REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th102411041615
Francisca Fabiana Peres Aragão da Silva1
Maria Lanna Souza da Silva1
Iraneide Nunes Nascimento1
Camila Medeiros dos Santos1
Márcia Richelly do Nascimento1
Antonia Arlene Lima1
Pâmela Auanny de Sousa Lopes1
Glória Islaine Rodrigues de Sousa Araújo2
Ana Karine de Resende Coelho2
Cleisimara Barbosa de Sousa Correia3
Victória Gabrielle Barros de Oliveira3
Graziele dos Santos Araujo3
Laiana Barroso de Oliveira4
Yasmim Mayre Mendes Silva Oliveira5
Alan da Fonseca Soares6
RESUMO
Introdução: O aleitamento materno exclusivo (AME) é de suma importância para o desenvolvimento nutricional, imunológico, psicológico, cognitivo e físico além de diversos outros fatores. O Ministério da Saúde preconiza que ocorra de forma exclusiva até os 6 meses de vida, salvo contraindicações. Objetivo: descrever as ações do enfermeiro frente ao incentivo e efetivação do AME. Método:Revisão Integrativa da Literatura (RIL), desenvolvida por meio de bases de dados disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), entre os meses de janeiro a julho de 2023, a partir de seis fases: elaboração da pergunta norteadora; busca ou amostragem na literatura; coleta de dados bibliográficos dos estudos; análise crítica dos estudos incluídos; discussão dos resultados; apresentação da revisão integrativa. Resultados: A literatura mostra que muitas puérperas enfrentam inseguranças e dificuldades. Intervenções educativas e o apoio contínuo do enfermeiro são determinantes para fortalecer o AME. Fatores culturais, psicológicos, fisiológicos e sociais interferem na adesão e efetivação do AME. O acompanhamento no pré-natal e no pós-parto é uma estratégia crucial para criar possibilidades de incentivo e sucesso na adesão. Considerações finais: o enfermeiro desenvolve ações essenciais aos incentivos e efetivação do AME, contudo em seu campo de atuação e formação enfrenta barreiras frente a problemática.
Palavras-chave: Aleitamento Materno Exclusivo; Enfermeiro; Incentivo; Efetivação; Revisão Integrativa.
1 INTRODUÇÃO
O leite materno constitui-se como um alimento de elevado valor nutricional, sem custos financeiros e capaz de atender integralmente às necessidades nutricionais do lactente, além de fortalecer o vínculo afetivo entre mãe e filho (Barbosa; Reis, 2020). A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o leite materno como a fonte alimentar mais completa para o lactente, recomendando o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida, complementado por outros alimentos até, pelo menos, os dois anos de idade (Fonseca et al., 2021).
A literatura científica evidencia que o aleitamento materno possui associação direta com a promoção da saúde infantil e a redução da mortalidade infantil, além de benefícios à saúde materna, incluindo menor risco para determinados tipos de câncer, redução da incidência de depressão pós-parto e menor prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (Peixoto et al., 2019). Adicionalmente, o aleitamento materno adequado demonstra-se crucial para o desenvolvimento integral da saúde e nutrição do lactente (Mezzavilla et al., 2021).
Apesar da importância do aleitamento materno, sua prevalência ainda está aquém do ideal, representando um desafio de saúde pública (Silva et al., 2018). Necessita-se na literatura um compilado atualizado sobre as estratégias realizadas pelo enfermeiro no incentivo à amamentação, dado que o número de mães que interrompem a prática é elevado por diversos motivos. Assim, entender quais as ações que profissionais de saúde vem desempenhando é de suma importância para enfrentamento da problemática.
Destaca-se que o enfermeiro, enquanto profissional que acompanha o binômio mãe-filho desde o período gestacional, desempenha função estratégica na promoção do aleitamento materno, podendo atuar como agente facilitador da adesão à amamentação e contribuindo para o cuidado, desenvolvimento infantil e fortalecimento do vínculo afetivo entre mãe e filho (Peixoto et al., 2019).
Assim, este trabalho tem por objetivo descrever as ações desempenhadas pelos enfermeiros frente o AME.
2 METODOLOGIA
Este estudo A metodologia deste estudo seguiu as etapas clássicas de uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL), que inclui a elaboração da pergunta de pesquisa, a busca sistemática dos estudos, a avaliação crítica dos estudos incluídos, a extração dos dados e a síntese dos resultados.
A revisão foi conduzida a partir de uma questão norteadora que investigou as ações do enfermeiro ao incentivo e efetivação do AME.
Foram estabelecidos critérios de inclusão para a seleção dos estudos, contemplando publicações disponíveis em português, inglês e espanhol, publicadas entre 2018 e 2023, que abordassem o aleitamento materno e o cuidado de enfermagem no binômio mãe-filho. Foram excluídos estudos que não estavam disponíveis na íntegra ou que não apresentassem relação direta com o tema de interesse.
A coleta de dados foi realizada nas bases de dados PubMed, Scientific Electronic Library Online (SciELO), Latin American and Caribbean Health Science Literature (LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), acessadas por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). As estratégias de busca foram elaboradas utilizando descritores dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), incluindo “Aleitamento Materno”, “Alojamento Conjunto”, “Enfermagem” e “Cuidados de Enfermagem”, além do termo sinônimo “Amamentação”.
Na etapa de avaliação dos estudos, primeiramente foi realizada a busca inicial, foram identificados 438 artigos. Todos os estudos passaram por uma leitura de títulos e resumos para verificação de elegibilidade. Com a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, o número de artigos foi reduzido para onze, que constituíram o corpus final da revisão.
A extração de dados dos estudos selecionados foi realizada com o auxílio de uma ficha de coleta padronizada, que incluiu informações sobre autores, ano de publicação, objetivos, metodologia, principais achados e recomendações. A análise dos dados foi realizada por meio de leitura analítica e síntese qualitativa dos conteúdos.
Com base nas informações extraídas, foi realizada uma síntese integrativa dos achados, destacando-se as evidências sobre a atuação do enfermeiro no suporte ao aleitamento materno e no fortalecimento do vínculo mãe-filho.
Essa revisão integrativa permitiu reunir e sintetizar o conhecimento disponível sobre o tema, oferecendo um panorama atualizado da literatura científica sobre as ações do enfermeiro frente ao incentivo e efetivação do AME.
3. RESULTADOS
Quadro 01: Estudos baseados nos problemas e inseguranças que as puérperas enfrentam na amamentação.
Nº | Título do artigo | Autores | Ano | Principais achados |
01 | Conhecimento de mães e pais sobre lactancia materna exclusiva. | Magdariaga, A.H., et al. | 2023 | O leite materno é considerado a melhor fonte de nutrição para as crianças, pois contém nutrientes necessários ao seu desenvolvimento; Além disso, gera o vínculo mãe-filho. Este estudo objetivou Determinar o nível de conhecimento de mães e pais sobre aleitamento materno exclusivo, onde concluiu que o conhecimento sobre aleitamento materno exclusivo nos pais era insuficiente e, nas mães, foi necessário aumentar esse conhecimento sobre as técnicas para amamentar. |
02 | Prevalência de aleitamento materno exclusivo no recém-nascido saudável | Mazo, P.L.D.,et al. | 2018 | Este estudo nos mostrou que apesar dos esforços dos profissionais, o percentual de recém-nascidos com aleitamento materno exclusivo ao nascer não é suficiente para as recomendações atuais. A redução nas taxas de Aleitamento materno se deve, em parte, ao sistema de saúde. Tanto os cuidados que a mãe recebe durante a internação quanto as características do local onde ocorre o parto estão relacionados ao início e à duração do aleitamento materno. |
03 | Fortalecedores e fragilizadores da amamentação na ótica da nutriz e de sua família | Wagner, L.P.B., et al. | 2020 | Neste estudo, foi identificado que, em geral, as Famílias têm uma boa visão da amamentação, referindo-a como algo que fornece saúde, proteção e vínculo, porém, algumas puérperas referiram que durante a gestação criaram expectativas relacionadas à não produção de leite e não conseguir amamentar. Isto nos fez inferir que somente conhecer as vantagens do aleitamento materno não fornece à mulher a certeza de que conseguirá amamentar, levando-nos a entender que existem mais elementos que influenciam a amamentação do que somente a percepção. |
04 | Dificuldade no aleitamento materno exclusivo no alojamento conjunto: revisão integrativa | Bicalho, C.V., et al. | 2021 | Foi possível identificar neste estudo que a principal dificuldade no aleitamento materno no período pós-parto se refere aos traumas mamilares. Sendo estes, ocasionados por características do aleitamento, da mulher, da mama, da gestação, do parto e da rede de apoio da puérpera. |
Fonte: Autores, 2023.
Quadro 02: Estudos sobre a responsabilidade do enfermeiro na assistência e no incentivo da amamentação ainda no ambiente hospitalar.
Nº | Título do artigo | Autores | Ano | Principais achados |
01 | Efeito de uma intervenção educativa sobre amamentação: um ensaio clínico randomizado | Souza, E.F.C., et al | 2020 | Os saberes dos enfermeiros sobre o manejo clínico do aleitamento materno são de suma importância para favorecer as estratégias de orientação, porém, nota-se que para conseguir mais êxito quando, além das orientações verbais, usam artifícios visuais, que por sua vez, nem sempre são disponíveis. Assim, este estudo concluiu que a intervenção educativa baseada em metodologias ativas e recursos instrucionais estimulantes foi efetiva para desenvolver maior domínio prático das puérperas na adesão e na manutenção do aleitamento materno exclusivo |
02 | Prática dos profissionais da saúde em aleitamento materno e fatores associados: estudo transversal | Machado, M.E.D.,et al. | 2023 | Este estudo nos mostrou em sua conclusão após dados coletados, que a prática dos profissionais da saúde apresentou fragilidades evidenciando a necessidade de valorização do tema por profissionais e gestores através de estratégias que incluam capacitação contínua e monitoramento do aleitamento materno na rede de atenção básica. |
03 | A atuação do enfermeiro na promoção, incentivo e manejo do aleitamento materno / O papel do enfermeiro na promoção, incentivo e manejo da amamentação / O papel das enfermeiras na promoção, no fomento e na gestão da lactancia materna | Iopp, P. H., et al. | 2023 | Os enfermeiros orientam sobre como prevenir complicações na amamentação, mas institucionalmente não há implementação dessas ações. Há uma fragilidade nas ações desenvolvidas em grupo e na promoção da participação da família e da rede de apoio da gestante. |
04 | Conhecimentos, atitudes e práticas sobre o aleitamento materno entre puérperas em alojamento conjunto | Queiroz, V.C., et al. | 2021 | A enfermagem pode ser um auxílio positivo no que diz respeito ao conhecimento, atitude e prática sobre amamentação , auxiliando nos cuidados preventivos de traumas mamilares tornando-se uma importante causa de desmame precoce. Assim, a enfermagem pode ajudar na Atenção preventiva do trauma mamilar, como uma causa importante deste tempo. |
Fonte: Autores, 2023.
Quadro 03: Estudos baseados na identificação dos problemas gerados no recém-nascido em decorrência da ausência do aleitamento materno.
Nº | Título do artigo | Autores | Ano | Principais achados |
01 | Interrupção precoce da amamentação. Um estudo qualitativo | Rúa, L.C., et al. | 2019 | Este estudo trouxe como referência para e desistência do aleitamento materno, a falta de conhecimento e a insegurança na alimentação do bebê, além da dor física serem os motivos mais importantes para a desistência. Há também uma dualidade de sentimentos entre a tranquilidade proporcionada pela alimentação artificial, sabendo que o filho está bem nutrido, e o sentimento de culpa por não ter mantido o aleitamento materno. |
02 | Fatores que implicam no processo do contato precoce e aleitamento materno na sala de parto | Silva, M.M., | 2020 | As contribuições da mulher no contato precoce e aleitamento materno na visão dos profissionais de saúde estão ligadas ao desejo e aceitação, por outro lado, a passividade delas, o ambiente de vivência familiar, mitos, tabus, fatores socioeconômicos e culturais foram identificados como dificultadores. Entre as estratégias para a melhoria do contato precoce e do aleitamento materno na sala de parto, os participantes identificaram fatores facilitadores como assistência humanizada, orientações durante o pré-natal, parto sem complicações; e fatores dificultadores como complicações no parto, a ausência de acompanhantes e o parto cesáreo. |
03 | Padrões de amamentação e fatores associados ao desmame precoce na Amazônia ocidental | Martins, F.A., et al. | 2021 | Os fatores que podem levar à descontinuidade do aleitamento materno incluem: primiparidade, baixo peso ao nascer, uso de chupeta; dificuldade materna para amamentar após o Parto, início tardio do aleitamento materno, ausência de AME na maternidade, conceito de tempo ideal de AM menor que seis meses, desconhecimento das vantagens da amamentação, falta de apoio paterno na amamentação, trabalho materno fora do lar, uso de drogas lícitas, baixa idade, e escolaridade materna. |
Fonte: Autores, 2023.
4. DISCUSSÕES
Para compreender o papel do enfermeiro na promoção do aleitamento materno e na saúde do binômio mãe-filho, é fundamental considerar diversos aspectos que influenciam a prática da amamentação e a adesão das puérperas.
A realização de uma revisão sobre as ações do enfermeiro no incentivo e efetivação do AME é justificada pela importância crucial desse profissional em apoiar e capacitar mães desde o pré-natal até o pós-parto, facilitando a adoção de práticas corretas e o enfrentamento de barreiras à amamentação (Barbosa; Reis, 2020; Souza et al., 2020).
A literatura mostra que muitas puérperas enfrentam inseguranças e dificuldades técnicas, como traumas mamilares, que podem levar ao desmame precoce ou à interrupção do aleitamento exclusivo (Bicalho et al., 2021; Queiroz et al., 2021).
Dado que o aleitamento materno exclusivo é essencial para a saúde do binômio mãe-filho e contribui para a redução da mortalidade infantil e prevenção de doenças, as intervenções educativas e o apoio contínuo do enfermeiro são determinantes para fortalecer essa prática (Peixoto et al., 2019; Fonseca et al., 2021).
Além disso, o papel do enfermeiro em incentivar o envolvimento da rede de apoio familiar e em superar mitos e tabus culturais ressalta a relevância de uma revisão sistemática e aprofundada para identificar estratégias eficazes e as melhores práticas para a promoção do aleitamento (Machado et al., 2023; Magdariaga et al., 2023).
Os tópicos a seguir detalham as ações e responsabilidades do enfermeiro nesse processo frente as evidencias selecionadas.
4.1 Compreender os problemas e as inseguranças que as puérperas enfrentam na amamentação
A literatura aponta que, entre os desafios enfrentados pelas puérperas, destacam-se a falta de conhecimento e as inseguranças sobre a técnica de amamentação. Magdariaga et al. (2023) identificaram que pais possuem conhecimento insuficiente sobre aleitamento materno exclusivo, enquanto as mães necessitam de orientações sobre técnicas adequadas. Mesmo quando o conhecimento básico está presente, como observado no estudo de Wagner et al. (2020), orientações contínuas sobre práticas corretas de amamentação são essenciais.
De forma similar, Mazo et al. (2018) relatam que os esforços dos profissionais nem sempre alcançam as recomendações, refletindo na baixa prevalência de aleitamento materno exclusivo. A falta de conhecimento técnico e as dificuldades associadas a essa prática podem ser barreiras significativas para atender às necessidades nutricionais do bebê.
Além disso, Bicalho et al. evidenciam que traumas mamilares são uma das principais dificuldades relatadas, influenciadas tanto por características físicas (da mama e da mulher) quanto pela rede de apoio, demonstrando a complexidade dos fatores que afetam a experiência de amamentação no pós-parto. Assim, o enfermeiro tem a responsabilidade de identificar e abordar esses desafios, oferecendo apoio psicológico e instrução técnica para minimizar o desconforto e fortalecer a autoconfiança da puérpera.
4.2 A responsabilidade do enfermeiro na assistência e no incentivo da amamentação ainda no ambiente hospitalar.
Sendo No ambiente hospitalar, o enfermeiro é um profissional-chave no apoio e incentivo ao aleitamento materno, assumindo uma função estratégica no período que vai do pré-natal ao pós-parto imediato. Segundo Souza et al. (2020) e Queiroz et al. (2021), é essencial que o enfermeiro esteja capacitado para atuar junto aos pais desde a fase pré-natal, conscientizando sobre os benefícios e importância do aleitamento materno. Essa atuação positiva e precoce pode impactar significativamente a prática de amamentação, proporcionando uma abordagem mais eficaz e integral à saúde materna e infantil.
A sistematização da assistência de enfermagem é fundamental para agilizar e organizar as intervenções. Esse processo, particularmente no pós-parto, pode facilitar a superação de dificuldades que as mães encontram. Estudos de Machado et al. e Iopp et al. (2023) indicam a necessidade de estratégias grupais que incluam a família e a rede de apoio da mãe, além de programas de capacitação contínua para os enfermeiros. A valorização do aleitamento materno pela equipe e gestores é essencial para assegurar que os profissionais estejam preparados para atender e apoiar a amamentação de forma holística e integrada. Em situações em que a amamentação é desafiadora, o enfermeiro deve agir como um mediador de suporte, incentivando e orientando a família e a rede de apoio a favor da amamentação.
4.3 Fatores que influenciam a ausência do aleitamento materno
A interrupção do aleitamento materno pode ser associada a diversos fatores, como a falta de conhecimento, insegurança em relação à capacidade de alimentar o bebê, dor física e o retorno ao trabalho, conforme apontam Rúa et al. (2019) e Martins et al. (2021). Nesse contexto, o enfermeiro desempenha um papel crítico ao fortalecer as ações de promoção, proteção e apoio à amamentação por meio de intervenções educacionais contínuas.
As barreiras, atreladas a efetivação do AME incluem questões culturais, como mitos sobre a amamentação e influências de fatores socioeconômicos. Silva (2020) descreve que, para algumas mulheres, o ambiente familiar e tabus culturais exercem uma influência negativa sobre a amamentação, criando um ambiente de resistência ou hesitação frente à prática. Assim, é essencial desenvolver ações que envolvam ativamente as puérperas para construir uma rede de apoio, incluindo familiares e outros profissionais de saúde, reduzindo as lacunas de conhecimento e desmistificando informações incorretas.
Conforme Rúa et al. (2019), sentimentos de culpa associados à interrupção da amamentação ou à escolha pela alimentação artificial são comuns, nessas situações o enfermeiro deve estar atento a essas emoções, proporcionando um ambiente de escuta e suporte que ajude a mãe a construir autoconfiança na prática de amamentação.
Ademais, essas discussões reforçam a importância de uma abordagem interdisciplinar e contínua no cuidado ao binômio mãe-filho, onde o enfermeiro não apenas atua na orientação técnica, mas também como um facilitador emocional e cultural, apoiando a mãe e sua família no processo de amamentação e promoção da saúde infantil.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Evidencia-se que as ações do enfermeiro são fundamentais para incentivar e efetivar o aleitamento materno. Esse profissional desempenha um papel ativo ao fornecer orientações técnicas sobre técnicas adequadas, manejo de dificuldades como traumas mamilares e fortalecimento da autoconfiança materna, desde o pré-natal até o pós-parto. Além disso, o enfermeiro promove a inclusão da rede de apoio familiar e realiza ações educativas contínuas para assegurar que a mãe receba informações corretas e incentivo constante para a prática do aleitamento materno exclusivo.
Com uma abordagem sistematizada e voltada para o acolhimento das necessidades individuais, o enfermeiro contribui decisivamente para a adesão ao aleitamento materno e para a saúde do binômio mãe-filho, contribuindo para a redução de morbidades infantis e da mortalidade.
REFERÊNCIAS
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BICALHO, C. V. et al. Dificuldade no aleitamento materno exclusivo no alojamento conjunto: revisão integrativa. Audiology, Communication Research, v. 26, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/acr/a/R3m7sm8wnBJvfGRdBDWzk5R/abstract/?lang=pt.
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1. Graduandas em Enfermagem, Faculdade Estácio, Teresina-PI.
2. Graduandas em Enfermagem, Centro Universitário Unifacid Wyden, Teresina-PI.
3. Graduandas em Enfermagem, Universidade Paulista UNIP, Teresina-PI.
4. Bacharel em Enfermagem, Uniplan, Piripiri-PI.
5. Pós-graduanda em Saúde Pública com Ênfase em Saúde da Família Faculdade UniCV, Teresina-PI.
6. Bacharel em Enfermagem, UFPI, Teresina-PI.