SCHISTOSOMA MANSONI: A HEALTH EMERGENCY IN THE TROPICAL REGIONS OF BRAZIL
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202411121550
Giovanna Teixeira Chavesa1
Raianny Toledo Martinsa1
Vitória Teixeira Chavesa1
Viviane Cristina Longuini de Menezes2
RESUMO
Schistosoma mansoni, ou mais conhecido como barriga da água, causador da esquistossomose, é uma doença parasitária que chegou no Brasil, no século XVIII, através dos fluxos migratórios do tráfico de escravos, vindo do continente Africano, que vinham ao Brasil para trabalhar nas lavouras de cana de açúcar. No Brasil, a esquistossomose é considerada um importante problema de saúde pública, especialmente em regiões onde há falta de saneamento básico e condições precárias de higiene. A transmissão ocorre através do contato com água contaminada por caramujos infectados, que liberam larvas do parasita. A doença afeta principalmente áreas rurais e periurbanas, onde as condições de vida são mais desfavoráveis. Os sintomas podem variar de leves, como febre e dor de cabeça, a graves, incluindo danos ao fígado, baço e intestinos. O diagnóstico é geralmente feito através de exames de fezes e de sangue. Além do tratamento medicamentoso, medidas de prevenção são fundamentais para reduzir a transmissão da esquistossomose, incluindo melhorias nas condições de saneamento básico, educação sanitária, controle e uso de medidas preventivas individuais, como evitar entrar em contato com água potencialmente contaminada em áreas endêmicas.
Palavras Chaves: Esquistossomose, parasita, transmissão, saneamento básico.
ABSTRACT
Schistosoma mansoni, also known as water belly, is a parasitic disease that arrived in Brazil in the 18th century, through the migratory flows of the slave trade, coming from the African continent, who came to Brazil to work in the sugar cane fields. Schistosomiasis is a parasitic disease caused by Schistosoma mansoni, a parasitic worm. In Brazil, schistosomiasis is considered an important public health problem, especially in regions where there is a lack of basic sanitation and poor hygienic conditions. Transmission occurs through contact with water contaminated by infected snails, which release larvae of the parasite. The disease mainly affects rural and peri-urban areas, where living conditions are more unfavorable. Symptoms can range from mild, such as fever and headache, to severe, including damage to the liver, spleen, and intestines. Diagnosis is usually made through stool and blood tests. In addition to drug treatment, preventive measures are essential to reduce the transmission of schistosomiasis, including improvements in basic sanitation conditions, health education, control of and the use of individual preventive measures, such as avoiding contact with potentially contaminated water in endemic areas.
Keywords: Schistosomiasis, parasite, transmission, basic sanitation.
INTRODUÇÃO
Schistosoma Mansoni, ou mais conhecido como barriga d´água, é uma doença parasitaria que chegou ao Brasil durante a época colonial, século XVIII, onde os fluxos migratórios eram muito grandes, principalmente por conta do tráfico de escravos vindo do continente Africano, que passavam pelos portos de Salvador e Recife, para trabalharem nas lavouras de cana de açúcar.1
A área de maior incidência endêmica foi no nordeste do Brasil, onde o primeiro caso foi descoberto pelo médico Pirajá da Silva. Na época surgiram outros dois casos, e para o diagnóstico foi analisado o sangue dos pacientes onde apresentavam ovos e hematozoários em forma crescente. E assim foi publicado em 1908 na revista Brasil Médico, a existência do Schistosoma Mansoni no Brasil. Se teve uma ampla propagação no país, por motivos de fluxos migratórios em direção onde as áreas apresentavam condições precárias de saneamento básico.1
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a esquistossomose, é considerado como uma Doença Tropical Negligenciada, pois faz parte do grupo que apresenta diversas infecções, que são causadas por diversos patógenos como, vírus, bactérias, protozoários e helmintos. A esquistossomose junto de outras 16 Doenças Tropicais Negligenciadas, de acordo com a OMS, afeta mais de 1 bilhão de pessoas pelo mundo e são endêmicas em 149 países. A sua situação epidemiológica no Brasil, estima-se que cerca de 1,5 milhões de pessoas vivem em áreas sob o risco de contrair a doença. Os estados das regiões Nordeste e Sudeste são os mais afetados sendo que a ocorrência está diretamente ligada à presença dos moluscos transmissores.2
A esquistossomose, é uma doença que continua a impactar significativamente a qualidade de vida e o desenvolvimento social, exigindo uma análise detalhada das suas causas, consequências e estratégias de controle. Este estudo busca contribuir para a compreensão e solução deste desafio sanitário.2
JUSTIFICATIVA
A esquistossomose, uma doença tropical negligenciada, persiste como um desafio significativo de saúde pública no Brasil. Este estudo se propõe a explorar a extensão e as ramificações dessa enfermidade no contexto nacional, destacando não apenas a sua prevalência, mas também os complexos fatores socioeconômicos, ambientais e políticos que contribuem para a sua disseminação e persistência. A falta de investimentos adequados em educação sanitária e infraestrutura de saneamento básico em muitas regiões do país cria um ambiente propício para a proliferação dos parasitas causadores da esquistossomose, aumentando assim sua incidência. Além disso, a negligência histórica em relação a essa doença tem consequências devastadoras, especialmente para as comunidades mais vulneráveis, que sofrem com uma carga desproporcional de morbidade e mortalidade associadas à esquistossomose. Portanto, este trabalho busca não apenas quantificar a prevalência da doença, mas também analisar criticamente os determinantes sociais e ambientais que perpetuam sua transmissão, a fim de informar políticas públicas mais eficazes e promover intervenções direcionadas para o controle e a prevenção dessa doença debilitante.
MÉTODOS
Trata-se de uma elaboração de artigo científico teórico através de revisões bibliográficas, realizando análises de artigos científicos, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), PubMed, e dos dados de saneamento básico obtido no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), para avaliar a incidência de casos de esquistossomose nas regiões tropicais do Brasil.
SCHISTOSOMA MANSONI E O SEU CICLO DE VIDA
A esquistossomose é uma enfermidade parasitária, ocasionada por platelmintos, mais conhecidos como vermes achatados, da classe dos trematódeos, família Schistosomatidae, que tem como característica a existência de sexos separados, apresentando dimorfismo sexual.3
Vale ressaltar que o homem é o hospedeiro definitivo e os caramujos do gênero Biomphalaria intermediário. Esse verme tem como característica coloração esbranquiçada e tem sua diferença entre machos e fêmeas. A diferença entre eles são:
Características do macho: tem diâmetro entre 6,5 mm e 12 mm com corpo achatado, com bordas enroladas ventralmente se dá impressão de ser cilíndrica para formar o canal ginecóforo.3
Características da fêmea: mais fina, apresenta o comprimento duas vezes maior, cilíndrica e com extremidades afiladas, se localiza no canal ginecóforo do macho onde ocorre facilmente a fecundação.3
O ciclo começa quando os vermes adultos, presentes nas veias mesentéricas do hospedeiro humano, produzem ovos. Esses ovos são eliminados nas fezes ou na urina do hospedeiro e entram em contato com água doce. O tempo de vida dos ovos maduros é de aproximadamente 20 dias. Se não houver a expulsão pelas fezes, os miracídios morrem. Nas fezes é encontrado embriões maduros, os miracídios dentro das fezes tem o tempo de vida de quatro a 5 dias, dessa forma os ovos necessitam do contato com a água. No ambiente aquático, os ovos eclodem e liberam larvas de miracídios. Essas larvas nadam ativamente em busca de um hospedeiro intermediário, que é um caramujo do gênero Biomphalaria. A penetração do miracídio no hospedeiro intermediário ocorre pela atividade de substâncias histolíticas que são secretadas por glândulas cefálicas. Após 48h os miracídios perdem sua mobilidade e se transformam em esporocistos primários, suas células germinativas se multiplicam e dão origem a esporocistos secundários. Após quatro a sete semanas o hospedeiro intermediário libera cercárias na água. As cercárias são altamente móveis e buscam um hospedeiro humano, nesta fase possuem tempo de sobrevivência menor e sua infectividade vai diminuindo de acordo com o tempo em que permanecem livres.4
Quando uma pessoa entra em contato com água contaminada, as cercárias penetram na pele do hospedeiro humano, geralmente através de pequenas lesões ou pelos folículos pilosos, esse processo de penetração leva em torno de dois a quinze minutos. Dentro do corpo, as cercárias perdem a cauda e se transformam em esquistossômulos juvenis, caem na circulação sanguínea ou linfática, atingem a circulação venosa, passam pelo coração, pulmões, e a diversas partes do organismo, mas no fígado é onde geralmente se localizam, no fígado essas formas jovens vão se diferenciar sexualmente e crescer, sendo alimentados de sangue.5
Os vermes adultos se alojam nas veias mesentéricas do intestino, onde se acasalam e produzem ovos, completando assim o ciclo. Os vermes adultos migram para as vênulas da submucosa intestinal, provocando inflamações e micro hemorragias, ocasionando distúrbios gastrointestinais. A fêmea no organismo produz cerca de 300 ovos diariamente, sendo a maioria eliminados pelas fezes, e o restante podem ficar retidos nos tecidos do fígado e intestinos, formando granulomas que podem ocluir a passagem do sangue, e com a fibrose periportal vão ocasionar as manifestações mais graves da doença.5
Figura 1: Ciclo de vida do Schistosoma spp.
Fonte: Neves, Parasitologia Humana 13°, 2016.5
EPIDEMIOLOGIA E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA ESQUISTOSSOMOSE
A esquistossomose, também chamada de bilharziose, é uma doença parasitária causada pelo Schistosoma mansoni, um trematódeo que afeta milhões de pessoas globalmente, principalmente em áreas tropicais e subtropicais. A distribuição geográfica da esquistossomose é profundamente influenciada por uma interação complexa de fatores ambientais, socioeconômicos e sanitários, resultando em áreas endêmicas com uma alta prevalência da doença.2
No Brasil, a esquistossomose é particularmente prevalente em regiões com acesso limitado à água potável e saneamento básico. Embora a doença esteja presente em todo o país, as áreas mais afetadas estão localizadas nas regiões tropicais, com destaque para o Nordeste, partes do Sudeste e Norte. Nessas regiões, a prevalência da doença pode atingir níveis alarmantes, afetando comunidades inteiras e representando um desafio significativo para os sistemas de saúde locais.6
Dados epidemiológicos mostram que o Brasil é um dos países mais afetados pela esquistossomose, com milhões de casos registrados anualmente. A falta de acesso à água potável e saneamento básico adequado contribui para a disseminação da doença, especialmente em áreas rurais e periurbanas. Além disso, fatores socioeconômicos, como pobreza e falta de educação sanitária, também desempenham um papel importante na propagação da esquistossomose.7
O PCE- programa de controle da esquistossomose, em seus dados mais recentes de 2021, notificou que na Bahia foram realizados 57.459 exames de Schistosoma mansoni, sendo que 1.841 deu positivo. Em Pernambuco foram realizados 64.341 exames, e 1.479 deram positivos. Já em Minas Gerais no mesmo ano, foram realizados 22.809 exames, e 491 resultados positivos.8
Tabela 1: Número de exames realizados em Região e Unidade Da Federação durante os anos de 2018 a 2021 de acordo com o Programa de Controle da Esquistossomose.
PCE – Programa de Controle da Esquistossomose – Brasil | ||||||
Exames por Região/Unidade da Federação e Ano | ||||||
Período:2018-2021 | ||||||
Região/Unidade da Federação | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 | Total | |
Região Nordeste | 579777 | 630403 | 214595 | 307208 | 1731983 | |
.. Maranhão | 55795 | 50842 | 20427 | 25571 | 152635 | |
.. Ceará | 18882 | 12792 | 8365 | 11651 | 51690 | |
.. Rio Grande do Norte | 16507 | 13717 | 3738 | 5812 | 39774 | |
.. Pernambuco | 159810 | 188877 | 50356 | 64341 | 463384 | |
.. Alagoas | 156609 | 162770 | 83298 | 121757 | 524434 | |
.. Sergipe | 43473 | 20906 | 12099 | 20617 | 97095 | |
.. Bahia | 128701 | 180499 | 36312 | 57459 | 402971 | |
Região Sudeste | 39639 | 31094 | 20803 | 23334 | 114870 | |
.. Minas Gerais | 28265 | 14216 | 12202 | 22809 | 77492 | |
.. Espírito Santo | 11374 | 16878 | 8601 | 525 | 37378 | |
Total | 619416 | 661497 | 235398 | 330542 | 1846853 | |
Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan Net.8 |
Tabela 2: Número de exames que deram positivos por Região e Unidade da Federação durante os anos de 2018 a 2021 de acordo com o PCE.
Região | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 | Total |
Região Nordeste | 18.592 | 19.215 | 6.318 | 9.901 | 54.026 |
Maranhão | 2.608 | 2.818 | 1.094 | 1.730 | 8.250 |
Ceará | 55 | 24 | 22 | 3 | 104 |
Rio Grande do Norte | 201 | 306 | 63 | 171 | 741 |
Pernambuco | 3.770 | 3.962 | 838 | 1.479 | 10.049 |
Alagoas | 5.980 | 5.759 | 2.353 | 3.920 | 18.012 |
Sergipe | 2.311 | 1.227 | 423 | 757 | 4.718 |
Bahia | 3.667 | 5.119 | 1.525 | 1.841 | 12.152 |
Região Sudeste | 780 | 743 | 435 | 522 | 2.480 |
Minas Gerais | 342 | 283 | 177 | 491 | 1.293 |
Espírito Santo | 438 | 460 | 258 | 31 | 1.187 |
Total | 1.937 | 1.995 | 6.753 | 1.042 | 5.650 |
Fonte: Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan Net.8
Tabela 3: Número de casos confirmados que foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação durante os anos de 2018 a 2023
Regiões | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 | Total |
Norte | 83 | 42 | 27 | 34 | 59 | 38 | 283 |
Nordeste | 899 | 720 | 500 | 747 | 762 | 1.008 | 4.636 |
Sudeste | 3.118 | 2.728 | 1.271 | 1.592 | 1.746 | 1.958 | 12.350 |
Sul | 63 | 63 | 22 | 33 | 30 | 33 | 244 |
Centro-Oeste | 56 | 55 | 53 | 52 | 43 | 22 | 281 |
Total | 4.219 | 3.608 | 1.873 | 2.395 | 2.640 | 3.059 | 17.794 |
Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan Net.8
FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À INFECÇÃO
Vários fatores estão associados ao aumento do risco de infecção por S. mansoni. Entre os principais estão:
Contato com água contaminada: A principal via de infecção é através do contato com água doce contaminada com cercárias, estágios larvais do parasita. As regiões tropicais frequentemente possuem rios, lagos e lagoas que são habitats ideais para os caramujos do gênero Biomphalaria, hospedeiros intermediários do Schistosoma mansoni. Águas paradas ou lentas, com presença de vegetação aquática, são particularmente propícias para a reprodução desses caramujos.6
Atividades como banho, pesca e trabalho agrícola em áreas alagadas aumentam o risco de exposição.6,9
Falta de saneamento básico: A ausência de sistemas de esgoto e tratamento de água favorece a disseminação do parasita no ambiente, aumentando a probabilidade de infecção.6,9
Pobreza e condições socioeconômicas precárias: Muitas comunidades nas regiões tropicais do Brasil enfrentam condições socioeconômicas precárias, incluindo pobreza, falta de acesso a serviços básicos de saúde e saneamento, e baixa educação. Esses fatores estão intimamente ligados à prevalência da esquistossomose. A pobreza pode levar as pessoas a viverem em áreas próximas a corpos d’água contaminados, onde estão mais expostas ao parasita. Além disso, a falta de infraestrutura adequada dificulta a implementação de medidas preventivas, como tratamento de água e saneamento básico, e o acesso a cuidados de saúde.6,9
Fatores ambientais: A presença de caramujos do gênero Biomphalaria, hospedeiros intermediários do Schistosoma mansoni, é influenciada por fatores como temperatura da água, pH e presença de vegetação aquática. Ambientes com condições favoráveis para a proliferação desses caramujos aumentam o risco de transmissão da doença.6,9
PATOGENIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A esquistossomose é uma doença complexa que envolve uma interação dinâmica entre o parasita e o hospedeiro. A patogenicidade da doença é diretamente proporcional à carga parasitária e à intensidade da resposta imune do hospedeiro. O parasita tem a capacidade de alterar sua morfologia e bioquímica para escapar do sistema imunológico do hospedeiro .1,5
A doença é caracterizada pela reação inflamatória aos ovos do parasita depositados nos tecidos do hospedeiro. Os antígenos liberados por esses ovos desencadeiam uma resposta imunológica robusta, na qual o corpo tenta isolar os ovos através da formação de granulomas.1
As manifestações clínicas da esquistossomose são variadas. Na fase aguda, a maior parte dos portadores são assintomáticos. No entanto, nessa fase, o paciente infectado por esquistossomose pode apresentar diversos sintomas, como febre, dor de cabeça, calafrios, suores, fraqueza, falta de apetite, dor muscular, tosse, diarreia.1
A forma intestinal da esquistossomose é a mais comum e pode ser assintomática ou caracterizada por diarreias que podem apresentar muco e sangue. Nesta fase, o parasita está presente no intestino do hospedeiro, mas não causa sintomas significativos.5
As complicações graves da infecção crônica incluem anemia, hipertensão portal, doença genital, insuficiência renal, convulsões, compressão da medula espinhal e neoplasias. A fibrose hepática é uma complicação grave da esquistossomose, onde a reação provocada pelo Schistosoma leva à formação de fibrose intensa, que progride provocando aumento da pressão portal e desvio do fluxo para a circulação pelo sistema cava. A hipertensão portal é a elevação da pressão na veia portal, que é causada mais frequentemente por cirrose, por esquistossomíase ou por alterações vasculares hepáticas. Essas complicações podem levar a uma série de problemas de saúde, incluindo hemorragia gastrointestinal, ascite e encefalopatia hepática.5
Além disso, a esquistossomose pode levar ao aumento do fígado (hepatomegalia) e do baço (esplenomegalia) devido à sua complexa interação com o sistema imunológico do hospedeiro.5
A hepatomegalia na esquistossomose é geralmente causada pela inflamação do fígado. Isso ocorre quando os ovos do parasita são depositados no fígado, levando a uma resposta inflamatória. Esta resposta inflamatória pode causar danos ao tecido hepático, levando ao aumento do fígado.5
Por outro lado, a esplenomegalia é geralmente causada pela hiperatividade do baço. Na esquistossomose, o baço pode se tornar hiperativo devido ao aumento da atividade imunológica. O baço é um órgão importante do sistema imunológico e desempenha um papel crucial na resposta do corpo à infecção. Quando o corpo é infectado com Schistosoma mansoni, o baço pode se tornar hiperativo na tentativa de combater a infecção, levando ao seu aumento.5
Figura 2: Forma hepatoesplênica- aumento do fígado, baço e ascite
Fonte: Neves, Parasitologia Humana 13°, 2016.5
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL E MÉTODOS DE CONTROLE
O método de Kato-Katz é uma técnica parasitológica quantitativa utilizada para detectar e estimar a carga parasitária de helmintos intestinais, como o Schistosoma mansoni, em amostras fecais. É amplamente empregado em levantamentos epidemiológicos e programas de monitoramento devido à sua simplicidade, baixo custo e eficácia na quantificação dos ovos de parasitas.10,11
A técnica consiste em coletar uma amostra fecal do paciente, isso geralmente é feito através de um recipiente limpo e seco, a fim de evitar a contaminação externa. Uma pequena quantidade da amostra fecal é colocada em uma lâmina especial de microscopia, que contém uma grade ou uma camada espessa de filtro, a quantidade de amostra utilizada é padronizada para garantir resultados consistentes. A amostra fecal é pressionada através da grade ou do filtro, usando uma espátula ou um bastão, isso permite que uma quantidade uniforme de fezes seja depositada na lâmina, facilitando a detecção de ovos de parasitas.11
Após a deposição da amostra fecal na lâmina, uma solução de glicerina-malachita é adicionada sobre a amostra. Esta solução ajuda a clarear as fezes e tornar os ovos dos parasitas mais visíveis ao microscópio. Após todo esse processo a lâmina é analisada no microscópio, e assim examinar atentamente se tem a presença de ovos de Schistosoma mansoni na amostra fecal. Os ovos são identificados pela sua morfologia característica, que inclui uma casca rígida e uma espinha lateral. A contagem é expressa como número de ovos por grama de fezes (OPG), o que fornece uma estimativa da intensidade da infecção parasitária.11
Também pode ser utilizado o Método de Hoffman, Pons e Janer (HPJ), esse método utiliza uma técnica de sedimentação para concentrar os ovos nas amostras fecais antes da visualização microscópica. Embora o método de HPJ possa ser útil para visualizar e diferenciar os ovos de Schistosoma mansoni, o método de Kato-Katz é geralmente preferido devido à sua maior sensibilidade e praticidade.12
Método de ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay): O ELISA é uma técnica imunológica que detecta antígenos ou anticorpos específicos no soro sanguíneo. No contexto da esquistossomose, o ELISA é frequentemente utilizado para detectar antígenos circulantes secretados pelo verme adulto do Schistosoma mansoni. Esta técnica é altamente sensível, com uma sensibilidade de 100%, o que significa que raramente ocorrem resultados falsos negativos. No entanto, o ELISA não é capaz de diferenciar entre uma infecção atual e uma infecção passada, e pode resultar em falsos positivos devido à reatividade cruzada com outros parasitas ou antígenos semelhantes.12
Outras técnicas complementares, como o teste de imunofluorescência e exames de ultrassonografia abdominal, também podem ser úteis para auxiliar no diagnóstico e monitoramento da esquistossomose, especialmente na avaliação de complicações hepáticas e esplênicas associadas à infecção crônica pelo Schistosoma mansoni.12
TRATAMENTOS, RESISTÊNCIA A MEDICAMENTOS E DESAFIOS TERAPÊUTICOS
A resistência a medicamentos é um fenômeno complexo que pode surgir devido à pressão seletiva exercida sobre os parasitas pela exposição repetida aos mesmos medicamentos. No caso da esquistossomose, o praziquantel tem sido amplamente utilizado como droga de escolha devido à sua eficácia, baixo custo e administração oral única. No entanto, a sua utilização em larga escala tem levantado preocupações sobre aparição de resistência.5,13
A resistência ao praziquantel foi documentada em algumas áreas endêmicas, e diversos estudos têm sido realizados para compreender os mecanismos subjacentes a esse fenômeno. Uma das hipóteses é que a resistência pode ser mediada por alterações genéticas no parasita que afetam a sua sensibilidade à droga. Isso pode incluir mudanças nas proteínas alvo do praziquantel ou em vias metabólicas que interferem na ação do medicamento.5,13,14
Além disso, fatores ambientais e comportamentais, como a densidade parasitária, a frequência de tratamento, a qualidade da água e as práticas de higiene, também podem influenciar o desenvolvimento da resistência. Por exemplo, a presença de uma grande quantidade de parasitas no ambiente pode aumentar a pressão seletiva sobre eles, favorecendo o surgimento de cepas resistentes.5,14
As consequências da resistência ao praziquantel são significativas. A falha do tratamento pode levar à persistência da infecção, aumento da carga parasitária e risco aumentado de transmissão da doença. Além disso, a resistência pode comprometer os programas de controle da esquistossomose, tornando mais difícil alcançar e manter baixas taxas de infecção em populações afetadas.5,14
Diante desse cenário, a busca por novas abordagens terapêuticas é de extrema importância. As vacinas representam uma promissora estratégia preventiva, estimulando o sistema imunológico a reconhecer e combater o parasita antes que ele se estabeleça no organismo.15
Além das vacinas, há esforços contínuos para identificar novos agentes quimioterápicos com atividade contra o S. mansoni. Isso inclui a triagem de compostos químicos em busca de moléculas com potencial terapêutico e o desenvolvimento de formulações farmacêuticas mais eficazes e seguras. Terapias combinadas também têm sido investigadas como uma estratégia para reduzir a pressão seletiva sobre o parasita e minimizar o desenvolvimento de resistência.16
ABORDAGENS PARA DESENVOLVIMENTO DE VACINAS
A primeira vacina para advertir a esquistossomose, está sendo desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e está prestes a iniciar os estudos clínicos de Fase II da Vacina Sm14. Esta etapa é realizada em parceria com a empresa Orygen Biotecnologia S.A. A vacina é um dos projetos de pesquisa e desenvolvimento em saúde prioritários para a Organização Mundial da Saúde (OMS), visando fornecer acesso a ferramentas de medicina coletiva com tecnologia de ponta para a população de países em desenvolvimento.17
Desenvolvida e patenteada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a Vacina Sm14 utiliza um antígeno específico, a proteína Sm14, para estimular a produção de anticorpos no organismo. Esses anticorpos são essenciais para impedir a instalação do parasita Schistosoma mansoni, responsável pela esquistossomose, ou para reduzir os danos causados por ele.17
É importante evidenciar que esta vacina é pioneira mundialmente como uma vacina parasitária desenvolvida com tecnologia de última geração do Brasil. A proteína Sm14, derivada do Schistosoma mansoni, foi selecionada como alvo devido à sua habilidade de desencadear uma resposta imunológica eficaz contra o parasita.15
A entrada da Vacina Sm14 na Fase II de estudos clínicos representa um marco significativo no avanço da pesquisa e no combate à esquistossomose, uma doença endêmica em muitas regiões da América Latina e da África.15
ESTUDOS PRÉ-CLÍNICOS E CLÍNICOS
O desenvolvimento de vacinas contra o Schistosoma mansoni tem sido objeto de extensa pesquisa, envolvendo uma série de estudos pré-clínicos e clínicos. Esses estudos visam avaliar a eficácia e a segurança das vacinas candidatas em diferentes estágios do processo de elaboração e aperfeiçoamento. Uma revisão crítica desses estudos é essencial para entender os avanços alcançados e as limitações encontradas nesse campo.15
Nos estudos pré-clínicos, as vacinas candidatas são testadas em modelos animais, como camundongos e primatas não humanos, para avaliar sua capacidade de induzir uma resposta imune protetora contra o parasita. Esses estudos geralmente envolvem a administração da vacina seguida de desafio com o parasita para avaliar a proteção conferida. Resultados promissores em modelos animais podem fornecer uma base sólida para avançar para estudos clínicos em humanos.15
Os estudos clínicos são realizados em voluntários humanos e são divididos em várias fases. Na fase I, a segurança e a imunogenicidade da vacina são avaliadas em um pequeno número de indivíduos saudáveis. Na fase II, a vacina é testada em um grupo maior de pessoas para determinar sua eficácia em prevenir a infecção ou reduzir a gravidade da doença. Na fase III, a vacina é testada em uma população mais ampla para confirmar sua eficácia e monitorar eventuais efeitos colaterais.15
A vacina Sm14, desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é um exemplo de uma vacina contra a esquistossomose que passou pelos estudos clínicos de Fase I e II. Na Fase I, a vacina se mostrou segura e bem tolerada, sendo o principal efeito dor no local da injeção e sem a ocorrência de eventos adversos graves. Na Fase II, a vacina está sendo testada em um número maior de pessoas para avaliar sua eficácia e segurança.18
Os avanços no desenvolvimento de vacinas contra a esquistossomose são significativos. A vacina Sm14 é a primeira vacina parasitária produzida com tecnologia brasileira de última geração a chegar à Fase II de estudos clínicos. Além disso, a vacina tem potencial multivalente, podendo ser usada como base para o desenvolvimento de imunizantes para outras doenças humanas causadas por helmintos.18
PREVENÇÃO DA ESQUISTOSSOMOSE
Parasita prevalente nas regiões tropicais do Brasil, pode ser prevenido através de medidas simples, principalmente relacionadas ao contato com água contaminada.19
Evitar contato com água contaminada, isso inclui não só rios e lagos, mas também água da chuva, que pode carregar ovos do parasita. Locais com esgoto a céu aberto representam um risco aumentado, portanto, é essencial evitar essas áreas.19
A água utilizada para consumo humano deve ser filtrada e potável. A utilização de métodos de tratamento adequados, como a filtração e a fervura, ajuda a eliminar possíveis parasitas e patógenos presentes na água, reduzindo assim o risco de infecção por esquistossomose.20
O acesso a saneamento básico adequado, como sistemas de tratamento de água e esgoto, é fundamental para barrar a propagação da esquistossomose e de outras doenças transmitidas pela água. Investimentos nessa área são essenciais, principalmente em comunidades onde o saneamento básico é precário.21
É muito necessário a divulgação de informações sobre os riscos da esquistossomose e as medidas preventivas é crucial para capacitar as comunidades a protegerem-se contra a doença. Campanhas educativas podem promover hábitos saudáveis e práticas de higiene que reduzam a exposição ao parasita.22
A precaução sobre a esquistossomose requer uma abordagem complexa, envolvendo medidas individuais, comunitárias e políticas para garantir a seguridade e o bem-estar das populações em risco.23
ASPECTOS SOCIAIS E ECONÔMICOS DA ESQUISTOSSOMOSE
A esquistossomose é uma doença parasitária que não apenas afeta a saúde das pessoas, mas também tem profundas ramificações nos aspectos sociais e econômicos das comunidades afetadas. Ao avaliar seu impacto, torna-se evidente que essa enfermidade não apenas sobrecarrega os sistemas de saúde, mas também contribui para a perda de produtividade e diminuição da qualidade de vida dos indivíduos.19,24
Em termos de custos de saúde, a esquistossomose impõe uma carga significativa sobre os sistemas de saúde pública. Os gastos com tratamento médico, consultas, exames e internações podem ser substanciais, especialmente em áreas onde a doença é endêmica e os recursos são escassos. Além disso, o tratamento a longo prazo e os cuidados necessários para gerenciar complicações crônicas da doença podem representar um fardo financeiro duradouro para as famílias afetadas.20,24
A perda de produtividade é outra consequência importante da esquistossomose. Indivíduos infectados frequentemente sofrem de fadiga, fraqueza e outros sintomas debilitantes que podem prejudicar seu desempenho no trabalho ou na escola. Isso pode resultar em dias perdidos de trabalho ou escola, redução da capacidade de ganho e limitações nas oportunidades de educação e emprego, perpetuando assim o ciclo de pobreza e marginalização.21
Além disso, a esquistossomose tem efeitos profundos na qualidade de vida das pessoas afetadas. Os sintomas físicos da doença, como dor abdominal, diarreia, sangramento retal e disfunção hepática, podem causar sofrimento significativo e impactar negativamente o bem-estar emocional e psicológico dos pacientes.21
Além disso, o estigma social associado à doença pode levar ao isolamento social e à discriminação, exacerbando ainda mais o sofrimento das pessoas afetadas.21
Diante desse cenário, estratégias de intervenção integradas são essenciais para enfrentar não apenas os aspectos biológicos, mas também os determinantes sociais e econômicos da esquistossomose. A expansão da doença em áreas de desenvolvimento econômico, muitas vezes associada à falta de saneamento básico, acesso inadequado à água potável e pobreza, destaca a necessidade urgente de abordagens abrangentes que visem melhorar as condições de vida das comunidades afetadas.22
Medidas de controle e saneamento ambiental desempenham um papel fundamental na prevenção da esquistossomose. Isso inclui a construção e manutenção de sistemas de água e esgoto seguros, o fornecimento mobilização comunitária são essenciais para aumentar a conscientização sobre os riscos da doença, promover práticas de higiene adequadas e incentivar a participação ativa das comunidades na prevenção e controle da esquistossomose.23
A avaliação contínua das ações de vigilância e controle é fundamental para monitorar a eficácia das estratégias implementadas e fazer ajustes conforme necessário. Isso envolve a coleta e análise de dados epidemiológicos, avaliação da cobertura e qualidade dos serviços de saúde, bem como a participação e feedback das comunidades afetadas. Somente através de abordagens integradas e sustentáveis que abordem os aspectos sociais, econômicos e ambientais da esquistossomose, é possível alcançar progressos significativos na redução da carga parasitária dessa doença, e melhorar a saúde e o bem-estar das populações afetadas.23
CONCLUSÃO
O Schistosoma mansoni, um parasita prevalente em áreas tropicais e subtropicais, continua a representar um desafio significativo para a saúde pública global. Embora progressos tenham sido feitos no seu controle, há importantes lacunas a serem abordadas. O desenvolvimento da vacina SM14 contra o Schistosoma mansoni é um objetivo crucial, assim como entender e enfrentar a resistência aos tratamentos existentes. Além disso, aprimorar e sempre realizar a fiscalização de qualidade nos métodos de diagnóstico para assim continuar dando resultados eficazes, investimentos em pesquisa epidemiológica, e estudos moleculares são necessários para orientar intervenções eficazes. As recentes recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) destacam a importância da quimioterapia preventiva, controle de caramujos e estratégias de água, saneamento e higiene, essas direções de pesquisa e estratégias de controle, são fundamentais para avançar em direção à eliminação da esquistossomose como um problema de saúde pública, exigindo um compromisso contínuo com a pesquisa e implementação eficaz.
REFERÊNCIAS
1. Carvalho OS, Coelho PMZ, Lenzi HL. Schistosoma mansoni & Esquistossomose: uma visão multidisciplinar. 1ª ed. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2008.
2. “Esquistossomose: uma endemia de importância no Brasil”. Revista Brasileira de Análises Clínicas. Disponivel em: https://www.rbac.org.br/artigos/esquistossomose-uma-endemia-de-importancia-no-brasil/
3. Atlas Virtual de Parasitologia- UNIFESP. Disponível em: https://atlasvirtualparasitologia.unifesp.br/
4. Atlas de Parasitologia Humana- Unesp. Disponivel em: https://www.ibb.unesp.br/Home/ensino/departamentos/parasitologia/atlas_parasitologia_humana.pdf
5. Neves, Parasitologia Humana 13°, Editora Atheneu, 2016.
6. Esquistossomose- Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/e/esquistossomose
7. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Vigilância da esquistossomose mansoni: diretrizes técnicas. 4. ed. Brasília; 2014.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigilancia_esquistossome_mansoni_diretrizes_tecnicas.pdf
8. Programa de Controle da Esquistossomose. Ministério da Saúde. DATASUS. Disponível em: https://datasus.saude.gov.br/acesso-a-informacao/programa-de-controle-da-esquistossomose-pce/
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10. Aspectos relacionados com a positividade para a esquistossomose: estudo transversal em área de baixa prevalência em Alagoas, 2020. Scielo. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ress/a/cpvfgh7fptTcZjmV7jg3Rch/
11. Neves, Paulo A. Manual Roca Técnicas de Laboratório – Fezes. Disponível em: Biblioteca virtual FMU, Grupo GEN, 2011
12. Siqueira-Batista, Rodrigo. Parasitologia – Fundamentos e Prática Clínica. Disponível em: Biblioteca virtual FMU, Grupo GEN, 2020.
13. Esquistossomose mansoni: tratamento medicamentoso. Scielo. Disponível em: https://www.scielo.br/j/mioc/a/fW4fPs5LKYnQ9mr5Xh6ztgc/
14. Comparação entre praziquantel e oxamniquine no tratamento da esquistossomose mansoni. Scielo. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/79VFnK9MPj49KpmvRgbZq4t/
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16.A esquistossomose mansoni no contexto da política de saúde brasileira. Scielo. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/NgGnZz4mpfYbxVVwQ7BTwkk/
17. Histórico da vacina Sm14. Instituto Oswaldo Cruz. Disponível em: https://www.ioc.fiocruz.br/noticias/historico-da-vacina-sm14
18. Vacina contra esquistossomose teve IFSC como “braço direito”. Instituto de Física de São Carlos- IFSC. Disponível em: https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/vacina-contra-esquistossomose-teve-ifsc-como-qbraco-direitoq/
19. Condições de saneamento básico em áreas hiperendêmicas para esquistossomose no estado de Pernambuco em 2012. Scielo. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ress/a/Sp9kmjBz9T6nqPwxPC9JG4v/
20. Esquistossomose. Governo do Estado Bahia- Secretaria da Saúde. Disponível em: https://www.saude.ba.gov.br/suvisa/vigilancia-epidemiologica/doencas-de-transmissao-vetorial/esquistossomose/
21. Saneamento rural em áreas endêmicas de esquistossomose: experiência e aprendizagem. Scielo. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/LxtF6cDKz8kZBKtNBVF66vQ/?lang=pt
22. Estratégias e métodos de controle da esquistossomose. Scielo. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/6tf69FbK5nTgcvxThpmP97M/
23. Modelo alternativo para o controle da esquistossomose: estado atual do projeto no Estado do Espírito Santo, Brasil. Scielo. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/3bzQcQDLrrkFpsLyJLCwy7P/?lang=pt
24. Ecoepidemiologia da esquistossomose urbana na ilha de Itamaracá, Estado de Pernambuco. Scielo. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsp/a/3y7hXVH9H5q3B6vMCQdDN7m/
1Graduanda do curso de Biomedicina do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas- FMU, Brasil
2Biomédica, Docente do curso de Biomedicina do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas- FMU, Brasil