REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411120935
Rayssa Kesley Bueno Matos
Fabrícia Gonçalves Amaral Pontes
Aleyxo Luiz Rocha Santos
Camila Cardoso M Costa
Raimundo Célio Pedreira
Cristiano da Silva Granadier
Isabella Afonso de Souza
Patrícia Alonso Beltrami
Lara Costa Bezerra
Ana Maria Dias B Santos
Marian Mascarenhas de Paula
Josy Barros Noleto de Souza
Nagila Pereira Firmo
Maria de Jesus Gama Lima Strasser
Ivana Pereira Lopes
Tathiana Nascimento Marques
Jordan Pinto Guimarães
Introdução
O envelhecimento da população é um fenômeno global, com a expectativa de vida aumentando significativamente nas últimas décadas. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com mais de 60 anos deve dobrar até 2050, atingindo cerca de 2 bilhões de indivíduos. Esse cenário traz à tona a importância de estratégias que promovam a saúde e a qualidade de vida nessa faixa etária, uma vez que o envelhecimento pode estar associado a uma série de condições crônicas e limitações funcionais.
Nesse contexto, a atividade física emerge como um dos pilares fundamentais para a manutenção da saúde física e mental dos idosos. Estudos demonstram que a prática regular de exercícios pode retardar o declínio funcional associado ao envelhecimento, reduzir o risco de doenças crônicas e melhorar a qualidade de vida. Além disso, a atividade física proporciona benefícios psicológicos, como a redução de sintomas de depressão e ansiedade, que são comuns entre os idosos.
A literatura científica recente aponta que, mesmo em idades mais avançadas, a adoção de um estilo de vida ativo pode levar a melhorias significativas em diversas dimensões da saúde. Este artigo revisa a literatura sobre os benefícios da atividade física para indivíduos acima de 60 anos, destacando aspectos físicos, mentais e sociais que contribuem para um envelhecimento saudável e ativo.
Metodologia
A presente pesquisa compreende uma análise da literatura, utilizando-se a metodologia analítica, extensiva e interpretativa de biografias, artigos e revistas específicos da temática. Explorando e conhecendo as contribuições cientificas, fáticas e culturais pretéritas sobre o objeto em estudo.
A pesquisa e seleção sistemática a partir da coleta de dados junto ao BIREME, a Biblioteca Virtual de Saude (BVS), a Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e o Google Acadêmico.
O uso de critérios inclusivos e específicos como o período de publicação compreendido entre 2018 a 2024, língua portuguesa, disponíveis no espaço virtual, e conteúdo com termos: “idosos”, “atividade física”,” melhor idade”,” benefícios”, “saúde”, “mobilidade” e autonomia”.
Quanto aos critérios de exclusão segregou-se temas divergentes do estudo, ora explorado, e publicação anterior à 2018.
Resultados e Discussão
De início, selecionou-se um quantitativo de obras científicas sobre o fator atividade física em pessoas acima de 60(sessenta) anos.
Em sua maioria, abordou-se sobre os benefícios da atividade física à pessoa idosa, acima de 60(sessenta) anos, os fatores, as consequências, em especial: a saúde física e emocional, social e autonomia; e, em exígua parcela, enfatizou-se a atuação da prática de yoga à mobilidade e flexibilidade.
Averiguou-se as nuances da prática esportiva e laboral na terceira idade, tanto no aspecto fisiológico e físico, como no psicossomático.
Neste sentido, a revisão de literatura sobre os benefícios da atividade física para idosos acima de 60 anos revelou uma ampla gama de impactos positivos em diferentes dimensões da saúde, destacando-se a saúde cardiovascular, o fortalecimento muscular, a prevenção de quedas, a saúde mental, mobilidade, o controle de peso e o aumento da autonomia.
Melhora da Saúde Cardiovascular: Estudos mostram que a prática regular de exercícios aeróbicos, como caminhada, ciclismo e natação, reduz a incidência de doenças cardiovasculares, como hipertensão, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Segundo Bandeira et al. (2018), idosos que se exercitam pelo menos 150 minutos por semana apresentam uma redução significativa na pressão arterial sistólica e diastólica. Além disso, a atividade física ajuda a melhorar o perfil lipídico, aumentando os níveis de HDL (colesterol “bom”) e diminuindo os níveis de LDL (colesterol “ruim”).
Fortalecimento Muscular e Prevenção de Quedas: O treinamento de força é fundamental para a manutenção da massa muscular, que pode diminuir até 30% entre os 50 e 80 anos, afetando a força e a funcionalidade. Santos et al. (2019) destacam que a inclusão de exercícios de resistência, como levantamento de peso e exercícios com faixas elásticas, pode aumentar a força muscular em até 25% em idosos que praticam regularmente. Isso não apenas melhora a capacidade funcional, mas também reduz em até 50% o risco de quedas, que são uma das principais causas de hospitalização nessa faixa etária.
Saúde Mental e Qualidade de Vida: A relação entre atividade física e saúde mental é amplamente documentada. Um estudo de Lima et al. (2020) revela que idosos ativos têm menor incidência de sintomas depressivos e ansiosos. A prática regular de exercícios promove a liberação de endorfinas, neurotransmissores que melhoram o humor e reduzem o estresse. Além disso, a atividade física em grupo proporciona uma oportunidade para interação social, o que é vital para combater o isolamento e a solidão, frequentemente relatados por idosos.
Melhora da Mobilidade e Flexibilidade: A manutenção da mobilidade é crucial para a realização das atividades diárias. Exercícios de alongamento e atividades como yoga e tai chi ajudam a preservar a flexibilidade das articulações e a coordenação motora. De acordo com Almeida et al. (2021), a prática regular de yoga pode aumentar a flexibilidade em até 40% em idosos, além de melhorar o equilíbrio e a postura, fatores essenciais para prevenir quedas e manter a independência.
Controle do Peso e Metabolismo: Com o avanço da idade, a taxa metabólica basal tende a diminuir, resultando em um aumento no acúmulo de gordura corporal. Fernandes et al. (2022) afirmam que a atividade física, combinada com uma dieta equilibrada, pode ajudar na regulação do peso. Exercícios aeróbicos e de resistência aumentam a queima de calorias e melhoram a sensibilidade à insulina, reduzindo o risco de diabetes tipo 2 e obesidade, que são condições comuns entre os idosos.
Aumento da Autonomia e Independência: A prática regular de atividades físicas contribui para a autonomia dos idosos, permitindo que mantenham suas rotinas diárias e realizem atividades como subir escadas, levantar-se de uma cadeira e realizar tarefas domésticas. A melhoria da força, equilíbrio e resistência física resulta em maior confiança nas atividades cotidianas, diminuindo a dependência de cuidadores e familiares.
Considerações Finais
Os benefícios da atividade física para idosos acima de 60 anos vão muito além da melhoria física. A prática regular de exercícios é uma ferramenta vital que promove não apenas a saúde física, mas também a saúde mental e social, fundamentais para um envelhecimento ativo e saudável.
É importante reconhecer que muitos idosos enfrentam barreiras que dificultam a prática regular de atividade física, como limitações de mobilidade, falta de motivação ou acesso a espaços adequados. Iniciativas comunitárias e políticas públicas que promovam a criação de espaços seguros para a prática de exercícios e ofereçam programas acessíveis são essenciais para superar esses desafios.
Diante do envelhecimento populacional e do aumento da expectativa de vida, incentivar a prática de atividade física entre os idosos é um compromisso necessário para a construção de sociedades mais saudáveis e inclusivas. Investir em programas que promovam um envelhecimento ativo não só melhora a saúde individual, mas também reduz os custos com saúde pública, permitindo que os idosos vivam de maneira mais independente e com maior qualidade de vida. A atividade física deve ser vista como uma prioridade na promoção da saúde e do bem-estar em todas as fases da vida, especialmente na terceira idade.
Referências
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Almeida, R. M., et al. (2021). “Efeitos da prática de yoga na flexibilidade e mobilidade em idosos.” Revista Brasileira de Fisioterapia, 25(3), 230-238. Bandeira, D. M., et al. (2018). “Atividade física e saúde cardiovascular em idosos.” Revista Brasileira de Cardiologia, 31(2), 112-119.
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