BODY PERCEPTION AND DYNAMIC BALANCE OF AMPUTEE PATIENTS BY MEANS OF STUMP BANDAGING TECHNIQUES
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202411111526
Núbia Alves Belineli1,
Querem Danielle Rocha Assis1,
Bruno Bonfim Foresti2
RESUMO
A amputação, muitas vezes causada por traumas, tumores ou complicações de doenças vasculares como o diabetes mellitus, pode levar a uma série de reações emocionais nos pacientes, incluindo depressão, desequilíbrio e desorganização do esquema corporal. Objetivos: Avaliar pacientes amputados que utilizam enfaixamento do coto em termos de percepção corporal e equilíbrio. Analisar a evolução dos pacientes em relação a sensibilidade, equilíbrio e percepção corporal; identificar os benefícios ou malefícios que ele pode apresentar e comparar a percepção corporal com e sem auxílio do enfaixamento. Métodos: Será realizada uma pesquisa de campo, observacional e descritiva, quantitativa, longitudinal, de caráter exploratório e descritivo. com uma amostra de 10 participantes amputados que responderam um questionário sobre equilíbrio e percepção corporal, que será aplicado em conjunto com um professor da instituição. Resultados: O enfaixamento apresentou impacto positivo no equilíbrio dos pacientes amputados, com escores médios de 21,9 pontos com enfaixamento, em comparação a 16,8 pontos sem enfaixamento. Quanto à funcionalidade, pacientes com amputação transfemoral demonstraram maior facilidade na colocação da prótese em relação aos pacientes com amputação transtibial. Conclusão: Escala de Equilíbrio de Berg tem se mostrado eficaz nos resultados e na qualificação da funcionalidade de pacientes com amputação de membros inferiores. No entanto, é fundamental destacar que o tema ainda requer mais estudos
Palavras-chave: Reabilitação. Equilíbrio Postural. Percepção Corporal. Assistência ao Paciente. Fisioterapia.
ABSTRACT
Amputation, often caused by trauma, tumors or complications from vascular diseases such as diabetes mellitus, can lead to a series of emotional reactions in patients, including depression, imbalance and disorganization of the body’s schema. Objectives: To evaluate amputee patients who use stump bandaging in terms of body perception and balance. Analyze the evolution of patients in relation to sensitivity, balance and body perception; identify the benefits or harms it may present and compare body perception with and without the aid of bandaging. Methods: Field research will be carried out, observational and descriptive, quantitative, longitudinal, exploratory and descriptive. with a sample of 10 amputee participants who answered a questionnaire about balance and body perception, which will be administered together with a professor from the institution. Results: Binding had a positive impact on the balance of amputee patients, with average scores of 21.9 points with bandaging, compared to 16.8 points without bandaging. Regarding functionality, patients with transfemoral amputation demonstrated greater ease in placing the prosthesis compared to patients with transtibial amputation. Conclusion: Berg Balance Scale has been shown to be effective in the results and qualification of functionality in patients with lower limb amputation. However, it is essential to highlight that the topic still requires further studies.
Keywords: Amputees. Rehabilitation. Postural balance. Core stability. Body Perception. Patient Assistance
1 INTRODUÇÃO
O enfaixamento de coto para pessoas amputadas devido ao Diabetes Mellitus (DM) é uma técnica importante para estes pacientes. O enfaixamento ajuda a controlar o inchaço, manter a pressão arterial, prevenir o acúmulo de líquidos e moldar o membro residual para facilitar a utilização da prótese. No entanto, também possui aspectos negativos, como a limitação do movimento natural da área enfaixada, risco de infecção e desconforto ao ser retirado da pele (SANTOS et al., 2014).
O cuidado adequado do coto é essencial para uma recuperação bem-sucedida da amputação, pois visa apresentar uma percepção corporal e equilíbrio de amputados com a utilização do enfaixamento, destacando a importância dos sistemas visual, proprioceptivo e vestibular para um equilíbrio corporal eficaz.
Há alguns anos, as próteses e órteses eram recomendadas apenas por profissionais de medicina. Em dezembro de 2021, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) participou de negociações com o Ministério da Saúde, em que foi possível reconhecer o direito dos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais ao prescreverem próteses e órteses. Esta conquista amplia significativamente a atuação de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais no SUS e em clínicas e hospitais privados de todo o país (BRASIL, 2021).
A consciência corporal é um mecanismo organizado pelo Sistema Nervoso Central (SNC) e incitado por reflexos. Compreende-se em controlar a posição do corpo no espaço para dois desígnios: equilíbrio e postura corporal. (MASSION, 1992). O equilíbrio compete na habilidade do corpo em manter o centro de massa dentro da base de suporte, para resistir contra a ação da gravidade e consolidar uma região a fim de gerar movimento em outras extremidades e de balanço, havendo uma acomodação do corpo a sua base de apoio (HORAK, 2011).
Para um desempenho eficiente do equilíbrio corporal, é crucial a agregação das informações vindas do sistema visual, proprioceptivo e vestibular (LOURENÇO et al., 2005). As informações sensoriais atuam em distintos níveis do SNC e estimulam a sinergia neuromuscular adequada favorecendo a postura corporal para cada situação (SOUZA, GONÇALVES & PASTRE, 2006), no entanto, pacientes amputados apresentam alterações de tais sistemas. O indivíduo amputado de membro inferior pode exibir alterações na manutenção do equilíbrio estático, o que pode gerar mudanças em suas atividades de vida diária (BARAÚNA et al., 2006).
Dentre os distintos recursos, destaca-se o enfaixamento compressivo do coto e a técnica consiste no uso de uma faixa compressiva elástica, que vai envolver o coto. Habitualmente o enfaixamento deve ser construído em oito, acompanhando o seguimento de distal para proximal com manutenção de pressão maior distalmente. Ademais, as paredes laterais necessitam ser regulares, não devendo haver tecidos expostos, assim preservando o paciente isento de qualquer tipo de desconforto (CARVALHO, 1999).
A pesquisa sobre as alterações na percepção corporal e no equilíbrio de pacientes amputados que utilizam enfaixamento do coto é de extrema relevância, especialmente considerando o contexto atual em que a saúde e o bem-estar dos indivíduos amputados são frequentemente negligenciados. (BARAÚNA et al., 2006). A amputação de membros não apenas altera a estrutura física do corpo, mas também impacta profundamente a percepção que o indivíduo tem de seu próprio corpo e suas capacidades. Muitos pacientes amputados enfrentam dificuldades relacionadas à imagem corporal, sendo tal percepção essencial para desenvolver intervenções que promovam uma melhor reintegração corporal e adaptação ao novo estado físico. A questão do equilíbrio é crucial para a reabilitação de pacientes amputados e estudos indicam que alterações no equilíbrio podem estar associadas ao uso inadequado de próteses e ao enfaixamento do coto, tornando vital a análise dessas variáveis em conjunto.
Desta forma, este trabalho teve por objetivo avaliar pacientes amputados que utilizam enfaixamento do coto em termos de percepção corporal e equilíbrio. Ainda, analisar a evolução dos pacientes em relação à sensibilidade, equilíbrio e percepção corporal; identificar os possíveis benefícios ou malefícios que o enfaixamento pode apresentar; e comparar a percepção corporal com e sem auxílio do enfaixamento.
2 REVISÃO DE LITERATURA
As complicações da doença crônica, como a DM, podem ter um impacto significativo na vida do indivíduo, da família e da comunidade, levando a problemas emocionais, sociais, econômicos e até mesmo à possibilidade de amputação. Isso inclui problemas como isolamento social, baixa autoestima, pressão financeira e o medo de complicações graves, como amputações em casos de lesões e úlceras nos pés, que é uma preocupação comum entre os diabéticos (BATISTA & LUZ, 2012).
Em concordância com Gamba e colaboradores (2004), os portadores de DM têm quinze vezes mais chances de sofrer amputação de membros inferiores em comparação com aqueles que não possuem a doença. O DM é responsável pela metade das amputações não traumáticas em todo o mundo (BATISTA & LUZ, 2012) e está entre as dez principais causas de amputações e mortes, tornando-se um problema de saúde pública. Estima-se que aproximadamente 15% dos pacientes com DM poderão apresentar úlceras na parte inferior da perna ao longo da vida, e entre 17 e 20% podem sofrer algum tipo de amputação (COSTA et al., 2023). Além do DM, as amputações podem ocorrer devido a infecções graves, traumas, neoplasias e deformidades congênitas. As faixas etárias mais comuns para amputação são de 50 a 75 anos, devido a complicações vasculares (PASTRE et al., 2005).
Em pacientes com DM, os cuidados preventivos e a coordenação dos cuidados são essenciais para prevenir a progressão da ulceração e eventual amputação. Estudos mostram que a ulceração nos pés precede aproximadamente 85% das amputações (GAMBA et al., 2004). Possui estratégias integradas de manejo para o DM, definidas como teste de hemoglobina A1C, cuidados com o pé diabético e exame vascular, demonstraram ajudar a reduzir amputações nesses pacientes (BARNES et al., 2020).
A amputação de membros pode ocorrer devido à infecção incontrolável, geralmente tornando-se uma emergência; à dor crônica em indivíduos com doença vascular sem outras chances terapêuticas; aos ossos e partes moles destruídos de forma irreparável, seja por doenças vasculares ou traumatismo; aos tumores malignos ou benignos; às malformações com implicações funcionais que podem ser reestabelecidas com o uso de próteses; e às deformidades estéticas (LUCCIA, GOFFI & GUIMARÃES, 1996).
A amputação pode acontecer em níveis distintos, como nos Membros Superiores (MMSS) relacionados à desarticulação do ombro, transumeral (acima do cotovelo), desarticulação do cotovelo, transradial (abaixo do cotovelo), desarticulação do punho e de metacarpos. E quanto aos membros Inferiores (MMII), relacionados à transtibial (panturrilha), desarticulação do joelho, transfemoral (coxa), desarticulação do quadril e hemipelvectomia. O nível de amputação é estabelecido pela avaliação do potencial de cicatrização acordado com o potencial funcional do membro para o paciente, comumente conservando o máximo possível para decorrer a reabilitação (NEHLER et al., 2003).
Dentre os níveis de amputação, a mais frequente é a transtibial, que deve ser a mais longa possível, levando em consideração as características de cada caso. O ideal é que a amputação seja realizada acima da transição músculo-tendínea do gastrocnêmio. O coto deve ter boa mobilidade e circulação sanguínea, ser coberto por tecido muscular adiposo saudável e pele íntegra, além de não apresentar dor, para permitir uma adaptação satisfatória às próteses (PASTRE et al., 2005).
A amputação é a remoção cirúrgica de um membro inteiro ou de um segmento de um membro. Após a amputação, o paciente passa por uma série de reações emocionais, sendo as mais comuns a depressão, que vem acompanhada de tristeza, pesar, isolamento social, ansiedade e desesperança (SABINO, TORQUATO & PARDINI, 2013). Depois da amputação acontece a fase de adaptação à perda do membro e adaptações físicas, o que abrange os níveis de habilidade funcional, dor no coto, e as adequações psicológicas (FITZPATRICK, 1999).
A percepção da imagem corporal é um conceito multidimensional, abrangendo questões perceptivas, afetivas e de atitudes, estando ligada diretamente a autoestima, autoconfiança e estabilidade emocional. Em pacientes amputados, a auto aceitação da perda de um membro e a adequação a uma nova realidade pode ser demorada, visto que pode apresentar uma insatisfação com a sua nova imagem e déficit da autopercepção corporal (MELO et al., 2020).
A deficiência física, indiferente da sua forma de manifestação, pode lesar a imagem corporal do indivíduo, pois é o resultado de como o corpo se apresenta e como é percebido, e dentre as inúmeras mudanças que acometem um amputado, a dor-fantasma é uma das mais relatadas que é compreendida como uma falsa sensação de dor na extremidade amputada, gerando a esse paciente a dificuldade em aceitar a sua nova condição anatômica (FISHER & HANSPAL, 1998).
A dor-fantasma pode ser compreendida como uma tentativa de reintegração corporal, no entanto, para que haja uma reabilitação eficaz deste paciente, se faz necessário um conjunto de recursos e métodos para tratá-lo. (TEIXEIRA, IMAMURA & CALVIMONTES, 1999). A dor fantasma é uma complicação que pode acometer o amputado; se trata de uma neuropatia crônica apresentada como um ardor, aperto, formigamento ou dor com intensidade e frequência variadas (DEMIDOFF, PACHECO & SHOLL-FRANCO, 2007). Sua etiologia está ligada a fatores psicológicos e fisiológicos e o acometido apresenta uma dor crônica física e mentalmente debilitante, gerando o aumento do risco de obesidade, distúrbios cardiovasculares, alterações de sono, dores lombares e articulares; consequentemente afetando o autocuidado e atividades de vida diária do mesmo (LUO & ANDERSON, 2016).
Entende-se que para uma manutenção benéfica do equilíbrio, é fundamental a integralidade das partes anatômicas e funcionais, que abrangem o sistema musculoesquelético e proprioceptivo, aparelho vestibular, visão e centros nervosos (MACHADO, 1993). Em indivíduos amputados estes segmentos são lesados, gerando déficit do equilíbrio estático e em casos específicos equilíbrio dinâmico. Alterações da assimetria no ciclo de marcha, consequentemente contribuído para elevação do gasto energético, risco de quedas e incapacidades de realizar determinadas tarefas (RAMOS & SALLES, 2005).
Sabe-se que existem distintos recursos para auxiliar e tratar as desordens geradas no paciente amputado, seja na fase pré e pós operatória e nas fases pré e pós protetização. Destaca-se o enfaixamento compressivo do coto que é uma técnica que consiste no uso de uma faixa compressiva elástica, que vai envolver o coto onde paredes laterais necessitam estar regulares, preservando o paciente isento de qualquer tipo de desconforto (CARVALHO, 2003).
Segundo Pastre et al. (2005) é necessário enfaixar o coto para uma adaptação adequada à prótese, redução do edema e obtenção de um formato cilíndrico desejado. A pressão deve ser aplicada de forma crescente do distal para o proximal, utilizando o método de enfaixamento em espiral ou em forma de oito. É importante verificar a pele do coto diariamente em busca de áreas avermelhadas ou feridas antes de refazer o enfaixamento. A faixa compressiva pode ser retirada a cada duas horas, mas nos primeiros momentos de adaptação, é recomendado deixar o coto sem faixa por pelo menos 15 minutos.
O enfaixamento do coto apresenta benefícios relevantes como sustentação e estabilidade ao paciente, conservação da extensão do membro, facilita o enxugamento do edema, restabelecendo o retorno venoso e de sensibilidade. Além de suavizar os sinais dolorosos e desconfortos gerados pela sensação do membro fantasma, auxilia na modelagem cilíndrica do coto e protege a pele de traumas (PASTRE et al., 2005).
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Tipo, local de estudo e amostragem
Foi realizada uma pesquisa de campo, com abordagem quantitativa, longitudinal, de caráter exploratório e descritivo. O estudo foi realizado nos meses de setembro e outubro de 2024 e participaram pacientes atendidos no Centro Especializado em Reabilitação Física e Intelectual (CER II) da Fuvae do município de Varginha, MG. Foram selecionados 10 pacientes para responder a um questionário sobre equilíbrio e percepção corporal, com a utilização da Escala de Berg (SILVA, et al., 2007).
Como critérios de inclusão, participaram pacientes que apresentavam amputação em um de seus membros, ambos os sexos, não tendo comorbidades, maiores de 18 anos, usuários frequentes no CER II. Quanto aos critérios de exclusão, não participaram pacientes amputados que apresentavam feridas abertas, não possuindo total cicatrização, e que não eram pacientes frequentes do CER II.
3.2 Aspectos éticos
Os participantes do estudo foram convidados a participar voluntariamente da pesquisa, a partir da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) seguindo a normatização lei 466/12, pois na execução desta pesquisa poderia gerar dor, desconforto ou ansiedade, quedas ou constrangimentos. A pesquisa foi submetida à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição, para avaliação e validação, a fim de garantir o cumprimento dos princípios éticos e das normas regulatórias estabelecidas, e foi aprovado conforme Parecer nº 6.847.949.
3.3 Material utilizado na pesquisa de campo
Foram utilizadas ataduras elásticas de 13 cm x 1,30m, amplamente empregada para reduzir inchaços, varizes e controlar edemas, especialmente no pós-operatório. Sua função principal é auxiliar na hemostasia e proporcionar conforto ao paciente durante a recuperação, contribuindo para a circulação sanguínea. Além disso, essa atadura também pode ser utilizada na prevenção de lesões. A técnica utilizada foi o enfaixamento em 8.
Outro instrumento utilizado foi o estesiômetro de monofilamentos, que avalia e monitora o grau de sensibilidade cutânea em resposta a forças aplicadas, servindo como estímulo para os nervos sensíveis ao toque leve e à pressão. Um cronômetro, um instrumento mecânico de precisão, foi utilizado para medir intervalos de tempo com precisão de décimos de segundo ou menos, andador para evitar queda e auxiliar no desequilíbrio e cadeira sem encosto e cadeira com descanso de braço.
3.4 Avaliações
Questionário de Medida Funcional para Amputados
O Questionário de Medida Funcional para Amputados, foi traduzido para o português em um estudo envolvendo professores brasileiros e ingleses, para avaliar a funcionalidade e qualidade de vida de pessoas amputadas por meio de perguntas sobre atividades diárias, mobilidade e habilidades funcionais (KAGEYAMA et al., 2008). Foram coletadas informações sobre a participação dos amputados em atividades utilizando prótese ou outros dispositivos de marcha, bem como sua locomoção dentro e fora de casa.
Escala de Equilíbrio de Berg (EEB)
Neste estudo foi aplicada a Escala de Equilíbrio de Berg, de forma adaptada para amputados, para avaliar o equilíbrio e a mobilidade dos participantes. Esta escala foi criada para idosos e pacientes com distúrbios de equilíbrio. É uma avaliação funcional do desempenho do equilíbrio, que se baseia em 14 itens comuns do dia a dia e que avaliam o controle postural, incluindo o equilíbrio estável e antecipatório, além de exigir diferentes forças, equilíbrio dinâmico e flexibilidade. A EEB possui uma pontuação máxima de 56, com cada item tendo uma escala ordinal de 5 alternativas que variam de 0 a 4 pontos. É um teste simples, fácil de administrar e seguro para avaliar pacientes, pois requer apenas um cronômetro e uma régua como equipamentos e pode ser concluído em cerca de 15 minutos (SILVA et al., 2007). Dos 14 itens, 4 precisaram ser excluídos da coleta por impossibilidade de realização. Os itens 7, 12 e 13 exigiam que o participante ficasse em pé sem suporte e com os pés juntos, alternar os pés sobre um degrau e mantivesse um pé à frente, respectivamente, mas não puderam ser executados devido a amputações. O item 8 também não foi realizado devido à diminuição da base de suporte e ao risco de quedas, resultando na não utilização da régua na coleta de dados.
Avaliação de Sensibilidade
A avaliação de sensibilidade foi realizada utilizando um estesiômetro, posicionando os monofilamentos perpendicularmente à superfície da pele dos participantes. Os monofilamentos foram pressionados suavemente até a curvatura inicial e, em seguida, removidos. O teste começou com o monofilamento de menor pressão (0,05 g). Na ausência de percepção, o próximo monofilamento foi utilizado, seguindo a sequência crescente de pesos até alcançar o objetivo.
3.5 Avaliação Estatística
Os dados coletados foram plotados em planilha Excel do Windows® e comparações foram realizadas por meio de Análise Estatística Básica (média, desvio padrão) e Análise de Variância (ANOVA), e estatística descritiva para determinação dos valores médios e percentuais. Os dados foram analisados por meio do Julius IA, uma ferramenta de inteligência artificial de análise de dados estatísticos a partir da simplificação do processo de codificação. Ele usa Linguagem Python para realizar as solicitações de análise através da escrita de códigos de análise. É importante constar que a Análise de Variância (ANOVA) é uma técnica estatística que a partir de testes de hipóteses, compara as médias de dois ou mais grupos para determinar se as diferenças entre elas são estatisticamente significativas.
3.6 Desfecho Primário
Estima-se as seguintes hipóteses como possibilidades de resultado:
H0: Pacientes amputados não alteram a percepção corporal e o equilíbrio.
H1: Pacientes amputados alteram a percepção corporal e o equilíbrio.
4 RESULTADOS
Dos 10 participantes do estudo, 08 são homens e 02 são mulheres. Todos são amputados de membros inferiores, sendo 04 transtibial e 6 transfemoral.
Tabela 1. Caracterização da amostra do estudo (n=10)
M = Masculino; n: número total da amostra; DP: Desvio Padrão. Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
Nove (09) pacientes têm mais de 44 anos, e somente 01 tem 24 anos. Por esse motivo, o desvio padrão de 17,76 anos indica uma variabilidade relativamente alta nas idades dos pacientes, sugerindo que as idades estão distribuídas por uma ampla faixa de idade. Se fizermos uma média dos 9 pacientes, com idade entre 44 e 87 anos, teríamos o seguinte resultado: Média após a exclusão: 66,0 anos. O desvio-padrão diminuiu de 17,76 para Desvio Padrão após exclusão: 13,2 anos, o que demonstra menor variabilidade entre as idades. Lize (2024) lembra que a idade interfere de forma significativa na funcionalidade e mobilidade dos pacientes.
4.1 Análise da sensibilidade dos pacientes amputados
Quando a análise da sensibilidade dos pacientes amputados, utilizando o estesiômetro, busca avaliar a percepção tátil em diferentes níveis de força, conforme indicado pelos filamentos coloridos. Os dados coletados foram organizados para verificar se há diferenças significativas na sensibilidade entre os tipos de amputações (transtibiais e transfemorais) e as respostas dos pacientes. O estesiômetro utiliza o seguinte padrão de cores, respectivamente, do maior grau de sensibilidade para o menor: filamento verde (0,07 g); filamento azul (0,02 g); filamento violeta (2,0 g); filamento vermelho (4,0 g); filamento laranja (10,0 g); filamento magenta (300 g); ou nenhuma resposta. Os dados obtidos estão descritos na tabela 2:
Tabela 2. Caracterização da amostra do estudo (n=10) quanto a sensibilidade
TT: amputação transtibial; TF: amputação transfemoral; P: paciente. Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
A análise simples dos dados, sem separação dos grupos por tipo de amputação, sugere, que 50% (pacientes com resultado roxo) estão com sensibilidade protetora diminuída, mas com o suficiente para prevenir lesões, e dificuldade de discriminação de forma e temperatura, e 30% (pacientes com resultado laranja) tem perda da sensibilidade protetora para o pé, ainda podendo sentir pressão profunda e dor, e incapacidade de discriminar de forma e temperatura.
Para uma análise por tipo de amputação, as respostas foram convertidas em valores numéricos baseados na ordem de sensibilidade: Roxo = 0; Rosa = 1; Verde = 2; Laranja = 3; Vermelho = 4; Azul = 5; Magenta = 6; nenhuma resposta = -1.
Tabela 3. Caracterização da amostra do estudo (n=10) quanto a sensibilidade
P: Paciente; TT: amputação transtibial; TF: amputação transfemoral. Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
Com base nas respostas, as pontuações foram atribuídas e os dados analisados a fim de se obter as médias, os desvios padrão e a Análise de Variância (ANOVA) para cada grupo. A tabela 4 demonstra os resultados da análise descritiva dos grupos, considerando a média e o desvio padrão:
Tabela 3. Análise descritiva da amostra considerando a média e o desvio padrão
Tipo de Amputação | N | Média | Desvio Padrão |
TT | 4 | 1.75 | 1.5 |
TF | 6 | 1.33 | 1.58 |
Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
Para determinar se há uma diferença significativa nas médias de sensibilidade entre os dois grupos (amputação transtibial e transfemoral), aplicamos novamente a ANOVA.
Hipóteses:
- H0: μTT = μTF (não há diferença significativa entre os grupos)
- H1: μTT = μTF (há diferença significativa entre os grupos)
Calculando a ANOVA, incluindo o tamanho total da amostra, a média geral, a soma dos quadrados entre e dentro dos grupos, os quadrados médios, o valor F e o valor p para dois grupos de dados.
Tamanho total da amostra (N): 10 | MSB: 0,4234 |
Média geral G = 1.4980 | RSU: 2.4040 |
Nível de segurança: 0,4234 | Valor F: 0,1761 |
SSD: 19.2320 | p-valor: 0,6858 |
A análise estatística entre o valor F e o p-valor indicam que não há diferença estatisticamente significativa entre as médias dos grupos TT e TF. O p-valor é maior que o nível de significância típico de 0.05, então não rejeitamos a hipótese nula (H0). Por conseguinte, os dados não fornecem evidências suficientes para apoiar a alegação de que existe uma diferença significativa entre as médias dos grupos de amputação transtibial (TT) e transfemoral (TF).
Os dados sugerem que as diferenças observadas entre os dois grupos podem ser devidas ao acaso, e não a uma verdadeira diferença entre as populações, e são importantes para entender como diferentes tipos de amputação podem afetar a percepção sensorial e podem ter implicações significativas para o tratamento e reabilitação dos pacientes. Sendo assim, os resultados achados sugerem que o tipo de amputação não influencia a percepção tátil dos pacientes.
4.2 Análise do equilíbrio dos pacientes amputados conforme Escala de Equilíbrio de Berg
Considerando os dados obtidos na Escala de Equilíbrio de Berg, tanto com quanto sem enfaixamento, para avaliar as pontuações dos pacientes em diferentes tarefas relacionadas ao equilíbrio. A análise de variância (ANOVA) foi utilizada para determinar se há diferenças significativas nas pontuações entre os dois grupos, além do cálculo do desvio padrão para entender a dispersão dos dados. As pontuações totais dos dados coletados foram registradas para cada paciente em duas condições: sem enfaixamento e com enfaixamento.
Tabela 4 – Resultados obtidos pela Escala de Berg em duas condições: sem enfaixamento e com enfaixamento
Paciente | Sem enfaixamento | Com enfaixamento |
1 | 26 | 31 |
2 | 11 | 10 |
3 | 8 | 11 |
4 | 13 | 21 |
5 | 11 | 11 |
6 | 7 | 7 |
7 | 27 | 30 |
8 | 16 | 19 |
9 | 29 | 31 |
10 | 20 | 19 |
Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
A análise dos dados revela que há uma diferença estatisticamente significativa nos escores médios de equilíbrio entre as condições com (21,9) e sem enfaixamento (16,8), como demonstrado na tabela 4 a seguir:
Tabela 5 – Análise descritiva da amostra considerando a média e o desvio padrão
Condição de Análise | N | Média | Desvio Padrão |
Sem enfaixamento | 10 | 16.8 | s ≈ 6.92 |
Com enfaixamento | 10 | 21.9 | s ≈ 6.82 |
Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
Sendo assim, o enfaixamento tem um efeito positivo nas pontuações de equilíbrio dos pacientes amputados. O desvio padrão semelhante entre os grupos sugere que a variabilidade nas respostas é consistente, reforçando a necessidade de considerar o uso de enfaixamentos como parte da reabilitação para melhorar o equilíbrio em pacientes amputados.
Para verificar se há diferenças significativas de equilíbrio entre as duas condições, aplicamos a ANOVA, considerando o nível de significância para cada grupo, utilizando o SPSS®, definindo as seguintes hipóteses:
- H0:μ1=μ2 (não há diferença significativa entre as médias)
- H1: :μ1=μ2 (há diferença significativa entre as médias)
O resultado da ANOVA aponta que o valor F calculado é 8,26599490671491 e o valor p é 0,005639671241631783. Como o valor de p é menor que o nível de significância de 0,05, rejeitamos a hipótese nula H0:μ1=μ2H0:μ1=μ2, indicando diferença estatisticamente significativa nos escores de equilíbrio entre as condições com e sem curativo.
Os resultados da análise de variância, quanto ao valor F alto (8,27) indicam, ainda, uma variação considerável entre os grupos em relação à variação dentro dos grupos. Isso sugere que o curativo pode impactar positivamente o equilíbrio do paciente, com escores médios mais altos observados na condição enfaixada.
4.3 Análise de funcionalidade e qualidade de vida dos pacientes amputados
A análise considerou cada item do questionário de medida funcional para amputados. A primeira questão, tratava da competência de colocar a prótese de forma autônoma ou não. Para facilitar a análise, as respostas foram convertidas em valores numéricos: a) sozinho, sem qualquer dificuldade = 3; b) sozinho, mas com dificuldade = 2; c) sozinho, mas com uma outra pessoa orientando = 1; d) somente se tiver ajuda de outra pessoa = 0. Dessa forma obtivemos os dados demonstrados na tabela 5 a seguir:
Tabela 5 – Análise pontuada dos aspectos de competência de colocação de prótese nos amputados
Paciente | Tipo de Amputação | Resposta | Pontuação |
P1 | TT | a) sozinho, sem qualquer dificuldade | 3 |
P2 | TF | a) sozinho, sem qualquer dificuldade | 3 |
P3 | TT | c) sozinho, mas com uma outra pessoa orientando | 1 |
P4 | TF | a) sozinho, sem qualquer dificuldade | 3 |
P5 | TF | b) sozinho, mas com dificuldade | 2 |
P6 | TF | a) sozinho, sem qualquer dificuldade | 3 |
P7 | TT | d) somente se tiver ajuda de outra pessoa | 0 |
P8 | TT | d) somente se tiver ajuda de outra pessoa | 0 |
P9 | TF | d) somente se tiver ajuda de outra pessoa | 0 |
P10 | TF | a) sozinho, sem qualquer dificuldade | 3 |
P: Paciente; TT: amputação transtibial; TF: amputação transfemoral. Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
Considerando que 3 corresponde ao maior nível de autonomia e 0 ao menor, temos os seguintes dados: Média geral G = 1,5; Amputação Transtibial (TT) Média (TT): 1.00 e Amputação Transfemoral (TF) Média (TF): 2,33.
Com base nos resultados da ANOVA, temos um resultado estatístico F de 2,56, o valor de p de 0,1483. Considerando que o valor de p (0,1483) é maior que 0,05, é possível perceber que não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos TT e TF em termos de competência de colocação de prótese. No entanto, os pacientes com TF apresentaram maior escore médio (2,33) em comparação com os pacientes com TT (1,0).
A fim de identificar padrões em como diferentes grupos gerenciam a colocação de próteses, foi realizada uma distribuição do percentual de escores para a competência de colocação de prótese. Considerando a porcentagem das pontuações por tipo de amputação (%), os dados indicam que os pacientes com Amputação Transfemoral geralmente pontuam mais alto, com uma parcela significativa alcançando a pontuação mais alta.
Tabela 6 – Análise em percentil dos scores de pontuação de competência de colocação de prótese
Escore de Pontuação | 0 | 1 | 2 | 3 |
TF | 16.67 | 0 | 16.67 | 66.67 |
TT | 50 | 25 | 0 | 25 |
Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
Foi realizado outro cálculo para confirmação dos resultados, o Teste U de Mann-Whitney3, na qual se obteve os seguintes resultados: Estatística: 6.0; Valor-p: 0,2046; tamanho do efeito ‘d’ de Cohen4: 1,1577. O teste de Mann-Whitney confirma que não houve diferença significativa entre os grupos (p > 0,05), mas os de Cohen mostra um grande tamanho de efeito (d > 0,8), sugerindo significância prática na diferença entre os grupos TF e TT, apesar do pequeno tamanho da amostra.
Na questão 2 do teste, que se tratava de verificar a funcionalidade dos pacientes em realizar atividades cotidianas usando a prótese, obtivemos os seguintes resultados:
Tabela 5 – Escore dos aspectos de desenvolvimento de atividades cotidianas nos amputados por paciente
Paciente | Tipo de Amputação | Pontuação por paciente |
P1 | TT | 32 |
P2 | TF | 11 |
P3 | TT | 19 |
P4 | TF | 26 |
P5 | TF | 2 |
P6 | TF | 3 |
P7 | TT | 38 |
P8 | TT | 37 |
P9 | TF | 42 |
P10 | TF | 12 |
P: Paciente; TT: amputação transtibial; TF: amputação transfemoral.
Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
Nesta questão, os escore varia de 0 a 42 pontos, na qual se realiza a soma dos pontos de acordo com as respostas. As respostas pontuadas da seguinte maneira: NÃO = 0; SIM, se alguém me ajudar = 1; SIM, se alguém estiver próximo = 2; SIM, sozinho = 3. A pontuação por paciente, considerando seu nível de funcionalidade nessas atividades consta na tabela 05 e a pontuação por atividade, a fim de verificar as atividades com maior e menor facilidade de execução, conta na tabela 6 abaixo:
Tabela 6 – Escore dos aspectos de desenvolvimento de atividades cotidianas nos amputados por atividade
Atividade | Pontuação por atividade |
A. Levantar-se de uma cadeira? | 23 |
B. Pegar um objeto do chão quando você está em pé com a sua prótese? | 16 |
C. Levantar-se do chão? (por exemplo, se você tivesse caído) | 19 |
D. Andar pela casa? | 19 |
E. Andar fora de casa em piso liso? | 14 |
F. Andar fora de casa em piso irregular ou acidentado? | 14 |
G. Andar fora de casa com mau tempo, por exemplo, com chuva? | 11 |
H. Subir escadas segurando um corrimão? | 20 |
I. Descer escadas segurando um corrimão? | 20 |
J. Subir na calçada? | 15 |
K. Descer da calçada? | 15 |
L. Subir alguns degraus sem um corrimão? | 11 |
M. Descer alguns degraus sem um corrimão? | 11 |
N. Andar enquanto carrega um objeto? (por exemplo, copo, bolsa …) | 14 |
P: Paciente; TT: amputação transtibial; TF: amputação transfemoral.
Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
A análise ANOVA não mostrou diferença significativa entre os grupos (p > 0,05) por tipo de amputação (transfemoral ou transtibial). O Box Plot – figura 1, e o gráfico de violino – figura 2, demonstram a distribuição das pontuações por tipo de amputação e as estatísticas descritivas fornecem mais informações sobre os dados: ANOVA: Estatística F: 3,2692; Valor de p: 0,1082
Figura 1: Distribuição das pontuações por tipo de amputação
Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
Figura 2: Distribuição das pontuações por tipo de amputação
Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
A análise mostra que o grupo transfemoral (TF) apresenta maior variabilidade nos escores em relação ao grupo transtibial (TT), conforme indicado pelo coeficiente de variação. O grupo TT apresenta escores médios mais altos e menor variabilidade, sugerindo desempenho mais consistente nas atividades diárias.
Tabela 7 – Estatísticas por Grupos e Coeficiente de Variação (%)
Significar | DST | Min | Max | Contar | Pontuação (%) Coeficiente de Variação | |
TF | 16 | 15.375304875 | 2 | 42 | 6 | 96.0956554689 |
TT | 31.5 | 8.7368949481 | 19 | 38 | 4 | 27.7361744383 |
Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
Tabela 8 – Quartis referentes aos dados
contar | significar | DST | Min | 25% | 50% | 75% | Max | |
TF | 6 | 16 | 15.375304875 | 2 | 5 | 11.5 | 22.5 | 42 |
TT | 4 | 31.5 | 8.7368949481 | 19 | 28.75 | 34.5 | 37.25 | 38 |
Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
Conforme os dados estatísticos demonstrados nas tabelas 7 e 8, podemos observar que o grupo TT (amputação transtibial) apresenta pontuações consistentemente mais altas:
- Média TT: 31.5 pontos vs TF: 16.0 pontos
- Pontuação mínima TT: 19.0 vs TF: 2.0
- Pontuação máxima TT: 38.0 vs TF: 42.0
O grupo TT também apresenta menor variabilidade (CV = 27.7%) comparado ao grupo TF (CV = 96.1%), indicando um desempenho mais consistente nas atividades cotidianas.
O gráfico de violino, demonstrado na figura 2, mostra claramente que pacientes com amputação transtibial (TT) tendem a ter melhor desempenho funcional com suas próteses nas atividades diárias.
Na questão 3, que perguntava ao paciente, se ele utilizava cadeira de rodas ou a prótese para se locomover dentro de casa, a análise de variância descreveu que não houve diferenças estatisticamente significativas entre o uso de cadeira de rodas e prótese (p > 0,05).
Os dados mostram que a pontuação média para o uso de cadeira de rodas é de 1,4 com desvio padrão de 0,7, enquanto para o uso de prótese, a pontuação média é de 1,9 com desvio padrão de 0,88, indicando maior variabilidade no uso de próteses. No entanto, as estatísticas descritivas mostram que há uma tendência maior ao uso de prótese (média 1.9) comparado à cadeira de rodas (média 1.4) para locomoção dentro de casa. Dados estatísticos da questão: Estatística F: 1,9912; Valor-p: 0,1753.
Observando os dados de um ângulo diferente, considerando que as opções de respostas incluíram: quase nenhuma, metade do tempo, quase todas, os dados demonstram que o Percentual de respostas ‘quase todas’ para Cadeira de Rodas foi de 0.0%, e o percentual de ‘quase todas’ para Prótese foi 30.0%. Em resumo, nenhum paciente usa a cadeira de rodas para “quase todas” as atividades, enquanto 30% dos pacientes usam a prótese para “quase todas” as atividades dentro de casa.
Quanto à questão 4, sobre quantas horas por dia e quantos dias por semana os pacientes utilizam sua prótese, a análise demonstra, conforme pode ser visualizado na figura 3, que a média de uso é de 5.5 horas/dia e 5.4 dias/semana. Há nos dados, uma correlação positiva moderada (0.55) entre horas/dia e dias/semana. Isto significa que há uma leve tendência de que quanto mais dias por semana a pessoa usa a prótese, mais horas por dia ela tende a usar, no entanto, esta correlação não é forte o suficiente para estabelecer uma relação definitiva entre as variáveis, e provavelmente, outros fatores influenciam o padrão de uso das próteses, até porque, os dados demonstram uma grande variabilidade nas horas de uso (1 a 15 horas). A maioria dos pacientes (60%) usa a prótese todos os dias (7 dias/semana), e 40% utilizam a prótese entre 2 a 4 dias por semana.
Figura 3: Distribuição de uso de prótese por horas diárias e por dias da semana
Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
A questão 5, o paciente tinha várias situações cotidianas, na qual ele tinha a opção de concordar ou discordar, na sua influência para impedir o uso da prótese para se locomover dentro de casa. Além disso, a análise estatística mostra a taxa média de concordância por questão (0,6444444444444444), desvio padrão das respostas (0,510884276473964) e o teste quiquadrado (Valor p: 1,0). A primeira pergunta era a seguinte: Eu sempre uso a minha prótese para me locomover dentro de casa? Caso o participante respondesse que concorda, ele não precisaria responder às demais questões. 30% (3 participantes) responderam que concordam. Os demais participantes (7) estão descritos na tabela 9 abaixo, na qual os dados categóricos de resposta foram transformados em valores numéricos para realização da ANOVA unidirecional para analisar as diferenças entre os grupos.
Tabela 9 – Padrão de concordância de impedimentos de utilização de próteses dos pacientes investigados
Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
A estatística descritiva e os resultados da ANOVA indicam a variância entre as respostas dos pacientes, que é: Estatística F = 0.6868686868686865 e Valor de p = 0,66. Com base nos resultados (valor de p = 0,66 > 0,05), não há diferenças estatisticamente significativas entre as respostas dos 7 pacientes. As taxas médias de concordância entre os pacientes variam de cerca de 33% a 78%, com o Paciente 7 apresentando a maior taxa de concordância. Os principais impedimentos identificados são: Velocidade de locomoção insuficiente (85.7%); Insegurança ao usar a prótese (85,7%); e Problemas com a prótese (desconforto, transpiração) (71,4%).
Na pergunta 6, o questionamento era: “Quando você precisa se locomover fora de casa, aproximadamente quanto das suas atividades são feitas: 1. cadeira de rodas, 2. Andando com sua prótese, os participantes tinham as seguintes opções de resposta para as duas opções: quase todas, metade, quase nenhuma. Para realizar a análise estatística as respostas qualitativas foram convertidas em valores numéricos da seguinte forma: quase nenhuma = 0; metade = 0.5; quase todas = 0.75; quase todas (considerando o contexto como “quase todas”) = 1. A média de 0,35 indica que, em média, os pacientes utilizam a cadeira de rodas em cerca de um terço de suas atividades fora de casa, o que sugere uma dependência moderada da cadeira para locomoção. O desvio padrão de 0,44 indica uma variação significativa nas respostas dos pacientes, refletindo que alguns pacientes dependem mais da cadeira de rodas do que outros, com alguns utilizando-a quase sempre e outros raramente.
Na pergunta 7, assim como na 5, os participantes opinaram quanto à influência das opções para impedir o uso da prótese para se locomover fora de casa. Do total de pacientes, a maioria (7) sempre utilizam a prótese para se locomover fora de casa, e nesse caso. Dos demais participantes (3) que discordaram, um participante não escolheu nenhuma opção, e os outros concordaram que o uso da prótese para me locomover fora de casa causa dor, inchaço ou cansaço na perna amputada (10%), além de outros problemas, como desconforto, transpiração, má circulação, entre outros (10%).
A pergunta 08 questiona qual a distância que o paciente poderia andar com sua prótese. As respostas dos pacientes foram categorizadas da seguinte forma:
- a) Eu posso andar o quanto eu quiser. = 5 (capacidade ilimitada)
- b) Eu posso andar aproximadamente 100 passos sem parar. = 4
- c) Eu posso andar mais que 30 passos e menos do que 100 passos sem parar. = 3
- d) Eu posso andar entre 10 e 30 passos sem parar. = 2
- e) Eu posso andar menos de 10 passos sem parar. = 1
- f) Eu não consigo andar com a minha prótese. = 0
Com base na conversão, temos a seguinte tabela de pontuação:
Tabela 9 – Pontuação dos resultados de capacidade de locomoção analisadas
Paciente | Resposta | Pontuação |
P1 | c) Eu posso andar mais que 30 passos de uma vez, mas menos do que 100 passos | 3 |
P2 | d) Eu posso andar entre 10 e 30 passos sem parar | 2 |
P3 | c) Eu posso andar mais que 30 passos de uma vez, mas menos do que 100 passos | 3 |
P4 | d) Eu posso andar entre 10 e 30 passos sem parar | 2 |
P5 | b) Eu posso andar aproximadamente 100 passos sem parar | 4 |
P6 | a) Eu posso andar o quanto eu quiser | 5 |
P7 | d) Eu posso andar entre 10 e 30 passos sem parar | 2 |
P8 | d) Eu posso andar entre 10 e 30 passos sem parar | 2 |
P9 | e) Eu posso andar menos de 10 passos sem parar | 1 |
P10 | f) Eu não consigo andar com a minha prótese | 0 |
Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
Dessa forma temos Média Geral de 2.40 e desvio Padrão de 1,37. Pode-se concluir que, em média, os pacientes conseguem percorrer entre “10 e 30 passos” a “mais que 30 passos”, o que sugere uma capacidade moderada de locomoção com a prótese. O desvio padrão de 1,37 indica uma variação significativa nas respostas dos pacientes, refletindo que alguns pacientes conseguem percorrer distâncias consideráveis enquanto outros têm limitações mais severas. Sendo assim, há uma diversidade nas capacidades de locomoção dos pacientes com próteses, por isso fizemos uma correlação entre a capacidade de locomoção, a idade e o tipo de amputação. Os dados obtidos estão demonstrados na tabela abaixo:
Tabela 10 – Análise estatística e anova da correlação capacidade de locomoção, a idade e o tipo de amputação
Correlação (Idade e Score de Locomoção) | ANOVA (Tipo de Amputação e Score de Locomoção |
Coeficiente de correlação -0.19726373110016643 | Estatística F: 2.234710743801652 |
Valor p: 0.5848886873692729 | Valor p: 0.17330201135305703 |
Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
A correlação entre idade e escore de locomoção é fraca e não estatisticamente significativa, enquanto a ANOVA indica que não há diferença significativa nos escores de locomoção entre amputações transtibiais e transfemorais. Os resultados são demonstrados na figura 4 e 5 de forma visual para melhor compreensão:
Figura 4: Distribuição dos scores de locomoção por tipo de amputação
Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
Figura 5: Relação entre a idade e o score de locomoção
Fonte: Dados da Pesquisa (2024)
A questão 9 se relaciona a quantidade de quedas sofridas pelos pacientes desde a alta. Somente dois pacientes declaram ter sofrido quedas, e um deles, com uma frequência de 4 vezes no último mês. O primeiro tem uma amputação do tipo transtibial e o segundo do tipo transfemoral, não havendo, portanto, relação do tipo de amputação com as quedas. Os pacientes têm respectivamente 59 e 80, o que poderia ter relação com as quedas. A baixa taxa de quedas relatadas pode indicar uma boa adaptação ao uso da prótese por parte da maioria dos pacientes, mas a variação nas quedas entre aqueles que relataram ter caído sugere que algumas pessoas podem precisar de suporte adicional ou reabilitação para melhorar sua confiança e estabilidade ao andar com a prótese.
5 DISCUSSÕES
A alteração da sensibilidade cutânea no coto é uma ocorrência frequente (JENSEN et al., 1989). Essas mudanças são causadas pela diminuição na velocidade de transmissão dos impulsos nervosos e pelo acréscimo do limiar necessário para a estimulação do nervo, o que pode resultar na perda da sensibilidade da pele. Dessa forma, quando a preservação da sensibilidade é crucial, há um maior risco de lesões cutâneas ou até mesmo da ineficácia de terapias combinadas, devido ao conflito nas vias nervosas. (KNIGHT, 2000). Pacientes com nervos periféricos disfuncionais experimentam perda da aferência sensorial, o que se manifesta como uma redução ou ausência da sensibilidade protetora (SANTOS et al., 2018).
Os resultados demonstram que 50% dos pacientes analisados estão com sensibilidade protetora diminuída, e 30% têm perda da sensibilidade protetora para o pé, ainda podendo sentir pressão profunda e dor. Todavia, os achados sugerem que o tipo de amputação não influencia a percepção tátil dos pacientes, o que pode ter implicações significativas para o tratamento e reabilitação dos pacientes. Maggi et al.(2010) lembra que a cirurgia de amputação tem por objetivo criar um membro residual dinamicamente equilibrado, com controle motor e sensibilidade preservados. Todavia, percebe-se que a diminuição ou perda da sensibilidade atingiu mais da metade dos amputados, o que interfere diretamente no uso do membro, com ou sem prótese (ZANONA, 2014).
A Escala de Equilíbrio de Berg demonstrou que há uma diferença significativa nos escores médios de equilíbrio entre as condições com (21,9) e sem enfaixamento (16,8). Sendo assim, conclui-se que o enfaixamento pode impactar positivamente o equilíbrio do paciente, e reforça a necessidade de considerar o uso de enfaixamentos como parte da reabilitação. Dias (2010) alerta que o enfaixamento do coto desde a fase de pré-protetização, traz melhorias indiscutíveis ao amputado. Carvalho (2003) aponta que o enfaixamento do coto é um recurso essencial na reabilitação do amputado tanto na pré quanto na pós protetização, no entanto, é preciso ter cuidado com a pressão realizada na faixa, e, por isso deve ser realizado diariamente e em oito. Barreto & Menezes (2013) lembram que isso torna o paciente apto à deambulação e independência funcional.
Quanto à análise de funcionalidade, os pacientes com amputação transfemoral apresentaram maior facilidade na colocação da prótese em comparação com os pacientes com amputação transtibial. Entretanto, para realizar atividades cotidianas, os pacientes com amputação transtibial tiveram maior pontuação, ou seja, tendem a ter melhor desempenho funcional. As atividades em que a amostra demonstrou ter mais dificuldade foram andar fora de casa com mau tempo, e subir e descer escadas sem apoio do corrimão. Essa diferença corrobora com Moraes et al.(2006, p. 51) que relata que “a perda do joelho aumenta a demanda energética, diminui a propriocepção, o equilíbrio e a eficiência da marcha”.
Os pacientes nesta fase, têm uma tendência maior ao uso de prótese comparado à cadeira de rodas para locomoção dentro de casa. O resultado demonstra que nenhum paciente usa a cadeira de rodas para “quase todas” as atividades dentro de casa, enquanto 30% dos pacientes usam a prótese para “quase todas” as atividades dentro de casa. Geralmente, eles utilizam sua prótese, em média 5.5 horas/dia e 5.4 dias/semana, mas não há uma relação entre a quantidade de horas e dias de uso. A maioria dos pacientes (60%) usa a prótese todos os dias (7 dias/semana), e 40% utilizam a prótese entre 2 a 4 dias por semana. Em um estudo de Matos (2019), os participantes usam a prótese em média 13,1 horas/dia (DP = 4), sendo que o menor tempo de uso citado foi de 3 horas/dia. Essa diferença pode ocorrer devido a diversos fatores que afetam o uso, como o peso da prótese, o desconforto, a falta de adaptação à prótese, entre outros, que precisam de estudos mais aprofundados.
Por isso, Kuhn (1997) lembra da importância de incentivar os pacientes a deambular utilizando dispositivos de marcha, como andadores e muletas. No entanto, é fundamental realizar exercícios de fortalecimento muscular dos MMSS para preparar a marcha com esses equipamentos.
Considerando o uso da prótese dentro de casa, 30% da amostra respondeu que sempre a utiliza, e 70% apontaram impedimentos para sua utilização neste ambiente. Não houve concordância entre as respostas dos pacientes, o que demonstra que os impedimentos têm relação com aspectos pessoais. Os principais impedimentos identificados são: Velocidade de locomoção insuficiente (85.7%); Insegurança ao usar a prótese (85,7%); e problemas com a prótese (desconforto, transpiração) (71,4%). Biffi et al., (2018) observou que ao associar o nível da amputação, a idade e os problemas nas atividades diárias relatados pelos entrevistados, observou uma fraca relação entre os resultados. Isso se deve ao fato de que muitos usuários enfrentam dificuldades ao utilizar a prótese dentro de casa.
Moraes et al.(2006, p. 50) lembra que as principais fatores que podem interferir na reabilitação de amputados, descritos na literatura, são idade, nível e tipo de amputação, presença de comorbidades, entre outras, mas que a escolha adequada da prótese e a utilização da cadeira de rodas (CR) também podem interferir nessa percepção, como nos achados da pesquisa.
Ao analisar o quanto os pacientes analisados conseguiam se locomover fora de casa, em média, os pacientes utilizam a cadeira de rodas em cerca de um terço de suas atividades fora de casa, o que sugere uma dependência moderada da cadeira para locomoção, mas conforme variação das respostas, alguns dependem mais da cadeira de rodas do que outros (BIFFI et al., 2018). Do total de pacientes, a maioria (7) sempre utilizam a prótese para se locomover fora de casa, e 30% declaram alguns impedimento para o uso em ambientes externos: o uso da prótese para me locomover fora de casa causa dor, inchaço ou cansaço na perna amputada (10%), além de outros problemas, como desconforto, transpiração, má circulação, entre outros (10%).
Esses são aspectos que podem ser minimizados através de recursos fisioterapêuticos empregados no processo de pré-protetização, que focam na prevenção e reabilitação, através de exercícios cinesioterapêuticos, redução de edema, alívio da dor fantasma, promoção da marcha, dessensibilização do coto, cicatrização, aumento do equilíbrio e propriocepção, além de prevenir deformidades e aprimorar a função (TOMAZ, CATARIM & TOS, 2021).
Assim, as abordagens fisioterapêuticas incluem exercícios resistidos, eletrotermofototerapia, reeducação postural, enfaixamento do coto e alongamentos passivos (SANTOS et al., 2017), além de mecanismos proprioceptivos proporcionados pela técnica de enfaixamento (SANGLARD et al., 2007).
Em média, os pacientes conseguem percorrer entre “10 e 30 passos” a “mais que 30 passos”, o que sugere uma capacidade moderada de locomoção com a prótese, mas há uma diversidade nas capacidades de locomoção dos pacientes com próteses. Os dados obtidos demonstram que essa capacidade não está relacionada à idade nem ao tipo de amputação. A sugestão é investigar aspectos relacionados a essa funcionalidade.
Considerando a quantidade de quedas sofridas pelos pacientes desde a alta, somente dois pacientes declaram ter sofrido quedas, e um deles, com uma frequência de 4 vezes no último mês. A baixa taxa de quedas relatadas pode indicar uma boa adaptação ao uso da prótese por parte da maioria dos pacientes, mas a variação nas quedas entre aqueles que relataram ter caído sugere que algumas pessoas podem precisar de suporte adicional ou reabilitação para melhorar sua confiança e estabilidade ao andar com a prótese.
Moraes et al. (2006, p. 49) lembra que as “orientações pré e pós-operatórias, cuidados com o coto e a escolha da prótese também interferem no sucesso da reabilitação”.
Acredita-se que o fisioterapeuta desempenha um papel fundamental na reabilitação, ajudando na preparação para o recebimento da prótese (pré-protetização), na adaptação a ela e na reintegração física do indivíduo. Esse processo é essencial para a adaptação ao novo estado corporal e para a reinserção do paciente na vida social (MELO et al.,2021).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da análise proposta, é possível observar, a eficácia do plano de reabilitação, para melhoria da consciência corporal e do equilíbrio de pacientes que sofreram uma amputação. Isso será avaliado através de teste de consciência corporal e avaliações de equilíbrio, antes e após a intervenção, com o intuito de determinar o impacto do plano na qualidade de vida e funcionalidade desses indivíduos.
Sendo assim, a EEB tem se mostrado eficaz nos resultados e na qualificação da funcionalidade de pacientes com amputação de MMII. Estudos, como o de Andrade (2019), indicam que essa escala apresenta evidências de confiabilidade, validade e responsividade moderadas a fortes, sendo úteis para mensurar a mobilidade física e a funcionalidade em adultos. Essas características são fundamentais para orientar intervenções terapêuticas e monitorar a progressão do paciente. É notável a escassez de estudos focados na validação e avaliação de ferramentas para a análise funcional desses pacientes, especialmente em nosso país. De modo geral, a pesquisa sobre a reabilitação e protetização de amputados ainda é limitada, apesar da alta na demanda clínica (ANDRADE, 2019).
Este trabalho teve como objetivo avaliar pacientes amputados que utilizam enfaixamento do coto em termos de percepção corporal e equilíbrio. Ainda, analisar a evolução dos pacientes em relação à sensibilidade, equilíbrio e percepção corporal; identificar os possíveis benefícios ou malefícios que o enfaixamento pode apresentar; e comparar a percepção corporal com e sem auxílio do enfaixamento. No entanto, é fundamental destacar que o tema ainda requer mais estudos. Apesar dos resultados obtidos, várias questões permanecem sem resposta e podem ser investigadas em pesquisas futuras. Portanto, recomenda-se que novos pesquisadores explorem de forma mais aprofundada os efeitos do enfaixamento em termos de percepção corporal e equilíbrio, visando enriquecer o entendimento e contribuir para o avanço do conhecimento na área.
3 Ao contrário do teste t, que testa a igualdade das médias, o teste de Mann-Whitney (U) testa a igualdade das medianas. Os valores de U calculados pelo teste avaliam o grau de entrelaçamento dos dados dos dois grupos após a ordenação.
4 É uma medida de tamanho de efeito que quantifica a diferença entre as médias de dois grupos
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1Discentes do Curso Superior Fisioterapia da Faculdade Centro Universitário do Sul de Minas (Unis) Campus Varginha. Contato: nubia.belineli@alunos.unis.edu.br; queren.assis@alunos.unis.edu.br.
2Docente do Curso Superior de Fisioterapia do Instituto Centro Universitário do Sul de Minas (Unis) Campus Varginha. Especialista em Prótese e órtese (Unis). e-mail: bruno.foresti@professor.unis.edu.br