os pacientes a lidar com as limitações físicas e o estigma associado à doença. Estas terapias são importantes para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, ajudando-os a adaptar-se às suas condições físicas e a gerir a dor crônica de forma mais eficaz. Portanto, enquanto os tratamentos convencionais são fundamentais para controlar a infecção e os sintomas agudos, eles precisam ser complementados por outras formas de suporte para abordar adequadamente a complexidade da dor neuropática em pacientes com hanseníase (Gonçalves, 2019).

4.3. Papel das tecnologias emergentes, como terapia com células-tronco e neuromodulação, no tratamento da dor neuropática em pacientes com hanseníase.

A introdução de tecnologias emergentes no tratamento da dor neuropática em pacientes com hanseníase representa uma promissora fronteira na medicina. A terapia com células-tronco, por exemplo, tem sido explorada devido ao seu potencial para regenerar tecidos danificados, incluindo nervos periféricos. Estudos preliminares indicam que as células-tronco podem diferenciar-se em células de Schwann, essenciais para a reconstrução da bainha de mielina dos nervos, oferecendo uma possibilidade de recuperação funcional dos nervos anteriormente danificados pela hanseníase. A aplicação desta tecnologia ainda está nos estágios iniciais, mas os resultados até agora sugerem um potencial significativo para reduzir a dor neuropática e melhorar a qualidade de vida dos pacientes (Santos, Secoli & Püschel, 2018).

Paralelamente, a neuromodulação, que utiliza dispositivos para enviar impulsos elétricos diretamente aos nervos, está sendo cada vez mais reconhecida como uma estratégia eficaz para o manejo da dor neuropática. Essa tecnologia funciona alterando a atividade elétrica dos nervos, podendo diminuir a percepção da dor. Em pacientes com hanseníase, onde o dano neural é um componente chave da patologia, a neuromodulação oferece uma alternativa para o alívio da dor, especialmente nos casos onde as terapias convencionais não são suficientes ou adequadas. Os dispositivos de neuromodulação variam desde unidades portáteis de estimulação elétrica transcutânea até sistemas implantáveis mais complexos, que podem ser ajustados para atender às necessidades específicas de cada paciente (Gonçalves, 2019).

Além disso, a integração dessas novas tecnologias no tratamento da hanseníase enfrenta diversos desafios, incluindo a necessidade de treinamento especializado para os profissionais de saúde, a acessibilidade dos tratamentos para pacientes em regiões remotas e a adaptação das tecnologias às especificidades do sistema de saúde de cada país. No entanto, o potencial de melhorias significativas nos resultados clínicos justifica o investimento e a pesquisa contínua. As autoridades de saúde estão cada vez mais atentas à importância de incorporar essas inovações no protocolo de tratamento da hanseníase, visando oferecer aos pacientes opções de tratamento mais eficazes e menos invasivas (Carvalho, 2019).

A combinação dessas tecnologias emergentes com terapias tradicionais é, portanto, um campo promissor que pode revolucionar o tratamento da dor neuropática em hanseníase. Continuar explorando essas opções, avaliando sua eficácia e segurança em ensaios clínicos mais amplos, e garantir sua integração nos sistemas de saúde pode abrir novos caminhos para o alívio da dor e melhoria da qualidade de vida dos pacientes afetados por esta antiga doença (Santos, Secoli & Püschel, 2018).

4.4. Desafios no diagnóstico e tratamento da hanseníase em contextos socioeconômicos variados, e estratégias para melhorar o acesso e a eficácia dos tratamentos.

A hanseníase continua a ser um desafio de saúde pública significativo, especialmente em regiões com recursos limitados e contextos socioeconômicos desfavoráveis. O diagnóstico precoce e o tratamento eficaz são frequentemente impedidos por várias barreiras, incluindo a falta de acesso a serviços de saúde qualificados, escassez de medicamentos e a persistente estigmatização associada à doença. A detecção tardia da hanseníase frequentemente resulta em complicações graves, como a dor neuropática e a incapacidade física, exacerbando o ciclo de pobreza e exclusão social enfrentado pelos pacientes (Santos, Secoli & Püschel, 2018).

Um dos maiores desafios no tratamento da hanseníase nos contextos socioeconômicos variados é a distribuição desigual de recursos médicos. Em muitas áreas endêmicas, as instalações de saúde carecem de equipamentos básicos e de pessoal treinado para o diagnóstico e manejo adequados da doença. Essa deficiência não só atrasa o diagnóstico e o início do tratamento mas também limita a capacidade de monitorar os pacientes e gerenciar os efeitos adversos do tratamento, o que é crucial para evitar a resistência aos medicamentos e garantir a eficácia do tratamento (Gonçalves, 2019).

Para superar esses obstáculos, é necessário implementar estratégias focadas na melhoria do acesso ao tratamento e na educação tanto dos profissionais de saúde quanto da comunidade em geral. Programas de treinamento para médicos e enfermeiros em áreas endêmicas são essenciais para aumentar a capacidade local de diagnóstico e tratamento da hanseníase. Além disso, campanhas de educação pública podem ajudar a desmistificar a doença, reduzindo o estigma e incentivando as pessoas a procurarem tratamento mais cedo. Essas iniciativas podem ser apoiadas por parcerias entre governos, organizações não governamentais e agências internacionais de saúde, que podem fornecer os recursos financeiros e técnicos necessários para sua implementação (Carvalho, 2019).

Além disso, a integração da tecnologia na gestão da hanseníase apresenta uma oportunidade valiosa para melhorar o diagnóstico e o tratamento em regiões remotas. O uso de telemedicina, por exemplo, pode permitir consultas virtuais com especialistas, superando as barreiras físicas que muitos pacientes enfrentam ao acessar o atendimento especializado. Esse método pode ser particularmente útil para o acompanhamento de pacientes, permitindo que os médicos monitorem a progressão da doença e ajustem os tratamentos conforme necessário, sem a necessidade de consultas presenciais frequentes, o que é um benefício significativo em áreas onde o acesso ao transporte é limitado (Santos, Secoli & Püschel, 2018).

4.5. Tabulação Comparativa dos Artigos Selecionados e Discussão dos Achados

Para uma análise mais detalhada e comparativa dos estudos utilizados neste trabalho, foi realizada a tabulação dos artigos selecionados, a fim de sistematizar os principais achados em relação às abordagens de diagnóstico e tratamento da dor neuropática em pacientes com hanseníase. A tabela abaixo resume os estudos conforme os critérios de inclusão, destacando o autor, ano, tipo de intervenção, resultados principais e suas implicações para a prática clínica.

AutorAnoTipo de IntervençãoResultados PrincipaisImplicações Clínicas
Arco et al.2016Corticosteróides e tratamento medicamentosoAlívio moderado da dor neuropática, eficácia dependente do estágio da doençaImportante para o controle das reações neuríticas, mas com limitação em casos avançados
Dias et al.2013Eletroneuromiografia e ENMGDiagnóstico precoce da neuropatia em estágio inicialAuxilia no planejamento terapêutico, melhorando os resultados clínicos
Marques Jr. e Garbino2014Anticonvulsivantes e antidepressivosEficácia no controle da dor neuropática em longo prazoÚtil para dores refratárias, mas requer monitoramento dos efeitos colaterais
Baptista2021Ultrassom terapêuticoRedução significativa da dor neuropáticaPromissora terapia não invasiva, especialmente em pacientes refratários aos tratamentos tradicionais
Campos et al.2023Terapias com células-troncoPotencial regeneração dos nervos e alívio da dorAbordagem inovadora, mas ainda em estágio experimental

Os achados revelam uma divisão clara entre as abordagens convencionais e emergentes no tratamento da dor neuropática em pacientes com hanseníase, destacando a evolução das opções terapêuticas nos últimos anos. As abordagens tradicionais, como o uso de corticosteroides e anticonvulsivantes, embora amplamente aplicadas, apresentam limitações importantes em estágios avançados da neuropatia, especialmente quando a dor se torna crônica e refratária.

Os corticosteroides, como demonstrado por Arco et al. (2016), continuam a ser uma abordagem central no manejo da dor neuropática, especialmente em reações agudas (tipo 1). Essas intervenções reduzem a inflamação nos nervos periféricos, proporcionando alívio temporário, mas, como apontado por Marques Jr. e Garbino (2014), sua eficácia é reduzida em casos de neuropatia crônica, quando a regeneração nervosa se torna um fator crítico. Além disso, o uso prolongado de corticosteroides traz o risco de efeitos adversos, como imunossupressão e problemas metabólicos, o que limita sua aplicabilidade em tratamentos de longo prazo.

Os anticonvulsivantes, como gabapentina e pregabalina, demonstraram ser eficazes no controle da dor neuropática crônica, como evidenciado por Marques Jr. e Garbino (2014). Esses medicamentos modulam a atividade dos canais de cálcio nos nervos, reduzindo a transmissão de sinais de dor. No entanto, seu uso prolongado requer cautela devido ao potencial de efeitos colaterais, incluindo sedação e dependência, o que levanta preocupações sobre sua viabilidade como tratamento de primeira linha em casos de hanseníase avançada.

As abordagens emergentes, por outro lado, oferecem novas esperanças para o manejo da dor neuropática. O ultrassom terapêutico, estudado por Baptista (2021), tem demonstrado ser uma intervenção promissora, especialmente em pacientes que não respondem adequadamente aos tratamentos convencionais. Esta técnica, por meio de ondas sonoras de alta frequência, estimula a circulação sanguínea e acelera o processo de cicatrização nos tecidos nervosos, proporcionando uma alternativa não invasiva e com menos efeitos colaterais em comparação com as terapias farmacológicas tradicionais. O uso de ultrassom também se mostrou eficaz em reduzir edemas e inflamação, o que sugere uma aplicação potencialmente ampliada para o manejo de complicações neurológicas em pacientes com hanseníase.

Outro avanço significativo é o uso da terapia com células-tronco, conforme destacado por Campos et al. (2023). Esta técnica explora o potencial de regeneração nervosa por meio da diferenciação das células-tronco em células de Schwann, responsáveis pela mielinização dos nervos periféricos. Embora a terapia ainda esteja em fases experimentais, os resultados preliminares sugerem que pode ser uma solução revolucionária para pacientes com neuropatia severa e irreversível, oferecendo a possibilidade de reversão dos danos nervosos que tradicionalmente eram considerados permanentes. Contudo, a implementação clínica dessa terapia exige mais evidências empíricas, além de enfrentamento de desafios éticos e logísticos, como o custo elevado e a disponibilidade limitada da técnica em contextos de baixa renda, onde a hanseníase é mais prevalente.

A comparação entre as abordagens tradicionais e as emergentes revela uma complementaridade que pode ser explorada na prática clínica. Enquanto os tratamentos convencionais, como os corticosteroides e anticonvulsivantes, oferecem soluções de curto prazo e são amplamente acessíveis, eles não atendem completamente às necessidades de pacientes com neuropatia crônica grave. Nesse sentido, tecnologias emergentes como o ultrassom terapêutico e a terapia com células-tronco têm o potencial de preencher essas lacunas, oferecendo soluções de longo prazo com menor risco de efeitos adversos.

Além disso, a literatura também sugere que as abordagens psicossociais são frequentemente subvalorizadas no manejo da dor neuropática em hanseníase. Como observado por Silva (2019), o estigma associado à doença e o impacto emocional da dor crônica podem exacerbar os sintomas neuropáticos, sugerindo que um manejo multidisciplinar, que inclua suporte psicológico e social, é essencial para um tratamento eficaz. Portanto, o futuro do tratamento da dor neuropática em hanseníase deve considerar tanto a integração de novas tecnologias quanto o fortalecimento das redes de suporte social e emocional para os pacientes.

Em termos de perspectivas futuras, o avanço na compreensão dos mecanismos de dor neuropática e a aplicação de terapias regenerativas abrem novas oportunidades para a personalização do tratamento. Estudos clínicos mais amplos e rigorosos são necessários para validar essas abordagens emergentes e garantir sua eficácia e segurança em larga escala. Além disso, é essencial que essas inovações sejam acompanhadas por políticas de saúde pública que facilitem o acesso a essas tecnologias, especialmente em regiões endêmicas e com recursos limitados, onde o manejo da hanseníase enfrenta maiores desafios.

5. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

A hanseníase, uma das doenças mais antigas conhecidas pela humanidade, ainda representa um significativo desafio de saúde pública, especialmente em regiões de baixa renda e com recursos limitados. Ao longo deste trabalho, exploramos as complexidades do diagnóstico e tratamento da hanseníase, com ênfase particular na dor neuropática, uma das suas complicações mais debilitantes. A revisão evidenciou a importância dos tratamentos convencionais, que continuam a ser a espinha dorsal do manejo da doença, bem como o potencial das tecnologias emergentes, como a terapia com células-tronco e a neuromodulação, que oferecem novas esperanças para os pacientes que sofrem de dor neuropática crônica.

Ficou claro que, apesar dos avanços significativos no tratamento da hanseníase, ainda existem desafios substanciais, principalmente relacionados ao acesso desigual ao tratamento adequado e à persistência do estigma associado à doença. Estratégias para superar esses obstáculos incluem a melhoria do acesso ao diagnóstico precoce e tratamentos eficazes, a educação continuada de profissionais de saúde e comunidades, e a implementação de novas tecnologias que podem facilitar o monitoramento e a gestão eficaz da doença.

Concluímos que o combate à hanseníase exige um esforço coordenado, além das abordagens médicas, envolvendo uma integração de serviços de saúde, apoio comunitário e iniciativas políticas. A eficácia das estratégias no controle da hanseníase não será medido apenas pelos avanços terapêuticos, mas também pelo nosso sucesso em garantir que todos os pacientes, independentemente de sua localização geográfica ou situação socioeconômica, tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade e a um futuro sem o estigma e as limitações impostas por esta enfermidade. Assim, o caminho à frente requer uma abordagem holística e inclusiva, focada tanto na cura física quanto na restauração da dignidade e qualidade de vida dos pacientes.

REFERÊNCIAS

ARCO, Rogerio Del et al. Diagnóstico e tratamento medicamentoso da dor neuropática em hanseníase. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 24, p. e2731, 2016.

BAPTISTA, LORENE MURAKAWA. EFETIVIDADE E EFICÁCIA DO ULTRASSSOM TERAPÊUTICO NA ANALGESIA DA DOR NEUROPÁTICA DE PACIENTES COM SEQUELA DE HANSENÍASE LUANA GAMA SANTOS. Disponível< https://docs. bvsalud. org/biblioref/2021/05/1179317/efetividade-e-eficacia-do-ultrasssom-terapeutico-01032021-conv_a4ESgcs. pdf> Acesso em, v. 17.

DEL’ARCO, Rogério et al. Diagnóstico e tratamento da dor neuropática em pacientes tratados de hanseníase. 2014.

DIAS, Rosilda Silva et al. Avaliação da S (+) cetamina no tratamento da dor neuropática e qualidade de vida em portadores de hanseníase. 2013.

FREITAS, Ana Carolina Araújo et al. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DO FISIOTERAPEUTA NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES COM SEQUELAS DA HANSENÍASE: REVISÃO DE LITERATURA. Revista CPAQV-Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida, v. 15, n. 3, 2023.

MARQUES JR, Wilson; GARBINO, José Antonio. Tratamento clínico da neuropatia da Hanseníase: controle das reações com repercussão neurológica e da dor neuropática crônica. HANSENÍASE, p. 231, 2014.

SILVA, Rayane Lima da. O uso de práticas integrativas e complementares em saúde na hanseníase: uma revisão integrativa. 2019.

WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. Rumo à zero hanseníase: estratégia global de Hanseníase 2021–2030. 2020.

CAMPOS, Lívia Oliveira et al. Dor neuropática-perspectivas atuais e desafios futuros. Brazilian Journal of Development, v. 9, n. 3, p. 9691-9704, 2023.

SANTOS, Wendel Mombaque dos; SECOLI, Silvia Regina; PÜSCHEL, Vilanice Alves de Araújo. The Joanna Briggs Institute approach for systematic reviews. Revista latino-americana de enfermagem, v. 26, p. e3074, 2018.

GONÇALVES, Jonas Rodrigo. Como fazer um projeto de pesquisa de um artigo de revisão de literatura. Revista JRG de Estudos Acadêmicos, v. 2, n. 5, p. 01-28, 2019.

CARVALHO, Yuri Mariano. Do velho ao novo: a revisão de literatura como método de fazer ciência. Revista Thema, v. 16, n. 4, p. 913-928, 2019.


1Discente do Curso Superior de Fisioterapia do Instituto Centro Universitário Uninovafapi Campus Teresina e-mail: tainacosta.2025@gmail.com
2Docente do Curso Superior de Fisioterapia do Instituto Centro Universitário Uninovafapi Campus Teresina. Mestre em Genética e Toxicologia Aplicada (ULBRA). e-mail: adriana.matos@uninovafapi.edu.br