REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202411061502
Ângelo Ferrão1
Abstract
The use of musculoskeletal echography in osteopathy has gained attention in diagnostic and treatment practices within the healthcare sector. The literature provides a solid foundation for understanding the integration of this technique in osteopathic practice. Henrique Mendes Cabral emphasizes the importance of echography as a non-invasive, low-cost, and highly effective diagnostic tool, allowing precise diagnosis in 95% of cases. It also contributes to therapeutic management, especially in situations where diagnostic resources are limited. Artur José Caldas discusses the practice and effectiveness of rehabilitation, focusing on the inter-relationship between osteopathy and integrated body functions. Both articles emphasize the need for professionals with practical skills and theoretical knowledge to diagnose musculoskeletal conditions and apply new technologies like echography. The combination of imaging and manual evaluation techniques can potentially enhance the effectiveness of osteopathic treatment, providing a holistic understanding of the patient’s conditions.
Resumo
O uso da ecografia musculoesquelética na osteopatia tem ganhado atenção nas práticas de diagnóstico e tratamento no setor da saúde. A literatura fornece uma base sólida para entender a integração dessa técnica na prática osteopática. Henrique Mendes Cabral enfatiza a importância da ecografia como uma ferramenta de diagnóstico não invasiva, de baixo custo e altamente eficaz, permitindo um diagnóstico preciso em 95% dos casos. Também contribui para a gestão terapêutica, especialmente em situações onde os recursos de diagnóstico são limitados. Artur José Caldas discute a prática e a eficácia da reabilitação, focando na inter-relação entre a osteopatia e as funções corporais integradas. Ambos artigos enfatizam a necessidade de profissionais com experiência e conhecimento teórico para diagnosticar condições musculoesqueléticas e aplicar novas tecnologias como a ecografia. A combinação de técnicas de imagem e avaliação manual pode potencialmente aumentar a eficácia do tratamento osteopático, proporcionando uma compreensão holística das condições do paciente.
Palavras chave: Osteopatia, Ecografia, Reabilitação física.
Keywords: Osteopathy, Echography, Physical rehabilitation.
1. Introdução
A utilização da ecografia musculoesquelética pelos osteopatas é um tema que vem ganhando destaque nas práticas de diagnóstico e tratamento dentro da saúde. A literatura atual oferece uma base sólida para entender a integração desta técnica na prática osteopática. O artigo de Henrique Mendes Cabral (Mendes CABRAL, 2011) destaca a importância da ecografia como uma ferramenta diagnóstica não invasiva, de baixo custo e com alta eficácia, permitindo um diagnóstico preciso em 95% dos casos. A utilização de ecógrafos não só facilita o acesso ao diagnóstico de diversas patologias, mas também contribui para a gestão terapêutica, especialmente em situações onde os recursos a meios auxiliares de diagnóstico são limitados. Este contexto é crucial para osteopatas que atuam com menos acesso a tecnologias avançadas, pois a ecografia pode servir como um exame complementar de primeira linha, ampliando as possibilidades de intervenção.
Avançando para 2019, Artur José Caldas (José Caldas, 2019) discute a prática e efetividade da reabilitação, trazendo à tona a inter-relação entre a osteopatia e as funções corporais integradoras.
O artigo de Caldas (José Caldas, 2019) apresenta uma visão abrangente da osteopatia, dividindo-a em várias vertentes, como a osteopatia estrutural, visceral e sacrocraniana. A obra enfatiza a natureza global do tratamento osteopático, que deve ser adaptado às necessidades individuais dos pacientes. O autor argumenta que os profissionais que utilizam técnicas osteopáticas precisam não apenas de habilidades práticas, mas também de um profundo conhecimento teórico que abranja diagnósticos de condições musculoesqueléticas e a capacidade de aplicar novas tecnologias, como a ecografia. O autor argumenta que a palpação é uma técnica fundamental para a identificação de alterações no sistema musculoesquelético, que muitas vezes reflete condições internas do corpo. A descrição detalhada das funções corporais e a ênfase na importância do toque manual reforçam a ideia de que a osteopatia não se limita a uma abordagem mecânica, mas sim considera a interconexão entre corpo, mente e espírito. A habilidade de detectar alterações estruturais através do tato é uma competência essencial para os osteopatas, que se apoiam na palpação para orientar diagnósticos e intervenções.
Esses dois artigos, quando analisados em conjunto, fornecem uma visão abrangente da relevância da ecografia musculoesquelética na prática osteopática. Enquanto Cabral (Mendes CABRAL, 2011) enfatiza a utilidade da ecografia como uma ferramenta diagnóstica, Caldas (José Caldas, 2019) destaca a importância do toque e da palpação, criando um diálogo entre técnicas de imagem e avaliação manual. Essa combinação de abordagens pode potencializar a eficácia do tratamento osteopático, permitindo uma compreensão mais holística e fundamentada das condições do paciente.
2. Revisão bibliográfica
O artigo “Impacto da ecografia de bolso no diagnóstico e gestão terapêutica em zonas remotas” de Henrique Mendes CABRAL (Mendes CABRAL, 2011) apresenta uma análise abrangente sobre a importância da ecografia como uma ferramenta diagnóstica fundamental, especialmente em contextos onde o acesso a tecnologias médicas mais avançadas é limitado. A obra enfatiza que a medicina contemporânea deve ser baseada em evidências, e a utilização de ecógrafos permite que os profissionais de saúde, incluindo osteopatas, tomem decisões informadas baseadas em dados clínicos sólidos.
CABRAL argumenta que a ecografia é uma técnica de diagnóstico não invasiva, de baixo custo e que disponibiliza informações clinicamente relevantes para uma vasta gama de patologias. Com uma taxa de precisão de 95% no diagnóstico, o ecógrafo é descrito como um exame complementar de primeira linha, especialmente eficaz. Esta versatilidade torna a ecografia uma ferramenta valiosa para osteopatas que buscam integrar métodos diagnósticos baseados em evidências na sua prática clínica.
A aplicação da ecografia em zonas remotas é um aspecto destacado no artigo, onde a possibilidade de diagnosticar rapidamente condições como a presença de líquido em espaços pleurais ou pericárdicos, bem como traumas e fraturas, é apresentada como uma vantagem significativa. Isso é particularmente útil em situações onde a assistência médica é escassa, permitindo que osteopatas e outros profissionais de saúde realizem avaliações precisas encaminhando o paciente para o serviço médico mais adequado.
Além disso, podemos extrapolar neste artigo o papel da ecografia no rastreio e tratamento preventivo de várias situações, evidenciando a sua utilidade em contextos variados. Esta multifuncionalidade da ecografia não apenas enriquece a prática osteopática, mas também contribui para uma abordagem mais holística e informada no cuidado do paciente.
O artigo intitulado “Prática e efetividade da enfermagem de reabilitação: contributos da osteopatia” de Artur José Caldas (José Caldas, 2019) explora a relevância da palpação como técnica fundamental na prática osteopática. A palpação, conforme descrito pelo autor, é uma habilidade essencial que permite a coleta de informações através do tato, possibilitando a identificação de diversas características dos tecidos, como textura, espessura e consistência. Essa técnica é particularmente valiosa no contexto do sistema músculo-esquelético, onde a avaliação manual pode levar a diagnósticos mais precisos e a intervenções terapêuticas eficazes.
Caldas argumenta que a observação aliada ao conhecimento osteopático por meio da palpação não apenas facilita o diagnóstico, mas também enriquece o tratamento de patologias que afetam o sistema músculo-esquelético. A capacidade dos profissionais de saúde, incluindo osteopatas, de perceber alterações estruturais através do toque, contribui significativamente para a compreensão das disfunções funcionais do corpo humano. Essa abordagem holística, que considera a inter-relação entre corpo, mente e espírito, é um princípio central na osteopatia, conforme destacado pelo autor.
A descrição detalhada das funções corporais e a ênfase na importância do toque manual reforçam a ideia de que a osteopatia não se limita a uma abordagem mecânica, mas sim considera a interconexão entre corpo, mente e espírito. A habilidade de detectar alterações estruturais através do tato é uma competência essencial para os osteopatas, que se apoiam na palpação para orientar diagnósticos e intervenções.
Caldas (José Caldas, 2019) destaca a importância da avaliação do estado de saúde do paciente e a necessidade de um plano de tratamento personalizado. Essa abordagem é crucial, considerando que a saúde é vista como um estado de harmonia, onde o fluxo de líquidos corporais e a atividade nervosa se mantêm normais. Quando há disfunções, que podem ser causadas por fatores mecânicos e multifatoriais, a utilização da ecografia pode fornecer uma ferramenta valiosa para a avaliação e o tratamento, permitindo uma compreensão mais precisa das condições musculoesqueléticas.
A proposta de Caldas (José Caldas, 2019) de integrar a ecografia nas práticas osteopáticas sugere um avanço significativo na forma como os profissionais podem diagnosticar e tratar disfunções somáticas, promovendo uma abordagem mais informada e baseada em evidências. Essa integração não só reforça a necessidade de um conhecimento técnico, mas também a importância de uma prática reflexiva e adaptativa em relação às necessidades dos pacientes. Assim, a literatura destaca que a ecografia musculoesquelética pode ser um recurso essencial para otimizar os resultados dos tratamentos osteopáticos, contribuindo para uma prática mais eficaz e centrada no paciente.
A crítica que se pode fazer ao artigo reside na necessidade de mais evidências empíricas que sustentem as afirmações sobre a efetividade da palpação em comparação com métodos de diagnóstico mais convencionais, como a ecografia musculoesquelética. Embora a palpação seja uma técnica valiosa, a integração de tecnologias de imagem, como a ecografia, poderia oferecer uma visão mais abrangente e objetiva das condições musculoesqueléticas, complementando a avaliação manual. A discussão sobre como essas técnicas podem coexistir e se complementar na prática osteopática poderia enriquecer ainda mais a análise apresentada por Caldas.
3. Conclusão
A utilização da ecografia musculoesquelética pelo osteopata emerge como uma prática inovadora e essencial na abordagem diagnóstica e terapêutica, conforme evidenciado pelos artigos analisados. O artigo de Henrique Mendes Cabral (Mendes CABRAL, 2011) destaca a ecografia como uma ferramenta diagnóstica não invasiva, de baixo custo e altamente eficaz, com uma taxa de precisão de 95% nos diagnósticos. Essa técnica é especialmente relevante em contextos onde o acesso a tecnologias médicas avançadas é limitado, permitindo que osteopatas realizem diagnósticos precisos e intervenções adequadas. A versatilidade da ecografia, que se estende a diversas patologias, incluindo condições ginecológicas e traumas, enriquece a prática osteopática, promovendo uma abordagem mais holística e baseada em evidências.
Por outro lado, o artigo de Artur José Caldas (José Caldas, 2019) enfatiza a importância da palpação como uma técnica fundamental na prática osteopática, destacando a inter-relação entre a avaliação manual e o cuidado do profissional de saúde. A palpação permite a identificação de alterações no sistema musculoesquelético, refletindo condições internas do corpo, e é uma habilidade essencial para os osteopatas. No entanto, o autor também sugere que a integração da ecografia com a palpação poderia potencializar a eficácia do diagnóstico e tratamento, proporcionando uma compreensão mais abrangente das condições do paciente.
Em conclusão, a análise dos dois artigos evidencia a complementaridade entre a ecografia musculoesquelética e a palpação na prática osteopática. Enquanto a ecografia oferece dados objetivos e precisos, a palpação permite uma avaliação sensorial e holística do paciente. A combinação dessas abordagens pode enriquecer a prática osteopática, promovendo diagnósticos mais precisos e intervenções terapêuticas eficazes, além de contribuir para uma melhor gestão do cuidado em contextos variados.
Bibliografia:
Mendes CABRAL, H. “Impacto da ecografia de bolso no diagnóstico e gestão terapêutica em zonas remotas.” 2011.
José Caldas, A. “Prática e efetividade da enfermagem de reabilitação: contributos da osteopatia.” 2019.
1 DO, MSc (dr.angeloferrao@gmail.com) Osteocare clinica, Quinta do Conde, Sesimbra, Portugal