REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202411110755
Denisarth Oliveira Nery Filho1; Marina Barbosa Coêlho de Lima2; Cássio Emanuel Neiva Gama3; Walter Oliveira da Silva Neto4; Anderson Wilbur Lopes Andrade.5
INTRODUÇÃO: A Doença de Cushing (DC) é caracterizada pela produção excessiva de glicocorticoides da suprarrenal devido a superprodução do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) por um tumor hipofisário. Alguns dos sintomas são: ganho de peso, distúrbios do sono e problemas metabólicos. O tratamento medicamentoso inclui opções que atuam diretamente inibindo a produção de cortisol ou ativação de receptores do cortisol. OBJETIVO: Analisar a eficácia e segurança do uso de osilodrostat no tratamento da DC. MÉTODO: Foi realizada uma busca sistemática seguindo o protocolo PRISMA nas bases de dados BVS, MEDLINE, Pubmed e Cochrane Library com o uso dos seguintes descritores: “cushing disease”, “treatment”, “osilodrostat”. Os critérios de inclusão foram ensaios clínicos controlados e randomizados entre 2014 e 2024. Foram incluídos artigos em inglês e português. Os critérios de exclusão foram estudos em animais. RESULTADOS: Foram selecionadas 12 referências. Os artigos selecionados evidenciaram melhora na qualidade de vida dos pacientes com o uso do osilodrostat, tanto os que não foram submetidos e/ou falharam na cirurgia hipofisária, quanto os que apresentaram hipercortisolemia recorrente. As investigações demonstraram uma diminuição dos níveis de cortisol livre urinário (UFC) e de ACTH, assim como melhora nos parâmetros cardiovasculares/metabólicos e dos níveis plasmáticos matinais de cortisol e aldosterona, por meio de administração via oral com dose média de 4 mg/dia aumentando a cada 2 semanas, com dose máxima de 100mg/dia. Metade dos estudos destacaram efeitos adversos a curto prazo, como hipocortisolismo, prolongamento do intervalo QT, aumento do risco de hipocalemia, edema periférico, hipertensão, aumento da testosterona plasmática, e infrequentemente insuficiência adrenal. CONCLUSÃO: Com base na análise dos estudos apresentados, conclui-se que o osilodrostat, tem eficácia e segurança no tratamento da DC por reduzir os níveis plasmáticos de cortisol com poucos e controláveis efeitos adversos. Alguns estudos apresentaram limitações quanto à amostra e tempo de investigação.
Palavras-chave: Doença de Cushing; Tratamento; Osilodrostat
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