REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202411060755
Emilly Alves Monteiro1;
Catarina Soares Silveira2
Resumo
A odontologia estética tem experimentado progressos recentes em técnicas e metodologias nas últimas décadas, sendo o clareamento dental um dos procedimentos mais procurados por pacientes que buscam serviços odontológicos. Um efeito colateral frequentemente associado a esse procedimento é a sensibilidade dentária, que pode surgir em indivíduos com ou sem predisposição à hipersensibilidade. Este estudo teve como objetivo revisar as técnicas e materiais utilizados no clareamento dental, bem como os métodos de controle da sensibilidade, buscando identificar a abordagem mais eficaz para minimizar esses efeitos indesejáveis. A metodologia empregada nesta pesquisa consistiu em um processo de seleção de artigos dividido em duas fases. Na primeira fase, foram analisados os títulos e resumos dos artigos encontrados, identificando aqueles que potencialmente atendiam aos critérios de inclusão. Dentre as técnicas comprovadas, a combinação do clareamento em consultório com gel de alta concentração e o clareamento domiciliar com gel de baixa concentração apresentou os melhores resultados. Essa abordagem potencializou o efeito clareador, ao mesmo tempo em que reduziu a sensibilidade dentária, oferecendo uma solução eficaz e mais confortável para os pacientes.
Palavras- chave: Sensibilidade dental; Clareamento dentário; Tratamento.
1. INTRODUÇÃO
O clareamento dental destaca-se como uma das práticas mais populares na odontologia estética, impulsionado pelo interesse crescente em alcançar sorrisos mais claros, influenciado tanto pela mídia quanto pelos padrões estéticos contemporâneos (De Souza,2021). Esse procedimento utiliza cremes dentais e géis clareadores com agentes oxidantes, como o peróxido de hidrogênio ou de carbamida, comprovadamente eficazes para melhorar a aparência dos dentes de forma rápida e satisfatória (Coppla, 2019). Apesar de seus benefícios estéticos, o clareamento apresenta desafios, sendo o aumento da sensibilidade dentária um dos principais efeitos colaterais, o que pode tornar o tratamento desconfortável para alguns pacientes.
A intensidade da sensibilidade depende de fatores como a técnica utilizada, a concentração do agente clareador e a condição bucal prévia do paciente (Pontarollo, 2019). Em alguns casos, a sensibilidade é tão intensa que os pacientes interrompem o tratamento antes do término, mesmo com o desenvolvimento de técnicas e produtos que buscam reduzir esse desconforto. Por isso, uma avaliação inicial é indispensável: o dentista deve investigar minuciosamente a saúde bucal do paciente, buscando possíveis riscos como lesões, exposição dentinária ou hábitos de escovação abrasiva, que podem agravar a sensibilidade durante o clareamento (Carmo, 2020).
Dada a variedade de métodos de clareamento disponíveis, o profissional deve estar atualizado sobre as técnicas tradicionais e as mais recentes para escolher a abordagem mais adequada ao perfil de cada paciente (Kina, 2015). Uma forma de reduzir a sensibilidade é através do uso de agentes dessensibilizantes, como o nitrato de potássio e a aplicação de flúor, que atua bloqueando os túbulos dentinários e, assim, diminui a condução de estímulos dolorosos aos nervos (Vazz, 2018). Embora essas intervenções sejam eficazes em muitos casos, a resposta ao tratamento varia conforme o paciente, e estudos adicionais são necessários para definir diretrizes claras para cada combinação de métodos.
A escolha entre clareamento em consultório e domiciliar também influencia a sensibilidade dentária. O clareamento realizado em consultório tende a utilizar concentrações mais elevadas de agentes oxidantes, oferecendo resultados rápidos, porém com maior risco de sensibilidade, enquanto o clareamento caseiro, com concentrações mais baixas, é menos agressivo, mas o processo requer mais tempo (Coppla, 2019). A combinação dessas técnicas, com supervisão profissional, pode equilibrar eficácia e menor sensibilidade, mas mais pesquisas são necessárias para fundamentar essa prática.
Após o clareamento, o acompanhamento é crucial para o sucesso do tratamento. O dentista deve instruir o paciente a respeito de como lidar com a sensibilidade e indicar o uso de produtos dessensibilizantes, ou ajustar o regime de clareamento conforme necessário, visando preservar a saúde e o conforto do paciente após o procedimento.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O CLAREAMENTO DENTAL
A sensibilidade dental, caracterizada por uma sensação de desconforto frente a estímulos como temperaturas extremas e pressão, é uma queixa frequente entre pacientes que realizam clareamento dental. Esse desconforto pode ser intensificado pelo uso de clareadores à base de peróxido de hidrogênio e peróxido de carbamida, compostos que atuam de maneira eficaz, mas que afetam a estrutura dentária (Altinik et al., 2023). Com a crescente popularidade do clareamento odontológico, impulsionada por um padrão estético moderno e pela influência da mídia, esse procedimento tem se tornado amplamente difundido (Caneschi et al., 2023). Contudo, o desejo de obter dentes mais brancos frequentemente resulta em aumento da sensibilidade, especialmente quando agentes clareadores de alta concentração são aplicados em clínicas, levando a um desconforto que pode até mesmo interferir na conclusão do tratamento (Mounika et al., 2018).
A principal causa desse aumento na sensibilidade está relacionada à alta concentração dos agentes clareadores, que pode provocar inflamação nos tecidos dentais, sobretudo na dentina exposta (Moghadam et al., 2013). Apesar disso, muitos pacientes ainda encaram essa sensibilidade como um efeito colateral inevitável em busca de melhores resultados estéticos (Pan et al., 2019).
2.2 SENSIBILIDADE APÓS O CLAREAMENTO DENTAL
A sensibilidade dentária após o clareamento é um efeito comum, especialmente em tratamentos que utilizam altas concentrações de agentes peróxidos. Segundo Reis et al. (2011), essa sensibilidade pode variar de leve a intensa, mas geralmente dura menos de 48 horas, esse desconforto ocorre devido à penetração dos agentes clareadores nos túbulos dentinários, provocando uma resposta inflamatória temporária na polpa dentária. A dor pode ser explicada pela teoria hidrodinâmica, que descreve a movimentação do fluido nos túbulos dentinários e a consequente estimulação dos prolongamentos odontoblásticos, o que desencadeia a sensação de dor (Gentile e Greghi, 2004).
Para reduzir a sensibilidade, a laserterapia de baixa intensidade tem se mostrado uma abordagem promissora. Estudos indicam que o laser de baixa intensidade, aplicado logo após o clareamento, pode proporcionar alívio imediato da dor e acelerar o reparo dos tecidos dentários, especialmente ao atuar sobre os túbulos dentinários expostos (Silva et al., 2019). Essa terapia ajuda a estimular a microcirculação e a diminuir a inflamação da polpa, promovendo a recuperação da sensibilidade e aliviando o desconforto. Recomenda-se que esse procedimento seja realizado imediatamente após o clareamento e, caso necessário, em sessões adicionais conforme a intensidade da dor relatada pelo paciente (Oliveira e Lima, 2017).
Outro ponto a considerar é que a penetração do gel clareador na dentina, até atingir a polpa, pode desencadear uma inflamação pulpar temporária, conhecida como pulpite reversível. Essa inflamação, embora transitória, ocorre porque agentes como o peróxido de hidrogênio possuem moléculas pequenas que atravessam facilmente o esmalte e atingem os túbulos dentinários, intensificando a conexão com a polpa (Coldebella et al., 2009; Bispo, 2006).
Além disso, o clareamento pode reduzir a porosidade do esmalte, facilitando a entrada de estímulos externos como alimentos ácidos ou bebidas gaseificadas, que agravam a exposição da dentina. Esses fatores, somados a variações térmicas, aumentam a sensibilidade e tornam o desconforto mais intenso nos primeiros dias após o tratamento.
Para minimizar esses efeitos, o uso de agentes dessensibilizantes, como geis dentais com nitrato de potássio e fluoreto, é altamente recomendado. Esses produtos atuam selando os túbulos dentinários e reduzindo a transmissão de estímulos dolorosos, o que proporciona alívio e conforto ao paciente (Vaez, 2018). Além disso, novos produtos e técnicas que combinam dessensibilizantes com agentes clareadores vêm sendo desenvolvidos, buscando manter a eficácia do clareamento enquanto diminuem os riscos de desconforto, proporcionando maior segurança e satisfação ao paciente.
2.3 TRATAMENTO
Em um estudo conduzido por Garcia et al. (2018), uma paciente que realizava clareamento dental caseiro apresentou intensa sensibilidade, levando os profissionais a optarem por uma abordagem em consultório, associada ao uso do dentifrício Regenerate Enamel Science™ para controle da dor. Durante o procedimento, foi aplicada uma solução dessensibilizante de fluoreto de potássio a 2% (KF) por 10 minutos, seguida pela aplicação de peróxido de hidrogênio a 35% por 40 minutos. A paciente também foi instruída a escovar os dentes três vezes ao dia com o dentifrício mencionado. Embora ela tenha relatado sensibilidade imediata após a primeira aplicação, a dor desapareceu completamente até o terceiro dia. Os autores concluíram que o protocolo foi eficaz na redução da sensibilidade, mas ressaltaram a importância de mais estudos para confirmar sua aplicabilidade a longo prazo.
Segundo Jorgensen e Carroll (2002), bem como Kwon e Swift (2014), o nitrato de potássio tem se mostrado eficaz como dessensibilizante pré-tratamento, pois é capaz de penetrar na dentina e polpa, proporcionando um efeito analgésico. Quando combinado com agentes clareadores de baixa concentração, sua eficácia na redução da sensibilidade é ampliada, tornando o procedimento mais confortável para o paciente. Além disso, a aplicação tópica de flúor por pelo menos uma semana antes do clareamento tem sido uma estratégia recomendada para minimizar a sensibilidade provocada pelos agentes clareadores.
Outra alternativa promissora é o uso de pasta de nano-hidroxiapatita após o clareamento. Browning, Cho e Deschepper (2012) relataram que essa técnica proporciona uma redução significativa na sensibilidade dentária, auxiliando na reparação do esmalte. Além disso, Franco et al. (2012) observaram que o uso tópico de hidrocortisona, apesar de não reduzir a frequência de episódios de sensibilidade, diminui sua intensidade. O ibuprofeno em dose única também tem sido utilizado com sucesso para aliviar o desconforto durante o clareamento.
Tange e Millar (2010) sugerem ainda que o uso de analgésicos e de gomas de mascar sem açúcar contendo Recaldent®, uma substância derivada da caseína do leite, pode auxiliar no processo de remineralização do esmalte dentário. Esse composto estimula o fluxo salivar e selar os túbulos dentinários expostos, resultando em uma redução considerável da sensibilidade, o que torna o clareamento mais tolerável para os pacientes com histórico de dor.Essas abordagens indicam que há diversas formas de minimizar a sensibilidade dentária durante e após o clareamento, combinando técnicas de dessensibilização com agentes terapêuticos para garantir o conforto do paciente e a eficácia do tratamento.
3. METODOLOGIA
O presente estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura, abrangendo uma análise cuidadosa de pesquisas disponíveis em várias bases de dados eletrônicas. As fontes consultadas incluem a National Library of Medicine (PubMed), a Physiotherapy Evidence Database (PEDro), a Scientific Electronic Library Online (SciELO) e a Cochrane Database of Systematic Reviews. Para estruturar a busca, foi adotado o modelo PICO, que se divide em quatro componentes: P para população, I para intervenção, C para comparação ou controle, e O para desfecho. Essa abordagem sistemática permitiu uma investigação mais aprofundada sobre os temas abordados, buscando especificamente artigos publicados entre 2012 e 2022.
Além disso, a revisão integrativa é um método que não apenas resume a evidência existente, mas também a sintetiza, oferecendo uma visão holística das informações disponíveis. Essa metodologia é crucial para identificar lacunas no conhecimento, sugerir direções para futuras pesquisas e informar práticas clínicas.
Quadro 1 – Etapas da RIL.
Etapa | Característica |
1ª etapa | Identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa. |
2º etapa | Estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos, amostragem ou busca na literatura. |
3ª etapa | Definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados ou categorizados dos estudos. |
4ª etapa | Avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa. |
5ª etapa | Interpretação dos resultados. |
6ª etapa | Apresentação da revisão e síntese do conhecimento. |
Para a realização das buscas, foram utilizados os operadores booleanos “AND” e “OR” para combinar as palavras-chave “sensibilidade dental”, “clareamento dentário” e “tratamento”. A estratégia “OR” foi aplicada para incluir sinônimos e termos equivalentes em português, inglês e espanhol, garantindo uma maior abrangência na identificação dos estudos relevantes.
Figura 1. Fluxograma de busca e seleção dos artigos científicos.
O procedimento de seleção dos artigos foi executado em duas fases. Na fase inicial, realizou-se a leitura dos títulos e resumos dos artigos identificados. Na fase subsequente, os artigos escolhidos na primeira etapa foram analisados na íntegra. Nos casos de discrepância entre os avaliadores sobre a inclusão ou exclusão de um artigo, buscou-se um consenso para a decisão final.
Os artigos foram examinados de maneira independente por dois avaliadores, com base nos critérios de inclusão: estudos clínicos, ensaios randomizados controlados, publicados integralmente nos idiomas português, espanhol e inglês. Os critérios de exclusão contemplaram artigos de revisão e estudos de caso.Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, conforme o fluxograma acima, foram utilizados neste trabalho 16 artigos que atendiam e respondiam à questão orientadora.
Esses artigos foram selecionados com base em sua relevância e contribuição para a compreensão do tema em pauta. Cada um dos artigos escolhidos oferece percepções valiosas e evidências que auxiliam na clarificação e aprofundamento da discussão sobre os tópicos tratados.
O processo de seleção envolveu uma análise cuidadosa dos resumos, metodologias e conclusões de cada artigo, assegurando que apenas os estudos mais relevantes e bem embasados fossem incluídos. A escolha dos artigos foi feita de modo a garantir uma cobertura abrangente e equilibrada do assunto, contribuindo para uma revisão mais sólida e informada.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A sensibilidade dental associada ao clareamento é um efeito adverso frequentemente relatado pelos pacientes. Segundo diversas investigações, entre 50% e 75% dos indivíduos que se submetem a procedimentos de clareamento dental vivenciam algum nível de sensibilidade, que pode variar de leve a intensa. Essa condição desconfortável é causada pela ação dos agentes clareadores, que penetram nas camadas de esmalte e dentina, alcançando a polpa dentária, onde provocam inflamação nas fibras nervosas. Geralmente, a sensibilidade é temporária e tende a desaparecer poucos dias após o término do tratamento ou com a interrupção momentânea do uso dos agentes clareadores.
Os métodos de clareamento realizados em consultório, que utilizam concentrações mais elevadas de peróxido de hidrogênio (superiores a 30%), apresentam uma incidência maior de sensibilidade, especialmente em comparação com o clareamento caseiro supervisionado, que utiliza concentrações mais baixas (entre 10% e 22%). Essa diferença deve-se à maior agressividade do clareamento em consultório, que resulta em uma penetração mais profunda do agente clareador em um intervalo de tempo reduzido. Por outro lado, embora o clareamento caseiro seja mais demorado, o risco de sensibilidade é menor devido ao uso de agentes com menor potencial irritante.
Para mitigar a sensibilidade, muitos dentistas optam por utilizar dessensibilizantes, como nitrato de potássio e flúor, antes e após as sessões de clareamento. Esses compostos atuam selando os túbulos dentinários expostos e diminuindo a excitabilidade das fibras nervosas, proporcionando um alívio temporário da sensibilidade.
A ocorrência de sensibilidade dental durante o clareamento pode ser atribuída a uma série de fatores, tanto relacionados à técnica empregada quanto às características individuais do paciente. Aqueles que apresentam retração gengival, desgaste do esmalte ou exposição da dentina são mais propensos à sensibilidade, pois suas estruturas dentárias já se encontram comprometidas. Nesses casos, a penetração dos agentes clareadores ocorre de forma mais rápida e profunda, resultando em uma irritação pulpar mais intensa.
Outro ponto importante é a escolha da técnica de clareamento,embora o clareamento em consultório seja mais eficaz em termos de rapidez, é necessário cautela devido às altas concentrações de peróxido de hidrogênio utilizadas. Em contrapartida, o clareamento caseiro supervisionado, além de ser mais seguro, permite um controle maior da sensibilidade, uma vez que o paciente pode interromper o uso temporariamente se sentir desconforto excessivo. No entanto, a orientação adequada sobre a utilização correta dos agentes clareadores e a duração do tratamento é fundamental para evitar complicações.
Apesar de a sensibilidade ser frequentemente reportada, ela normalmente não se torna um obstáculo significativo para a realização do clareamento dental. O desconforto tende a ser transitório, desaparecendo após alguns dias ou com o uso de produtos dessensibilizantes. Além disso, a personalização do tratamento é uma estratégia crucial para minimizar a ocorrência de sensibilidade. A adequação da concentração do agente clareador ao perfil do paciente, a utilização de cremes dentais remineralizantes e a aplicação de dessensibilizantes antes e após as sessões de clareamento são medidas eficazes para controlar os sintomas.
É importante ressaltar que a percepção da sensibilidade pode variar conforme a tolerância individual à dor. Enquanto alguns pacientes relatam apenas um leve desconforto, outros podem enfrentar dor mais intensa. Em situações mais severas, o profissional deve ajustar o tratamento, reduzindo a concentração do agente clareador ou espaçando as sessões. Além disso, a escolha de protocolos de clareamento que incluam o uso de técnicas de dessensibilização e a aplicação de produtos remineralizantes são aspectos fundamentais para melhorar a experiência do paciente e otimizar os resultados do clareamento dental. Essa abordagem não só visa minimizar o desconforto, mas também promove a saúde bucal a longo prazo, proporcionando um sorriso mais radiante e saudável.
5. CONCLUSÃO
A sensibilidade dentária associada ao clareamento é uma ocorrência comum, embora geralmente temporária e passível de controle. Vários fatores influenciam essa sensibilidade, incluindo a concentração dos agentes clareadores, o tempo de exposição e as condições prévias das estruturas dentárias do paciente, como retração gengival e desgaste do esmalte. Enquanto os métodos de clareamento realizados em consultório, que utilizam altas concentrações de peróxido de hidrogênio, aumentam o risco de sensibilidade, o clareamento caseiro supervisionado oferece uma abordagem mais gradual e controlada, resultando em um impacto menor nesse aspecto.
Medidas preventivas, como o uso de dessensibilizantes e a personalização do tratamento conforme as características individuais de cada paciente, são fundamentais para reduzir o desconforto. A eficácia dessas abordagens, combinada com uma supervisão odontológica adequada, permite que o clareamento dental seja realizado de maneira segura, proporcionando resultados estéticos satisfatórios.
Além disso, é importante considerar que a experiência de sensibilidade pode variar significativamente entre os pacientes. Fatores como a genética, a saúde bucal pré-existente e a tolerância à dor desempenham um papel crucial na percepção do desconforto. Portanto, a personalização do tratamento não deve se limitar apenas à escolha da técnica de clareamento, mas também à adaptação dos produtos utilizados e ao planejamento do cronograma de sessões.
Outra estratégia eficaz para mitigar a sensibilidade é a utilização de gel dentais específicos para dentes sensíveis, que ajudam a fortalecer o esmalte e a proteger as terminações nervosas expostas. Esses produtos podem ser recomendados antes e após o tratamento de clareamento, contribuindo para uma experiência mais confortável.
Portanto, embora a sensibilidade dentária seja um efeito colateral esperado, não deve ser considerada um impedimento para a realização do clareamento dental. Com a orientação adequada e o uso de técnicas apropriadas, é possível usufruir dos benefícios estéticos do clareamento sem comprometer o bem-estar do paciente. A comunicação aberta entre o dentista e o paciente é essencial para garantir que todas as preocupações sejam abordadas e que o tratamento seja ajustado conforme necessário, resultando em um sorriso mais claro e saudável.
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1Acadêmica do curso de odontologia na Faculdade FIMCA- Email:emymmonteiro@gmail.com
2Orientadora, Docente do curso de odontologia na Faculdade FIMCA – Email: Catarinasoaressilveira@gmail.com