DESEMPENHO FÍSICOS EM IDOSOS SEDENTÁRIOS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202411060802


Ariane Saraiva Fernandes Madeira
Fernanda Dos Santos Sampaio de Lima
Orientadora: Profª. Mestre Cintia Campos Costa


RESUMO

A prática regular de atividade física em idosos tem sido amplamente estudada e demonstrou ter diversos benefícios significativos para o desempenho físico e a saúde em geral. Em comparação com idosos sedentários, aqueles que se envolvem em atividades físicas regulares geralmente apresentam um melhor desempenho físico em várias áreas. As principais diferenças observadas: força muscular, flexibilidade, mobilidade, equilíbrio, coordenação motora e saúde óssea. Esses achados podem auxiliar os fisioterapeutas a acharem uma medida preventiva para os fatores de risco. O principal objetivo desse estudo é identificar idosos que tem déficit de equilíbrio, perda de força muscular, uma má postura e encaminhar a fisioterapia para que melhore o problema encontrado e a qualidade de vida. Metodologia: foram selecionados 30 idosos de ambos os sexos, entre a idade de 60 a 80 anos que apresente na avaliação inicial a pontuação menor ou igual a 3 na escala de Katz, com níveis de sedentarismo diferentes, além de teste de caminhada, escala de Lawton e questionário sobre rotina cotidiana. Resultados: Na pesquisa com 30 idosos sedentários entre 60 e 80 anos, foram realizados testes de capacidade física e funcional. No Teste de Caminhada de 6 Minutos, os idosos de 60 a 69 anos percorreram uma média de 4 metros, enquanto os de 70 a 79 anos e 80 anos alcançaram 5 e 6 metros, respectivamente. Na Escala de Lawton, que avalia independência em atividades instrumentais, a maioria dos idosos apresentou necessidade de ajuda, mostrando que a dependência aumenta com a idade. Na Escala de Katz, 37% dos idosos de 60 a 69 anos, 43% de 70 a 79 anos e 20% dos idosos de 80 anos mantiveram independência em atividades básicas de autocuidado. Conclusão: Portanto, incentivar a prática de exercícios adaptados às necessidades e capacidades dos idosos não apenas melhora a qualidade de vida, mas também representa uma estratégia eficaz para enfrentar os desafios do envelhecimento. Investir em programas de atividade física direcionados a essa população é fundamental para promover uma vida mais saudável e plena, permitindo que os idosos desfrutem de uma maior autonomia e satisfação em suas atividades diárias. 

Palavra-Chave: Idosos, Equilíbrio, Sedentarismo, Atividade física. 

ABSTRACT

In the study with 30 sedentary elderly individuals between 60 and 80 years of age, physical and functional capacity tests were performed. In the 6-Minute Walk Test, the elderly individuals aged 60 to 69 years walked an average of 4 meters, while those aged 70 to 79 and 80 years walked 5 and 6 meters, respectively. In the Lawton Scale, which assesses independence in instrumental activities, most elderly individuals showed a need for help, showing that dependence increases with age. In the Katz Scale, 37% of the elderly individuals aged 60 to 69 years, 43% of those aged 70 to 79 years and 20% of those aged 80 years maintained independence in basic self-care activities.

Keywords: Elderly, Balance, Sedentary lifestyle, Physical activity.

INTRODUÇÃO

A população idosa atualmente vem crescendo no mundo todo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2050 a população idosa chegará em aproximadamente 1,5 bilhões (CANEIRO et al., 2021).

Os idosos tendem a apresentar capacidades regenerativas decrescentes, o que pode levar, por exemplo, à fragilidade, um processo de crescente vulnerabilidade, predisposição ao declínio funcional e, no estágio mais avançado, a morte. Ademais, mudanças físicas também podem comprometer a qualidade de vida dessas pessoas. As quedas podem afetar a vida do idoso provocando alterações nas suas atividades de vida diária e uma dependência de terceiros (SOUZA, 2015). São consideradas uma preocupação significativa e é a 6° maior causa de morte nesta população, gerando alto custo para o Sistema Único de Saúde (SUS) e aos familiares, justificando a necessidade da prevenção.

Cunha (2020), ressalta sobre a importância da fisioterapia gerontológica nos dias atuais, que é de conservar a função motora e cognitiva do idoso e ao mesmo tempo propiciando um retardamento das instalações das incapacidades decorrentes do processo de envelhecimento, ou reabilitando funcionalmente o idoso para as atividades de vida diária, a partir de suas potencialidades, heterogeneidades e especificidades. Argumenta ainda que é essencial entender que a mesma não se baseia apenas na reabilitação, mas também proporciona ao idoso a abrangência da sua totalidade.

Com a fisioterapia funcional para idosos as atividades cotidianas como caminhar dentro de casa e erguer os objetivos simples é uma ótima ferramenta que não deve ser negligenciada por cuidadores e familiares. O treinamento de força para pessoas idosas tem se mostrado uma alternativa eficaz para aumentar a massa e força muscular, bem como, melhorar a adesão das unidades motoras, intensificando sua taxa de disparo e é importante que o idoso faça exercício três vezes na semana para que a qualidade de vida e a força o aumente trazendo estabilidade e por muito mais tempo a independência funcional. (BRASIL, 2023)

A fisioterapia preventiva voltada a terceira idade atua na prevenção de doenças provocadas pelo envelhecimento, melhorando a força, resistência e equilíbrio evitando quedas futura (GOMES et al, 2022). A fisioterapia na atenção primaria tem um importante papel na prevenção de quedas em idosos. Através de vários recursos fisioterapêuticos eliminando e minimizando suas causas, evitando quedas futuras e que possibilitem melhora a qualidade de vida dos idosos (MILKE et al., 2021).

O papel do profissional de Fisioterapia no envelhecimento ativo é fundamental por contribuir não só para a prevenção de doenças, mas também para a promoção da independência e qualidade de vida dos idosos. Este trabalho teve  como objetivo principal avaliar o desempenho físico dos idosos e com isso mensurar e também aplicar praticas de intervenção para uma melhora. (MELO et al., 2020)

MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo foi de caráter descritivo e quantitativo e ocorreu na cidade de Porto Velho, em Rondônia, na Clínica Escolar de Fisioterapia do Centro Universitário São Lucas, este trabalho foi  aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário São Lucas sob o número do parecer.  Foram selecionados 30 idosos de ambos os sexos, entre a idade de 60 a 80 anos que apresente a pontuação de 0 a 5 na escala de Katz, com níveis de sedentarismo diferentes, foram utilizados dados do Excel e Google Forms. Os idosos selecionados para participar da pesquisa, foram abordados pelas pesquisadoras, que explicou o objetivo, os procedimentos os risco e benefícios da participação. Os voluntários, após serem esclarecidos sobre a proposta do estudo e os procedimentos aos quais foram submetidos, assinar, um termo de consentimento livre e esclarecido, além de garantir sigilo de identificação e o direito de retirada da pesquisa a qualquer momento sem prejuízo nenhum. A partir de então os idosos responderam os questionários da pesquisa com perguntas sobre sua vida cotidiana, se realizavam algum tipo de atividade física, presença de comorbidades, e também dificuldades em realizar certos esforços. Os resultados foram apresentados aos participantes e foram tabulados estatisticamente para apresentação de um artigo cientifico a fim de contribuir com a pesquisa científica.

RESULTADOS

A amostra foi composta de 30 idosos com idade entre 60 a 80 anos, do sexo feminino ou masculino, sedentários;

Foi realizado o Teste de caminhada de 6 minutos, e os resultados mostraram que os idosos de 60 a 69 anos teve uma media de 4 metros percorridos, os idosos de 70 a 79 anos já fizeram uma media 5 metros e os idosos de 80 anos uma media de 6 metros,  de   quantos idosos fizeram cada distancia.

No Gráfico 1 foi realizado uma caminhada de 6 minutos e observado a distancia percorrida entre os idosos, observa-se consegue alcançar uma distancia de 500 a 600 metros de distancia assim como mostrado no gráfico.

Gráfico 1: Teste da caminhada de 6 minutos

No gráfico 2 foi realizado o levantamento de dados encaixados na escala de Lawton, a escala avalia o desempenho do idoso em relação as atividades instrumentais a fim de verificar a sua independência funcional. AVALIAÇÃO: A pontuação máxima possível são 27 pontos. Existem três respostas possíveis as perguntas que variam de independência, dependência parcial ou dependência que consistem, respectivamente, nas seguintes possibilidades: sem ajuda, com ajuda parcial e não consegue. Dentro do gráfico observa-se que os idosos conseguem exercer certas tarefas já em outras necessitam de ajudas, em sua maioria necessitando de ajuda. Em sua totalidade os idosos tem uma dependência maior baseado na escala de Lawton.

Grafico 2: Escala de Lawton

No gráfico 3 temos a escala de Katz, nesta escala temos um questionário afim de avaliar a capacidade funcional do idoso de realizar tarefas cotidianas, no gráfico temos a quantidade de idosos que são independentes dentro de suas tarefas habituais. Como foi  observado uma taxa de 37% dos idosos em 60 a 69 anos consegue realizar suas atividades cotidianas, temos  43% dos idosos de 70 a 79 anos e 20 % em idosos  de 80 anos.

Grafico 3: Escala de Katz

No gráfico 4 temos uma avaliação, foram feitas perguntas de atividades do dia a dia como: curvar-se? agachar ou ajoelhar-se? levanta ou carrega objetos com peso aproximado de 5 kg? eleva ou estende os braços acima do nível do ombro? Escreve ou manuseia e segura pequenos objetos? Entre outras perguntas a mais, no gráfico foi observado que em sua totalidade os idosos realizam essas atividades com grande facilidade.  Pois temos uma quantidade de 6 idosos de 80 anos realizando todos os comandos com facilidade no mesmo intuito temos 13 idosos de 70 a 79 anos e 11 idosos 60 a 69 anos

Grafico 4: Questionário

Dentre os resultados também foram realizados testes sobre a flexibilidades dos membros inferiores onde 11 idosos de 60 a 69 anos conseguiram realizar uma flexão de 27 a 30 cm, 13 idosos de 70 a 79 anos realizaram uma flexão de 25 a 30 cm e 6 idosos de 80 anos realizaram de 22,5 a 29 cm de flexibilidade dos membros inferiores. Na tabela 1 podemos observar as repetições do ato de sentar e levantar exercida pelos idosos.

Tabela 1:  Força dos membros inferiores (sentar e levantar)

Força dos membros inferiores (sentar e levantar)
60 a 69 anos70 a 79 anos80 anos
1 idoso – 9 repetições2 idosos – 10 repetições1 idoso – 8 repetições
3 idosos – 10 repetições9 idosos – 12 repetições1 idoso – 9 repetições
8 idosos – 14 repetições2 idosos – 13 repetições2 idosos – 10 repetições
  2 idosos – 12 repetições

DISCUSSÃO

A discussão sobre os dados analisados neste estudo gira em torno do impacto do envelhecimento e do sedentarismo em aspectos funcionais e de mobilidade dos idosos, com foco em três faixas etárias: 60 a 69 anos, 70 a 79 anos e 80 anos. A amostra de 30 idosos, composta por homens e mulheres sedentários, foi avaliada por meio do Teste de Caminhada de 6 Minutos, da Escala de Lawton, da Escala de Katz, além de uma avaliação de flexibilidade e mobilidade em atividades do cotidiano. Esses instrumentos foram selecionados para oferecer uma visão abrangente da condição física e funcional dos participantes, explorando sua independência e sua capacidade de realizar atividades diárias.

A saúde dos idosos é um tema de importância crescente na sociedade contemporânea, dado o aumento da expectativa de vida e a necessidade de garantir uma qualidade de vida digna para essa população. A inatividade física entre os idosos é um fator de risco significativo que contribui para diversas condições de saúde adversas, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e declínio funcional. O sedentarismo é especialmente prejudicial para os idosos, pois pode acelerar o processo de envelhecimento e agravar problemas de saúde existentes. Segundo Aciole (2006), as políticas de saúde no Brasil precisam abordar tanto o público quanto o privado para efetivamente combater o sedentarismo.

A prática regular de exercícios físicos tem sido comprovada como uma intervenção eficaz para melhorar a saúde e o bem-estar dos idosos. Estudos como o de Barreto et al. (2003) mostram que a participação em programas de atividade física pode melhorar significativamente a qualidade de vida. Além disso, Binder et al. (2002) destacam que o treinamento físico ajuda a reduzir a fragilidade entre idosos que vivem na comunidade. A importância dos exercícios físicos se dá não apenas na manutenção da capacidade física, mas também na prevenção de doenças crônicas e na promoção da saúde mental. O exercício regular pode melhorar a mobilidade, o equilíbrio, a força muscular e a resistência, reduzindo assim o risco de quedas e outros acidentes.

Os fisioterapeutas desempenham um papel crucial na promoção de um estilo de vida ativo e na reabilitação de idosos. Eles utilizam abordagens terapêuticas para corrigir comorbidades, como mostra o estudo de Bittar et al. (2007) sobre a reabilitação vestibular. O fisioterapeuta é essencial na orientação de atividades físicas que respeitem as limitações e necessidades de cada idoso, garantindo que o exercício seja seguro e eficaz. Carrière (1999) também ressalta a importância do uso de ferramentas como a bola suíça para exercícios terapêuticos. Essas intervenções podem ser personalizadas para melhorar a função física geral e a qualidade de vida.

Em resumo, a combinação de políticas públicas eficazes, programas de exercício físico e intervenções fisioterapêuticas são essenciais para combater o sedentarismo e promover a saúde dos idosos no Brasil. Os estudos citados reforçam a necessidade de uma abordagem integrada e contínua para garantir que os idosos possam viver de maneira ativa e saudável (BRASIL, 1999). Com o envelhecimento da população, é crucial investir em estratégias que promovam a atividade física e o bem-estar, valorizando o papel dos profissionais de saúde na orientação e no cuidado dos idosos.

Inicialmente, o Teste de Caminhada de 6 Minutos, um parâmetro amplamente utilizado para avaliar a capacidade funcional, resistência e condição cardiorrespiratória em idosos, revelou diferenças importantes entre as faixas etárias. Os dados mostram que os idosos entre 60 e 69 anos percorreram, em média, 4 metros, enquanto os de 70 a 79 anos percorreram 5 metros, e aqueles com 80 anos alcançaram uma média de 6 metros. Essa diferença de desempenho pode indicar um declínio gradual na capacidade de locomoção, que é uma característica frequente do envelhecimento. A redução progressiva na distância percorrida sugere que o aumento da idade está associado a uma diminuição da resistência física e, possivelmente, da força muscular, fatores que impactam diretamente a autonomia e a mobilidade dos idosos. Esse resultado é um alerta para a importância de intervenções precoces, como programas de atividade física adaptados que visem a manutenção e o fortalecimento da capacidade física em idosos.

A Escala de Lawton, por sua vez, foi utilizada para avaliar a independência dos idosos em atividades instrumentais da vida diária (AIVD), como a administração de finanças, uso de transportes, controle de medicação e realização de compras. A escala permite três respostas possíveis às atividades – independência total, dependência parcial e dependência total (ALLISSON et al., 2004). Os dados revelaram que a maioria dos idosos precisa de ajuda para realizar atividades instrumentais, o que denota uma dependência funcional maior com o avanço da idade. Esse resultado reflete o impacto do envelhecimento nas habilidades instrumentais e a diminuição da capacidade para realizar atividades mais complexas de forma autônoma. O aumento da dependência em atividades instrumentais significa que esses idosos podem enfrentar maiores desafios em manter uma vida independente e realizar atividades cotidianas que envolvem maior exigência cognitiva e física. O dado também aponta para a necessidade de intervenções que incentivem a prática de atividades que melhorem as capacidades cognitivas e motoras dos idosos.

Em relação à Escala de Katz, que mede a capacidade funcional para atividades básicas de autocuidado, como higiene, alimentação e mobilidade, observa-se um declínio progressivo na independência funcional ao longo das faixas etárias (ALTER et al., 1999). A análise mostra que 37% dos idosos entre 60 e 69 anos realizam suas atividades de forma independente, enquanto 43% dos idosos de 70 a 79 anos mantêm essa independência, e apenas 20% dos idosos com 80 anos conseguem realizar as atividades sem ajuda. Esse declínio funcional progressivo revela que o envelhecimento impacta a independência em atividades básicas e essenciais para a vida diária, com uma queda acentuada na capacidade funcional especialmente após os 80 anos. Essa limitação funcional aumenta a necessidade de apoio para a realização das atividades diárias, o que, além de impactar a qualidade de vida, demanda atenção das famílias e cuidadores e indica a relevância de políticas de apoio e estrutura para essa população.

No que diz respeito à avaliação das atividades de vida diária e da flexibilidade, observou-se que a maioria dos idosos realizou tarefas como curvar-se, agachar-se e carregar objetos com certa facilidade. Especificamente, seis idosos de 80 anos, treze idosos de 70 a 79 anos e onze de 60 a 69 anos demonstraram que ainda conseguem executar essas atividades sem grandes dificuldades, o que reflete uma boa mobilidade em atividades específicas. Já na análise de flexibilidade dos membros inferiores, os idosos entre 60 e 69 anos apresentaram uma média de flexão entre 27 e 30 cm, enquanto os de 70 a 79 anos alcançaram uma média de 25 a 30 cm, e aqueles com 80 anos apresentaram uma média entre 22,5 e 29 cm.

Embora a flexibilidade dos membros inferiores ainda se mantenha em níveis que permitem a execução de atividades básicas, observa-se uma leve redução de flexibilidade com o aumento da idade, o que pode influenciar a independência funcional e aumentar o risco de quedas. Esses resultados reforçam a importância de manter a flexibilidade e a força muscular dos membros inferiores, pois ambas são fundamentais para a manutenção da autonomia e para a prevenção de lesões que poderiam comprometer ainda mais a mobilidade dos idosos.

Em uma análise comparativa dos dados, é evidente que o envelhecimento leva a uma maior necessidade de assistência em atividades diárias, tanto instrumentais quanto básicas. A redução da mobilidade e da flexibilidade, além das limitações em atividades instrumentais, pode comprometer a independência dos idosos, gerando impacto direto na qualidade de vida e na autonomia. Intervenções que promovam a atividade física regular, mesmo que em intensidade leve a moderada, podem ser eficazes na preservação da independência funcional, melhorando o desempenho em atividades cotidianas e aumentando a qualidade de vida dos idosos. Assim, programas de reabilitação e promoção da saúde devem incluir fortalecimento muscular, alongamento e atividades aeróbicas moderadas como estratégias para essa população.

De acordo com Castro et al. (2007), a participação em programas como a Universidade Aberta da Terceira Idade (UATI) e o Programa de Revitalização (REVT) tem uma influência positiva na qualidade de vida de adultos de meia-idade e idosos. Estes programas oferecem oportunidades de aprendizado contínuo e atividades físicas, que são fundamentais para manter a saúde mental e física dos idosos. A interação social e o envolvimento em atividades intelectuais são componentes importantes para a promoção do bem-estar.

Chaimowicz (1997) discute os desafios de saúde enfrentados pelos idosos brasileiros na virada do século XXI, projetando problemas e sugerindo alternativas. Entre as questões destacadas, o sedentarismo aparece como um fator de risco significativo. Para mitigar esses riscos, é essencial que políticas públicas sejam implementadas para promover a atividade física e o envelhecimento saudável. Isso inclui programas comunitários de exercícios e iniciativas que incentivem a mobilidade e a atividade física regular entre os idosos.

Gomes et al. (2022) abordam a carga de doenças atribuível a fatores de risco no Brasil, com uma análise de estimativas nacionais e subnacionais. O estudo revela que o sedentarismo é um dos principais fatores de risco que contribuem para a carga de doenças entre os idosos. A atividade física regular pode reduzir significativamente o impacto de várias condições crônicas, melhorando a longevidade e a qualidade de vida.

Esses resultados revelam um declínio progressivo nas funções físicas e independência dos idosos, o que destaca a importância de políticas de saúde e programas de prevenção que minimizem o impacto do envelhecimento e contribuam para a manutenção da independência e da qualidade de vida.

CONCLUSÃO

A atividade física desempenha um papel crucial na promoção da saúde e bem-estar dos idosos, oferecendo benefícios que vão além da simples manutenção da forma física. Ao incorporar exercícios regulares na rotina, os idosos podem melhorar sua força, flexibilidade e equilíbrio, o que reduz significativamente o risco de quedas e lesões. Além disso, a atividade física está associada a melhorias na saúde mental, contribuindo para a diminuição da ansiedade e da depressão, e promovendo um envelhecimento mais ativo e independente. Portanto, incentivar a prática de exercícios adaptados às necessidades e capacidades dos idosos não apenas melhora a qualidade de vida, mas também representa uma estratégia eficaz para enfrentar os desafios do envelhecimento. Investir em programas de atividade física direcionados a essa população é fundamental para promover uma vida mais saudável e plena, permitindo que os idosos desfrutem de uma maior autonomia e satisfação em suas atividades diárias.  

REFERENCIAS

1. Alter M. Ciência da Flexibilidade. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul; 1999.

2. Allison L, Fuller K. Equilíbrio e Desordens Vestibulares. In: Umphred DA, editor. Reabilitação Neurológica. 4. ed. Barueri: Manole; 2004. p. 648-95.

3. Aciole GG. A Saúde no Brasil: cartografias do público e do privado. Campinas: Hucitec; 2006.

4. Barreto KML, Cavalcanti MIG, Leite Júnior DL, Oliveira LSA, Almeida PC. Perfil sócio-epidemiológico demográfico das mulheres idosas da Universidade Aberta à Terceira Idade no estado de Pernambuco. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2003;3(3):339-54.

5. Brasil. Portaria n. 1.395/GM de 10 de dezembro de 1999. Aprova a Política Nacional de Saúde do Idoso.

6. Bittar RSM, Pedalini MEB, Bottino MA, Formigoni LG. Síndrome do desequilíbrio no idoso. Pró-Fono. 2002;14(1):119-28.

7. Bittar RSM, Simoceli L, Bottino MA, Pedalini MEB. Repercussão das medidas de correção das comorbidades no resultado da reabilitação vestibular de idosos. Rev Bras Otorrinolaringol. 2007;73(3):295-8.

8. Binder E, Schechtman KB, Ehsani AA, Steger-May K, Brown M, Sinacore DR, et al. Effects of exercise training on frailty in community-dwelling older adults: results of a randomized, controlled trial. J Am Geriatr Soc. 2002;50(12):1921-8.

9. Carrière B. Bola Suíça: teoria, exercícios básicos e aplicação clínica. São Paulo: Manole; 1999.

10. Carneiro JLS, Ayres JRCM. Autonomia, vulnerabilidade e o cuidado do idoso. Rev Saude Publica. 2021;55. Disponível em: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055002856. Acesso em: 28 out. 2024.

11. Cunha JAC, Camarano AA. O envelhecimento da população brasileira: uma abordagem demográfica e econômica. Cien Saude Colet. 2020;25(10):3869-81. Disponível em: https://www.scielo.br. Acesso em: 28 out. 2024.

12. Castro PC, Lima LR, Seidl EMF, Merighi MAB, Guitierrez MMU, Silva MLT. Influência da universidade aberta da terceira idade (UATI) e do programa de revitalização (REVT) sobre a qualidade de vida de adultos de meia-idade e idosos. Rev Bras Fisioter. 2007;11(6):461-7.

13. Castro PC. Avaliação da influência dos programas Universidade Aberta da Terceira Idade e Revitalização Geriátrica sobre a qualidade de vida de idosos [dissertação]. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos; 2007. 77 p.

14. Chaimowicz F. A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI: problemas, projeções e alternativas. Rev Saude Publica. 1997;31(2):184-200.

15. Gomes SC, Brant LCC, Ribeiro ALP, Oliveira PPV, Flor LS, Gakidou E. Burden of disease attributable to risk factors in Brazil: an analysis of national and subnational estimates from the 2019 Global Burden of Disease study. J Bras Soc Trop Med. 2022;55(Suppl 1). Disponível em: https://www.scielosp.org. Acesso em: 28 out. 2024.

16. Gomes MO, Mello CB, Hiramoto MB. Efeitos do exercício físico em idosos fragilizados: uma revisão sistemática. Rev Bras Ativ Fis Saúde. 2020;22(5):497-507. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbafs/a/. Acesso em: 28 out. 2024.

17. Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS). Estado de saúde da população idosa e utilização de serviços de saúde. In: O futuro da saúde no Brasil. São Paulo: IEPS; 2019. Disponível em: https://ieps.org.br. Acesso em: 28 out. 2024.

18. Ministério da Saúde (Brasil). Guia de cuidados para a pessoa idosa. Brasília; 2023. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br. Acesso em: 28 out. 2024.

19. Milke GI, Stopa SR, Gomes CS, Silva AG, Alves FT, Vieira MLF, et al. Atividade física de lazer na população adulta brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde 2013 e 2019. Rev Bras Epidemiol. 2021;24(Suppl 2) . Disponível em: https://www.scielo.br. Acesso em: 28 out. 2024.

20. Melo RC. O papel do exercício físico no envelhecimento saudável. Rev Kairós-Gerontol. 2020;23:7-15. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/view/52271. Acesso em: 28 out. 2024.