PRÁTICA DE AUTOMEDICAÇÃO ENTRE ESTUDANTES DE BIOMEDICINA DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CASCAVEL – PR

PRACTICE OF SELF-MEDICATION AMONG BIOMEDICINE STUDENTS OF A HIGHER EDUCATION INSTITUTION IN CASCAVEL – PR

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202411111544


Djulian Alan Peiter1
Emily Delava Perez2
Waleska Lazaretti3


Resumo

A automedicação, prática comum no Brasil, pode se tornar um problema grave de saúde quando realizada incorretamente, acarretando possíveis consequências indesejáveis. Desta forma, este estudo visa avaliar as práticas da automedicação entre os estudantes de Biomedicina de uma universidade do Oeste do Paraná. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa exploratória e de campo. A amostragem da pesquisa foi composta por 118 estudantes, os quais responderam de modo online por meio da plataforma “Microsoft Forms” um questionário fechado com 20 questões de múltipla escolha sobre o uso indiscriminado de medicamentos. Como resultado da pesquisa, foi verificado que a automedicação é uma realidade social e que ocorre também entre jovens estudantes de Biomedicina. Embora a imensa maioria tenha se referido a medicamentos para dor e inflamação (de livre comercialização) , a prática também foi identificada em medicamentos de vendagem controlada, como no caso do Venvanse. Assim, conclui-se que o tema deve ser divulgado, pesquisado e mais debatido na sociedade. Os efeitos da automedicação são danosos para quem pratica e, em última análise, para toda a sociedade.

Palavras-chave: Medicamentos. Automedicação. Estudantes. Venvanse. Riscos. 

1. INTRODUÇÃO

A automedicação é uma triste realidade verificada em todo o mundo. Na busca por uma solução efetiva e rápida para sua enfermidade, o paciente acaba optando pela facilidade de adquirir o fármaco sem prescrição, o que pode lhe causar danos irreversíveis à saúde. 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conceitua automedicação como a utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas, para tratamento de doenças cujos sintomas são “percebidos” pelo usuário, sem a avaliação prévia de um profissional de saúde (médico ou odontólogo). Por uso indiscriminado, a Anvisa entende ser uma forma de encontrar a cura para as doenças e promover o bem-estar usando exclusivamente e excessivamente o medicamento (ANVISA, 2022).

O uso de medicamentos sem indicação médica ou assistência de um profissional habilitado pode, sobretudo, mascarar sinais e sintomas de doenças mais severas. Além disso, as consequências decorrentes desta automedicação são variadas, podendo causar danos no tratamento posterior adequado para tal doença, dosagem errada, resistência aos medicamentos, intoxicação e reações alérgicas. O uso de analgésicos, por exemplo, para tratar dores no corpo e de cabeça, pode mascarar doenças como a dengue, causando piora no quadro clínico do paciente. Igualmente, alguns analgésicos e fitoterápicos, quando ingeridos em doses elevadas e reiteradas podem, comprovadamente, levar à falência hepática e, em alguns casos, complicações orgânicas que ocasionam o óbito. Neste sentido, o presente estudo visa avaliar qual a prevalência e fatores associados a prática da automedicação entre os estudantes de Biomedicina de uma universidade do Oeste do Paraná.

A presente pesquisa tem como objetivo geral avaliar a prática de automedicação entre alunos do curso de Biomedicina de uma instituição de ensino superior em Cascavel – PR. Como objetivos específicos pretende analisar quais medicamentos são mais utilizados pelos discentes; analisar as reações adversas mais apresentadas; avaliar se os participantes sabem dos riscos da automedicação; averiguar o uso do Venvanse entre os universitários e por fim estimar quantos desses alunos realmente usam dessa medicação com prescrição médica.

Avaliar o risco da automedicação que os discentes do curso de Biomedicina realizam é de extrema importância, uma vez que, a utilização por conta própria pode apenas mascarar os sintomas de doenças mais graves. Através dessa avaliação será possível tomar medidas de prevenção para que esse número seja reduzido e, consequentemente, ocorra diminuição no número de consumo de medicamentos sem receita médica na população em geral, visto que os profissionais da saúde devem instruir as pessoas sobre o uso correto.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

A automedicação pode ser definida como a seleção e o uso de medicamentos para tratar sintomas sem prescrição ou supervisão de um médico, e é realizada através do autoconhecimento, indicações ou sobras de receitas antigas (ARRAIS et al., 2016) e ocorre quando o indivíduo acometido de alguma queixa patológica, decide por conta própria qual medicamento utilizar, por finalidade de proporcionar alívio nos sintomas e melhora no tratamento de doenças por seus praticantes (DA SILVA et al., 2018).

Essa prática se dá pela atitude de uma pessoa debilitada ou seu responsável, usufruir de um medicamento no qual confia que irá lhe trazer benefícios para sua saúde e bem-estar. A automedicação é um termo muito abrangente, pois se torna um grave problema se ministrada de maneira inadequada, resultando em consequências indesejáveis como a intoxicação, desenvolvimento de morbidades e resistência aos medicamentos (BEHZADIFAR et al., 2020). 

O Conselho Federal de Farmácia (CFF) afirma que entre novembro/2018 e abril/2019, 77% dos brasileiros realizaram o uso de medicamentos sem prescrição médica. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), em 2017 ocorreram cerca de 20 mil casos de intoxicação com medicamentos (CFF, 2019; SINITOX, 2019).

A automedicação é uma prática comum na sociedade contemporânea, porém, apresenta riscos à saúde que muitas vezes são subestimados. Estudos têm demonstrado que a automedicação pode levar a complicações graves, tais como resistência antimicrobiana e reações adversas a medicamentos. Além disso, a falta de orientação profissional e a utilização inadequada de fármacos podem agravar condições clínicas, atrasando o diagnóstico e impactar negativamente a saúde dos indivíduos (MATOS et al., 2018). 

Essa prática tem sido uma preocupação crescente devido aos potenciais riscos à saúde que podem acarretar. Estudos e revisões de literatura têm destacado a importância de compreender os impactos negativos da automedicação e promover a conscientização sobre os seus riscos (MOREIRA et al., 2020).

A automedicação ocorre cada vez mais devido ao fácil acesso aos medicamentos, a propaganda massiva, facilidade de comercialização e a grande variedade de informações médicas disponíveis, geralmente extraídas de sites, especialmente por estudantes devido seu nível educacional e por possuírem maior capacidade em buscar informações (BEHZADIFAR et al., 2020).

Outros fatores que contribuem para a automedicação é a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, custos altos de consultas com um médico, a recomendação de medicamentos por conhecidos ou balconistas de farmácias, e experiências passadas de tratamentos, fazendo com que as pessoas utilizem os mesmos medicamentos que já haviam usado anteriormente. Além do mais, grandes propagandas nas farmácias fornecem uma visão de que os medicamentos não possuem riscos para a saúde (MATOS et al., 2018). 

Essa prática pode estar relacionada a diferentes causas, como a diversidade de produtos fabricados pela indústria farmacêutica, o número grande de farmácias e drogarias, a banalização da comercialização de medicamentos e a grande variedade de informações médicas disponíveis, fatores que contribuem para o aumento dessa prática que pode trazer riscos à saúde (XAVIER et al., 2021). 

Fatores sociais têm contribuído cada vez mais a favor da automedicação, e o uso de medicamentos é influenciado por uma variedade de elementos, sendo eles econômicos, políticos e culturais, visto que nos dias atuais a difusão da mesma ocorreu no mundo todo e estão em constante mudança (MOREIRA et al., 2020).

Um fator que contribuiu para autodiagnósticos e para o uso irracional de medicamentos é a internet, pelo fato de pessoas não competentes possuírem acesso facilitado à temática da saúde. Neste raciocínio podemos destacar os antimicrobianos, pois é necessário que sua dosagem e tempo de intervalo sejam ministrados de forma correta, para que não ocorra resistência das bactérias ao medicamento (MORAES, 2018).

A condução de pesquisas sobre a utilização, acesso e uso adequado de medicamentos em todo o país oferece informações essenciais às autoridades governamentais para avaliar políticas de assistência farmacêutica, bem como investimentos na escolha e aquisição de medicamentos (ÁLVARES, 2017).

Um projeto que está na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), do Senado Federal, determina a realização de campanhas permanentes para a conscientização sobre a automedicação (PL 1.108/2021). De acordo com o projeto, os gestores do Sistema Único de Saúde (SUS), deverão atuar na promoção de campanhas permanentes conscientizando os pacientes sobre a utilização de medicamentos por conta própria, especialmente quanto à ingestão de antibióticos ou medicamentos controlados (CFF, 2024).

O Ministério da Saúde emitiu em março de 2024 um comunicado sobre o uso da automedicação no âmbito da dengue. O órgão alerta que seu uso indiscriminado pode causar reações graves, hemorragias, podendo levar o paciente ao óbito. O Ministério da Saúde ressalta que os medicamentos podem ter efeitos contrários se o paciente apresentar o quadro de dengue e não devem ministrar anti-inflamatórios, pois aumentam o risco de sangramento e diminuem a capacidade de coagulação, tendo em vista que este uso indevido pode agravar a situação da doença (CFF, 2024).

Outra droga que está se tornando cada vez mais utilizada por jovens, principalmente estudantes universitários saudáveis, é o Dimesilato de Lisdexanfetamina (Venvanse). Este fármaco é usado para o tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH) e age no Sistema Nervoso Central (SNC). Dentre seus efeitos podemos citar aumento de concentração, atenção, memória e diminuição do sono. Por isso, é crescente a busca por essa substância sem receita médica entre os jovens, com o intuito de potencializar o aprimoramento cognitivo (CERQUEIRA; ALMEIDA; CRUZ JÚNIOR, 2021).

O abuso das anfetaminas pode levar à tolerância e dependência psicológica com diferentes graus de comportamento anormal. Seus sintomas podem incluir insônia, irritabilidade, hiperatividade, psicose além de poder causar doping (ingestão de substâncias que tem como objetivo melhorar o desempenho de um atleta durante uma disputa) (TAKEDA, 2024).

3. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de cunho exploratório realizado através de pesquisa de campo. De acordo com Gil (2021, p. 26), as pesquisas exploratórias têm como finalidade “desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores”. O autor ainda esclarece que as pesquisas exploratórias “são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato”.

O questionário foi aplicado no período de 21 a 27 de outubro de 2024, por meio da plataforma “Microsoft Forms”, endereçado aos alunos matriculados no curso de Biomedicina de uma universidade do Oeste do Paraná. A adesão foi voluntária, o link de acesso foi enviado por e-mail e, posteriormente, o convite foi reforçado por lideranças de classe. Foi delimitado como critério de inclusão estudantes com idade acima dos 17 anos (inclusive) matriculadas no curso de Biomedicina. Foram excluídos os alunos matriculados em outros cursos e os que possuíam idade inferior a 17 anos.

A amostra da presente pesquisa foi constituída de 118 estudantes que, por conveniência, se disponibilizaram a responder o questionário. Embora seja direcionado para um público específico (estudantes de Biomedicina), o questionário foi anônimo, não sendo possível vincular respostas aos entrevistados. A análise de dados foi realizada de modo quantitativo com a inserção de gráficos para melhor visualização dos resultados.

Registra-se que o projeto de pesquisa que desencadeou nesta pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Univel resguardado pelo CAAE: 83848024.9.0000.0231, e Parecer de número: 7.165.215.

4. ANÁLISE DOS DADOS

O questionário foi elaborado com 20 questões mistas. As quatro primeiras questões do questionário compreendem as informações pessoais dos entrevistados. As informações coletadas destas perguntas foram tabuladas e são apresentadas a seguir, nas Tabelas 1 e 2.

Tabela 1 – Perfil dos participantes quanto ao gênero e faixa etária

Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

Conforme apresentado na Tabela 1, do total da amostragem (118 entrevistados), 108 eram mulheres (representando 92%) e 10 homens (representando 8%). A respeito deste resultado, esta diferença de gênero apresentada na amostragem é, na realidade, um reflexo dos tempos atuais. De acordo com o Censo Demográfico de 2022 o número de mulheres está aumentando de forma constante no país a cada década. Segundo dados da pesquisa, as mulheres correspondem a 51,5% (104.548.325) dos brasileiros, são cerca de 6 milhões de mulheres a mais do que homens. Esta predominância também tem reflexo nas salas de aulas (IBGE, 2022).

Referente à faixa etária da amostra, percebe-se que o curso de Biomedicina é composto por pessoas com faixa etária variada, no entanto, segundo os dados coletados, a grande maioria dos entrevistados possuem menos de 22 anos de idade, o que corresponde a aproximadamente 78% (representando 92 estudantes). O resultado demonstra que os jovens estão preocupados em adquirir conhecimento e se preparar (em grau superior) para, assim que formados e capacitados, poder angariar melhores ocupações no mercado de trabalho.

A Tabela 2, a seguir, apresenta os resultados coletados na pesquisa referente ao curso que o entrevistado está matriculado e o período (semestre) de estudos dos participantes.

Tabela 2 – Perfil dos participantes quanto ao curso matriculado e período de estudo

Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

Com base nos dados apresentados na Tabela 2, confirma-se que 100% dos entrevistados estão cursando Biomedicina. No tocante ao semestre cursado, somente 92 entrevistados responderam. Destes, aproximadamente 28% responderam que estão no primeiro ano do curso, outros 31% responderam estar cursando o segundo ano. Outra parcela (19%) está no terceiro ano e os restantes 20% estão no quarto ano. Embora não seja um dado relevante do ponto de vista do objeto de estudo, este número mostra que o questionário foi mais respondido entre estudantes dos dois primeiros anos do Curso de Biomedicina. 

A Questão 5 apresentada aos entrevistados buscou verificar se o entrevistado costuma consumir medicamentos sem prescrição médica. Foram dadas apenas duas alternativas (sim ou não). A este respeito, do total de respostas recebidas (118 respostas), 102 pessoas (86,44%) informaram que sim, admitindo que possuem o hábito de consumir medicamentos sem a necessária prescrição médica. 

A pergunta foi ampla e procurou não se restringir somente a medicamentos sob prescrição e/ou controlados, mas também os de livre vendagem (isentos de prescrição), pois seu uso indiscriminado também é prejudicial à saúde. Os resultados foram apresentados no Gráfico 1, a seguir:

Gráfico 1 – Consumo de medicamentos sem prescrição médica

Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

Os resultados desta pergunta demonstram que a automedicação é uma realidade, como já havia sido atestada em estudos anteriores (CFF, 2019). O uso indiscriminado de medicamentos (com ou sem receita) pode agravar quadros simples ou levar à morte em quadros severos. No entanto, no caso da automedicação, Behzadifar et al. (2020) reforçam que a falta de uma orientação médica quanto ao tipo correto de medicamento e a dosagem pode ser fatal e a população deve ser alertada sobre isso. Importante salientar que mesmo os medicamentos isentos de prescrição (livre vendagem) podem ser prejudiciais, causando resistência aos fármacos (XAVIER et al., 2021). 

A Questão 6 procurou saber a frequência da utilização de medicamentos sem prescrição. As respostas para esta questão podem ser verificadas no Gráfico 2, a seguir: 

Gráfico 2 – Frequência do uso de medicamentos sem prescrição médica

 Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

Pode-se verificar que metade dos entrevistados (representando exatos 50% da amostra), responderam consumir medicações sem prescrição médica mensalmente. Outros 18% responderam que utilizam semanalmente medicações sem prescrição, 15% anualmente e 5% diariamente. Este último dado é alarmante, pois este grupo de pessoas pode estar se enganando e se intoxicando, mesmo acreditando estar melhorando os sintomas. Estudos anteriores atestaram dados bastante semelhantes (MATOS et al., 2018).

Na Questão 7 foi perguntado se o entrevistado em algum momento já havia tomado algum medicamento influenciado por propagandas. O objetivo era conhecer o grau de influência da publicidade na decisão de compra dos pacientes. As respostas se expressaram negativas, conforme demonstrado no Gráfico 3: 

Gráfico 3 – Consumo de medicamentos influenciado por propagandas

Fonte: Dados da pesquisa, 2024

Como resposta, 67% da amostra alega nunca ter comprado ou usado medicamento influenciado por comerciais ou propagandas, restando outros 33% dos entrevistados que alegaram, em algum momento, terem sido influenciados por comerciais ou outras formas de publicidade/propaganda. 

Embora o resultado da pesquisa tenha sido acanhado, é de conhecimento que o poder da publicidade somado ao fácil acesso ao conhecimento (internet), a dificuldade de acesso ao sistema público de saúde e frente aos inúmeros estabelecimentos (existem farmácias até em supermercados e postos de gasolina) acabam por influenciar a decisão do consumidor de comprar o medicamento diretamente, sem avaliação médica prévia (MATOS et al., 2018; BEHZADIFAR et al., 2020; XAVIER et al., 2021).

Na Questão 8 foi solicitado que os entrevistados apontassem, dentre sete opções, quais eram as situações que os levavam a utilizar as medicações sem prescrição (podendo assinalar mais de uma alternativa) e, em seguida, na Questão 9, que fosse informado qual medicamento utilizavam com maior frequência. 

As respostas destas perguntas estão representadas no Gráfico 4 e na Figura 1, a seguir:

Gráfico 4 – Situações de consumo de medicamentos sem prescrição

Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

Como nesta questão foi facultado a cada participante assinalar mais de uma alternativa, os resultados apontam as motivações mais assinaladas pelos participantes. Como resultado, a dor de cabeça (cefaleia) foi a campeã, com 99 marcações, seguida da cólica menstrual com 89. Dor muscular (82) e gripe (80) foram mencionados em terceiro e quartos lugares, seguidos de febre (68) e ansiedade/depressão (19). Por fim, a opção “outros” foi marcada 14 vezes. 

Estes dados são bastantes esclarecedores pois revelam as motivações de ordem fisiológica que levam as pessoas a se automedicar. As três primeiras dizem respeito a algum tipo de dor, tendo a dor de cabeça a maior vilã. Estes medicamentos são, em sua maioria, de livre vendagem, sem necessidade de receituário. No entanto, Matos et al. (2018) reforçam que seu consumo não é livre, pois podem causar sérios danos ao organismo e deixar sequelas. 

A parte discursiva (questão 9) solicitou que o participante apontasse o medicamento mais utilizado. Os resultados apresentados na parte discursiva da questão, para melhor visualização, foram transformados em nuvem de palavras (Figura 1). Esta ferramenta visual destaca as palavras mais significativas das respostas dadas pelos entrevistados, onde o tamanho de cada palavra é proporcional à sua frequência de ocorrência no questionário. 

Figura 1 – Nuvem de palavras das medicações mais utilizadas

Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

O objetivo da nona questão era conhecer as medicações utilizadas pelos entrevistados. Como resultado foi percebido que medicamentos para dor foram os mais citados, tendo como campeão o Dorflex. Nesta mesma linha, marcas como Doralgina, Nimesulida, Buscofem e (genérico) Ácido Mefenâmico também foram lembrados. Para resfriados, Cimegripe e Benegripe foram as marcas comerciais mais lembradas. Há uma correlação entre investimento comercial, propaganda e as marcas lembradas, como atestam estudos anteriores (MATOS et al., 2018; XAVIER et al., 2021)

Na Questão 10 foi pedido para os entrevistados assinalarem os motivos que os levaram a se automedicarem. O Gráfico 5 ilustra as respostas dos entrevistados.

Gráfico 5 – Motivo da automedicação dos entrevistados

Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

Com base nos dados apresentados no Gráfico 5, pode ser verificado que a maioria dos entrevistados (52%) resolveram optar pela automedicação por já conhecer a ação do fármaco a ser adquirido, justificando sua opção pela compra. Para um segundo grupo de entrevistados, igualmente significativo (39%) , o sintoma apresentado era muito simples para necessitar uma consulta médica. Um grupo menor (6%) alegou falta de tempo como indutor da automedicação. 

Estas respostas encontram semelhança nos estudos de Matos et al. (2018), Behzadifar et al. (2020) e Xavier et al. (2021). Segundo os autores as justificativas para automedicação são inúmeras, podendo inclusive passar pela não disponibilidade, naquele momento, de condições para visitar um médico. Às vezes o paciente não tem acesso ao sistema de saúde pública perto de casa e/ou tem, mas sabe que a fila do atendimento é demorada, podendo perder o dia todo sem a certeza do atendimento. Em outros casos, não tem acesso ao sistema público e não tem recursos para consulta particular, optando pela automedicação.

A Questão 11 foi perguntado para os entrevistados qual fonte de informação eles haviam utilizado para decidir por usar/tomar medicamentos sem prescrição médica. Os resultados estão dispostos no Gráfico 6, abaixo:

Gráfico 6 – Fonte de informação dos medicamentos

Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

Os dados coletados no estudo revelaram que os familiares (30% da amostra) e farmacêuticos (30% da amostra) são a fonte de informações para utilizarem os medicamentos sem prescrição médica. Para outros 21% a pesquisa na internet foi decisiva para a escolha do medicamento a ser adquirido e ministrado. 

Este resultado demonstra que a presença do farmacêutico, embora seja tranquilizadora e necessária, não supre a necessidade de uma consulta médica para ter acesso a medicamentos mais específicos e, muitas vezes, com retenção de receituário ou controlado. No caso de medicamentos de livre vendagem, a presença do farmacêutico pode melhor orientar a correta posologia e os cuidados que devem ser tomados. Este é um desafio imenso para a sociedade e que tem encontrado respaldo nos órgãos reguladores e fiscalizadores (CFF, 2024). 

Na Questão 12 foi questionado se o entrevistado considera a automedicação uma prática perigosa. As respostas foram tabuladas e estão demonstradas no Gráfico 7: 

Gráfico 7 – Automedicação é uma prática perigosa

Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

Conforme os resultados da pesquisa, a maioria dos entrevistados (61%) declarou que a resposta depende da medicação, ou seja, será perigosa se o fármaco for potencialmente perigoso. Uma segunda parcela de entrevistados (37%) considera que sim, que a automedicação é uma prática perigosa. Apenas 2% não consideram perigosa. 

Esse resultado indica que existe informação sim, as pessoas têm esclarecimento dos riscos associados à prática da automedicação, mas são convencidas do contrário por inúmeros motivos e continuam comprando livremente, talvez influenciada por necessidade, influência ou fatores sociais, como atesta estudo apresentado por Moreira et al., 2020. 

A Questão 13 apresentada aos entrevistados buscou verificar se eles já tiveram alguma reação adversa após utilizar algum medicamento sem prescrição. As respostas foram tabuladas e estão representadas no Gráfico 8, a seguir:

Gráfico 8 – Reação adversa após uso de medicamento sem prescrição

Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

Como resultado, a maioria dos entrevistados (72%) relatou não terem tido reações adversas após a utilização de medicamentos sem prescrição médica e, outra parcela de entrevistados (28%) responderam que sim, que tiveram algum tipo de reação. A este respeito, Matos et al. (2018) relatam que as reações adversas são mais frequentes nos casos de automedicação, podendo agravar condições clínicas, atrasar diagnósticos e impactar negativamente a saúde dos indivíduos.

Na Questão 14, com base no tema da questão anterior, os entrevistados deveriam citar quais foram as reações que ocorreram em decorrência da utilização das medicações sem prescrição. Os participantes puderam assinalar mais de uma opção como resposta.  As respostas foram tabuladas e estão representadas no Gráfico 9, a seguir:

Gráfico 9 – Reação adversa após uso de medicamento sem prescrição

Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

Como reação mais declarada foi apontada “sono em excesso”, com 27%. Alergia veio em segundo com 19% seguida de indisposição/vômito com 14% e, em quarto lugar, dor de cabeça e perda de apetite empatados com 11%. 

Moreira et al. (2020) esclarecem que as reações adversas são consequências do mau uso dos medicamentos, quer seja por erro na escolha do fármaco, erro na dosagem ou reação alérgica ao princípio ativo da formulação. Qualquer que seja o erro, ele pode agravar o quadro clínico do paciente muito rapidamente. Estes resultados apontam a necessidade de educar a população, demonstrando que a automedicação tem reações adversas e que pode ser perigosa. 

Na Questão 15 foi questionado se o entrevistado conhece ou conheceu alguém que já se intoxicou com o uso excessivo de algum medicamento. As respostas, em sua maioria, se expressaram negativas. O resultado se apresentou bastante equilibrado, conforme demonstrado no Gráfico 10:

Gráfico 10 – Conhece alguém que há se intoxicou com algum medicamento

Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

Este resultado também é bastante descrito na literatura. O uso excessivo de alguns fármacos pode causar intoxicação no paciente, causando desconforto geral e reações adversas, tais como diarreia, vômitos, cefaleia e muitas dores abdominais (BEHZADIFAR et al., 2020). Os casos de intoxicação por uso de medicamentos têm sido recorrentes (SINITOX, 2019). 

Como visto anteriormente neste estudo, o abuso das substâncias classificadas como anfetaminas pode levar à tolerância e dependência psicológica com diferentes graus de comportamento anormal. Seus sintomas podem incluir insônia, irritabilidade, hiperatividade, psicose além de causar doping (TAKEDA, 2024).

Na Questão 16, procurando explorar o tema da questão anterior, foi perguntado se o entrevistado conhece ou conheceu alguém que já teve danos de saúde graves pelo uso incorreto de algum medicamento. As respostas, em sua maioria, também se expressaram negativas, conforme demonstrado no Gráfico 11 a seguir:

Gráfico 11 – Conhece alguém que já teve sequelas pelo uso incorreto de medicamento

Fonte: Dados da pesquisa, 2024

A questão das sequelas decorrentes da automedicação é, muitas vezes, associada a problemas estomacais ou intestinais cujas origens não são correlacionadas ao uso indiscriminado de medicamentos. Moreira et al. (2020) salientam que essa prática não recupera saúde e tem sido uma preocupação crescente no mundo todo. O paciente pode ver sua saúde acabar em questão de alguns dias, insistindo na automedicação errada e, por vezes, tóxica. Cada vez mais estudos e revisões de literatura têm destacado a importância de compreender os impactos negativos da automedicação e promover a conscientização sobre os seus riscos.

Aqueles que fazem uso da automedicação de forma regular, quando o quadro de saúde piora, acreditam que pode ser tudo, menos o fármaco adquirido sem prescrição. Como visto anteriormente neste estudo, essa prática pode estar relacionada a diferentes causas, como a diversidade de produtos fabricados pela indústria farmacêutica, o número grande de farmácias e drogarias, a banalização da comercialização de medicamentos e a grande variedade de informações médicas disponíveis, fatores que contribuem para o aumento dessa prática que pode trazer riscos à saúde (XAVIER et al., 2021). 

A Questão 17 buscou saber se os entrevistados conheciam ou já tinham ouvido falar a respeito do medicamento Dimesilato de Lisdexanfetamina, conhecido como Venvanse. Os resultados da Questão 17 foram tabulados e estão dispostos no Gráfico 12, a seguir:

Gráfico 12 – Conhece o medicamento Venvanse (Dimesilato de Lisdexanfetamina)

Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

Como resultado, foi observado que a maior parte dos estudantes entrevistados (53%) já tinha ouvido falar do Venvanse (Dimesilato de Lisdexanfetamina). Outra parcela de entrevistados (47%) declarou desconhecer. 

Venvanse está no mercado nacional há pouco mais de 4 anos. Para um medicamento que está no mercado há tão pouco tempo e com baixa ou nenhuma campanha publicitária, estes resultados chamam a atenção. Trata-se de moderna anfetamina que tem como proposta aumentar os níveis de dopamina e noradrenalina, resultando em perda do sono, maior energia e concentração. Tem sido indicado para os quadros de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), tendo apresentado resultados bastante satisfatórios junto a este perfil de pacientes (CERQUEIRA; ALMEIDA; CRUZ JÚNIOR, 2021). 

O problema é que este medicamento tem se tornado popular para pessoas sem sintomas de TDAH e que buscam deliberadamente aumentar seus níveis de produtividade e atenção, quer seja no trabalho, no estudo ou na academia. Assim, vem sendo utilizado indevidamente por curiosos, estudantes, festeiros e concurseiros. É um novo tipo de automedicação mais perigosa ainda, pois a pessoa é saudável, jovem, sem sintomas e busca ingerir um medicamento de vendagem controlada sem necessidade, indevidamente. 

Na Questão 18 foi perguntado se o entrevistado saberia informar para qual finalidade o medicamento Dimesilato de Lisdexanfetamina (Venvanse) é indicado. As respostas estão representadas no Gráfico 13, a seguir:

Gráfico 13 – Finalidade do medicamento Dimesilato de Lisdexanfetamina (Venvanse)

Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

Esta resposta se assemelha à questão imediatamente anterior, pois se já havia declarado não conhecer o fármaco, é de se concluir que dificilmente conheceria sua finalidade. O difícil seria entender a pessoa que utiliza sem saber sua finalidade, como num quadro grave de dependência química ou intoxicação por abuso de medicamentos, por exemplo. Isso deve ser evitado, pois leva à perda de saúde e à morte. 

A Questão 19 buscou verificar se o mesmo utilizava ou já havia utilizado Venvanse e em caso positivo, para qual finalidade. Esta pergunta foi ofertada a todos os participantes, mas apenas 47 responderam e destes a grande maioria (41 entrevistados) relataram que nunca haviam utilizado esta medicação. As demais seis respostas estão transcritas a seguir no Quadro 1.

Quadro 1: Transcrição das respostas dos entrevistados

Para estudar
Sim, festas
Sim, para tratar TDAH
Sim, para auxiliar com foco enquanto estudava
Dar ânimo e pico para passar um dia corrido
Nunca tomei, mas conheço gente que tomou sem antes consultar um médico psiquiatra para saber se realmente tem “TDAH”

Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

Como resultado, foi percebido que seis entrevistados responderam positivamente à questão, no entanto, um entrevistado fez uma ressalva que nunca havia tomado tal medicação, mas que conhecia pessoas que tomavam Venvanse sem prescrição médica. 

Os demais (cinco entrevistados) admitiram que fazem ou fizeram uso do medicamento Venvanse. Destes cinco, dois usaram com finalidade de aumentar a concentração para estudos, um para melhorar o desempenho nas festas, um para dar mais ritmo para o dia corrido e o quinto, o único provável paciente, alegou fazer uso do Venvanse para tratar o TDAH. 

Por fim, na Questão 20, como última participação dos entrevistados, foi perguntado aos que consumiam o medicamento Venvanse, se o mesmo havia se consultado com um médico antes de iniciar o seu uso.  Lembrando que o Venvanse é classificado como medicamento tarja preta, com necessidade de retenção de receituário especial (cor azul). 

Como resultado, dos seis entrevistados que relataram fazer uso do Venvanse, apenas 1 havia se consultado com um médico antes da utilização. Não tem como se afirmar (pois o questionário é anônimo), mas muito provavelmente aquele que alegou estar tratando a TDAH. 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A automedicação é uma prática mundial e os resultados deste estudo revelam que, entre os alunos da Biomedicina, esta realidade não é diferente. Do total de alunos que inicialmente se propuseram a responder o questionário (118 alunos), 86% declararam fazer uso da automedicação. Destes, pelo menos 50% fizeram uso no último mês, 18% na mesma semana e 5% declararam ter utilizado medicamento sem prescrição naquele mesmo dia. Ou seja, a prática é bem comum e, aparentemente, bastante aceita “socialmente”.

O estudo procurou saber quais os medicamentos mais utilizados. Como resposta, embora não sejam fármacos de receituário obrigatório, os medicamentos para dor foram os campeões de uso entre os entrevistados, seguidos dos anti-inflamatórios. Como visto na fundamentação teórica, o uso de qualquer medicamento sem indicação pode até melhorar um aspecto da saúde, mas certamente vai piorar diversos outros, tendo em vista a formulação não ter sido prescrita por nenhum profissional. Reações adversas podem ocorrer (tais como alergias ou dependência química) e provocar a piora geral do quadro, podendo levar a óbito. 

Foi verificado que mesmo medicamentos de uso restrito têm sido comercializados e utilizados de forma indevida, demonstrando que existe mercado consumidor para a automedicação e, por outro lado, que existe uma fragilidade no sistema de controle e dispensação destes fármacos, que merece ser conhecida e avaliada pelas agências reguladoras, entidades de classe e demais autoridades competentes. 

Como visto neste estudo, a questão da automedicação é um tema importante e deve ser melhor debatido na sociedade. Avaliar o risco da automedicação entre os discentes do curso de Biomedicina foi de extrema importância, apresentando um parâmetro entre pessoas jovens e, teoricamente, com maior conhecimento/discernimento. 

Assim, o objetivo inicial deste estudo foi alcançado. Através dessa avaliação foi possível verificar a importância da prevenção para que o consumo de medicamentos sem receita médica seja melhor esclarecido na sociedade, evitando mal uso, abusos e dependências. Fica a recomendação para que mais e melhores estudos sejam realizados, promovendo o conhecimento, a ciência e o debate na sociedade. 

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 1Discente do Curso Superior de Biomedicina do Centro Universitário Univel. E-mail: djulianpeiter@gmail.com
2Discente do Curso Superior de Biomedicina do Centro Universitário Univel. E-mail: emilydelava@hotmail.com
3Docente do Curso Superior de Biomedicina do Centro Universitário Univel. Mestre em Ciências Farmacêuticas. E-mail: waleska.lazaretti@hotmail.com