REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202411121348
Mádava Da Silva
Silas Antonio Martins Dos Santos Gomes
Orientador (A) Prof. (A) Esp. Cíntia Melo
RESUMO
Introdução: A dor lombar é definida como uma das principais causas de incapacidade nas mulheres adultas afetando principalmente a funcionalidade e o bem estar. A fisioterapia visa proporcionar um conforto e uma melhora na qualidade de vida, através de estratégias que buscam minimizar o incomodo causado por essa patologia. Este trabalho analisa e mostra técnicas da fisioterapia na redução das dores musculoesqueléticas em mulheres adultas com lombalgia. Objetivo: Foi tido como objetivo identificar as abordagens mais hábeis para o alívio dos sintomas e capaz de dar a reabilitação funcional dessas pacientes. Metodologia: A estrutura é uma revisão de literatura, e é composta por artigos publicados entre 2018 e 2024 nas bases de dados PubMed, BVS, Lilacs e Scielo. Utilizou-se descritores em português e inglês, conforme o DeCS/MeSH (Descritores em Ciências da Saúde), foram aplicadas palavras-chave com os filtros de idioma (português e inglês), ano de publicação (2018-2024), tipo de artigo (ensaio clínico, estudo observacional), e disponibilidade de texto completo. Resultados: Na busca foi encontrado os resultados da fisioterapia, através de exercícios específicos de estabilidade e a educação em neurociência da dor, isso reduziu consideravelmente a dor e ajudou na melhora da qualidade de vida das mulheres acometidas pela lombalgia já que a média geral de prevalência de dor lombar foi significativamente maior entre as mulheres em comparação com os homens. Discussão: Foi examinada diversas técnicas com o propósito de avaliar as principais evidências sobre os impactos da fisioterapia na redução das dores musculoesqueléticas em mulheres adultas com lombalgia. Houve uma complexidade em encontrar evidências que mencionassem especificamente o tema. Considerações finais: O fisioterapeuta possui uma formação para reabilitar e prevenir, na redução das dores e na melhora da funcionalidade e também um papel fundamental na melhoria de vidas; tem função e papel importante e está direcionado de forma indispensável e essencial.
Palavras-chave: lombalgia, fisioterapia, dores musculoesqueléticas, mulheres, reabilitação.
ABSTRACT
Introduction: Low back pain is defined as one of the leading causes of disability in adult women, primarily affecting functionality and well-being. Physiotherapy aims to provide comfort and improve quality of life through strategies that seek to minimize the discomfort caused by this condition. This paper analyzes and presents physiotherapy techniques for reducing musculoskeletal pain in adult women with low back pain. Objective: The objective was to identify the most effective approaches for symptom relief and functional rehabilitation of these patients. Methodology: The structure is a literature review, composed of articles published between 2018 and 2024 from databases such as PubMed, BVS, Lilacs, and Scielo. Descriptors in both Portuguese and English were used according to DeCS/MeSH (Health Sciences Descriptors). Keywords were applied with filters for language (Portuguese and English), publication year (2018-2024), article type (clinical trial, observational study), and full-text availability. Results: The search highlighted the results of physiotherapy, particularly through specific stability exercises and pain neuroscience education. These interventions significantly reduced pain and improved the quality of life in women with low back pain, as the overall prevalence of low back pain was notably higher in women compared to men. Discussion: Various techniques were examined to evaluate the main evidence on the impacts of physiotherapy in reducing musculoskeletal pain in adult women with low back pain. There was some complexity in finding evidence that specifically addressed the topic. Conclusion: Physiotherapists are trained to rehabilitate and prevent, playing a crucial role in pain reduction, functional improvement, and improving lives. They hold an essential and indispensable role in this context.
Keywords: low back pain, physiotherapy, musculoskeletal pain, women, rehabilitation.
INTRODUÇÃO
A divisão de ortopedia da Associação Americana de Fisioterapia define DLC (dor lombar crônica) como dor lombar generalizada com duração de mais de 3 meses consecutivos Ebadi S et al. (2018). O conceito de DLC não específica é geralmente utilizado para descrever esta condição devido à falta de entendimento dos mecanismos da dor Delitto et al. (2012).
A DME (Dor Musculoesquelética) é consequência de lesões por esforços repetitivos, traumas e sobrecargas mecânicas, entre outros. Expressa por sintomas como dor, formigamento, parestesia, sensação de peso, fadiga, dormência e limitação de movimentos. Morais et al. (2023). Alterações na função musculoesquelética como, por exemplo, músculos paravertebrais e abdominais fracos, assim como a diminuição da flexibilidade dos músculos da região lombar e posteriores das coxas contribuem para o aparecimento de dores na coluna lombar. Oliveira et al. (2021).
Fatores mecânicos, como levantar e carregar, provavelmente não têm um papel patogênico importante, mas a constituição genética é importante. Balagué, et al (2012). A média geral de prevalência de dor lombar foi significativamente maior entre as mulheres em comparação com os homens. As principais explicações para esta diferença incluem dor relacionada à osteoporose, menstruação ou gravidez, influências individuais ou sociais e os padrões de crescimento divergentes entre os sexos durante a adolescência, que podem influenciar a dor nesse período. Oliveira et al. (2021).
A taxa de incidência de dor lombar ao longo da vida é de 84% e a de dor lombar crônica é de aproximadamente 23%. Segundo o Anuário Estatístico Brasileiro de Acidentes de Trabalho, aproximadamente 34.253 casos de dor nas costas (CID10 M54) foram registrados no Brasil em 2013, sendo a DL (Dor lombar) classificada como a quarta lesão mais comum. Pivovarsky et al. (2021). A prevalência anual de lombalgia no Brasil foi superior a 50%, sendo que a dor lombar crônica atingiu entre 4,2% a 14,7% da população. Oliveira et al. (2021). Em termos de causas de lombalgia, 5–15% estão relacionadas com doenças graves da coluna vertebral; no entanto, cerca de 85% dos casos têm diagnóstico de lombalgia inespecífica, que não tem etiologia bem definida. Rubira et al. (2019).
A DL é a principal causa de incapacidade no mundo e, de acordo com relatórios de 2010, 21,7 milhões de pessoas sofrem anualmente dessa incapacidade. Jalalvandi et al. (2022). As diretrizes de prática clínica recomendam exercícios terapêuticos e modalidades de fisioterapia para dor lombar. Os exercícios terapêuticos e as modalidades de fisioterapia podem aliviar a intensidade da dor e a incapacidade das costas para pacientes com dor lombar. Peng et al. (2022). Uma dessas intervenções é o exercício terapêutico, que é amplamente utilizado no tratamento de DL (dor lombar). O exercício terapêutico inclui várias intervenções, como o exercício aeróbico, o exercício de fortalecimento e o exercício de alongamento para aumentar a flexibilidade. Jalalvandi et al. (2022).
Este estudo tem como principal proposta investigar a eficácia da fisioterapia no tratamento de dores musculoesqueléticas relacionadas à coluna lombar em mulheres adultas, assim como verificar qual abordagem se destaca com mais frequência nos estudos abordados.
METODOLOGIA
Este estudo é uma revisão integrativa de literatura sobre o tema “Impactos da fisioterapia na redução das dores musculoesqueléticas em mulheres adultas com lombalgia”. As pesquisas foram realizadas nas bases de dados eletrônicas SCIELO, PUBMED, BVS e LILACS, utilizou- se descritores em português e inglês, conforme o DeCS/MeSH (Descritores em Ciências da Saúde), tais como: lombalgia, mulheres, fisioterapia e lombalgia. Utilizando operadores booleanos AND e OR, foram feitos os seguintes cruzamentos: low back pain AND women AND physical therapy; women OR adults AND physical therapy AND low back pain; low back pain AND physical therapy AND musculoskeletal pain; Pain Management AND Adult Women AND Treatment AND Lumbago; Low Back Pain OR Lumbago AND Rehabilitation AND Manual Therapy OR Exercise Therapy; Therapy AND Lumbago. A pesquisa ocorreu entre os meses de agosto e novembro de 2024, com o filtro de data de publicação entre 2018 e 2024, e restrição de idiomas para português e inglês. Os critérios de inclusão definidos foram: ensaio clínico randomizado, ensaio clínico controlado randomizado, estudo observacional. Na base de dados PUBMED, por exemplo, foram aplicadas palavras-chave com os filtros de idioma (português e inglês), ano de publicação (2018-2024), tipo de artigo (ensaio clínico, estudo observacional), e disponibilidade de texto completo. Foram encontrados 162 artigos. A busca nas demais bases de dados seguiu o mesmo procedimento, com o intuito de reunir estudos que discutem a eficácia da fisioterapia na diminuição da dor lombar em mulheres. O processo de seleção dos estudos foi dividido em cinco etapas. Na primeira fase, as pesquisas foram realizadas nas bases de dados utilizando os descritores e palavras-chave pertinentes ao tema, aplicando os filtros e classificando os artigos segundo o modelo adotado. Na segunda fase, a seleção focou na análise dos títulos, excluindo artigos irrelevantes para o tema, duplicados nas bases, indisponíveis na íntegra ou incompletos. A terceira fase consistiu na exclusão, após leitura dos resumos, dos artigos que não atendiam aos critérios estabelecidos. Na quarta fase, foi feita a leitura completa dos artigos que passaram pela pré-seleção. Por fim na quinta fase, houve uma análise detalhada dos artigos e as metodologias não compatíveis, inadequadas ou imprecisas para os objetivos da pesquisa, como o tipo de estudo e os critérios utilizados não compatíveis foram removidas.
RESULTADOS
Após a análise dos estudos foram encontrados 162 artigos. Em seguida, ocorreu uma seleção para filtrar os artigos que se enquadravam com os critérios da metodologia usadas para essa pesquisa. Logo depois da leitura do título e resumo, foram escolhidos 5 artigos, demonstrados na tabela a seguir.
Tabela 1 – Detalhamento dos estudos para análise.
Título | Autor/ ano | Tipo de estudo | Objetivo | Amostra | Resultados |
The effect of aquatic exercise program on low- back pain disability in obese women | Abadi FH et al. (2019) | Ensaio clínico randomizado | Investigar o efeito de 12 semanas de exercício aquático; 60 min, duas sessões por semana na incapacidade de LBP e as seções relacionadas (intensidade da dor, cuidados pessoais, levantamento, caminhada, sentar, ficar em pé, dormir, vida social, viajar e emprego/tarefas domésticas) em mulheres obesas. | 39 participantes do sexo feminino com índice de massa corporal (IMC) ≥ 27 kg/m 2 | Exercício aquático progressivo foi um programa de intervenção conveniente e eficaz para reduzir a intensidade da dor e melhorar os cuidados pessoais, sentar, ficar em pé, dormir e habilidades de emprego em mulheres obesas com LBP. |
Effectiveness of a clinical Pilates program in women with clinic low back pain: a randomized controlled trial | Baskan O et al. (2021) | Ensaio clínico randomizado | Mostrar os efeitos do programa clínico de Pilates em mulheres com dor lombar crônica inespecífica. | 40 participantes do sexo feminino entre 30 a 45 anos de idade. | Os participantes do Pilates apresentaram melhoras significativas na intensidade da dor, força muscular, função pulmonar, nível de incapacidade e capacidade de equilíbrio (pÿ 0,05). |
Effect of a Biopsychosocial Intervention or Postural Therapy on Disability and Health Care Spending Among Patients With Acute and Subacute Spine Pain | Choudhry NK et al. (2022) | Ensaio clinico randomizado SPIN CARE | Avaliar os efeitos de duas intervenções que enfatizam o tratamento não invasivo para dor na coluna. | 2971 participantes com idade média de 51,7 anos; 1792 mulheres [60,3%]. | Tanto a intervenção biopsicossocial quanto a intervenção de terapia postural, cada uma comparada com o tratamento usual, reduziram significativamente a incapacidade relacionada à dor em 3 meses. |
Pain Neuroscience Education and Motor Control Exercises versus Core Stability Exercises on Pain, Disability, and Balance in Women with Chronic Low Back Pain | Gorji SM et al. (2022) | Ensaio clínico randomizado | Comparar duas intervenções (PNE/MCE e CST) na dor, incapacidade e equilíbrio em mulheres com CLBP. | 42 participantes do sexo feminino com idade entre 50 e 60 anos. | O tratamento com PNE/MCE foi mais eficaz na melhora da incapacidade por dor e do equilíbrio estático e dinâmico unipodal do que o tratamento com CST. |
A Randomized Controlled Trial Investigating the Effects of Equine Simulator Riding on Low Back Pain, Morphological Changes, and Trunk Musculature in Elderly Women | Park S et al. (2020) | Estudo controlado randomizado | Analisar as mudanças em mulheres idosas com DLC que participam de um programa de ERS. | 80 participantes do sexo feminino com idade entre 61 e 84 anos. | O ERSG mostrou uma diminuição significativa na dor nas costas em comparação ao CON. |
DISCUSSÃO
Esta revisão integrativa teve como propósito avaliar as principais evidências sobre os impactos da fisioterapia na redução das dores musculoesqueléticas em mulheres adultas com lombalgia. Examinando as intervenções abordadas nesta revisão, foi observado que os resultados indicam que a fisioterapia atua não apenas no alívio e redução da dor, mas também desempenha um papel crucial tanto na evolução a longo prazo quanto na melhoria da função, mobilidade, força dos músculos e qualidade de vida.
Durante a seleção de artigos para essa revisão, houve uma complexidade em encontrar evidências que mencionassem especificamente a lombalgia nas mulheres. Considerando que o sexo feminino tem fatores fisiológicos determinantes como gravidez, menopausa e variações hormonais relacionadas a TPM (tensão pré-menstrual) que influenciam diretamente na incidência e desenvolvimento de patologias na coluna, a escassez desses artigos relacionados a esse grupo populacional, expõe uma falha na literatura. visto que ao optar por qualquer método de intervenção, fica-se limitado a poucos estudos com evidências cientificas sólidas.
Em seu estudo Gorji SM et al, (2022) formou 2 grupos para comparar duas intervenções sobre os métodos: educação em neurociência da dor associado a exercícios de controle motor e treinamento de estabilidade central. O grupo 1 inicialmente recebeu três sessões de educação em neurociência da dor combinada com exercícios de controle motor, onde consistiu em controlar crenças limitantes e negativas sobre a dor. Em seguida, foram realizadas 16 sessões de controle motor. O grupo 2 cumpriu o treinamento de estabilidade do core, executando exercícios progressivos de fortalecimento, buscando melhorar a estabilidade do tronco e resistência muscular. Foram 8 semanas de sessões supervisionadas para ambos os grupos. Os resultados comprovaram que os dois métodos foram eficazes, pois, houve redução da dor nos dois grupos na escala VAS (escala de intensidade da dor). Entretanto, o programa 1 obteve mais eficiência. Já que, ajudou os pacientes a entender o mecanismo da dor, reduzindo a tensão causada, fazendo o corpo responder melhor aos exercícios propostos.
O estudo de Gorji SM et al, (2022) se mostrou eficiente ao ter uma metodologia sólida, comparando duas técnicas reconhecidas que trazem eficácia na incapacidade, equilíbrio e dor. A sensibilização central foi reduzida, uma vez que, os pacientes receberam educação na percepção e controle da dor. Contudo, o estudo não se aprofundou na análise da qualidade de vida a longo prazo, enfraquecendo a aplicabilidade dos resultados no contexto clinico.
Conduzida predominantemente por mulheres (60,3%), o estudo de Choudhry NK et al, (2022) investigou os efeitos da intervenção biopsicossocial e a terapia postural na lombalgia. Foram randomizados 2971 participantes em três grupos: tratamento usual, intervenção multidisciplinar estratificada por risco (ICE) e o grupo de terapia postural individualizada (TPI). O grupo de tratamento usual não recebeu nenhuma intervenção. O grupo de intervenção multidisciplinar estratificada por risco recebeu o suporte de um profissional treinado em entrevista motivacional com o (sistema sTarT Back4), que é uma ferramenta que seleciona a intensidade apropriada de uma intervenção. Caso fosse baixo risco de dor na coluna (< 3) seriam brevemente acompanhados por um fisioterapeuta. Os pacientes de médio e alto risco (> 4), receberam sessões adicionais. O grupo de terapia postural individualizada executou um programa de exercícios diários focando no realinhamento postural. Os resultados finais mostraram que tanto o ICE quanto o TPI foram eficazes quando comparadas ao tratamento usual. A incapacidade foi reduzida há longo prazo e os custos foram reduzidos em comparação ao tratamento usual. Em sua análise, Choudhry NK et al, (2022) apresentou uma metodologia robusta e um bom número de participantes, o que reforça a confiabilidade dos resultados. No entanto, não apresentou nenhuma intervenção especifica ao grupo de tratamento usual, sem especificar com exatidão de qual método se tratava, ficando em aberto várias possibilidades diante dessa intervenção, limitando a compreensão das intervenções apresentadas.
Os achados indicaram que o método de intervenção (educação em neurociência da dor) do estudo 1 de Gorji Sm et al, (2022) e a investigação multidisciplinar do estudo 2 de Choudhry NK et al, (2022) trouxeram resultados semelhantes. O estudo de Gorji Sm et al, (2022) focou na reversão da crença limitante do paciente sobre sua dor, aplicando o tratamento cognitivo com apoio verbal e desconstrução de padrões limitantes sobre si. Já Choudhry NK et al, (2022) apresentou uma variedade de profissionais de diferentes áreas para cuidar de maneira personalizada, permitindo uma escuta mais sensível as necessidades individuais de cada um. Essas opções de terapia que focam na atenção direta ao paciente, impactam diretamente na recuperação como foi apresentado nos resultados finais de cada estudo aqui observado. Os 2 grupos que receberam essas técnicas, obtiveram melhorias superiores em comparação aos outros métodos.
Em sua pesquisa, Abadi FH et al, (2019) abordou um programa de exercícios aquáticos em mulheres obesas que sofrem de dor lombar. foram selecionadas 39 mulheres com índice de massa corporal (IMC) > 27kg/ M². Elas foram divididas aleatoriamente em dois grupos:
aquático e controle. As mulheres do grupo aquático, realizaram exercícios aquáticos 2 vezes por semana por 60 minutos, durante 12 semanas. O grupo controle fez exercícios em casa por 15 a 20 minutos, de 2 a 3 vezes por semana. Os resultados mostraram que os exercícios aquáticos foram satisfatórios, pois foi diminuída a intensidade da dor nessas mulheres, a flexibilidade foi aumentada significativamente, obtendo benefícios significativos como sentar, ficar em pé, dormir e até desempenho no trabalho. O estudo foi alavancado com 39 mulheres, em consequência de sua amostra inicial, onde foram selecionados 57 participantes. Porém, 18 mulheres atingiram os critérios de exclusão: IMC mais baixo, cirurgia, problema de saúde cardiorrespiratória, fobia de água ou qualquer outra contraindicação para exercícios aquáticos e incapacidade de entrar e sair da piscina com segurança. Os resultados mostram que foi uma intervenção eficiente, pois houve um raciocínio prático por parte dos pesquisadores visto que a água elimina forças gravitacionais diminuindo o impacto e neutralizando o peso corporal, permitindo maior liberdade para fazer os movimentos necessários. Foi observado também que a pressão hidrostática gera no corpo promove consciência corporal e propriocepção. Em conclusão, exercícios na água são benéficos e seguros, uma vez que, são altamente recomendados para grupos mais sensíveis como gestantes e indivíduos com sobrepeso.
O método de Baskan et al, (2021) salientou a importância do método Pilates em mulheres com lombalgia. Para posteriormente comparar os métodos aplicados, o grupo 1 participou do método Pilates, durante 45 minutos, 3 dias por semana, durante 8 semanas. O grupo 2 foi aconselhado por um fisioterapeuta a fazer um programa de exercícios em casa 3 vezes por semana. Os resultados indicam que o grupo de Pilates mostrou melhora significativa na função pulmonar, dor, melhora de equilíbrio e força, análogo ao grupo de exercícios em casa que não apresentou mudanças relevantes. Inicialmente, o número de participantes dessa pesquisa é um ponto a se observar, pois foi conduzido com 40 participantes, distribuídas uniformemente nos grupos 1 e 2. Sendo um número relativamente pequeno, o que pode limitar os resultados para populações maiores. no entanto, os exercícios foram bem descritos, permitindo uma boa replicação em estudos futuros.
No estudo de Parque S et al. (2020) foi investigado o efeito do programa de simulador de equitação (ERS) na lombalgia em mulheres idosas. Foi uma pesquisa que envolveu 80 mulheres, divididas em grupo controle e grupo ERSG no qual utilizou o simulador de cavalo durante 12 semanas, 3 sessões semanais, durante 30 minutos por dia. Após completar o tempo estimado, o grupo ERS obteve uma melhora significativa em oposição ao grupo controle.
A explicação é que o simulador equino aplicou nessas mulheres uma estimulação muscular profunda e também alongamento, melhorando o alinhamento da coluna, gordura e melhora da força do extensor de tronco, consequentemente reduzindo significativamente a dor nas costas. Essa pesquisa indicou que esses ganhos obtidos pelo grupo ERS, são fatores determinantes para prevenir a lombalgia. Por mais que os resultados tenham sido promissores, o estudo possui algumas insuficiências, como a ausência de cegamento do avaliador e o uso de um analisador 4D que é menos preciso que ressonância magnética e tomografia.
Em conclusão, é ressaltada a importância urgente de novas pesquisas que explorem resultados eficazes no direcionamento das mulheres. Estudos futuros podem ser cruciais para uma base de evidências mais completa, conduzindo a um plano de tratamento personalizado, pois, o êxito de cada intervenção depende da individualidade de cada paciente, devendo adaptar as condições físicas e anatômicas de cada indivíduo.
CONCLUSÃO
Uma primeira observação é a escassa quantidade de publicações tratando do tema fisioterapia e lombalgia em mulheres, uma vez que a detalhada busca em bancos de dados consolidados na área permitiu apenas identificar 25 estudos ao longo de 5 anos. De modo geral, falando de publicações disponível sobre, existem muitas publicações de partes do tema, porém quando parte para o tema especifico, os números caem e dessa maneira conseguimos selecionar estudos mais completos, estudos que realmente mostram a atuação e participação do profissional de maneira complexa. No entanto com o entendimento dos estudos, são relatadas melhoras significantes e específicas em diferentes áreas e campos de trabalho do fisioterapeuta.
Os estudos relatam que o fisioterapeuta tem função e papel importante e está direcionado de forma indispensável e essencial à melhora na saúde geral e prevenção de novas crises, na recuperação e reabilitação de pacientes acometidas com lombalgia, tanto na ação direta quanto na interdisciplinaridade. Fatores como estes devem estar relacionados às necessidades de implantar um fisioterapeuta na resolução de casos que envolva a lombalgia aguda, crônica ou não específica.
No decorrer dessa revisão, os estudos selecionados trouxeram boas importantes sobre e importantes noções sobre a atuação da fisioterapia na lombalgia em mulheres. Dentre eles, o artigo de Gorji Sm et al. (2022) destacou-se por apresentar a metodologia mais robusta, com uma amostra bem definida e critérios de avaliação e observação mais completos e também nos mostrou duas condutas de tratamento que tiveram relevância positiva. Além do mais, seus resultados foram bem satisfatórios, mostrando uma melhora e redução na dor e melhora funcional das pacientes, com impacto direto na qualidade de vida. Em comparação com outros artigos analisados, esse estudo foi o que mais trouxe achados com consistência e de maior relevância clínica, robustecendo seu apoio para a área.
Por fim, essa patologia necessita ser tratada e prevenida por profissionais da fisioterapia e deve-se destacar a importância da formação para consolidar o tratamento, melhora e sucesso nas intervenções. O fisioterapeuta possui uma formação para reabilitar e prevenir, e isto lhe dar a condição de executar práticas profissionais voltadas para fisioterapia reabilitadora e preventiva, como visto nesse estudo, o papel principal do profissional são as ações em contato direto e agindo em diversas áreas da vida pessoal e profissional da paciente, como também, as pacientes relataram melhora na qualidade de vida em vários aspectos e voltaram a ter seu conforto. Nesse sentido, na formação do profissional fisioterapeuta, aumenta o grau de importância e passa deixa de ser apenas conhecido como curativo/reabilitador para uma lógica reabilitadora/educadora/preventiva, apresentando-se como condição indispensável para tratamentos nesse aspecto. O profissional de fisioterapia com seu vasto campo de atuação, tem papel fundamental na melhoria de vidas, com isso vemos a necessidade de uma abordagem completa e que leve além da reabilitação e transmita também ações educadoras e por fim transformadoras.
REFERÊNCIAS
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