HIPERBILIRRUBINEMIA NEONATAL: DA PATOGÊNESE AO TRATAMENTO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10241120912


Paloma Nunes Ferreira Pinto1
Geraldo Cardoso Feitosa de Carvalho2
Keliane Carvalho da Silva3
Victor Manoel Cerqueira Spíndola4
Suzanny Akemi Badaró Toriy5
Fábio Barreto Sabatin de Oliveira6
Sophia Gregorio Gomes7
Cledonilton Pereira Sales Júnior8
Ana Gabriela Nunes Souza9
Gabriel Ribeiro Francisco10
Taysman Medeiros Barbosa Santos11
Alex Matoso dos Santos12
Bárbara Larissa Oliveira Pierote13
Vinicios Monteiro Rodrigues14
Bruna Sousa Mendes15
Emilly Sena Souza16
Josyelle da Conceição Brito Oliveira17
Rafael de Souza Cunha18
Kiliana Modesto Gonçalves19


RESUMO

O objetivo deste estudo foi analisar as atualizações mais recentes sobre a patogênese e o tratamento da hiperbilirrubinemia neonatal, utilizando uma revisão de literatura. Foram selecionados 12 artigos científicos publicados entre 2020 e 2024, obtidos nas bases de dados PubMed, SciELO e Google Acadêmico. Os critérios de inclusão englobaram estudos em português, inglês ou espanhol, com acesso gratuito e disponíveis integralmente. Os resultados mostraram que a patogênese da hiperbilirrubinemia neonatal está fortemente associada à imaturidade hepática e à hemólise exacerbada, sendo particularmente prevalente em recém-nascidos prematuros. A fototerapia continua sendo a abordagem terapêutica inicial mais eficaz, enquanto a troca sanguínea é indicada em casos mais graves para prevenir complicações como kernicterus. O suporte nutricional adequado e o diagnóstico precoce são fatores-chave para otimizar o manejo clínico da condição. Conclui-se que, apesar dos avanços no tratamento, há necessidade de novas pesquisas que explorem métodos diagnósticos e terapias inovadoras, visando melhorar os desfechos clínicos e reduzir a morbidade associada à hiperbilirrubinemia neonatal.

Palavras-chave: Neonatal; Pediatria; Hiperbilirrubinemia; Tratamento.

INTRODUÇÃO

A hiperbilirrubinemia é definida como uma elevação dos níveis de bilirrubina no sangue, resultando frequentemente em icterícia, caracterizada pela coloração amarelada da pele e das mucosas. A bilirrubina é um subproduto do metabolismo da hemoglobina, cuja degradação ocorre principalmente no fígado. O acúmulo desse pigmento pode ser consequência de disfunções no transporte, na conjugação ou na excreção da bilirrubina, demandando uma avaliação clínica detalhada para identificação de sua etiologia (CARVAJAL CARVAJAL, 2019; MAISLES et al., 2004).

As causas da hiperbilirrubinemia são subdivididas em pré-hepáticas, hepáticas e pós-hepáticas. Entre as pré-hepáticas, destacam-se a hemólise excessiva, observada em condições como a anemia hemolítica autoimune e a esferocitose hereditária, bem como a síndrome de Gilbert, caracterizada pela deficiência genética na conjugação da bilirrubina. No grupo das causas hepáticas, são incluídas doenças hepáticas como hepatite viral e cirrose, além da colestase intra-hepática. Já as causas pós-hepáticas estão relacionadas a obstruções biliares, frequentemente causadas por cálculos, tumores pancreáticos ou biliares, e quadros de pancreatite (CAMPO GONZÁLEZ et al., 2010; MAZZI GONZALES DE PRADA, 2005).

A epidemiologia da hiperbilirrubinemia varia conforme a população estudada e as condições subjacentes. Em adultos, a forma não conjugada da condição está frequentemente associada a distúrbios hemolíticos, enquanto a hiperbilirrubinemia conjugada tende a ser relacionada a doenças hepáticas e obstrutivas. No contexto neonatal, a prevalência da icterícia é significativa, afetando até 60% dos recém-nascidos a termo e 80% dos prematuros. Os fatores de risco incluem prematuridade, amamentação exclusiva e incompatibilidades sanguíneas, como Rh e ABO (BHUTANI et al., 2018; WATCHKO et al., 2020; CARNEIRO et al., 2020).

O quadro clínico da hiperbilirrubinemia abrange uma série de sinais e sintomas que variam de acordo com a etiologia e gravidade. A icterícia é o sinal mais comum, progredindo da face para o tronco e extremidades. Outros achados clínicos incluem urina escura, fezes claras, e sinais de hemólise, como esplenomegalia em casos de etiologia pré-hepática. A abordagem diagnóstica deve envolver a quantificação da bilirrubina total e suas frações (conjugada e não conjugada), bem como exames complementares que possibilitem a identificação da causa subjacente. As opções terapêuticas variam desde fototerapia e troca sanguínea até intervenções cirúrgicas em casos de obstrução biliar (MAISLES et al., 2004; CARVAJAL CARVAJAL, 2019). Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo analisar as atualizações da patogênese ao tratamento da hiperbilirrubinemia neonatal

METODOLOGIA

Esta revisão de literatura seguiu uma abordagem sistemática para identificar e analisar publicações relevantes acerca da patogênese e tratamento da hiperbilirrubinemia neonatal. A pesquisa foi realizada nas bases de dados PubMed, SciELO e Google Acadêmico, abrangendo artigos publicados entre os anos de 2020 e 2024, nos idiomas português, inglês e espanhol. Foram utilizados descritores como “hiperbilirrubinemia neonatal”, “patogênese da icterícia neonatal”, “tratamento da icterícia” e “fototerapia”, conforme os critérios estabelecidos pelo Medical Subject Headings (MeSH). A seleção de artigos buscou garantir acesso gratuito e integral aos documentos, possibilitando uma análise aprofundada das evidências disponíveis.

Os critérios de inclusão adotados foram: estudos originais e revisões de literatura publicadas entre 2020 e 2024, com foco específico na patogênese e nas opções terapêuticas da hiperbilirrubinemia neonatal; artigos em texto completo disponíveis gratuitamente nas bases de dados consultadas; e publicações nos idiomas português, inglês e espanhol. Excluíram-se artigos de opinião, relatos de caso, editoriais e estudos publicados antes de 2020. Documentos duplicados ou que não apresentavam relevância direta para o tema, após leitura dos títulos e resumos, também foram desconsiderados.

            Ao final do processo de seleção, 12 documentos foram considerados adequados para compor esta revisão. Esses artigos foram analisados quanto à qualidade metodológica, às atualizações apresentadas sobre a patogênese e às inovações nos tratamentos da hiperbilirrubinemia neonatal. A síntese das evidências permitiu uma avaliação crítica dos avanços recentes no entendimento dessa condição e das intervenções terapêuticas mais eficazes para o manejo clínico, considerando as particularidades dos recém-nascidos a termo e prematuros.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A hiperbilirrubinemia neonatal surge como resultado de um desequilíbrio entre a produção, a conjugação e a excreção da bilirrubina, levando ao acúmulo desta substância no sangue e ao desenvolvimento de icterícia neonatal. A patogenia envolve múltiplos fatores, como aumento da produção de bilirrubina devido à hemólise fisiológica, imaturidade hepática e aumento da reabsorção intestinal. Nos recém-nascidos, há uma maior taxa de hemólise devido à curta vida útil dos eritrócitos e à presença predominante de hemoglobina fetal (HbF), menos estável e propensa à degradação (GALLARDO et al., 2020; DE SOUZA et al., 2020). A degradação da HbF gera uma quantidade significativa de bilirrubina não conjugada, a qual precisa ser processada pelo fígado, que, no período neonatal, apresenta função ainda imatura (CARNEIRO et al., 2020). Este processo é intensificado em condições patológicas, como incompatibilidade Rh e ABO, que resultam em hemólise exacerbada, aumentando ainda mais a carga de bilirrubina a ser metabolizada (RAMOS et al., 2022).

            A capacidade limitada do fígado neonatal para conjugar a bilirrubina é atribuída à imaturidade da enzima UDP-glucuronosiltransferase, essencial para o processo de conjugação. Essa limitação é especialmente evidente em recém-nascidos prematuros, nos quais a atividade enzimática é reduzida, prolongando a presença de bilirrubina não conjugada na circulação (GALLARDO et al., 2020; GUERRA et al., 2024). A imaturidade hepática também pode ser exacerbada por fatores externos, como infecções neonatais e a ingestão inadequada de leite materno nos primeiros dias de vida (DOS SANTOS GADELHA et al., 2023; FRANCISCO et al., 2023). A conjugação insuficiente resulta na hiperbilirrubinemia indireta, com maior risco de toxicidade neurológica caso os níveis plasmáticos excedam a capacidade de ligação da albumina (XAVIER et al., 2024).

As alterações na excreção da bilirrubina conjugada também contribuem significativamente para a patogenia da hiperbilirrubinemia neonatal. Em neonatos, pode haver redução na motilidade intestinal e maior reabsorção entero-hepática da bilirrubina, especialmente em casos de constipação ou disfunção intestinal, levando a um aumento nos níveis de bilirrubina circulante (GODOY et al., 2021). Além disso, condições como atresia biliar e colestase podem comprometer a eliminação da bilirrubina conjugada, resultando em hiperbilirrubinemia mista, que exige diagnóstico e intervenção precoce para evitar complicações graves (BEZERRA et al., 2024).

O manejo da hiperbilirrubinemia neonatal deve ser imediato e baseado em protocolos que considerem a idade gestacional, os níveis de bilirrubina e a presença de fatores de risco. A fototerapia é o tratamento inicial mais comum e eficaz para casos leves a moderados, utilizando luz azul de comprimento de onda entre 460-490 nm para converter a bilirrubina não conjugada em formas hidrossolúveis, facilitando sua excreção (MACARI et al., 2024). Esse método é seguro, mas deve ser monitorado para evitar efeitos colaterais, como desidratação e alterações na temperatura corporal (XAVIER et al., 2024). A troca sanguínea é indicada em casos graves, quando há risco de kernicterus, e atua reduzindo rapidamente os níveis de bilirrubina no sangue, substituindo o sangue do recém-nascido por sangue compatível (ALVARENGA et al., 2024).

Para prevenir complicações graves como o kernicterus, uma encefalopatia bilirrubínica irreversível, é crucial o diagnóstico precoce e o monitoramento contínuo dos níveis de bilirrubina, principalmente nos primeiros dias de vida (GALLARDO et al., 2020). Kernicterus resulta do depósito de bilirrubina não conjugada nos núcleos basais do cérebro, podendo levar a déficits neurológicos permanentes, como paralisia cerebral e perda auditiva (ALVARENGA et al., 2024; GODOY et al., 2021). A inclusão da hiperbilirrubinemia nos protocolos de triagem auditiva para recém-nascidos de risco tem mostrado ser uma medida preventiva importante para evitar danos auditivos irreversíveis (ALVARENGA et al., 2024).

Finalmente, o suporte nutricional adequado é essencial para o manejo da hiperbilirrubinemia. A amamentação frequente aumenta a motilidade intestinal, reduzindo a reabsorção da bilirrubina e promovendo sua eliminação pelas fezes. Estratégias como a suplementação com fórmulas, quando necessário, têm demonstrado eficácia na redução dos níveis de bilirrubina em neonatos com dificuldades na amamentação (DOS SANTOS GADELHA et al., 2023). O papel dos profissionais de saúde, particularmente dos enfermeiros, é fundamental na orientação dos pais e na implementação de cuidados que garantam a efetividade do tratamento, prevenindo complicações e promovendo o bem-estar do recém-nascido (XAVIER et al., 2024).

CONCLUSÃO

A hiperbilirrubinemia neonatal, frequentemente observada no período pós-natal, apresenta-se como um desafio significativo na prática pediátrica, especialmente devido à sua relação com complicações graves, como o kernicterus. O entendimento detalhado dos mecanismos envolvidos, que englobam desde a imaturidade hepática até fatores como hemólise exacerbada e disfunções na conjugação da bilirrubina, é essencial para o manejo adequado e eficaz da condição. As estratégias terapêuticas, principalmente a fototerapia e a troca sanguínea, demonstram eficácia comprovada, mas exigem monitoramento cuidadoso para evitar efeitos adversos e complicações. Além disso, o papel dos profissionais de saúde, especialmente na educação e orientação das famílias, é crucial para a identificação precoce dos sintomas e para a adesão aos protocolos de tratamento, promovendo assim melhores desfechos clínicos.

Contudo, considerando a diversidade de fatores etiológicos e a variabilidade na resposta ao tratamento, torna-se evidente a necessidade de pesquisas adicionais para explorar novas abordagens e intervenções que possam otimizar a prevenção e o manejo da hiperbilirrubinemia neonatal. Investigações futuras devem focar na análise de marcadores biológicos, inovações tecnológicas para diagnóstico precoce e tratamentos mais acessíveis e eficazes, especialmente em cenários de baixa e média complexidade. Estudos multicêntricos que integrem diferentes contextos populacionais poderão fornecer dados robustos para guiar a prática clínica e a formulação de políticas de saúde, contribuindo assim para a redução das taxas de morbidade e mortalidade associadas a essa condição.

REFERÊNCIAS

MAISLES, Michael J. et al. Management of hyperbilirubinemia in the newborn infant 35 or more weeks of gestation. Pediatrics, v. 114, n. 1, p. 297-316, 2004.

BHUTANI, Vinod K. et al. Hyperbilirubinemia in the newborn. New England Journal of Medicine, v. 378, n. 12, p. 1130-1140, 2018.

WATCHKO, John F. et al. Neonatal hyperbilirubinemia: A review. JAMA, v. 323, n. 19, p. 1975-1986, 2020.

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MAZZI GONZALES DE PRADA, Eduardo. Hiperbilirrubinemia neonatal. Revista de la Sociedad Boliviana de Pediatría, v. 44, n. 1, p. 26-35, 2005.

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CARVAJAL CARVAJAL, Carlos. Bilirrubina: metabolismo, pruebas de laboratorio e hiperbilirrubinemia. Medicina Legal de Costa Rica, v. 36, n. 1, p. 73-83, 2019.

ALVARENGA, Kátia de Freitas et al. Como a hiperbilirrubinemia deve ser considerada na definição do protocolo da triagem auditiva para neonatos de risco?. In: CoDAS. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 2024.

BEZERRA, Lucas Mainardo Rodrigues et al. BASES FISIOPATOLÓGICAS DA ICTERÍCIA NEONATAL: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. RECIMA21-Revista Científica Multidisciplinar, 2024.

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DOS SANTOS GADELHA, Keciene da Silva et al. Hiperbilirrubinemia: O papel do enfermeiro nos cuidados ao recém-nascido com icterícia neonatal. Research, Society and Development, 2023.

FRANCISCO, Santana Toala et al. Causas y efectos de hiperbilirrubinemia en neonatales. Revista Científica Arbitrada Multidisciplinaria PENTACIENCIAS, 2023.

GALLARDO, Daniela Alejandra Caicedo et al. Factores de riesgo asociados a hiperbilirrubinemia neonatal. RECIAMUC, 2020.

GODOY, Camila Domigues et al. Icterícia neonatal: atuação do enfermeiro frente à identificação precoce e tratamento. Research, Society and Development, 2021.

GUERRA, Ana Luiza Rodrigues; MESQUITA, Niedja Santana Sampaio; DE CARVALHO, Kamilla Sales Barbosa. Hiperbilirrubinemia indireta no período neonatal. Protocolos Médico-Assistenciais em Pediatria, 2024.

MACARI, Matheus Dal Bosco et al. Manejo da Hiperbilirrubinemia Neonatal: Fototerapia e Estratégias de Tratamento em Prematuros. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 2024.

RAMOS, Leticia Hevelyn Parreira et al. Icterícia neonatal: revisão bibliográfica das implicações clínicas e métodos de investigação laboratorial. Revista Científica da Faculdade Quirinópolis, 2022.

XAVIER, Maria Vitória Souza et al. Percepção materna sobre os cuidados ao recém-nascido com hiperbilirrubinemia em fototerapia. Research, Society and Development, 2024.


1 Acadêmica em Medicina pela UNIFACS

2 Acadêmico em Medicina pela UNIRV

3 Acadêmica em Medicina pela UNIFACS

4 Acadêmico em Medicina pela UNINOVAFAPI

5 Acadêmica em Medicina pelo Centro Universitário UniSalesiano Auxilium

6 Acadêmico em Medicina pelo Centro Universitário UniSalesiano Auxilium

7 Acadêmica em Medicina pelo Centro Universitário de Belo Horizonte

8 Acadêmico em Medicina pela Afya FACIMPA

9 Acadêmica em Medicina pela USCS campus São Paulo

10 Acadêmico em Medicina pela PUC-SP

11 Acadêmica em Medicina pela UNINOVAFAPI

12 Acadêmico de Enfermagem pela UFPE

13 Acadêmica em Medicina pela Faculdade de Saúde Santo Agostinho de Vitória da Conquista

14 Acadêmico em Medicina pela Faculdade de Saúde Santo Agostinho de Vitória da Conquista

15 Acadêmica em Medicina pela Faculdade de Saúde Santo Agostinho de Vitória da Conquista

16 Acadêmica em Medicina pela Faculdade de Saúde Santo Agostinho de Vitória da Conquista

17 Acadêmica em Medicina pela Faculdade de Saúde Santo Agostinho de Vitória da Conquista

18 Acadêmico em Medicina pela Faculdade de Saúde Santo Agostinho de Vitória da Conquista

19 Acadêmica em Medicina pela Faculdade de Saúde Santo Agostinho de Vitória da Conquista e Graduada em Fisioterapia com Título de Especialista em Terapia Intensiva Pediátrica e Neonatal pela USP, Mestre em Saúde Materno Infantil.