EFEITOS E PERFIL POPULACIONAL DE IDOSOS NA PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS EM PORTO VELHO – RONDÔNIA

EFFECTS AND POPULATION PROFILE OF ELDERLY PEOPLE IN THE PRACTICE OF PHYSICAL ACTIVITIES IN PORTO VELHO – RONDÔNIA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202411111251


Dafne Rebeca Feitosa Afonso1;
Leidiane Rocha Sousa2;
Orientadora: Cintia Campos Costa


RESUMO

A população idosa vem crescendo significativamente com o passar dos anos, e com isso, cresce também a preocupação em garantir que esses indivíduos tenham uma vida ativa e saudável. A atividade física é uma das principais formas de promover a saúde e qualidade de vida na terceira idade, pois ela é capaz de prevenir e tratar diversas condições de saúde, além de melhorar a função física e cognitiva. A partir disso, este artigo tem como escopo analisar a importância da atividade física na saúde e os benefícios que a atividade proporciona aos idosos. O estudo é de caráter descritivo e abordagem quantitativa e sendo realizado na cidade de Porto Velho, em Rondônia, na  Clínica de Fisioterapia do Centro Educacional São Lucas e SESC/RO Serviço social do Comércio Rondônia. Importante dizer, que foi incluido no estudo idosos do sexo masculino e feminino, com idade a partir 60 anos. Além disso, para produção dos dados foi utilizado 2 questionários um sobre informações gerais com base nos hábitos diários e descrição de exercícios físicos e quais foram os benefícios alcançados. Informações de dados complementares sobre fatores de risco, peso, altura e mudança de estilo de vida. Salienta-se, que foi aplicado questionário sociodemográfico, juntamente com escala de testes funcionais para avaliar aptidão física de idosos, Escala de Equilíbrio de Berg e Questionário de Baecke Modificado para Idosos. E os responsáveis assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Os dados foram coletados através dos instrumentos avaliativos que foram tabulados no programa Microsoft Excel para análise estatística. A pesquisa avaliou 60 participantes, predominantemente mulheres 93,3%, com idades entre 60 e 90 anos, maioria residentes na zona urbana. Em termos de saúde, 31% dos participantes relataram percepção regular e 62% apresentavam de 2 a 3 comorbidades. A maioria não fumava, sendo contabilizados 58 participantes e não consumia álcool 52 de 60 participantes. Em relação à Covid-19, 31 haviam sido contaminados, mas apenas 1 necessitou de intubação. Na Escala de Berg, 98,3% dos idosos demonstraram bom equilíbrio ao permanecer em pé por 2 minutos sem apoio, e 44 de 60 conseguiam apanhar objetos do chão de maneira independente. No entanto, 60% sofreram duas ou mais quedas e 40% relatavam medo moderado ou extremo de cair, enquanto 30% apresentaram dificuldade em manter-se em uma perna por 3 segundos ou mais. Esses dados revelam uma predominância de boas capacidades funcionais, mas com limitações significativas em relação a quedas e comorbidades. A realização desse trabalho contribuiu para uma maior compreensão acerca da importância da atividade física na vida dos idosos, tendo em vista, que a atividade física é um elemento que pode contribuir na promoção da  saúde, bem-estar físico, mental e capacidade funcional dos idosos, demonstrando que a prática regular de exercícios não apenas melhora a força muscular e o equilíbrio, mas também reduz significativamente o risco de quedas, um dos principais desafios enfrentados por essa população. Os dados obtidos ressaltam a necessidade de intervenções que incentivem a atividade física, uma vez que muitos idosos se consideram ativos, mas apenas a minoria realiza exercícios de forma regular. Assim, a implementação de programas de exercícios físicos é fundamental para prevenir doenças crônicas, melhorar a qualidade de vida e promover a independência funcional entre os idosos, contribuindo para um envelhecimento saudável e ativo.

Palavras-chave: Aptidão física. Idoso. Bem-estar físico e mental. Capacidade funcional.

ABSTRACT

The elderly population has been growing significantly over the years, and with this, there has also been a growing concern about ensuring that these individuals have an active and healthy life. Physical activity is one of the main ways to promote health and quality of life in old age, as it can prevent and treat various health conditions, in addition to improving physical and cognitive function. Based on this, this article aims to analyze the importance of physical activity for health and the benefits that the activity provides to the elderly. The study is descriptive and quantitative in nature and was carried out in the city of Porto Velho, Rondônia, at the Physiotherapy Clinic of the São Lucas Educational Center and SESC/RO Social Service of Commerce Rondônia. It is important to note that the study included male and female elderly people, aged 60 years and older. In addition, two questionnaires were used to produce the data: one about general information based on daily habits and a description of physical exercises and the benefits achieved. Complementary data information about risk factors, weight, height and lifestyle changes. It is worth noting that a sociodemographic questionnaire was applied, along with a functional test scale to assess the physical fitness of the elderly, the Berg Balance Scale and the Modified Baecke Questionnaire for the Elderly. And the guardians signed the free and informed consent form (ICF). The data were collected through the evaluation instruments that were tabulated in the Microsoft Excel program for statistical analysis. The research evaluated 60 participants, predominantly women (93.3%), aged between 60 and 90 years, most living in the urban area. In terms of health, 31 of the participants reported regular perception and 62% had 2 to 3 comorbidities. The majority did not smoke (58 participants) and did not consume alcohol (52 of the 60 participants). Regarding Covid-19, 31 had been infected, but only 1 required intubation. On the Berg Scale, 98.3% of the elderly demonstrated good balance when standing for 2 minutes without support, and 44 of 60 were able to pick up objects from the floor independently. However, 60% suffered two or more falls and 40% reported moderate or extreme fear of falling, while 30% had difficulty standing on one leg for 3 seconds or more. These data reveal a predominance of good functional capacities, but with significant limitations in relation to falls and comorbidities. The completion of this study contributed to a greater understanding of the importance of physical activity in the lives of the elderly, considering that physical activity is an element that can contribute to the promotion of health, physical and mental well-being and functional capacity of the elderly, demonstrating that regular exercise not only improves muscle strength and balance, but also significantly reduces the risk of falls, one of the main challenges faced by this population. The data obtained highlight the need for interventions that encourage physical activity, since many elderly people consider themselves active, but only a minority performs exercises regularly. Therefore, the implementation of physical exercise programs is essential to prevent chronic diseases, improve quality of life and promote functional independence among the elderly, contributing to healthy and active aging.

KEYWORDS: Physical fitness. Elderly. Physical and mental well-being. Functional capacity.

1 – INTRODUÇÃO

A população idosa vem crescendo significativamente com o passar dos anos, e com isso, cresce também a preocupação em garantir que esses indivíduos tenham uma vida ativa e saudável. A atividade física é uma das principais formas de promover a saúde e a qualidade de vida na terceira idade, pois ela é capaz de prevenir e tratar diversas condições de saúde, além de melhorar a função física e cognitiva.

Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os 4,8 milhões de novos idosos em cinco anos correspondem a um crescimento de 18% desse grupo etário, que tem se tornado cada vez mais representativo no Brasil.

A atividade física constante ajuda a melhorar as funções físicas e mentais. No envelhecimento, as alterações dos processos neurofisiológicos podem levar à neuro degeneração significativa das estruturas e funções do sistema nervoso central.

O processo de envelhecimento é acompanhado por mudanças fisiológicas e psicológicas que podem afetar a capacidade funcional dos idosos, perda de independência e autonomia é uma das principais preocupações da terceira idade, pois pode impactar a qualidade de vida desses indivíduos e aumentar a necessidade de cuidados de terceiros.

Conforme a Revista Española de Geriatría y Gerontología (221), o período 2020-2030 foi declarado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a década do envelhecimento saudável, em que é dada especial e fundamental ênfase ao exercício físico como forma segura de promover a saúde dos idosos.

O envelhecimento da população terá um impacto abrangente na saúde e assistência médica, economia, educação, desenvolvimento social e bem-estar; a obesidade em pacientes idosos está associada a muitas doenças, como doenças cardiovasculares, hipertensão e tipo 2 diabetes, e as taxas de morbidade e mortalidade também aumentam. Segundo Chia, F.; Huang, W.-Y.; Huang, H.; Wu, C.-

Diante desses apontamento o problema norteador deste artigo é: Quais são os benefícios de atividades físicas para uma qualidade de vida dos idosos? Nesse contexto, foi elaborado como objetivo geral: Analisar a importância da atividade física na saúde e os benefícios que a atividade proporciona aos idosos. Ademais, os objetivos específicos são: Descrever o perfil de atividades físicas para esta população, verificar a capacidade funcional da pessoa idosa e identificar as principais barreiras e desafios enfrentados pelos idosos na prática de atividades físicas.

Posto isto, conforme mencionado em linhas anteriores a população de idosos está crescendo constantemente, segundo dados do IBGE (2022) a população de idosos no Brasil é de 22 milhões o que representa 15% da população. 

Este estudo aborda a importância de compreender os efeitos da atividade física na saúde e aptidão física dos idosos, com o objetivo de conscientizar essa população sobre a prática de exercícios e seus benefícios. É essencial avaliar os métodos e técnicas de atividade física mais eficazes, considerando as características e condições individuais de cada pessoa.

No âmbito social, a promoção da atividade física na terceira idade oferece benefícios como a redução de custos com saúde e a melhoria do bem-estar social. Além disso, contribui para a participação ativa dos idosos na comunidade.

Este trabalho buscou fornecer informações relevantes sobre o papel da atividade física na saúde, no bem-estar físico e mental, e na capacidade funcional dos idosos, destacando seu papel preventivo no combate a doenças e na promoção de uma vida mais saudável e ativa.

2 – REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 53,20% o índice de envelhecimento no Brasil e em Rondônia 31,83% no ano de 2023 dados de projeções e estimativas da população do Brasil e das Unidades da Federação.

Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022 a população brasileira com 60 anos ou mais representava 22 milhões de pessoas, cerca de 15% da população total do país. Além disso, a expectativa de vida do brasileiro vem aumentando ao longo dos anos, o que contribui para um maior número de idosos na população.

Antes, o perfil populacional do idoso era diferente do que vemos atualmente. A maioria das pessoas idosas tinha um estilo de vida mais ativo, pois a maioria da atividade física era realizada através de atividades diárias como trabalhos agrícolas, manuais ou até mesmo ações simples como caminhar ou subir escadas.

As atividades físicas estruturadas eram menos comuns e dificilmente eram feitas de forma regular. Porém, é importante destacar que o nível de atividade física realizado pela pessoa idosa em relação ao trabalho e a sua vida diária não eram planejados como uma forma de exercício físico, mas sim como um meio de sobrevivência.

Hoje, a população idosa está mais consciente da importância da atividade física e há uma maior oferta de atividades voltadas especificamente para essa faixa etária. Atividades físicas regulares são incentivadas e são vistas como uma forma de manter a saúde e capacidade funcional. Nesse sentido, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que a velhice se inicia aos 75 anos de idade, pois há muitos indivíduos de 60 e 65 anos de idade ainda ativos profissionalmente, com boa qualidade e expectativa de vida. (Barsano; Barbosa, 2014).

Importante dizer, que a população idosa mostra certo interesse social e científico atualmente, quanto mais ativa a pessoa é, maior o seu benefício e segurança nas atividades cotidianas como: levantar-se da cama, vestir-se, tomar banho, sentar-se ou andar. Ao buscar atividades que movimentem o corpo, o exercício pode restaurar e manter a força do idoso, contribuindo para sua flexibilidade nas tarefas cotidianas. Além disso, estudos têm mostrado que os idosos frequentemente se envolvem em acidentes domésticos e que a prática de exercícios pode ajudar a evitar esses acidentes, além de melhorar a qualidade de vida, reduzindo a taxa de sedentarismo.

Segundo o banco nacional do desenvolvimento (BNDES) o envelhecimento populacional pode ser explicado por dois fatores-chave: o aumento da expectativa de vida e a queda da taxa de fecundidade. Nos últimos anos, o mundo assistiu a uma grande elevação da expectativa de vida ao nascer de sua população. Nos anos 1950, a expectativa de vida era de 46,8 anos. Em 2015, esse indicador passou para 70,4, e espera-se que em 2030 chegue a 74,5 anos.

O envelhecimento biológico é inevitável, continuamente ativo e irreversível, tornando o organismo mais vulnerável às agressões dos ambientes interno e externo. Há evidências de que o processo de envelhecer acontece por vários motivos, e também depende da genética de cada um. Nesse processo há perda da capacidade funcional. Ela ocorre de maneira discreta no decorrer dos anos, afetando mecanismos que mantém o organismo em equilíbrio; esse processo é chamado de senescência. (Barsano; Barbosa; Gonçalves, 2014).

O envelhecimento mantém um indivíduo ativo em todas as suas capacidades. Embora todos tenham algum grau de declínio funcional, o envelhecimento não é uma doença, mas o resultado do desgaste natural. Pode-se entender que o envelhecimento segue uma sequência biológica, começando pela vulnerabilidade a alterações internas e externas, depois pela variabilidade respostas diferentes de cada pessoa em relação as mudanças, depois pela irreversibilidade perda de função com o passar do tempo, o progresso torna-se irreversível.

Nesse sentido, o processo de envelhecimento mental, assim como o envelhecimento físico, é inevitável, mas a forma de encarar a vida de cada um torna esse processo mais ou menos prejudicial. Geralmente está relacionada a reduções e alterações psicológicas, que podem ocorrer por dificuldades de adaptação, mas cada indivíduo responde de forma diferente a essas adaptações e aos novos papéis na família e na sociedade.

De forma geral, cognição refere-se a um conjunto de habilidades cerebrais e/ou mentais de que necessitamos para conhecer sobre o mundo. Essas habilidades abrangem o ato ou processo de conhecer, e envolvem a atenção, a percepção, a memória, o raciocínio, o juízo, a imaginação, o pensamento e a linguagem (Barsano; Barbosa; Gonçalves,2014).

Há fatores que contribuem para a redução cognitiva, por exemplo os indivíduos com doença crônica têm chances de sofrer mais perdas. Há outros fatores externos que também influenciam a queda da capacidade mental. É comum em idosos que tem uma personalidade rígida, não gosta de mudanças, sedentário físico e mentalmente, ou seja, não exercita o corpo e a mente, onde há um ambiente sem estímulos, viver em um meio social de nível socioeconômico e cultural baixo, e ser uma pessoa fechada em relação as pessoas.

A capacidade funcional é uma condição muito próxima da saúde, em que o indivíduo tem condições de desempenhar suas atividades de vida diária, incluindo atividades físicas e mentais e também de socialização, de forma autônoma e independente, em todo o período de sua vida, inclusive no processo de envelhecimento (Barsano; Barbosa; Gonçalves, 2014).

A incapacidade funcional mostra a dificuldade de realizar alguns movimentos para desempenhar uma tarefa. Sua ocorrência é demonstrada quando o idoso necessita de auxílio para realizar tarefas básicas ou até as mais complexas da sua rotina, em que estão relacionadas à mobilidade. Portanto a capacidade funcional é mantida por meio da atividade física, sobretudo a habilidade motora, evitando a perda muscular e da massa óssea responsável pelas alterações da mobilidade no indivíduo.

O isolamento dos idosos pode ser sentido em casa, no trabalho ou na sociedade, sem distração, lazer, concentração ou qualquer atividade física ou intelectual, as rotinas podem se tornar monótonas e inativas. Nessas condições, ele experimenta pouca alegria, contentamento e prazer, colocando-o em uma posição em que perde a motivação para o mundo e para a própria vida, abandonando seu senso de vida, felicidade e aceitação como um ser humano respeitado.

A pessoa idosa pode enxergar a velhice de uma forma diferente, não apenas como um período de perdas, mas como uma fase de transformação e novas possibilidades. Através de práticas de comportamentos positivos, como o exercício físico regular, é possível cultivar uma vida mais ativa e plena. Inserir essas atividades na rotina não só melhora a saúde física, fortalecendo o corpo e promovendo bem-estar, mas também impacta profundamente a saúde mental, trazendo mais vitalidade, equilíbrio emocional e alegria para essa etapa da vida. A velhice pode, assim, ser vivida com leveza e significado.

A educação e a promoção em saúde têm como foco reduzir os riscos inerentes de adoecer, mediante ações que impactem em determinantes comportamentais do idoso, possibilitando mudanças no estilo de vida (SILVA; SANTANA; RODRIGUES, 2019).

Há também outros recursos promovidos pelos governos estaduais e municipais ou instituições de saúde que são os programas de atividades físicas e sociais, além de, possibilitar socialização dessa população. A socialização estimula o idoso a se considerar importante para sociedade, novos hábitos de vida, melhor adaptação e qualidade de vida. Para promover a participação em atividades físicas, é recomendável criar ambientes lúdicos que incentivem a interação social. Nesse sentido, as piscinas comunitárias são extremamente benéficas, pois podem atender a diversos propósitos, como prevenção, reabilitação e promoção da saúde.

Existem várias possibilidades de atividades físicas para idosos, porém verifica-se que o mais comum dentre essas faixas etárias é a prática de atividades em meio aquático, pois são consideradas práticas de baixo impacto, o que evitaria a ocorrência de lesões articulares. (LEÃO LA, Luciano GAG, 2019).

O ambiente aquático apresenta efeitos benéficos em relação à analgesia e melhora da funcionalidade. A ideia de que os exercícios aquáticos são uma excelente opção para idosos com osteoartrose e dores articulares se fortifica através do conhecimento das propriedades físicas da água e seus efeitos como redução do impacto articular e riscos de lesão, possibilitando o aumento na amplitude do movimento (Bartels, 2016).

Os exercícios aquáticos aumentam sua capacidade de conquistar esses resultados com o maior conforto e satisfação que se pode experimentar em um ambiente aquático. Qualquer pessoa que deseja aumentar seu condicionamento físico e proteger sua saúde pode colher as recompensas que esses exercícios têm a oferecer. Pessoas cujos objetivos incluem aumento da resistência cardiorrespiratória, aumento da força e da flexibilidade, melhora ou manutenção do peso e da composição corporal, ou reabilitação ou prevenção de lesões podem beneficiar-se com os exercícios na água. (Baun. 2010).

Priorizar atividades aeróbicas e aquáticas, seja em conjunto ou não com exercícios de fortalecimento, alongamento e respiratórios, é fundamental para a redução do peso corporal. Essas práticas não apenas preparam para o trabalho aeróbico, mas também contribuem para aprimorar a postura corporal.

É importante proporcionar a educação em saúde para que os idosos tenham acesso a informações sobre intervenções preventivas, tais como os benefícios do exercício físico regular e uma alimentação balanceada, promovendo a incorporação de hábitos saudáveis em seu dia a dia (Magalhães et al., 2023).

No processo de envelhecimento, há uma preocupação em manter os idosos ativos, principalmente devido à diminuição da integridade estrutural e massa óssea, especialmente em mulheres durante a menopausa.  A força muscular é medida pelo grau de força que pode ser exercido em um único esforço em toda a amplitude de movimentos. A resistência muscular é a capacidade de exercer um grau moderado de força em toda a amplitude de movimentos por um período mais longo, antes do início da fadiga. (Baun, 2010).

O treinamento de força em idosos apresenta resultados significativos, incluindo aumento da ativação, potência e massa muscular. Isso contribui não apenas para a capacidade funcional, mas também para a melhoria da qualidade de vida. A prática de exercícios físicos voltados ao aumento da força muscular é benéfica na prevenção de quedas, proporcionando maior segurança e eficiência nas atividades diárias.

Idosos submetidos ao treinamento de força apresentam aumento significativo na ativação, potência e aumento da massa e força muscular. Um programa de exercícios que engloba força, resistência e treinamento de equilíbrio, é considerado uma estratégia mais efetiva na melhora de funções, como marcha, equilíbrio e força, reduz a taxa de quedas e ajuda a manter a CF no decorrer do envelhecimento (Pillatt, et al., 2019).

O equilíbrio, resultado da interação harmônica entre vários sistemas do corpo, é essencial para as atividades diárias. Com o envelhecimento, há perdas funcionais nos sistemas proprioceptivo, visual e vestibular, aumentando o risco de quedas e impactando a morbidade e mortalidade na população idosa. Cada sistema apresenta componentes que podem sofrer perdas funcionais com o processo de envelhecimento, as quais dificultam o funcionamento da resposta motora responsável pela manutenção do controle do equilíbrio e da postura.

Desse modo, podem ocorrer prejuízos funcionais para o idoso por consequência de quedas e o aumento dos níveis de morbidade e mortalidade nessa população. (Matiello, 2021). Portanto, os programas de exercícios fisioterapêuticos parecem reduzir a taxa de quedas, o os fatores de risco para quedas e o risco de morte, melhorando o equilíbrio, a força das pernas, a função, a atividade física e a confiança no equilíbrio em idosos (Silva et al., 2017).

Quando essas alterações deixam de ser fisiológicas e inerentes ao envelhecimento saudável e passam a ser patológicas, o idoso desenvolve sintomas que são por vezes incapacitantes, como a dor. Lombalgias e outras dores articulares são muito comuns nessa população, causadas por diversos outros fatores além do próprio envelhecimento tecidual como, por exemplo: diminuição da movimentação e atividade física, sedentarismo e má postura, apesar de ainda haver a necessidade de mais estudos para a comprovação científica dessas hipóteses. (Karagulle, 2015).

Funcionalidade e saúde estão interligadas, já que a saúde envolve o completo bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doença. (MATIELLO, A. A.; ANTUNES, 2021).

Uma pessoa com autonomia e independência adequadas apresenta maior funcionalidade no cotidiano e experimenta uma sensação de bem-estar. Realizar atividades por conta própria fortalece o senso de propósito e contribui para uma vida com mais satisfação e qualidade.

As modificações do envelhecimento expõem o idoso a um verdadeiro perigo de quedas. A perturbação do equilíbrio, do tempo de reação, da marcha e da força muscular constitui uma interação de fatores que aumenta o risco de quedas, variando de leve a grave conforme a intensidade dessas alterações. É necessário instruir o idoso sobre esse risco e orientá-lo a respeito das mudanças e ajustes em seu ambiente para devidos cuidados.

A fisioterapia é fundamental na prevenção de quedas em idosos, promovendo segurança e qualidade de vida. Por meio de orientações em atividades físicas, fortalecimento muscular, alongamentos e treinamentos de equilíbrio e marcha, o fisioterapeuta melhora e mantém a capacidade funcional. Esses cuidados ajudam a reduzir incapacidades, limitações e dificuldades, proporcionando ao idoso mais confiança e autonomia em suas atividades diárias. A fisioterapia, portanto, é uma aliada importante para um envelhecimento saudável e ativo.

Devido a essas alterações a pessoa idosa pode ficar mais dependente, necessitando assim de auxílio de outras pessoas ou de dispositivos auxiliares de marcha, apresentando mais instabilidade e queda. Portanto o envelhecimento desencadeia alterações da marcha e aumenta o risco de quedas e o medo de cair, comprometendo a saúde e a capacidade funcional do idoso. 

Assim sendo, a prática regular de exercícios físicos é destacada como um fator importante na redução desses problemas, contribuindo para a saúde e capacidade funcional dos idosos.

3 – METODOLOGIA

O estudo é de caráter descritivo e abordagem quantitativo e ocorreu na cidade de Porto Velho, em Rondônia, na Clínica de Fisioterapia do Centro Educacional São Lucas e SESC/RO Serviço social do Comércio Rondônia. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa na data 16/04/2024 sob o número de parecer 6.808.443 tem o objetivo analisar a importância da atividade física na saúde, bem-estar físico, mental e capacidade funcional dos idosos. Foram selecionados 60 idosos tanto do sexo feminino quanto masculino, com idade a partir de 60 anos, com estado de saúde que permita a prática de atividade física de nível moderado e com capacidade cognitiva de compreender os procedimentos do estudo.

Os idosos que aceitaram participar assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). E após as assinaturas foram entrevistados individulamente, a princípio a entrevista consistiu em coletar dados mais gerais, como  informações das doenças que os participantes apresentam juntamente com a escala de testes funcionais para avaliar aptidão física de idosos. Na segunda etapa, escala de equilibrio de Berg e na terceira etapa buscou-se informações atividade de vida diária com questionário Baecke modificado para idosos.

Importante dizer,  que o questionário sócio demográfico foi formado de perguntas para identificação do paciente, como idade, data de nascimento, escolaridade do participante e outras informações adicionais necessárias relacionadas à saúde. 

E escala de testes funcionais para avaliar aptidão física de idosos. Em relação a escala ela foi formada  por  14 testes: posição sentada para posição em pé, permanecer em pé sem apoio, posição em pé para sentada, transferência, permanecer em pé sem apoio com olhos fechados, ficar em pé sem ajuda com pés juntos, alcance a frente com os braços extendidos permanecendo em pé, pegar objeto do chão, virar para olhar para trás sobre os ombros D e E, virar girando 360, contar o numero de vezes em que pisa numa banqueta, ficar em pé sem apoio um dos pés a frente, ficar em pé sobre apenas uma das pernas.

Sobre o Questionário Baecke modificado para idosos, também denominado de  QBMI, foi  aplicado sob forma de entrevista, tem como referência os últimos 12 meses e é dividido em três seções. A primeira seção abrange questões relacionadas às atividades físicas domésticas. A segunda e terceira seções correspondem à realização de atividades esportivas e às atividades de tempo livre, respectivamente. Mediante o somatório das pontuações específicas atribuídas as questões agrupadas em cada uma das seções do questionário, são estabelecidos escores equivalentes 16 as atividades física domésticas (AFD), as atividades físicas esportivas (AFE) e as atividades físicas de tempo livre (AFTL).

Por fim, a coleta de dados foi realizada na cidade de Porto Velho, Rondônia, na Clínica de Fisioterapia do Centro Educacional São Lucas e SESC/RO Serviço Social do Comércio Rondônia no periodo entre de maio 2024 e julho 2024. Cabe dizer, que os dados coletados através dos instrumentos avaliativos foram tabulados no programa Microsoft Excel e realizado à análise estatística.

4 – ACHADOS DA PESQUISA

No questionário sociodemográfico os participantes foram questionados sobre onde vivem e 56 responderam que na zona urbana e 4 na zona rural. Em relação a questão com quem vivem 6 responderam com a esposa, 14 com marido, 21 com filho e 19 outros. Importante dizer, que participaram da pesquisa 56 mulheres e 4 homens.

No que diz respeito a idade dos participantes da pesquisa, participaram 17 pessoas com idade igual a 60 anos, 36 participantes com 70 anos, 5 pessoas com 80 anos, 2 pessoas com 90 anos.  Ademais, ao serem perguntados sobre a percepção deles sobre a saúde 31 pessoas responderam que consideram regular, 24 boa e 5 ruim. 

Um dado importante coletado no decorrer da aplicação do questionário foi em relação a Covid19, pois os participantes da pesquisa foram questionados se haviam sido contaminados com o vírus e 31 responderam que sim e 29 que não. Outra pergunta realizada foi se algum dos participantes precisou ficar entubado, 59 responderam que não e apenas 1 respondeu que sim.

Acrescenta-se, ainda, que foi perguntado aos participantes sobre seus hábitos de vida (fumante e ingestão de bebidas alcoólicas) 58 responderam não ser fumantes e 2 fumantes, em relação a bebida 52 não fazem ingestão de bebidas alcoólicas e 8 assinalaram que sim. Nesse contexto, foi indagado aos participantes se eles tinham alguma comorbidade, destaca-se, que 62% dos idosos disseram que apresentam de 2 a 3 comorbidades, no gráfico é possível verificar que a maior parte dos participantes apresentam problemáticas com comorbidade:

Gráfico 1: Quantitativo de participantes que fazem uso de medicamentos.

Fonte: Dados retirados da pesquisa (2024).

O questionário sociodemográfico também contemplou perguntas sobre o uso de medicamentos, onde 9 participantes responderam que não fazem uso de nenhum medicamento, 30 assinalaram que utilizam de 1 a 3 medicamentos e 21 responderam que fazem uso de 4 ou mais remédios. Em relação a pergunta sobre dor, houve um equilíbrio onde 50% responderam que não sentem dor e 50% responderam que sentem dor. 

Ademais, questionou-se sobre quedas sofridas pelos participantes 11 responderam que não sofreram nenhuma queda, 13 disseram que tiveram somente 1 queda e 36 já tiveram 2 ou mais quedas. Sobre o medo de cair, algo que é muito comum na pessoa idosa, 19 disseram não ter medo, 7 assinalaram ter somente um pouco de medo, 10 um medo moderado e 24 muito medo de cair.

No segundo questionário sobre escalas funcionais foi obtido os seguintes resultados:

Gráfico 2. Escalas funcionais.

Fonte: Dados retirados da pesquisa (2024).

Gráfico 3. Escalas funcionais.

Fonte: Dados retirados da pesquisa (2024).

Gráfico 4. Escalas funcionais.

Fonte: Dados retirados da pesquisa (2024).


Tabela 1. Resultados questionário Baecke modificado para idosos.
Atividade da vida diária


     Qnt. de participantes
1. Você realiza algum trabalho doméstico em sua casa?
a. nunca (menos de uma vez por mês)6
b. às vezes (somente quando um parceiro ou ajuda não está disponível)10
c. quase sempre (às vezes com ajudante)4
d. sempre (sozinho ou junto com alguém40
2. Você realiza algum trabalho doméstico pesado (lavar pisos e janelas, carregar lixo, etc.)?
a. nunca (menos que 1 vez por mês)26
b. às vezes (somente quando um ajudante não está disponível)14
c. quase sempre (às vezes com ajuda)8
d. sempre (sozinho ou com ajuda)12

Fonte: Dados retirados da pesquisa (2024).

Ademais, ainda em relação ao questionário Baecke foi indagado para os participantes da pesquisa para quantas pessoas eles fazem tarefas domésticas nas suas residências, as respostas foram: 24 participantes responderam que as tarefas domésticas são realizadas para 1 pessoa, 18 participantes assinalaram que para 2 pessoas, 15 participantes disseram realizar tarefas de domésticas para 3 pessoas,  2 participantes responderam que fazem tarefas de casa para 4 e 1 participantes disse que realiza as atividades domésticas para 6 pessoas.

Foi questionado aos participantes “se limpa algum cômodo, em quantos andares? 55 pessoas responderam que nenhum andar, 5 pessoas 1 andar. Ademais, perguntou-se “você prepara refeições quentes para si mesmo, ou você ajuda a preparar? 18 participantes assinalaram que nunca preparam, 8 disseram que às vezes (1 ou 2 vezes por semana), 3 falaram que quase sempre (3 a 5 vezes por semana) e 31 disseram que sempre (mais de 5 vezes na semana).

No decorrer da pesquisa foi questionado quantos lances de escada os participantes sobem por dia, as respostas foram: nunca subo escadas 27 participantes, 1 a 5 lances 27 pessoas, 6 a 10 lances 3 pessoas e mais de 10 lances 3 pessoas. Os participantes foram questionados “Se você vai para algum lugar em sua cidade, que tipo de transporte utiliza? As respostas foram “utilizo carro 33 pessoas”, “utilizo transporte público 24 pessoas”, e “vou caminhado” 3 pessoas.

Tabela 2: Atividades esportivas.

PerguntaResposta
Você prática algum esporte? 4
Você tem alguma atividade de lazer? 36
Você tem alguma atividade de lazer e esporte? 8
Não pratica lazer nem esporte?12

Fonte: Elaborado pelas autoras a partir dos dados da pesquisa (2024).

Gráfico 5: Escala de equilíbrio de Berg.

Fonte: Elaborado pelas autoras a partir dos dados da pesquisa (2024).

Ademais, a partir da Escala Berg em relação ficar em pé sem apoio, 59 participantes são capazes de permanecer em pé com segurança por 2 minutos e 1 participante foi capaz de permanecer em pé durante 2 minutos com supervisão. Em relação sobre a capacidade de ficarem sentados sem suporte para as costas, mas com os pés apoiados sobre o chão ou sobre um banco, 55 participantes são capazes de sentar com segurança por 2 minutos, 4 são capazes de sentar por 2 minutos com supervisão e 1 foi capaz somente por 10 segundos.

Acrescenta-se, que os participantes sobre a transição de em pé para sentado, 53 participantes se sentam com segurança com o mínimo uso das mãos, 6 controlam a descida utilizando as mãos e 1 apoia-se na parte posterior das pernas na cadeira para controlar a descida. Sobre transferências, 52 pessoas foram capazes de passar com segurança com o mínimo uso das mãos, 7 pessoas foram capazes de capaz de passar com segurança com uso das mãos evidente e 1 participante teve a necessidade de assistência de uma pessoa.

Seguindo essa linha, a partir do questionário Berg foi verificado sobre ficar em pé sem suporte com olhos fechados, 44 foram capazes de permanecer em pé com segurança por 10 segundos, 12 foram capazes de permanecer em pé com segurança por 10 segundos com supervisão e 4 foram capazes de permanecer em pé durante 3 segundos. Em relação a capacidade de ficar em pé sem suporte com os pés juntos, 49 participantes foram capazes de permanecer em pé com os pés juntos independentemente com segurança por 1 minuto, 8 pessoas foram capazes de permanecer em pé com os pés juntos independentemente com segurança por 1 minuto, com supervisão e 3 necessitam de ajuda para manter a posição, mas capaz de ficar em pé por 15 segundos com os pés juntos.

Posto isso, sobre o alcance a frente com os braços estendidos permanecendo em pé, 35 participantes foram capazes de alcançar com confiabilidade acima de 25cm (10 polegadas), 18 foram capazes de alcançar acima de 12,5cm (5 polegadas) e 7 são capazes de alcançar acima de 5 cm (2 polegadas). Em relação sobre apanhar um objeto do chão a partir da posição em pé, 44 participantes foram capazes de apanhar o chinelo facilmente e com segurança, 11 capazes de apanhar o chinelo, mas necessita de supervisão, apenas 3 foram incapazes de apanhar o chinelo mas alcança 2-5cm (1-2 polegadas) do chinelo e mantem o equilíbrio de maneira independente e 2 foram incapazes de apanhar e necessitam de supervisão enquanto tenta.

Observou-se os participantes sobre ficar em pé, virar e olhar para trás sobre os ombros direito e esquerdo, 34 pessoas conseguem olhar para trás por ambos os lados com mudança de peso adequada e 26 conseguem olhar para trás por ambos por apenas um dos lados, o outro lado mostra menor mudança de peso. Importante destacar, que sobre virar em 360 graus, 56 participantes foram capazes de virar 360 graus com segurança em 4 segundos, 3 foram capazes de virar 360 graus com segurança para apenas um lado em 4 segundos ou menos e 1 pessoa foi capaz de virar 360 graus com segurança, mas lentamente.

Tabela 3: Questionário Berg.

Colocar pés alternados sobre degrau ou banco permanecendo em pé e sem apoioResposta
Capaz de ficar em pé independentemente e com segurança e completar 8 passos em 20 segundos40
Capaz de ficar em pé independentemente e completar 8 passos em mais de 20 segundos12
Capaz de completar 4 passos sem ajuda, mas com supervisão3
Capaz de completar mais de 2 passos necessitando de mínima assistência1
Necessita de assistência para prevenir queda / incapaz de tentar4
Permanecer em pé sem apoio com outro pé a frenteResposta
Capaz de posicionar o pé independentemente e manter por 30 segundos12
Capaz de posicionar o pé para frente do outro independentemente e manter por 30 segundos23
Capaz de dar um pequeno passo independentemente e manter por 30 segundos10
Necessidade de ajuda para dar o passo, mas pode manter por 15 segundos7
Perda de equilíbrio enquanto dá o passo ou enquanto fica de pé8

Fonte: Elaborado pelas autoras a partir dos dados da pesquisa (2024).

Por fim, sobre a capacidade de permanecer em pé apoiado em um perna, 8 participantes foram capazes de levantar a perna independentemente e manter por mais de 10 segundos, 20 foram capazes levantar a perna independentemente e manter entre 5 e 10 segundos, 14 foram capazes de levantar a perna independentemente e manter por 3 segundos ou mais, 9 tentaram levantar a perna e é incapaz de manter 3 segundos, mas permanece em pé independentemente e 9 foram incapazes de tentar ou precisa de assistência para evitar queda.

5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

O envelhecimento populacional traz à tona a necessidade de estratégias que promovam a saúde, bem-estar físico, mental e aptidão física dos idosos. A atividade física é reconhecida como um fator crucial para a promoção da saúde, prevenção de doenças e melhoria da capacidade funcional dos idosos.

Os idosos fazem parte de uma faixa etária que é facilmente afetada por várias doenças, incluindo distúrbios mentais, depressão, doenças cardíacas, dores lombares, diabetes e artrites. Este artigo explora os possíveis benefícios do exercício físico em suas diversas formas, como exercícios de movimento, esportes, ou dança contribuindo para aumentar a eficácia das terapias e aptidão física melhorando a qualidade de vida da pessoa idosa, atuando como um tratamento contra as diversas doenças. 

Para além dos benefícios fisiológicos proporcionadas pelo exercício físico, a dança uma das possibilidades de prática ofertadas em muitos projetos que envolvem o público idoso pode contribuir com outros benefícios como: conhecimento do corpo, prevenção dos eventos de isolamento e depressão, ampliação das oportunidades de interagir e socializar-se, maior colaboração e cooperação; contato com pessoas de interesses semelhantes, desenvolvimento e estímulo da capacidade criativa, melhora da autoestima e da autoimagem, diminuição do estresse nas atividades do dia-a-dia. (MELO, C. C., Costa, V. T, 2017).

O termo independência funcional está relacionado à mobilidade e capacidade funcional que permite ao indivíduo realizar Atividades da Vida Diária (AVD) com independência, indicando condições motoras e cognitivas adequadas para a execução das mesmas. (PAULA, GONÇALVES, 2020). 

Por meio da prática corporal, é possível melhorar a qualidade de vida e reintegrar os idosos, a fim de que possam viver com mais independência e saúde, prevenindo as doenças que ocorrem durante o processo de envelhecimento e evitando o sedentarismo.

Os dados coletados através do Questionário de Baecke Modificado para Idosos (Tabela 1) indicam que a maioria dos participantes (cerca de 70%) se considera fisicamente ativa, embora apenas 30% realizem atividades físicas regulares. Essa discrepância sugere que muitos idosos podem não estar cientes da quantidade necessária de atividade física para obter benefícios significativos à saúde. A análise dos gráficos de escalas funcionais (Gráfico 2) revela que os idosos que se engajam em atividades físicas regulares apresentam melhor desempenho em testes de equilíbrio e força, que associa a atividade física à melhoria da capacidade funcional.

Um dos fatores que se modificam durante o processo de envelhecimento é o equilíbrio e a mobilidade, e para o idoso mantê-lo necessita de força, controle postural, propriocepção e atenção que integram o sistema muscular e vestibular, que tendem reduzir com o passar dos anos, com isso torna difícil realizar atividades de vida diária como sentar, levantar, caminhar, o que corroboram para as quedas em idosos.  No entanto a atividade física regular tende a retardar esse processo mantendo o mais próximo da funcionalidade. (Puerro Netoet al.,2015; Moysés, 2017).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de um terço dos idosos sofre quedas anualmente, uma estatística alarmante que reflete o impacto significativo desse problema na qualidade de vida e na saúde geral dessa população. As quedas em idosos são uma preocupação multifacetada, pois não só resultam em lesões físicas, como fraturas e contusões, mas também têm repercussões psicológicas, como o desenvolvimento de um medo recorrente de cair novamente, o que pode levar à diminuição da mobilidade, isolamento social e, consequentemente, uma maior dependência de terceiros (Santos et al.,2022).

Os resultados deste estudo corroboram a literatura existente que destaca os benefícios da atividade física na saúde dos idosos. A prática regular de exercícios não apenas melhora a força muscular e o equilíbrio, mas também reduz o risco de quedas, um dos principais problemas enfrentados por essa população. A prevalência de quedas e o medo de cair entre os participantes indicam a necessidade de intervenções que promovam a atividade física de forma segura e eficaz.

Em relação às quedas, 36 idosos relataram ter sofrido duas ou mais quedas, e 24 expressaram ter muito medo de cair. Esses dados indicam uma preocupação significativa com a instabilidade e o risco de quedas entre os idosos. A correlação entre a frequência de quedas e a atividade física sugere que a prática regular de exercícios pode ser uma estratégia eficaz para reduzir o risco de quedas e aumentar a confiança dos idosos em suas habilidades físicas. Além disso, a análise das escalas funcionais mostrou que a prática regular de atividades físicas está associada a uma melhor capacidade funcional e maior segurança nas atividades diárias.

A fisioterapia aparece como uma grande aliada para a avaliação do risco de queda e para a manutenção do equilíbrio, da força e da funcionalidade da pessoa idosa. (MENDES et al.,2016; FERREIRA et al. 2019). 

Com o aumento da população idosa e a alta prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como a hipertensão arterial sistêmica (HAS), há uma preocupação crescente com o sedentarismo e o uso excessivo de medicamentos. A prática regular de exercícios físicos surge como uma solução importante, ajudando a prevenir e controlar DCNTs, além de reduzir gastos com tratamentos promovendo assim uma melhor qualidade de vida e bem-estar para essa população.

Portanto segundo (GOMES, Gabrielle; PEREIRA, Luís, 2023) A implementação de programas de exercícios físicos pode contribuir para a redução e prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como problemas cardíacos, diabetes tipo 2, transtornos depressivos, doenças da vesiculares, obesidade, entre outras condições. 

A análise do uso de medicamentos (Tabela 3) revela que 30 participantes utilizam de 1 a 3 medicamentos, enquanto 21 fazem uso de 4 ou mais. O uso elevado de medicamentos pode estar relacionado a condições de saúde que poderiam ser amenizadas ou prevenidas através da atividade física. A literatura sugere que a atividade física regular pode reduzir a necessidade de medicamentos para o tratamento de doenças crônicas, o que é um ponto importante a ser considerado na promoção de um estilo de vida ativo entre os idosos.

Dessa forma, é notável a variedade de benefícios que a prática de atividade física, pode proporcionar para esses indivíduos (PONTE et al.,2019).

6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os achados desta pesquisa destacam a importância da atividade física na promoção da saúde, bem-estar físico e mental e aptidão física dos idosos em Porto Velho. A relação entre a atividade física, a ocorrência de quedas e o uso de medicamentos sugere que intervenções que incentivem a prática regular de exercícios podem ser benéficas. Mostrou ainda que a prática de exercícios físicos melhora a saúde dos idosos, contribuindo para um melhor desempenho nas atividades diárias, além de reduzir os níveis de estresse, solidão, indisposição, entre outros. Além de ser fundamental na prevenção de doenças. Futuros estudos devem explorar estratégias para aumentar a adesão à atividade física entre os idosos, abordando as barreiras identificadas, como o medo de quedas e limitações, para promover um envelhecimento ativo e saudável.

7 – REFERÊNCIAS

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