PREVENÇÃO DO ENVELHECIMENTO CUTÂNEO NA MENOPAUSA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202411111622


Nicole Hangleb Vieira Dantas,
Orientadora: Priscilla Mota da Costa


RESUMO

A menopausa, na fase de transição que ocorre geralmente entre os 45 e 55 anos, provoca alterações hormonais significativas que afetam a saúde física, emocional e a qualidade de vida da mulher. A redução de hormônios como estrogênio e progesterona impacta especialmente a pele, tornando-a mais fina, seca e menos elástica, o que facilita o surgimento de rugas e flacidez. Esse processo intensifica a procura por tratamentos estéticos que visem à revitalização cutânea e ao fortalecimento da autoestima. Entre essas intervenções, destacam-se a radiofrequência (RF) e o uso de dermocosméticos, que estimulam os fibroblastos e promovem a produção de colágeno, sendo eficazes no rejuvenescimento facial, corporal e íntimo. Este estudo revisa artigos científicos, dissertações, revistas científica, que foram publicados entre 2020 a 2024, com o objetivo de identificar tratamentos que previnam os sinais do envelhecimento cutâneo e promovam a saúde da pele, buscando oferecer alternativas de cuidados estéticos eficazes para mulheres na menopausa.

Palavras-chaves: Pele. Saúde estética. Tratamentos. Envelhecimento

ABSTRACT

Menopause, in the transition phase that generally occurs between the ages of 45 and 55, causes significant hormonal changes that affect a woman’s physical and emotional health and quality of life. The reduction in hormones such as estrogen and progesterone especially impacts the skin, making it thinner, drier and less elastic, which facilitates the appearance of wrinkles and sagging. This process intensifies the search for aesthetic treatments aimed at revitalizing the skin and strengthening self-esteem. Among these interventions, radiofrequency (RF) and the use of dermocosmetics stand out, which stimulate fibroblasts and promote collagen production, being effective in facial, body and intimate rejuvenation. This study reviews scientific articles, dissertations, scientific journals, which were published between 2020 and 2024, with the aim of identifying treatments that prevent the signs of skin aging and promote skin health, seeking to offer effective aesthetic care alternatives for menopausal women.

Keywords: Skin. Aesthetic health. Treatments. Aging

INTRODUÇÃO

A menopausa representa uma fase de transição significativa na vida da mulher, marcada por alterações fisiológicas e hormonais que impactam não apenas a saúde física, mas também a saúde emocional e a qualidade de vida. Este processo natural, que ocorre geralmente entre os 45 e 55 anos, resulta em uma série de mudanças no organismo, incluindo a diminuição da produção de hormônios como estrogênio e progesterona, que são fundamentais para a manutenção da saúde feminina. As consequências dessa redução hormonal são visíveis em várias esferas, incluindo o sistema cardiovascular, o sistema imunológico e, de maneira significativa, a saúde da pele (ANDRADE, 2024).

As alterações cutâneas durante a menopausa são um reflexo do impacto do envelhecimento e da diminuição dos níveis hormonais. A pele torna-se mais fina, ressecada e menos elástica, o que pode resultar em rugas, flacidez e perda do brilho natural. Além de aspectos estéticos, essas transformações podem acarretar desconfortos físicos e emocionais, levando muitas mulheres a buscar intervenções estéticas e tratamentos dermatológicos. A compreensão dessas mudanças e suas implicações são fundamentais para promover um envelhecimento saudável e bem-sucedido (LINS,  2020).

Ademais, a menopausa é acompanhada por sintomas como ondas de calor, alterações no sono e instabilidade emocional, que podem interferir na qualidade de vida da mulher. Esses sintomas, frequentemente exacerbados pelo estresse e pela falta de suporte social, destacam a importância de um cuidado integral que aborde não apenas os aspectos físicos, mas também os emocionais. Assim, este trabalho se propõe a explorar as diversas facetas da menopausa, com um foco especial nas alterações cutâneas e na promoção de estratégias de cuidados que possam melhorar a qualidade de vida das mulheres durante essa fase tão significativa de suas vidas (ANDRADE, 2024).

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão de literatura, para a obtenção dos dados, foram acessadas as seguintes bases de dados: artigos científicos, dissertações, revistas científicas. Os critérios de inclusão foram artigos entre os anos de 2020 a 2024 e de exclusão foram artigos em língua estrangeira ou que foram publicados anteriormente a 2020. Foram utilizados os seguintes descritores: envelhecimento precoce, menopausa, tratamentos para envelhecimento. Com objetivo de analisar os efeitos da menopausa sobre a saúde da pele, com foco nas mudanças fisiológicas e nas opções de tratamento estético e dermatológico.

DESENVOLVIMENTO
MENOPAUSA

De acordo com a historiografia, percebe-se que nosso corpo está em constante transformação ao longo do tempo, nosso organismo constantemente gera novas células, mas a medida que envelhecemos, esse processo começa desacelerar causando diversas alterações no organismo, como, nas articulações, sistema imunológico, sistema cardiovascular, endócrino além de mudanças no DNA e na pele. O público que mais sentem os efeitos desse processo são as mulheres que estão em transição entre a fase reprodutiva e a pós-menopausa (ANDRADE, 2024).

A menopausa é um marco importante na vida da mulher caracteriza como o último ciclo menstrual e marcado por significativas mudanças fisiológicas principalmente na produção hormonal, sendo dividido em diferentes ciclos pré-menopausa e pós-menopausa. Em vista disso, é um evento fisiológico que ocorre naturalmente na vida da mulher pela degeneração dos óvulos (ANDRADE, 2024)

Um dos órgãos que regulam o funcionamento do sistema reprodutor feminino é o hipotálamo, hipófise e as glândulas adrenais, quando há um desequilíbrio pode gerar instabilidade nos hormônios desencadeando um descontrole no ciclo menstrual. Uma das principais causas do climatério ocorre na redução de hormônios nas atividades ovarianas consequentemente causando alteração nos estrógenos e progesterona, ocasionando na inflamação nos órgãos tendo maior probabilidade de infecções e doenças (ANDRADE, 2024).

Um dos principais sintomas é a sudorese excessiva por conta das ondas de calor por aumento de temperatura prejudicando na qualidade de vida, podendo haver também alterações no humor, depressão ou até mesmo ansiedade, diminuição da massa muscular, incontinência urinaria, distúrbio do sono, diminuição na libido, perda de colágeno em várias regiões do corpo, sendo uma delas, na espessura da pele tornando mais fina e suscetível a flacidez e rugas, e dentre outros sintomas (ANDRADE, 2024)

Em 2007, segundo estimativas do DATASUS, a população feminina no Brasil era de mais de 98 milhões, sendo cerca de 30 milhões (32%) mulheres entre 35 e 65 anos, faixa etária em que ocorre o climatério. O diagnostico ocorre quando a paciente relata ao médico a ausência da menstruação por 12 meses consecutivos, acompanhado de sintomas característicos (ARAÚJO, 2024).

Os óvulos são produzidos no início do momento do nascimento em cerca de um milhão de folículos, diante disso, o sistema reprodutor feminino entra no estágio reprodutivo dando início a primeira menarca, essa reserva começa ser utilizada ao longo do tempo vai diminuindo até ocorrer cessação da capacidade reprodutiva de modo consequentemente essa diminuição dos folículos entra em declínio. A partir dos 51 anos de idade o organismo começa dar início ao climatério, sendo que antes dos 40 anos é considerada menopausa precoce já que depois dos 55 anos é tardio (ANDRADE, 2024)

Os estrógenos têm a função da regulação do sistema imunológico agindo através de receptores de estrogênio que estão presentes nos linfócitos T e B, tendo efeitos anti-inflamatórios ou pró-inflamatório. Segundo alguns estudos, mostram que o hormônio folículo estimulante (FSH) atuam na parte óssea. Diante disso a osteoporose induzida pela amenorreia é caracterizada pelo aumento de produção de osteoclastos determinando o prolongamento de sua vida útil. Esses processos decorrem da interação com receptores das células imunológicas, além do aumento da liberação de citocinas que estimulam a osteoclatogênes (LINS,  2020).

No período gestacional, há uma proliferação intensa de células germinativas, levando à formação de milhões de folículos primordiais. No entanto, á partir da vigésima semana de gestação, começa o processo de apoptose folicular que reduz significativamente essa quantidade. O declínio no número de folículos e tendo consequentemente diminuição na produção de hormônios, especialmente o estrogênio, são responsáveis principalmente pelas mudanças típicas da menopausa, como alterações, vasomotoras, distúrbios do sono, modificações urogenitais e osteoporose (ANDRADE, 2024).

As mulheres vivenciam o climatério de forma única, sendo comum o surgimento de sintomas neuropsíquicos, como ondas de calor, cefaleia, ansiedade, depressão, fadiga, insônia e diminuição da libido. As alterações hormonais podem causar desconforto, reduzir a capacidade produtiva, perturbar o sono e predispor á fadiga e irritabilidade, além de provocar instabilidade emocional (ANDADRE, 2024).

O hipoestrogenismo decorrentes nos sintomas genitais contém prurido vulvar, dor durante a relação sexual e secura vaginal. Além disso, os sintomas urinários podem variar de dor ou desconforto ao urinar e aumento de frequência urinária recorrente e incontinência. Esses sintomas são causados, em grande parte, pela atrofia vaginal, uma condição em que a mucosa vaginal se torna mais fina, seca e menos elástica devida á queda nos níveis de estrogênio (ARAÚJO, 2024).

A atrofia vaginal, o epitélio também pode se inflamar, contribuindo para  surgimento de infecções e problemas urinários uma vez que a falta de lubrificação e a fragilidade da mucosa facilitam a irritação e o risco de infecção (ARAÚJO, 2024)

A perimenopausa é frequentemente vista como um período de maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de transtorno psiquiátrico e alimentar, especialmente em mulheres que apresentam sintomas graves. Além do mais, ela pode ter um impacto duradouro na saúde mental e na qualidade de vida (ANDRADE, 2024).

Os fogachos, ou ondas de calor, são um dos sintomas mais frequentes na transição para a menopausa. Eles se manifestam como uma sensação intensa de calor que geralmente atinge o rosto, tórax e pescoço, e pode durar entre três e quatro minutos. Esse aumento de temperatura é frequentemente acompanhado por sintomas físicos, como aumento de frequência cardíaca, vasodilatação periférica, sudorese. À noite, os fagachos são conhecidos por interromper o sono, agravando quadros de insônia e fadiga, o que pode prejudicar significativamente a qualidade de vida (ANDRADE, 2024).

Acima de 45 anos, mulheres que já possuem sintomas de hipoestrogênismo, como alteração no ciclo menstrual, ondas de calor e síndrome do climatério não há necessidade de exames complementares. No entanto, se houver dúvidas em relação a produção de estradiol, na fase folicular inicial da dosagem de FSH pode ajudar na confirmação do diagnóstico (ANDRADE, 2024).

Níveis acima 25 mUI/mL podem sinalizar início da transição para menopausa, mas é essencial levar em conta a variabilidade natural desses níveis. Quando há incerteza, é recomendado repetir a dosagem em dois momentos, com intervalo de quatro a seis semanas, para uma melhor avaliação. Mulheres que apresentam sangramento anormal ou ciclos menstruais irregulares, com menos de 45 anos, é necessário uma investigação mais aprofundada é fundamental, a fim de descartar outras causas, mesmo que seja hipoestrogenismo (ANDRADE, 2024).

ALTERAÇÕES CUTÂNEAS NA MENOPAUSA

A pele é a que mais evidencia o processo de envelhecimento tornando-se acessível ao estudo dessa fase da vida. Isso é importante tanto para as funções vitais quanto ao bem-estar psicológico, pois a juventude e a beleza são culturalmente valorizadas como ideais. A preocupação com a aparência afeta tanto ao público feminino quanto masculino, levando ao uso de dermacosméticos (BRENDA, 2022)

Os mecanismos envolvendo o envelhecimento é importante destacar que ele envolve dois processos que ocorrem simultaneamente: o intrínseco, é um processo natural determinado por fatores genéticos; extrínseco, ocorrem devido a fatores ambientais, como por exemplo, exposição prolongada ao sol (FAGNAN, 2014)

Durante a transição da menopausa, é frequente a perda da estrutura do sono, a fragmentação do sono e o despertar precoce, que estão ligados à diminuição da melatonina e à redução dos níveis de estrogênio. Essas perturbações impactam o ritmo circadiano, causando disfunções celulares e efeitos em todo o organismo, resultando em alterações na pele. A falta prolongada de sono pode comprometer a cicatrização, afetar a resposta imunológica e levar à degradação da matriz dérmica (ANTELO, 2023).

Com o envelhecimento, a pele perde algumas de suas funções essenciais como a manutenção da homeostase, a proteção contra agentes externos, a capacidade regular a troca de líquidos e a eficácia na replicação celular. Além disso, ocorre uma redução na elasticidade, tornando a pele mais frágil, levando a atrofia e a perda de colágeno. Esses processos resultam na manifestação visível de alterações fisiológicas, caracterizado pelo surgimento de linhas de expressão, flacidez e rugas (JOHNER, 2021).

Na menopausa, as mulheres enfrentam uma série de transformações notáveis em sua pele, cabelo e corpo, decorrentes das alterações hormonais típicas desse período. A pele, em particular, sofre mudanças significativas e visíveis, tornando-se mais fina, ressecada e flácida, além de perder seu brilho natural. Essas alterações podem causar desconforto e preocupação em muitas mulheres, levando a um aumento na busca por soluções estéticas e tratamentos de beleza. Com isso, surgem diversas opções de procedimentos que visam restaurar a vitalidade e a aparência juvenil, refletindo o desejo de muitas mulheres de se sentirem bem consigo mesmas durante essa fase da vida. (ALVES, 2022).

É relatado um maior número de consultas médicas com queixas e sintomas intensos da onda de calor que atingem a mulher na fase do climatério, ao qual prejudicam a qualidade de vida e consequentemente gerando um desconforto físico e psicológico. Constatando-se que há maior incidência de ondas de calor em mulheres na pós-menopausa, é atingindo um pico dois anos após a última menstruação. Nota-se também uma presença significativa de ondas de calor em mulheres na pré-menopausa, com ciclos menstruais regulares, e um aumento considerável na perimenopausa, caracterizada por ciclos irregulares. (SANTOS, 2015)

A pele é influenciada por hormônios, que desempenham papéis essenciais na espessura da epiderme, na síntese de colágeno, elastina e na hidratação da pele. A queda nos níveis de estrogênio após a menopausa resulta em um aumento dos andrógenos, levando à atrofia e a mudanças no tecido cutâneo, o que acelera o envelhecimento. Os estrogênios favorecem no geral  a cicatrização de feridas e auxilia na imunidade. A diminuição da circulação dos estrogênios causa perda de elasticidade na pele, tornando-a mais delicada e suscetível á lesões, o que compromete a cicatrização de feridas. Sendo algumas das alterações evidentes da mulher na menopausa, fatores como ressecamento da pele, perda de elasticidade e formação de rugas se tornam mais explícitos após a menopausa.( SANTOS e MELO 2023)

O estrogênio exógeno desempenha um papel importante de promover uma melhor vascularização da pele e aprimorar a qualidade da matriz extracelular. Esse aumento na espessura foi observado em mulheres na pós-menopausa após apenas três meses de terapia de reposição hormonal. Também constatou um incremento na espessura da epiderme e no tecido adiposo subcutâneo em mulheres submetidas à terapia hormonal (WOLPE e GRANZOTI, 2020)

A prática regular de exercícios físicos, seja de maneira contínua ou intermitente, oferece um efeito protetor para o sistema cardiovascular, resultando em melhorias estéticas significativas. Essas atividades não apenas reduzem os riscos de doenças cardiovasculares, mas também contribuem para um melhor perfil metabólico e ajudam a minimizar a ocorrência de condições adversas. Além disso, promovem a manutenção da qualidade de vida e do bem-estar em mulheres na pós-menopausa, o que é especialmente importante, pois nessa fase há mudanças nas medidas corporais e nos níveis bioquímicos. Assim, os exercícios físicos ajudam a preservar a aparência e a saúde de forma global.  (SANTOS, 2023)

É essencial que as mulheres busquem cuidados e tratamentos adequados, promovendo não apenas a estética, mas também a saúde integral durante esta fase da vida. A conscientização sobre essas mudanças e a adoção de medidas preventivas podem ajudar a melhorar a qualidade de vida e promover uma transição mais saudável durante o envelhecimento.( SANTOS, 2023)

ESTÉTICA NA MENOPAUSA
RADIOFREQUÊNCIA NO TRATAMENTO DO ENVELHECIMENTO CUTÂNEO

Com o tempo vamos perdendo colágeno da pele, reduzindo gradativamente funcionamento do tecido conjuntivo, devido a isso a procura por tratamentos estéticos tem crescido bastante nesses últimos anos sendo lançados diversos tratamentos e aparelhos com novas tecnologias para ajudar a amenizar os possíveis efeitos dos desgastes causados na pele, causados pelos processos de degradação dos fibroblastos. Um dos tratamentos estéticos que tem sido mais usado é a RF (radiofrequência) no tratamento de flacidez tissular (RODRIGUES, 2022).  

A RF é definida como uma corrente elétrica de intensidade média, ela foi projetada para aumentar a temperatura controlada nos tecidos. Segundo Belenki et al. (2012) é uma energia eletromagnética que é gradualmente atenuada à medida que penetra nos tecidos. Ao entrar em contato com a pele, essa energia se converte em calor, responsável por induzir os efeitos fisiológicos promovendo a estimulação nos fibroblastos (RODRIGUES, 2022).

De acordo com Ruiz-Esparza et al.(2003), a neocolagênese, irá depender do aumento de intensidade do calor aplicado ao tecido. O colágeno é formado por três cadeias polipeptídicas organizadas em uma estrutura de hélice tripla. Quando submetido ao calor, essa hélice se desnatura, resultando na quebra das ligações cruzadas intramoleculares. Esse processo transforma o colágeno de uma estrutura rígida e organizada em um estado de gel (ARAÚJO AR, 2015).

A contração do colágeno ocorre devido ao “desenrolamento’’ da hélice tripla causado pela destruição dessas ligações e pelo estresse residual. Os efeitos térmicos da RF podem modificar a forma, o tamanho e o diâmetro das fibras de colágeno promovendo sua reorganização (ARAÚJO AR, 2015).

A RF promove vasodilatação, atividade metabólica e enzimática estimulada pelo aumento de temperatura, além de maior viscosidade, alteração nas fibras de colágeno e estímulo nervoso que proporciona efeito analgésico. A hidratação da pele é fundamental nesse processo, pois quanto mais hidratada, maior será sua retenção de calor. Essa retenção provoca contração das fibras de colágeno, intensificando sua síntese e resultando na formação de novos colágenos, com efeitos que se acumulam ao longo das sessões (SANTOS, 2021).

Ela oferece benefícios que vão além dos efeitos imediatos, pois o estímulo térmico induz um processo contínuo de remodelação de colágeno. Quando aplicada na temperatura ideal ela desencadeia uma resposta de regeneração que perdura por meses. O aquecimento controlado nas camadas mais profundas da pele ativa a produção de novas fibras de colágeno e elastina, fundamentais para a firmeza e elasticidade cutânea (GONÇALVES, 2020).

Estudos mostram que essa regeneração pode continuar em andamento mesmo após seis meses do tratamento inicial, promovendo uma melhora gradual e sustentada na textura e tonicidade da pele. Essa ação prolongada torna a RF um método eficaz para o rejuvenescimento, pois o efeito visível não é apenas temporário, mas sim parte de um processo de reconstrução estrutural da pele que pode se intensificar ao longo do tempo (GONÇALVES, 2020).

Facchinetti et al. (2017) realizaram uma pesquisa com oito mulheres acima de 40 anos com rugas frontais e glabelares. Elas passaram por dez sessões semanais de RF usando um aparelho da HTM, com temperatura de 40°C e frequência de 2,4MHz. Após o tratamento, fotos comparativas mostraram melhorias na cor da pele, redução da flacidez e das rugas, além de uma diminuição das linhas de expressão, demonstrando que a RF é eficaz para reduzir rugas (GONÇALVES, 2020).

Inclusive além da RF ser feita nas regiões facial e corporal, é usada na estética íntima, sendo uma técnica alternativa não invasiva, indolor sendo eficaz para flacidez vulva, elevando autoestima e suas questões estéticas e sexuais 

A RF, além de ser amplamente aplicada nas áreas facial e corporal, também é utilizada na estética íntima. Essa técnica não invasiva e indolor é eficaz na flacidez vulvar, contribuindo para melhoria de autoestima e abordando questões estéticas e sexuais (SILVA, 2022).

DERMOCOSMÉTICOS NA PREVENÇÃO DO ENVELHECIMENTO

O envelhecimento extrínseco da pele é acelerado por vários fatores como tabagismo, radiação UV e poluição, causando manchas, rugas e perda de firmeza na pele. A partir dos 40 as mudanças se tornam mais visíveis devido a diminuição da produção de colágeno e estrogênio, o que contribui para a flacidez e o aparecimento de rugas (BATISTA, 2023).

Em vista disso, para combater esses efeitos, dermocosméticos antienvelhecimento com diferentes princípios ativos que atuam promovendo hidratação, renovação celular, e produção de colágeno e elastina. Esses produtos têm efeito lifting, antioxidante e fotoprotetor, ajudando a manter uma pele mais bonita e saudável ao longo do tempo (BATISTA, 2023).

Uma das substâncias que são conhecidas por sua ação antioxidante, é o ácido ascórbico (vitamina C), tem sido amplamente estudada devido aos seus benefícios para o sistema imunológico e o sistema tergumenta. . A vitamina C é essencial na síntese de colágeno, pois age como cofator na hidroxilação de aminoácidos como prolina e lisina. Além disso, ela possui ação antioxidante e pode reduzir a produção de pigmentos melanínicos, inibindo a tirosinase, sendo utilizada como agente despigmentante (GONÇALVES, 2006).

O ácido hialurônico é um polissacarídeo presente no corpo humano, com alta capacidade de retenção de água, sendo utilizada em hidratação por oclusão, umectação e método ativos que auxiliam na absorção de água pela pele. Além de hidratar intensamente, ele age como antioxidante, neutralizando radicais livres, o que retarda sinais de envelhecimento. Produtos que combinam moléculas de ácido hialurônico de diferentes pesos moleculares são mais eficazes, mas a restauração completa da barreira lipídica da pele exige a combinação com outras abordagens de hidratação (VASCONCELLOS, 2020).

Fatores de crescimento auxiliam na reparação da matriz extracelular e estimulam a proliferação celular, sendo essenciais na regeneração e na manutenção do tecido epitelial. Eles são polipepitídeos naturais que atuam como mediadores no processo de regeneração celular, regulando o ciclo celular e promovendo a produção de colágeno e elastina. Aplicados em fórmulas tópicas, esses compostos são bem absorvidos pela pele madura, que costuma ser mais fina e tem uma absorção facilitada, o que potencializa os resultados (VASCONCELLOS, 2020).

O retinol (vitamina A) é lipossolúvel, além da sua função antioxidante, contribui para formação da pele, unhas e cabelos, promovendo a produção de queratina e estimula a microcirculação da pele. A vitamina A protege as membranas celulares contra a oxidação ao se ligar a radicais livres, interrompendo processos oxidativos. Devido a essa ação protetora, o retinol é eficaz na prevenção de danos celulares e pode auxiliar no tratamento de doenças ligadas ao estresse oxidativo (BREDA, 2022).

Estudos mostram bactéria probióticas podem trazer vários benefícios para microbiota da pele, produtos que contém Lactobacillus, são capazes de minimizar os efeitos de dermatite atópica e inflamações promovendo uma rápida recuperação cutânea. E pelo efeito anti-inflamatório, auxilia na redução de acnes levando uma visível melhora. Além do mais, estudos feitos com camundongos podem ajudar reduzir formação de rugas devido a exposição da irradiação UVB (PESSOA, 2023).

Dermocosmético contendo dimetilaminoetanol (DMAE) e tetrahidroxipropil etilenodiamina (THPE) proporciona um efeito lifiting, formando uma camada sobre a pele que ao secar, gera uma sensação de repuxamento e efeito tensor. Esses ativos oferecem benefícios estéticos e dermatológicos, agindo nas camadas da pele promovendo um efeito rejuvenescimento ao longo do prazo. Algumas formulações combinam DMAE e THPE ou associam com outros ativos para realizar o ‘’double-lifting’’ técnica que une efeitos de tensão imediata e resultados a médio prazo (BATISTA, 2023).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A menopausa, enquanto fase de transição biológica, representa um marco crucial na vida da mulher, resultante em uma série de alterações hormonais e fisiológicas com implicações significativas para a saúde física e emocional. A diminuição dos níveis de estrogênio, característica deste período, impacta diretamente a integridade da pele tornando-a mais fina, ressecada, flácida, e propensa ao aparecimento de rugas. Tais modificações não são apenas estéticas, mas também geram desconfortos que afetam a autoestima e o bem-estar emocional das mulheres, ressaltando a necessidade de abordagens terapêuticas que promovem não apenas a saúde cutânea, mas o equilíbrio integral durante esta fase da vida.

As evidências apontam para a relevância de estratégias de intervenção, como a utilização de tratamentos estéticos avançados, incluindo a radiofrequência, e o emprego de dermocosméticos com ativos regeneradores e antioxidantes, como vitamina C, que favorecem a síntese de colágeno e a preservação da elasticidade da pele. Tais terapias não apenas mitigam os efeitos visíveis do envelhecimento cutâneo, mas também desempenham um papel fundamental na promoção da saúde e no resgate da vitalidade dermal, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das mulheres na pós-menopausa.

REFERÊNCIAS

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