IMPACTO DO CONSUMO EXCESSIVO DE CARNE VERMELHA NO DESENVOLVIMENTO E PROGRESSÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM ADULTOS: REVISÃO INTEGRATIVA

IMPACT OF EXCESSIVE CONSUMPTION OF RED MEAT ON THE DEVELOPMENT AND  PROGRESSION OF CARDIOVASCULAR DISEASES IN ADULTS: AN INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411092010


 Alexandra Ferreira Silvestre1 
 Cynthia Emanuelle Lima Farias Lemos1 
 Emily Victória Sousa Botelho1
   Kássia Verônica Barbosa Lima,1
 Livino Monteiro Silvestre Neto
 Maria Clara Soares de Moura
 Maria da Conceição de Albuquerque Cordeiro Serra
 Marina Gabriela dos Santos Carvalho
 Pedro Lucas Alves Albuquerque
 Rafaela Cris na Tavares da Silva
 Renata Fernandes Fialho Cantarelli1 
Michelline Lins Silvério2 


 RESUMO

 As  doenças  cardiovasculares  representam  uma  das  principais  causas  de  morte  no  mundo,  contribuindo  significa vamente  para  a  morbimortalidade  global.  Entre  os  fatores  de  risco  associados  a  essas  condições,  o  consumo  de  carne  vermelha  tem  se  destacado  pela  correlação  com  o  aumento  de  biomarcadores  de  risco  cardiovascular,  como  colesterol  LDL  elevado,  inflamação  crônica  e  resistência  à  insulina.  O  obje vo  deste  estudo  é  analisar  os  efeitos  do  consumo  de  carne  vermelha  no  desenvolvimento  e  progressão  de  doenças  cardiovasculares.  Para  isso,  foi  realizada  uma  revisão  integra va  da  literatura,  seguindo  a  metodologia  de  Mendes,  Silveira  &  Galvão.  A  busca  foi  conduzida  nas  bases  de  dados  PubMed  e  Biblioteca  Virtual  em  Saúde  (BVS)  entre  setembro  e  outubro  de  2024,  u lizando  descritores  como  “Dieta”,  “Carne  Vermelha”  e  “Doenças  cardiovasculares”.  A  pesquisa  resultou  em  376  documentos,  dos  quais,  após  aplicação  de  critérios  de  inclusão  e  exclusão,  11  ar gos  foram  selecionados  para  a  análise  final.  Os  estudos  revisados  indicam  que  o  consumo  elevado  de  carne  vermelha,  especialmente  a  processada,  está  relacionado  ao  aumento  do  risco  de  aterosclerose  e  infarto,  além  de  contribuir  para  a  disfunção  endotelial  e  aumento  da  pressão  arterial  devido  à  presença  de  conservantes  como  nitritos  e  nitratos.  A  subs tuição  parcial  da  carne  vermelha  por  fontes  de  proteínas  vegetais  mostrou-se  uma  abordagem  eficaz  na  redução  dos  riscos  cardiovasculares,  promovendo  melhorias  nos  perfis  lipídico  e  inflamatório.  A  promoção  de  uma  alimentação  equilibrada,  com  menor  consumo  de  carne  vermelha  e  maior  ênfase  em  alimentos  vegetais,  associada  à  prá ca  regular  de  a vidade  sica,  é  fundamental  para  a  prevenção  das  DCV.  A  implementação  de  estratégias  dieté cas  adequadas  pode,  portanto,  representar  uma  intervenção  valiosa  para  a  saúde  pública, contribuindo para a redução da morbimortalidade cardiovascular.

 Palavras chave:  Dieta. Doenças cardiovasculares. Consumo de carne vermelha.

 ABSTRACT

 Cardiovascular  diseases  represent  one  of  the  leading  causes  of  death  worldwide,  contribu ng  significantly  to  global  morbidity  and  mortality.  Among  the  associated  risk  factors,  red  meat  consump on  stands  out  due  to  its  correla on  with  elevated  cardiovascular  risk  biomarkers,  such  as  high  LDL  cholesterol,  chronic  inflamma on,  and  insulin  resistance.  This  study  aims  to  analyze  the  effects  of  red  meat  consump on  on  the  development  and  progression  of  cardiovascular  diseases.  An  integra ve  literature  review  was  conducted,  following  the  methodology  of  Mendes,  Silveira  &  Galvão.  The  search  was  performed  in  the  PubMed  and  Virtual  Health  Library  (VHL)  databases  between  September  and  October  2024,  using  descriptors  such  as  “Diet,”  “Red  Meat,”  and  “Cardiovascular  Diseases.”  The  search  yielded  376  documents,  of  which  11  ar cles  were  selected  for  final  analysis  a er  applying  inclusion  and  exclusion  criteria.  The  reviewed  studies  indicate  that  high  red  meat  consump on,  especially  processed  meat,  is  linked  to  an  increased  risk  of  atherosclerosis  and  heart  a ack,  as  well  as  endothelial  dysfunc on  and  elevated  blood  pressure  due  to  preserva ves  like  nitrites  and  nitrates.  Par al  subs tu on  of  red  meat  with  plant-based  protein  sources  has  proven  an  effec ve  approach  in  reducing  cardiovascular  risks,  promo ng  improvements  in  lipid  and  inflammatory  profiles.  Promo ng  a  balanced  diet,  with  lower  red  meat  intake  and  greater  emphasis  on  plant-based  foods,  along  with  regular  physical  ac vity,  is  essen al  for  cardiovascular  disease  preven on.  Implemen ng  appropriate  dietary  strategies  may  thus  represent  a  valuable  public  health  interven on,  contribu ng  to  a  reduc on in cardiovascular morbidity and mortality.

 Keyword:  Diet. Cardiovascular diseases. Red meat consump on.

 1. INTRODUÇÃO

 As  doenças  cardiovasculares  (DCV)  são  comorbidades  que  afetam  os  vasos  sanguíneos  e  o  coração,  sendo  uma  das  principais  causas  de  morte  em  todo  o  mundo.  Elas  fazem  parte  das  Doenças  Crônicas  Não  Transmissíveis  (DCNT),  que  incluem  seis  principais  en dades  clínicas:  doença  coronariana,  doença  cerebrovascular,  doença  arterial  periférica,  doença  cardíaca  reumá ca,  cardiopa a  congênita  e  embolia  pulmonar  (Ramos,  2014;  WHO,  2021).

 As  DCNT  são  caracterizadas  por  múl plas  causas  e  fatores  de  risco,  com  uma  origem  não  infecciosa,  desenvolvimento  ao  longo  de  um  período  prolongado,  e  que  podem  levar  a  incapacidades  sicas  (Rouquayrol,  2018).  Entre  as  DCNT,  destacam-se  a  hipertensão  arterial  sistêmica  (HAS),  diabetes  mellitus  (DM)  e  obesidade,  que  são  importantes  contribuintes  para  a morbimortalidade associada às doenças cardiovasculares (OPAS, 2023).

 Diante  desse  cenário,  a  Organização  Mundial  da  Saúde  (OMS)  estabeleceu,  em  2005,  a  Comissão  sobre  os  Determinantes  Sociais  da  Saúde  (DSS),  que  classificou  esses  determinantes  em  duas  categorias:  determinantes  estruturais,  relacionados  à  posição  socioeconômica,  como  renda,  educação,  ocupação,  classe  social,  gênero  e  raça;  e  determinantes  intermediários,  que  abrangem  condições  de  vida,  fatores  psicossociais,  nutrição,  a vidade  sica,  uso  de  tabaco  e  álcool,  e  acesso  aos  serviços  de  saúde  (Is lli,  2020).  Esses  determinantes  sociais  da  saúde  estão  diretamente  ligados  ao  surgimento  e  agravamento das DCNT, incluindo as doenças cardiovasculares.

 Nesse  contexto,  o  consumo  elevado  de  carne  vermelha,  carne  processada  e  até  mesmo  aves  tem  sido  associado  a  um  risco  significa vamente  maior  de  doenças  cardiovasculares  e  mortalidade  por  todas  as  causas.  Essas  evidências  sugerem  que  o  padrão  alimentar,  marcado  por  alto  teor  de  proteínas  de  origem  animal,  desempenha  um  papel  fundamental  na  elevação  do  risco  cardiovascular  (Zhong  et  al. ,  2020).  Essas  conclusões  reforçam  a  importância  de  promover  intervenções  preven vas,  sobretudo  por  meio  de  estratégias nutricionais, visando mi gar a morbimortalidade relacionada às DCV.

 A  adoção  de  hábitos  alimentares  saudáveis  e  a  prá ca  regular  de  a vidades  sicas  são  medidas  fundamentais  para  a  prevenção  de  doenças  crônicas,  como  recomendado  por  diversos  estudos  (Rossi,  2019;  Cuppari,  2019).  Sendo  assim,  promover  mudanças  no  es lo  de  vida  da  população,  com  ênfase  na  redução  do  consumo  de  carnes  processadas  e  na  inclusão  de  dietas  equilibradas,  é  essencial  para  melhorar  a  saúde  cardiovascular  e  reduzir  os impactos das DCNT.

 Dessa  forma,  o  obje vo  desta  pesquisa  é  abordar  as  consequências  do  consumo  de  carne vermelha no desenvolvimento e progressão de doenças cardiovasculares.

 2. METODOLOGIA

 Trata-se  de  uma  revisão  integra va  da  literatura,  de  natureza  descri va  e  abordagem  qualita va.  O  estudo  foi  construído  com  base  na  sequência  metodológica  proposta  por  Mendes,  Silveira  e  Galvão  (2019),  seguindo  as  seguintes  etapas:  1)  elaboração  da  pergunta  de  pesquisa;  2)  busca  e  seleção  de  estudos  primários;  3)  extração  de  dados;  4)  avaliação  crí ca  dos  estudos  primários  incluídos;  5)  síntese  dos  resultados  e  6)  apresentação  do  método.  Inicialmente,  foi  definida  a  pergunta  norteadora:  Quais  são  os  efeitos  do  consumo  de carne vermelha no desenvolvimento e progressão de doenças cardiovasculares?”.

 Na  segunda  etapa,  a  busca  por  ar gos  primários  foi  realizada  nas  bases  de  dados  PubMed  e  Biblioteca  Virtual  em  Saúde  (BVS),  entre  os  meses  de  setembro  e  outubro  de  2024.  U lizaram-se  os  descritores  em  Ciências  da  Saúde  (DeCS)  e  os  Medical  Subject  Headings  (MeSH):  “Dieta”,  “Carne  Vermelha”,  “Doenças  cardiovasculares”,  “diet”,  “diet  therapy”,  “Red  Meat”,  “cardiovascular”,  “circulatory  system”  e  “cardiovascular  diseases”,  combinados  com  os  operadores  booleanos  AND  e  OR.  A  estratégia  de  busca  no  PubMed  foi  ”  (((diet)  or  (diet  therapy))  AND  (Red  Meat)  AND  ((cardiovascular)  or  (circulatory  system))  AND  (cardiovascular  diseases))”,  enquanto  no  BVS  u lizou-se  “(Dieta)  AND  (Carne  Vermelha)  AND ( Doenças cardiovasculares)”.

 A  busca  inicial  resultou  em  376  documentos.  Aplicaram-se  filtros  para  selecionar  apenas  ar gos  completos,  disponíveis  na  íntegra,  nos  idiomas  português  e  inglês,  com  publicações  entre  2021  e  2024.  Foram  encontrados  127  ar gos  no  PubMed  e  24  na  BVS,  totalizando  151  ar gos.  Os  critérios  de  exclusão  incluíram  publicações  com  mais  de  3  anos,  revisões  de  literatura,  ar gos  pagos,  duplicados,  teses,  dissertações  e  trabalhos  de  conclusão  de curso (TCCs).

 Seguindo  a  leitura  de  tulos  e  resumos,  31  ar gos  foram  selecionados  para  leitura  na  íntegra.  Após  uma  análise  criteriosa,  verificando  a  relevância  para  a  pergunta  norteadora,  foram  man dos  11  ar gos  para  compor  a  revisão  final,  focados  em  responder  à  inves gação  proposta.

3 . RESULTADOS E DISCUSSÃO

 Os  11  ar gos  selecionados  para  esta  revisão  estão  apresentados  na  Tabela  1.  As  publicações  distribuem-se  entre  os  anos  de  2021  (9%),  2022  (9%),  2023  (55%)  e  2024  (27%).

 Em  relação  à  origem,  os  ar gos  são  provenientes  dos  seguintes  países:  Estados  Unidos  (64%),  Reino  Unido  (18%),  Irã  (9%)  e  China  (9%).  A  Tabela  1  fornece  os  detalhes  de  cada  estudo.

 Tabela 1 – Dados referentes ao ano, autores e país do estudo, tulo e obje vos dos  ar gos selecionados

 Ano Autores  e  país  do  estudo Título Obje vo do trabalho
2021      Bha acharya  R.  et al  ., Estados Unidos. Associa on  of  Diet  Quality              With  Prevalence  of  Clonal  Hematopoiesis  and  Adverse  Cardiovascular  Events Inves gar  a  associação  entre  a  qualidade  da  dieta  e  a  prevalência  de  hematopoiese  clonal  de  potencial  indetermina  do  (CHIP),  e  analisar  a  relação  entre  a  CHIP  e  eventos  cardiovasculares adversos
2022      Buffa  J.A.      et              al .,  Estados Unidos. The  microbial  gbu  gene  cluster  links  cardiovascular  disease  risk  associated  with  red  meat  consump on  to  microbiota  L-carni ne  catabolism Explorar  a  relação  entre  o  consumo  de  carne  vermelha  e  o  risco  cardiovascular  mediado  pelo  metabolismo  microbiano  de  L-carni na,  iden ficando  o  papel  do  cluster  de  genes  gbu  nas  bactérias  intes nais  e  sua  contribuição  à  formação  de  TMAO.
 2023 Dong  X.  et  al .,  Reino  Unido. Unprocessed  Red  Meat  and  Processed  Meat  Consump on,  Plasma  Metabolome,  and  Risk  of  Ischemic  Heart Disease Examinar  a  relação  entre  o  consumo  de  carne  vermelha  processada  e  não  processada  com  o perfil   metabolômico  plasmá co  e  o  risco  de  doença  cardíaca  isquêmica  e  iden ficar  metabólitos  associados  ao  risco  de IHD.
 2023 Fan  B.  et  al .,  Reino  Unido. Explora on             of  Metabolic  Biomarkers    Linking  Red                   Meat  Consump on         to  Ischemic          Heart  Disease  Mortality  in  the UK Biobank Iden ficar  biomarcadores  metabólicos  relacionados  ao  consumo  de  carne  vermelha  e  à  mortalidade  por  doença  cardíaca isquêmica.
2023      Farsi    D.N.     et              al .,  Reino Unido. Effects                   of  subs tu ng  red  and  processed  meat  for  mycoprotein  on  biomarkers  of  cardiovascular risk Avaliar  o  impacto  da  subs tuição  de  carne  vermelha  e  processada  por  micoproteína  em  biomarcadores  de  risco  cardiovascular  em  indivíduos  saudáveis.
2023      Shoaibinobarian              N. et al              ., Irã. The  Associa on  between  DASH  Diet  Adherence          and  Cardiovascular  Risk  Factors Avaliar  a  associação  entre  a  adesão  à  dieta  DASH  e  fatores  de  risco  cardiovascular  em  adultos  iranianos,  e  determinar  o  impacto  da  adesão  a  essa  dieta  na  redução  do  risco  cardiovascular.
 2023 Sun X.  et al ., China. Red                   Meat  Consump on       and  Risk                        of  Cardio-Cerebrovascu  lar              Disease              in  Chinese Older Adults Analisar  a  associação  entre  o  consumo  de  carne  vermelha  e  o  risco  de  doenças  cardiocerebrovasculares em  adultos   mais velhos  chineses,   avaliando  o  impacto  do  consumo  de  carne  na  incidência  de  doenças  cardíacas,  derrames  e outras condições vasculares.
 2023 Shah    R.V.      et              al .,  Estados Unidos. Dietary  metabolic  signatures  and  cardiometabolic risk Iden ficar  assinaturas  metabólicas  associadas  a  padrões  alimentares  específicos  e  seu  impacto  no  risco  cardiometabólico.
2024      Kennedy  J.  et al  .,  Estados Unidos. Es mated  effects  of  reduc ons  in  processed  meat  consump on  and  unprocessed  red  meat  on  health  outcomes Es mar  os  impactos  da  redução  no  consumo  de  carnes  processadas  e  não  processadas  sobre  a  incidência  de  diabetes  po  2,  doenças  cardiovasculares,  câncer  colorretal  e  mortalidade  nos  Estados  Unidos,  u lizando  um  modelo  de  microssimulação  baseado  em  dados  populacionais.
 2024 Piacquadio  K.A.  et  al ., Estados Unidos. Higher  Expression  of  miR-15b-5p  with  Inclusion  of  Fresh,  Lean  Beef  as  Part  of  a  Healthy  Dietary  Pa ern Examinar  o  impacto  do  consumo  de  carne  bovina  dentro  de  uma  dieta  saudável  na  expressão  do  microRNA miR-15b-5p
 2024 Hill       E.R.      et              al .,  Estados Unidos. Healthy  Dietary  Pa erns  with  and  without  Meat  Improved  Cardiometabolic  Disease  Risk  Factors  in          Adults:              A  Randomized  Crossover  Controlled  Feeding Trial Avaliar  os  efeitos  de  padrões  alimentares  saudáveis  dos  Estados  Unidos,  com  e  sem  carne,  na  melhora  de  fatores  de  risco cardiometabólicos

 Fonte: produção autoral, 2024.

 Os ar gos selecionados para o desenvolvimento deste estudo foram organizados em  tópicos de acordo com a discussão de temas semelhantes

 3.1.  Impactos metabólicos do consumo de carne vermelha

3.1.1  Aumento dos Níveis de Lipídios no Sangue

 O  consumo  regular  de  carne  vermelha  está  associado  a  um  aumento  substancial  dos  níveis  de  lipoproteínas  de  baixa  densidade  (LDL),  comumente  conhecido  como  colesterol  “ruim”.  O  acúmulo  excessivo  de  LDL  no  sangue  leva  ao  estreitamento  das  artérias  e  ao  desenvolvimento  de  aterosclerose,  uma  das  principais  causas  de  infarto  do  miocárdio  e  acidente  vascular  cerebral  (Dong  et  al.,  2024).  Conforme  Bha acharya  et  al.  (2024)  demonstraram,  o  consumo  elevado  de  ácidos  graxos  saturados,  que  são  abundantes  na  carne  vermelha,  resulta  em  um  aumento  direto  dos  níveis  de  LDL,  o  que  acelera  o  processo  de endurecimento arterial e contribui para o risco cardiovascular.

 Adicionalmente,  Buffa  et  al.  (2024)  ressaltam  que  o  consumo  de  carne  vermelha  não  apenas  eleva  os  níveis  de  colesterol  LDL,  mas  também  promove  um  ambiente  inflamatório  no  corpo,  exacerbando  o  estresse  oxida vo  e  danificando  o  endotélio,  a  camada  interna  das  artérias.  Esse  processo  inflamatório  crônico  intensifica  o  acúmulo  de  placas  nas  artérias,  tornando  o  sistema  cardiovascular  mais  vulnerável  a  eventos  como  infarto  e  AVC.  Esse  impacto  é  par cularmente  acentuado  no  caso  de  carne  processada,  que  contém  adi vos  químicos e altos níveis de sódio.

 3.1.2. Risco de Diabetes Tipo 2 e Resistência à Insulina

 Outro  aspecto  crucial  relacionado  ao  consumo  excessivo  de  carne  vermelha  é  seu  impacto  nega vo  sobre  o  metabolismo  da  glicose  e  o  aumento  da  resistência  à  insulina.  Pesquisas  sugerem  que  o  consumo  regular  de  carne  vermelha  processada  está  fortemente  associado  ao  aumento  do  risco  de  diabetes  po  2,  um  dos  principais  fatores  de  risco  independentes  para  DCV  (Buffa  et  al.,  2024).  Dong  et  al.  (2024)  indicam  que  dietas  ricas  em  carne  vermelha,  especialmente  processada,  afetam  nega vamente  a  capacidade  do  corpo  de regular os níveis de glicose, aumentando a resistência à insulina.

 Fan  et  al.  (2024)  complementam  que  essa  resistência  à  insulina  está  diretamente  relacionada  ao  aumento  do  risco  cardiovascular,  uma  vez  que  a  incapacidade  do  corpo  de  processar  adequadamente  a  glicose  leva  ao  aumento  de  níveis  de  açúcar  no  sangue,  o  que,  por  sua  vez,  agrava  os  danos  às  artérias  e  aumenta  a  probabilidade  de  eventos  cardiovasculares  adversos.  O  consumo  elevado  de  carne  vermelha,  portanto,  cria  um  ciclo  metabólico  prejudicial,  onde  a  resistência  à  insulina  e  o  aumento  do  colesterol  LDL  se  combinam para aumentar os riscos cardiovasculares.

3.1.3 . Inflamação Crônica e Doenças Cardiovasculares

 A  inflamação  crônica  é  outro  fator  essencial  na  ligação  entre  o  consumo  de  carne  vermelha  e  as  doenças  cardiovasculares.  A  ingestão  frequente  de  carnes  processadas,  que  contêm  conservantes  como  nitritos  e  nitratos,  induz  uma  resposta  inflamatória  constante  no  organismo.  Esse  processo  inflamatório  acelera  o  desenvolvimento  da  aterosclerose,  pois  facilita  o  acúmulo  de  colesterol  nas  paredes  arteriais  e  promove  a  rigidez  dos  vasos  sanguíneos (Farsi  et al., 2024) .

 Essa  inflamação  crônica  também  pode  afetar  nega vamente  o  metabolismo  de  glicose,  agravando  a  resistência  à  insulina  e  aumentando  os  níveis  de  glicose  no  sangue,  o  que  eleva  o  risco  de  diabetes  po  2  e,  consequentemente,  de  doenças  cardiovasculares.  Dessa  forma,  o  consumo  excessivo  de  carne  vermelha  cria  um  ambiente  propício  para  o  desenvolvimento  de  doenças  metabólicas  e  inflamatórias,  todas  ligadas  ao  aumento  do  risco  de DCV (Shoaibinobarian  et al., 2 024).

 3.1.4. Diferenças entre Carne Processada e Não Processada

 Os  efeitos  adversos  do  consumo  de  carne  vermelha  podem  variar  dependendo  de  como  essa  carne  é  processada.  Sun  et  al.  (2024)  destacam  que  o  consumo  de  carne  vermelha  processada,  que  é  mais  rica  em  sódio  e  adi vos  prejudiciais,  está  fortemente  ligado  a  um  aumento  nos  níveis  de  pressão  arterial,  outro  fator  de  risco  significa vo  para  doenças  cardiovasculares.  Estudos  mostram  que  o  alto  consumo  de  carne  processada  eleva  significa vamente  os  níveis  de  sódio  no  corpo,  o  que  resulta  em  uma  maior  retenção  de  líquidos  e  aumento  da  pressão  sanguínea,  sobrecarregando  o  coração  (Buffa  et  al.,  2024;  Farsi  et al.,  2024).

 Por  outro  lado,  embora  a  carne  vermelha  não  processada  seja  geralmente  considerada  menos  prejudicial,  quando  consumida  em  grandes  quan dades,  ainda  representa  um  risco  significa vo  para  a  saúde  cardiovascular.  O  alto  teor  de  ácidos  graxos  saturados  encontrado  nas  carnes  vermelhas  não  processadas  pode  levar  ao  aumento  dos  níveis  de  LDL  e  ao  agravamento  do  perfil  lipídico  geral,  elevando  o  risco  de  DCV  (Shah  et  al.,  2024).

 3.1.5. Padrões Alimentares Saudáveis e Redução do Risco de DCV

 A  adoção  de  padrões  alimentares  mais  saudáveis,  com  menor  consumo  de  carne  vermelha,  pode  oferecer  bene cios  consideráveis  para  a  saúde  cardiovascular.  Dietas  baseadas  em  vegetais,  com  baixo  teor  de  carne  vermelha,  são  eficazes  na  redução  dos  níveis  de  colesterol  LDL  e  na  melhora  da  pressão  arterial,  ambos  fatores  cruciais  na  prevenção  de  doenças cardíacas (Kennedy  et al., 2024) .

 A  subs tuição  de  carne  vermelha  por  fontes  de  proteína  vegetal  ou  peixe,  como  na  dieta  mediterrânea,  resulta  em  uma  diminuição  significa va  do  risco  de  eventos  cardiovasculares.  Esse  padrão  alimentar,  que  enfa za  o  consumo  de  frutas,  vegetais,  nozes,  e  azeite,  tem  sido  amplamente  recomendado  como  uma  abordagem  eficaz  para  a  proteção  cardiovascular a longo prazo (Piacquadio  et al.,  2024).

 Hill  et  al.  (2024)  conduziram  um  estudo  que  envolveu  adultos  com  sobrepeso  ou  obesidade,  demonstrando  que  a  adoção  de  uma  dieta  com  menor  consumo  de  carne  vermelha  resultou  em  melhorias  nos  níveis  de  colesterol,  glicose  e  pressão  arterial.  Esses  resultados  reforçam  a  importância  de  uma  abordagem  dieté ca  que  minimize  o  consumo  de  carne  vermelha  em  prol  de  uma  dieta  rica  em  vegetais  e  alimentos  integrais  para  a  redução  do risco cardiovascular.

 3.2. Biomarcadores como indicadores de risco cardiovascular

 3.2.1 Biomarcadores Lipídicos

 Os  biomarcadores  lipídicos  são  amplamente  usados  para  monitorar  a  saúde  cardiovascular  e  incluem  medidas  como  colesterol  LDL,  colesterol  HDL  (lipoproteína  de  alta  densidade)  e  triglicerídeos  (Sun  et  al. ,  2024).  O  LDL  é  um  dos  principais  biomarcadores  de  risco  para  aterosclerose,  pois  facilita  o  acúmulo  de  placas  nas  paredes  arteriais.  Conforme,  o  consumo  excessivo  de  carne  vermelha,  rica  em  ácidos  graxos  saturados,  aumenta  os  níveis  de  LDL,  o  que  intensifica  o  risco  de  obstrução  arterial  e,  consequentemente,  de  DCV  (Bha acharya  et al.,  2024).

 Além  disso,  níveis  elevados  de  triglicerídeos  são  outro  fator  de  risco  que  está  diretamente  ligado  ao  consumo  de  carnes  processadas.  Dietas  ricas  em  carne  vermelha  elevam  os  triglicerídeos,  que  em  conjunto  com  o  colesterol  LDL,  aumentam  significa vamente  o  risco  de  disfunção  endotelial,  contribuindo  para  o  enrijecimento  das  artérias (Buffa  et al., 2024) .

 Por  outro  lado,  o  colesterol  HDL  é  considerado  cardioprotetor,  pois  ajuda  a  remover  o  excesso  de  colesterol  das  artérias.  O  consumo  excessivo  de  carne  vermelha,  no  entanto,  tem  sido  relacionado  a  uma  diminuição  nos  níveis  de  HDL  (Kennedy  et  al.,  2024).  A  combinação  de  níveis  elevados  de  LDL  e  triglicerídeos,  junto  com  níveis  baixos  de  HDL,  cria  um  perfil  lipídico  altamente  aterogênico,  aumentando  as  chances  de  eventos  cardiovasculares  adversos (Farsi  et al., 2024) .

 3.2.2. Biomarcadores Inflamatórios

 Os  mediadores  inflamatórios,  como  a  proteína  C-rea va  (PCR),  são  biomarcadores  importantes  que  indicam  a  presença  de  inflamação  no  corpo,  um  fator  chave  na  progressão  das  doenças  cardiovasculares  (Hill  et  al.,  2024).  Farsi  et  al.  (2024)  sugerem  que  o  consumo  excessivo  de  carne  vermelha,  par cularmente  processada,  eleva  significa vamente  os  níveis  de  PCR,  sinalizando  inflamação  sistêmica.  Essa  inflamação  crônica  contribui  diretamente  para a progressão da aterosclerose, pois facilita o acúmulo de lipídios nas paredes arteriais.

 Além  da  PCR,  outros  biomarcadores  inflamatórios,  como  interleucinas  e  fator  de  necrose  tumoral  alfa  (TNF-α),  também  aumentam  em  resposta  ao  consumo  elevado  de  carne  vermelha  (Piacquadio  et  al.,  2024).  Essa  inflamação  prolongada  danifica  as  paredes  arteriais  e  agrava  as  condições  metabólicas,  criando  um  ciclo  de  inflamação  e  disfunção  cardiovascular.  Essa  inflamação  crônica  acelera  o  processo  de  calcificação  arterial,  levando  ao  aumento  da  pressão  arterial  e  rigidez  dos  vasos,  fatores  de  risco  importantes  para  doenças cardíacas (Shoaibinobarian  et al.,  2024).

 4. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

 A  análise  do  impacto  do  consumo  excessivo  de  carne  vermelha  na  saúde  cardiovascular  revela  uma  correlação  significa va  entre  a  ingestão  elevada  deste  alimento  e  o  aumento  do  risco  de  desenvolvimento  DCVs  em  adultos.  Estudos  epidemiológicos  demonstram  que  dietas  ricas  em  carne  vermelha,  especialmente  em  suas  formas  processadas,  estão  associadas  a  níveis  elevados  de  lipídios  plasmá cos,  hipertensão,  inflamação  sistêmica  e  resistência  à  insulina,  fatores  que  contribuem  para  o  aparecimento  de condições como aterosclerose e infarto do miocárdio.

 Além  disso,  a  presença  de  compostos  como  nitratos  e  nitritos  em  carnes  processadas  tem  sido  implicada  na  geração  de  subprodutos  tóxicos  que  podem  danificar  os  vasos  sanguíneos  e  promover  processos  inflamatórios.  Por  outro  lado,  o  aumento  da  ingestão  de  proteínas  vegetais  e  alimentos  ricos  em  fibras,  como  frutas,  vegetais  e  grãos  integrais,  foi  associado  à  redução  do  risco  cardiovascular,  sugerindo  que  a  subs tuição  parcial  da  carne  vermelha  por  fontes  de  proteína  de  origem  vegetal  pode  ser  uma  estratégia  eficaz  para  melhorar a saúde cardiovascular.

 Portanto,  recomenda-se  que  adultos  adotem  uma  abordagem  dieté ca  equilibrada,  limitando  o  consumo  de  carne  vermelha  e  priorizando  alimentos  ricos  em  nutrientes  e  an oxidantes.  Essa  mudança  pode  não  apenas  auxiliar  na  redução  do  risco  de  DCVs,  mas  também  promover  uma  saúde  geral  mais  robusta.  As  diretrizes  dieté cas  devem  enfa zar  a  importância  de  uma  alimentação  diversificada,  levando  em  conta  as  evidências  cien ficas  que destacam os potenciais riscos do consumo excessivo de carne vermelha.

 5. REFERÊNCIAS

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1. Discente, Faculdade de Ciências Médicas AFYA, Jaboatão dos Guararapes-PE, Brasil.

2. Doutora, Docente da Faculdade de Ciências Médicas AFYA, Jaboatão dos Guararapes-PE, Brasil.