EVALUATION OF SELF-MEDICATION IN THE PREVENTION AND TREATMENT OF COVID-19
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411011039
Lucas Silva Veríssimo1
Carlos Renato de Morais Nunes2
Ana Carolina de Andrade Cavalcante2
Alice Henriques Lima2
Sabrina Félix Silva2
David Souto Maior Vasconcelo2
Valdemir Moreira dos Santos Junior2
Alícya Maria Pereira Leal Guimarães2
Bruna Larissa Barbosa de Lira2
Caroline Santos Pereira2
João Alfredo de Souza Silva2
Milena Costa Santos2
Ester Batista de Oliveira Santos2
Luane Silva Carvalho2
Maria do Socorro Ramos de Queiroz3
RESUMO
A Covid-19 é uma doença infecciosa, respiratória e contagiosa causada pelo vírus Sars-CoV-2. Seu primeiro caso ocorreu em Wuhan, na China, em dezembro de 2019. Espalhou-se pelo mundo e foi declarada pandemia pela Organização Mundial da Saúde, em março de 2020. O medo tomou a população em função dos infortúnios causados pela doença, levando muitos a utilizarem medicamentos sem supervisão profissional. Esse trabalho teve como objetivo avaliar a automedicação em decorrência da pandemia da Covid-19. A pesquisa foi do tipo descritiva, de natureza quantitativa e realizou-se por meio de formulário digital e impresso de setembro de 2021 a julho de 2022. Participaram 234 pessoas sendo a maioria do gênero feminino 155 (66.24%), com faixas etárias de 18-25 anos, exercendo algum tipo de atividade 225 (96.15%), solteiro 159 (67.94%), com renda de até 2 salários mínimos 124 (53%) e sem comorbidades. A automedicação foi realizada por 28 (35.44%) dos homens e por 55 (35.48%) das mulheres. Os resultados foram considerados significativos (p=0.000) na correlação em ter Covid-19 e realizar a automedicação. Na avaliação dos grupos farmacológicos os mais citados foram antiparasitários (antivermífugo), representado pela ivermectina e por antitussígenos 17 (20.48%) e os Anti-inflamatórios Esteroidais 5 (6.07%), tendo prednisona e prednisolona como representantes. Também foram observadas associações, sendo as mais citadas: Analgésicos/Antitérmicos (dipirona e paracetamol), Antibiótico/Analgésico/Antitérmico/Anti-histamínico (azitromicina, dipirona, paracetamol, loratadina e desloratadina). Com a prática da automedicação, 47 (56.62%) relataram ter apresentado resultados positivos; 34 (40.96%) não sentiram diferença no quadro clínico e 2 (2.42%) afirmaram piora dos sintomas. Concluiu-se que grande parte da população ainda realiza a automedicação. É importante uma melhor atenção aos pacientes com relação aos riscos da automedicação visando evitar complicações do mal uso de medicamentos.
Palavras-chave: Coronavírus; Medicamentos; Pandemia.
1 INTRODUÇÃO
O Sars-CoV-2, comumente conhecido como Coronavírus ou Covid-19, caracteriza-se como uma síndrome respiratória de espectro viral na qual teve sua primeira evidência em dezembro de 2019 em Wuhan, China. Rapidamente espalhou-se pelo mundo, sendo declarado em março de 2020 o cenário de pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (OMS, 2021). São 684.334 óbitos e 34.505.351 casos conhecidos de Covid-19 registrados desde o início da pandemia até 03 de setembro de 2022, segundo dados reunidos pelo consórcio nacional de imprensa (CONASEMS, 2022).
O isolamento social, o uso de máscaras e álcool gel, bem como a lavagem das mãos são as principais medidas de combate, no entanto, a ideia de existir um vírus pouco conhecido associado ao grande número de mortes e internações acometidas despertou na população a sensação de angústia e medo, sendo levados a encontrar uma solução rápida e fácil para a doença, bem como agarrar em ideologias para praticarem o uso da automedicação (Carvalho; Guimarães, 2020).
A automedicação segundo Garcia et al., (2018) caracteriza-se como o ato de utilizar medicamentos de venda livre, ou reutilizar medicamentos prescritos anteriormente sem supervisão médica e/ou multiprofissional, bem como usar fármacos no intuito de tratar sintomas ou doenças autodiagnosticadas. De acordo com Quispe-Cañari et al., (2021) é um fenômeno bastante discutido na cultura médico-farmacêutica e não é uma prática restrita ao Brasil, mas uma preocupação global pois afeta um número grande de países. Para Batista (2021) e Malik et al., (2020) a automedicação pode ser vista como um elemento do autocuidado, mas quando inadequada, resulta em polimedicação ou off-label, que pode ter como consequências o uso irracional de medicamentos, efeitos indesejáveis, enfermidades iatrogênicas e mascaramento de doenças evolutivas, além da ampliação de custos para o paciente e para o sistema de saúde.
Durante a pandemia de Covid-19, o padrão de consumo de medicamentos no Brasil chamou a atenção. Estava no centro dessa questão o denominado “tratamento precoce” ou “kit-covid”: uma combinação de medicamentos sem evidências científicas conclusivas para o uso com essa finalidade, que incluiu a hidroxicloroquina ou cloroquina, associada à azitromicina, à ivermectina e à nitazoxanida, além dos suplementos de zinco e das vitaminas C e D (Melo et al., 2021).
No cenário de pandemia, a orientação farmacêutica se fez mais necessária do que nunca, levando em consideração as incertezas que cercaram o uso dos medicamentos (Pinto, 2021). Durante o cenário de pandemia, a falta de medicamentos eficazes, a rápida veiculação de informações sobre possíveis alternativas terapêuticas e a cultura medicalizadora agravaram seriamente um dos maiores problemas de saúde pública que foi o uso incorreto de medicamentos (Tritany, 2020).
Diante desse contexto, com a falta de evidências conclusivas confirmando os benefícios dos medicamentos, a segurança terapêutica e levando-se em consideração que o uso incorreto destes medicamentos pode contribuir para a morbimortalidade de pacientes com Covid-19, este projeto objetivou avaliar o aumento do uso indevido de medicamentos sem prescrição, o uso irracional e os riscos decorrentes da automedicação.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O Coronavírus
No fim do ano de 2019, casos de pneumonia grave de origem desconhecida surgiram em Wuhan. De início acreditou-se que se tratava de uma doença de origem animal, já que os primeiros casos relatados foram de empregados de um mercado que comerciava animais vivos para alimento (Sá, 2020). No começo do ano de 2020 foi identificada que a causa das pneumonias, seria um novo vírus de uma grande família conhecida, os Coronavírus (CoV), responsáveis pelo desenvolvimento de doenças respiratórias que têm sintomas leves a moderados, no entanto, o SARS-CoV-2 (novo coronavírus) surgiu como uma síndrome respiratória aguda grave, bem mais forte que as demais cepas (SÃO PAULO, 2020).
Logo após, em fevereiro de 2020, a OMS denominou como Covid-19 a doença causada pelo novo vírus e, devido a facilidade de contágio, em março foi caracterizada como uma pandemia, devido a distribuição geográfica da patologia.
O contágio da doença se dá pelo contato de secreções contaminadas com as mucosas da boca, nariz e olhos. Até o momento, medidas como distanciamento social e boa higiene, como lavagem das mãos, são os melhores aliados para evitar o contágio. Segundo a OMS, até o fim de 2022, cerca de 6.6 milhões de pessoas tiveram desfecho fatal por complicações com a doença, representando aproximadamente 1% do total de infectados.
2.2 A automedicação no Brasil
No Brasil uma das maiores incidências de automedicação é devido aos bloqueios ao acesso às redes básicas de saúde, relacionada à escassez de orientações em relação aos fármacos e à facilidade de acesso. Em estabelecimentos farmacêuticos caracterizam ocorrências que devem ser analisadas na técnica de promoção do uso racional de fármacos (Araújo et al., 2015).
Dificuldades no acesso à saúde pública brasileira, como a não assistência aos pacientes, levaram mais indivíduos à procura de resultados rápidos para seus problemas de saúde. O uso de remédios por decisão própria ou até mesmo por terceiros que não tenham capacitação na área, pode ocasionar várias complicações de saúde e em alguns casos até a morte (Silva et al., 2013).
Conquanto exista normalização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no Brasil, para a comercialização e publicidade de remédios que sejam capazes de ser obtidos sem prescrição médica, não existe normalização nem instrução para os que usam. No caso de se poder obter um remédio sem prescrição médica não dá o direito a pessoa utilizar de forma indevidamente ao mesmo, ou seja, utilizá-lo por ordem particular, do modo que achar correta a dosagem que decidir tomar e na hora que achar pertinente (ANVISA, 2022; Furlan, 2015).
O Brasil destaca-se por ser o país que mais realiza a automedicação, uma vez que, a partir de 1996 o emprego de forma irresponsável de medicamentos transformou-se no autor que mais gerou intoxicações no país. Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, em 2016 evidenciou que no rol dos medicamentos mais consumidos pelos brasileiros na automedicação estão: os analgésicos, anti-inflamatórios, antialérgicos, antibióticos e os ansiolíticos. Corroborando com essa pesquisa, o estudo de Arrais et al., (2016), mostrou que os analgésicos e os anti-inflamatórios realmente são o mais consumido no Brasil, demonstrando que a utilização de analgésicos na atividade da automedicação retrata a grande preponderância de dor na sociedade de um modo geral, causada por tensão, situação de estresse ou cansaço físico, levando a má qualidade de vida do ser humano. Lembrando que a utilização em excesso de analgésicos pode acarretar a cronificação da dor de cabeça.
Algumas pesquisas chegaram a resultados como por exemplo o obtido por Furlan (2015), que comprovou a prática de partilha de remédios entre familiares, dos 40 entrevistados 7 deles (17,5%) responderam não fazer essa prática e 9 dos entrevistados (22,5%), relataram que a partilha de remédios acontece ocasionalmente e a maioria desses entrevistados totalizando 24 (60%) declararam que a prática é constante em seus familiares. Segundo Esher e Coutinho (2017), uma explanação viável para o compartilhamento de um único remédio para família toda é de que, os indivíduos acham que um remédio/dose quando eficaz para uma pessoa, é de forma automática aconselhado para indivíduos com sintomas ou afecções semelhantes, esquecendo que a dosagem aconselhada e as causas particulares ou as manifestações e sintomas de cada um pode diferir. Conforme uma pesquisa realizada em 2016 pelo Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade, 72% dos brasileiros se automedicam por indicação própria, levando o Brasil a ser um recordista global em automedicação (Sella, 2017).
Segundo Melo et al., (2021) durante a pandemia da Covid-19 o padrão de consumo de determinados medicamentos reposicionados no Brasil como: Cloroquina, Hidroxicloroquina, Azitromicina, Ivermectina, bem como a Nitazoxanida e dentre outros medicamentos, a depender da localidade registrou grande aumento. Também relataram que, quase a totalidade dos medicamentos utilizados na doença provocada pelo SarsCoV-2, foi prescrita por médicos ou estimulada para a prática da automedicação, pela imprensa ou noticiários, em associação ao compartilhamento excessivo de informações pelas redes sociais, as quais não foram homogeneamente pesquisadas/filtradas, em resposta a uma situação aguda como a atual pandemia, tendo sido amplificada pelos eficientes canais de divulgação e o medo coletivo excessivo, de contrair o vírus.
Ainda ressaltaram que em decorrência das inúmeras veiculações de informação sobre a Covid-19 pela imprensa falada, escrita e televisada e dos crescentes casos de contaminação e óbitos, de forma insistente e diária, foi constatado ser muito difícil triar fontes idôneas, em virtude da rapidez das notícias falsas (Fake News), frente a desinformação, a manipulação com diferentes objetivos/interesses, fazendo com que o consumo em massa de alguns agentes terapêuticos se tornasse cada vez mais constantes no país. Nesse sentido, esses autores observaram, que foi grande a divulgação de diversas formas de tratamento da Covid-19 nessa pandemia, sem a fiel observância de três condições básicas que todo medicamento deve ter: segurança, eficácia e qualidade frente a patologia que deseja tratar.
2.3 Medicamento off-label e o seu uso na Covid-19
Medicamento off-label é aquele cuja indicação diverge do que consta na bula, em relação à idade, à dose, à indicação ou à via de administração, sendo utilizado para uma finalidade terapêutica diferente daquela autorizada pela agência reguladora do país (Bonati; Pandolfini, 2011).
O uso off-label ou não licenciado é a prática de prescrição de medicamentos em condições diferentes das autorizadas, seja para faixa etária, patologias, doses ou formas de administração diferentes da indicação oficial. A expressão medicamento off-label (inglês) corresponde a um “uso não descrito” e pelo fato de não estar relatado em literatura da saúde com comprovação científica, a sua efetividade para outras indicações terapêuticas além das elencadas na bula, não cabe o uso indiscriminado, podendo causar reações adversas e efeitos colaterais, mesmo quando prescrito por um médico, o qual se torna o responsável direto, caso algo aconteça ao paciente (Nobre, 2013).
Essa prática do off-label foi comum no início da pandemia para o tratamento de Covid-19, por ser causada por um vírus novo, em que ainda está sendo estudado e compreendido pelas comunidades científicas de saúde. Tratou-se do kit Covid” que continha vários medicamentos, utilizado como “tratamento precoce” da doença Covid-19 e do coquetel recomendado pelo aplicativo do Ministério da Saúde, o TrateCov, feito para orientar as recomendações médicas, sendo distribuído por algumas prefeituras e redes de saúde (Santos- Pinto; Miranda; Osorio-de-Castro, 2021).
2.4 Intoxicações medicamentosas
Os medicamentos ocupam, na sociedade, o papel de um importante elemento no conjunto de recursos responsáveis pela saúde dos cidadãos, entretanto, do mesmo modo, enquanto fornecem uma garantia de cura, são também responsáveis por um número significativo de malefícios, especialmente intoxicações causadas por seu uso equivocado ou incorreto, o que se torna um problema de saúde pública com custos à população e aos cofres públicos (Calderari, 2017).
As intoxicações, causadas por medicamentos, representam uma parte importante do total de problemas de saúde não só no Brasil, mas no mundo todo, como revelaram dados da OMS. Os medicamentos encontram-se como importante elemento no grupo de instrumentos disponíveis para a sociedade e o cuidado da saúde dos indivíduos. Porém, requerem atenção, pois, ao mesmo tempo em que se apresentam como opção de garantia de bem-estar orgânico, são responsáveis, também, por malefícios, dentre os quais se destacam principalmente as intoxicações causadas por seu uso incorreto ou acidental, o que causa um grande problema de saúde pública com enormes custos sociais e econômicos (Martins; Oliveira, 2019).
Seja por tentativa de suicídio, acidentes individuais, ou erro de administração, os medicamentos são campeões de intoxicação, mesmo sendo desenvolvidos para beneficiar as pessoas. No Brasil, as substâncias que mais causam intoxicação são substâncias de limpeza, agrotóxicos, entre outros, devido a acidentes relacionados a administração, uso abusivo, erro de dose, erro de posologia e facilidade de acesso. Somados também a intoxicações intencionais que tentam suicídio, utilizando altas doses de medicamento. O uso abusivo e irracional de medicamentos é um notável risco à saúde pública, pois representa aproximadamente 30% dos casos de intoxicação (Vargas, 2019).
Para que seja possível alcançar o resultado desejado de um tratamento medicamentoso, é necessário que exista controle e prevenção, levando ao alívio dos sintomas, ocorrendo, assim, a cura da doença. Normalizando, ainda, parâmetros fisiológicos e laboratoriais, mas, para que tudo isso seja realizado, é indispensável a supervisão e orientação adequada de um profissional, o que infelizmente, muitas vezes, acaba não acontecendo.
Principais causas da intoxicação por medicamentos
A maioria das intoxicações ocorre por indivíduos que apresentam certo desconhecimento ao utilizar substâncias com potencial nocivo. Por não apresentarem conhecimento sobre os riscos de tais substâncias, seja pela complexidade da fórmula de alguns compostos, ou ainda pela contribuição da publicidade que explicita sempre as maravilhas que podem ser conseguidas por determinados medicamentos. As principais causas de intoxicação acabam sendo o uso abusivo dos medicamentos relacionado com à falta de conhecimento sobre a posologia e administração, automedicação e erros de prescrição (Gonçalves et al., 2019).
A prática da automedicação é um fator agravante no panorama geral das intoxicações mundiais (Vargas, 2019). Baseado em informações de nosso ciclo social, a exemplo de vizinhos ou parentes que ao se medicarem (por meios variados) apresentaram resultados gratificantes e satisfatório para eles, que instintivamente se sentem no dever de indicar tais substâncias para todos aqueles que possuem sintomas semelhantes (sendo que estes não apresentam conhecimento técnico científico suficiente para diagnósticos) (Calderari, 2017).
Outro fator que contribui para a intoxicação medicamentosa é a facilidade de aquisição de medicamentos pela internet, que junto ao armazenamento inadequado de medicamentos em residências (por vezes, na forma de embalagens coloridas e bonitas), induz ao aumento do consumo dessas substâncias pelo público desinformado. Constata-se que os anticonvulsivantes, analgésicos, broncodilatadores, descongestionantes nasais e os contraceptivos orais são os mais utilizados e causadores da intoxicação (Sousa, 2021).
2.5 O farmacêutico e a intoxicação medicamentosa
Nos dias atuais, os medicamentos são considerados a principal ferramenta terapêutica para recuperação ou manutenção de condições da saúde da população. No entanto, o uso irracional contribui para o surgimento de muitos eventos adversos, dentre os quais a intoxicação medicamentosa, representa impacto negativo sobre a saúde da população. Nesse contexto, o farmacêutico possui um importante papel para o uso racional do medicamento, visando educação e promoção em saúde (Gretzler et al., 2018).
O farmacêutico tem posição de destaque quando o assunto é o uso racional de medicamentos, pois deve ser visto como o profissional do medicamento, possuidor do conhecimento técnico e de habilidades essenciais na identificação de possíveis eventos adversos ocasionados pelo uso. A atuação do farmacêutico junto à sociedade é de suma importância e a sua participação em equipes multidisciplinares é fundamental, pois acaba por acrescentar valores aos seus serviços e resultados positivos (Santana, 2018).
O profissional farmacêutico possui competências como a assistência, atenção e a intervenção farmacêutica que o possibilitam realizar seu trabalho de maneira ativa junto à sociedade de modo que o paciente seja sempre o principal beneficiário, mediante uma farmacoterapia humanizada e individualizada, tendo em meta a melhoria da qualidade de vida e a restauração do estado de saúde da sociedade, de modo a prevenir interações, intoxicações e outros problemas relacionados à medicamentos ante a promoção de seu uso racional (Vargas, 2019). Para Calderari (2017) é o profissional que pode, através dos serviços clínicos, contribuir e reverter o quadro de intoxicação medicamentosa, de modo a, ao menos, ajudar a reduzir os efeitos nocivos do uso indevido e não racional de medicamentos.
Deve-se destacar, também, o papel do farmacêutico na farmacovigilância, cujo principal objetivo é a redução das taxas de morbimortalidade relacionadas ao uso de medicamentos, mediante a detecção precoce de problemas de segurança destes para os usuários, assim como melhorar a seleção e o uso racional dos medicamentos pelos profissionais da saúde. Nesse contexto, ante a gama de atribuições do farmacêutico, assim como a relevância destas junto à farmacovigilância, é fundamental que a classe reflita sobre suas aptidões e atribuições, de modo a estabelecer consensos e tomar decisões que possam trazer cada vez mais aprimoramento para sua atuação (Santos et al., 2021).
3 METODOLOGIA
A pesquisa foi do tipo descritiva, de natureza quantitativa e realizou-se em meio virtual devido a exigência de trabalho remoto. Foi realizada no período de setembro de 2021 a julho de 2022, após aprovação do Comitê de Ética de Pesquisa realizada em Seres Humanos, da Universidade Estadual da Paraíba, sob número do parecer 5.266.552 e a participação na pesquisa foi precedida pela assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido seguindo os critérios da Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012 (CNS, 2012).
A amostra foi constituída pelo público jovem com idade a partir de 18 anos e adultos com acesso à internet que tenham feito uso de terapias medicamentosas para prevenção e/ou tratamento da covid-19. A amostragem foi não probabilística por conveniência.
Foi utilizado um formulário para a coleta de dados, a fim de obter informações detalhadas: a variável dependente do estudo foi o uso de terapias medicamentosas para prevenção e/ou tratamento da Covid-19. As variáveis independentes foram divididas em sociodemográficas (gênero, idade e estado civil); presença de comorbidades e sintomas apresentados pós automedicação. Durante o isolamento social foi disponibilizado através da ferramenta Google Forms, em seguida foi coletado de forma presencial.
Para análise e organização dos dados da pesquisa foi utilizada a estatística descritiva, com apresentação de frequências simples, absolutas e percentuais para as variáveis categóricas. Para os testes de associação entre a prática da automedicação e as variáveis independentes foi utilizado o teste Qui-quadrado (X2), casos onde as frequências esperadas foram menores que 5 (Siegel, 2006), considerando o nível de significância de 5% (p>0,05). Todas as análises foram realizadas com o auxílio do software estatístico R (R CORE TEAM, 2017).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Tabela 1 apresenta as variáveis sociodemográficas e as comorbidades da amostra em estudo.
Participaram do estudo 234 pessoas sendo a maioria do gênero feminino 155 (66.24%), com faixas etárias de 18-25 anos, exercendo algum tipo de atividade 225 (96.15%), solteiro 159 (67.94%), com renda de até 2 salários mínimos 124 (53%) e sem comorbidades.
A maior participação de jovens e adultos foi resultado da disponibilidade do formulário para a coleta de dados através da ferramenta Google Forms. Esse dado também pode ser justificado pelo isolamento social causado pela pandemia da Covid-19 e também por serem estudantes. Segundo Sander (2022) o número de crianças e adolescentes usando a internet é cada vez maior, entre 2019 e 2021, o índice de pessoas com idades de nove a 17 anos aumentou de 89% para 93%. No entanto, apesar do período coincidir com a pandemia e a realização de aulas remotas, o uso nessa faixa etária ocorreu em maior proporção para o acesso a redes sociais (77,8%) do que para realizar trabalhos escolares (71,2%).
Outro dado importante foi que apesar da maioria não apresentar comorbidades a prática da automedicação para prevenir ou tratar a Covid-19 foi realizada por 28 (35.44%) dos homens participantes do estudo e por 55 (35.48%) das mulheres. Na correlação em ter Covid-19 e realizar a automedicação e na avaliação da referida prática e dos resultados obtidos os foram considerados significantes (p=0.000).
Tabela 1 – Variáveis sociodemográficas e comorbidades da amostra em estudo.
Com relação à prática da automedicação, 47 (56.62%) relataram ter apresentado resultados positivos; 34 (40.96%) não sentiram diferença no quadro clínico e 2 (2.42%) afirmaram que os sintomas apresentados pioraram (TABELA 2).
A automedicação é um hábito no Brasil. Dados do Conselho Federal de Medicina indicaram que 77% dos brasileiros fazem o uso de medicamentos sem qualquer orientação médica. Mas, especialmente no período da pandemia, a automedicação pode comprometer a saúde, tornando a pessoa ainda mais vulnerável aos riscos (OS RISCOS…, 2021).
O Conselho Federal de Farmácia relatou que, com exceção das vacinas anticovídicas, cujo uso emergencial foi autorizado pela ANVISA, até o presente momento, as melhores evidências científicas são de que não há medicamento que evite as pessoas de serem infectadas pelo coronavírus. As principais e mais respeitadas entidades científicas, sociedades médicas e farmacêuticas e organizações sanitárias internacionais como a OMS, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Federação Farmacêutica Internacional (FIP) declararam publicamente a falta de base científica, clínica e epidemiológica que sustente a eficácia ou o benefício da adoção do chamado “tratamento precoce contra a Covid-19”. Ressalta-se que a própria ANVISA não aprovou o registro de uso de qualquer medicamento com esse propósito. Assim, não há um medicamento capaz de curar as pessoas da infecção pelo SARS-Cov-2 e suas possíveis variantes (OS RISCOS…, 2021).
Na avaliação dos grupos farmacológicos utilizados na automedicação os mais citados foram antiparasitários (antivermífugo), representado pela ivermectina e por antitussígenos 17 (20.48%) respectivamente e os Anti-inflamatórios Esteroidais 5 (6.07%) tendo prednisona e prednisolona como representantes. Também foram observados várias associações sendo as mais citadas: Analgésicos/Antitérmico (dipirona e paracetamol) e Antibiótico/Analgésico/Antitérmico/Anti-histamínico (azitromicina, dipirona, paracetamol, loratadina e desloratadina) (TABELA 3).
De acordo com o National Institutes of Health (2020), Sahraei et al., (2020) e o Ministério da Saúde no início da pandemia no Brasil e no mundo para as pessoas diagnosticadas ou com suspeita de Covid-19, era comum a prescrição de diversas classes de medicamentos off-label, como antibióticos a azitromicina, antimalárico a hidroxicloroquina e cloroquina e antivermífugo a ivermectina. Tal cenário configurou uso irracional de medicamentos, tendo em vista a falta de evidências científicas que comprovem as referidas indicações (Brasil, 2020; NIH, 2020; Sahraei et al., 2020).
Oldenburg e Doan (2020) e Furtado et al., (2020) explicaram que caso da azitromicina (associada ou não à hidroxicloroquina), medicamento mais prescrito para o tratamento da Covid-19, os resultados da primeira e segunda versão do Ensaios Clínicos Randomizados (ECR) multicêntrico “Coalizão Covid-19 Brasil” indicaram ausência de benefícios clínicos nesses tratamentos. Dessa forma, deve-se atentar que o uso irracional de antimicrobianos aumenta o risco de infecções multirresistentes à farmacoterapia, importante questão de Saúde Pública.
Também é importante conhecer e alertar a população que muitos desses medicamentos apresentam reações adversas e interações medicamentosas relevantes resultando em inefetividade e segurança. A hidroxicloroquina e cloroquina, podem causar hipoglicemia, retinopatia, arritmia e infarto, o que reforça a necessidade de indicação adequada à condição de saúde e acompanhamento médico (NIH, 2020; Sahraei et al., 2020). Esse estudo revelou que muitos participantes eram portadores de Doenças Crônicas Não Transmissíveis como HAS e/ou DM e estiveram propensos a apresentar algumas das reações adversas e quem sabe se algum dos óbitos foram resultantes dessa terapia e não da Covid-19. Além disso, não são recomendadas associações como lopinavir/ritonavir e hidroxicloroquina/azitromicina fora de ECR, especialmente, devido ao alto risco de toxicidade (NIH, 2020).
A ivermectina foi prescrita e bastante utilizada como off-label no início da pandemia da Covid-19, uma opção terapêutica que foi considerada válida no manejo de pacientes em fases iniciais da doença, mediante a sua ação antiviral e a escassez dos demais medicamentos para o manejo desses pacientes, entretanto ainda não existem evidências fortes acerca do efeito clinicamente significativo desse fármaco nos pacientes com o coronavírus, sobretudo acerca da pneumonia gerada por essa patologia, sendo controvérsias sobre a sua indicação terapêutica (Ponte et al., 2021). Nenhum dos estudos indicou possuir fortes evidências que sustentassem o uso terapêutico da ivermectina para os pacientes infectados pelo coronavírus.
O uso incorreto de medicamentos é um dos maiores problemas de Saúde Pública em todo mundo. Segundo estimativas da OMS, cerca de metade dos medicamentos são prescritos, dispensados e vendidos incorretamente. Consequentemente, aumentam os riscos de reações adversas graves a medicamentos, responsáveis por motivação ou prolongamento de hospitalizações, agudização de quadros clínicos e ameaça à vida. Durante a pandemia, a falta de medicamentos eficazes, a rápida veiculação de informações sobre possíveis alternativas terapêuticas, o medo de morrer e a cultura medicalizadora foram importantes agravantes desse panorama.
O farmacêutico tem o importante papel de orientar o paciente com o intuito de evitar o uso irracional de medicamentos. Atuando ele pode diminuir o uso desnecessário de medicamentos e, dessa forma, reduzir os riscos do uso inadequado e consequentemente melhorar a adesão farmacoterapêutica. Muitas vezes o paciente comete erros no tratamento exatamente por não ter a supervisão de um profissional de saúde e não compreender os riscos envolvidos no uso indiscriminado de fármacos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o advento da pandemia muitos pacientes utilizaram medicamentos sem acompanhamento de profissionais e de forma inadequada, o que tornou a situação bem mais perigosa devido a possibilidade de desencadear problemas como intoxicação ou até mesmo ter desfecho fatal.
A dificuldade de acesso aos serviços de saúde e o medo, por ser uma doença desconhecida com alto número de óbitos, foram uns dos principais fatores que promoveram o uso irracional de medicamentos durante a pandemia.
Também o desconhecimento da comunidade científica sobre a Covid-19 fez com que profissionais da saúde tivessem que buscar tratamentos a partir de medicamentos existentes no mercado com atividades farmacológicas semelhantes. A administração do fármaco de forma diferente do que está presente na bula, denominado off-label, é permitido pela Anvisa, mas toda responsabilidade é do prescritor, caso venha a acontecer algo.
Aproximadamente 57% dos entrevistados que fizeram o uso de medicamentos informaram que houve melhora dos sintomas, enquanto cerca de 41% afirmaram não sentir diferença após o uso e 2% relataram piora. O quadro positivo informado pelos pacientes pode ser explicado por alguma ação farmacológica ainda desconhecida, melhora natural induzida pelo sistema imune ou efeito placebo.
Com base nos dados da pesquisa, durante a crise do Covid-19, dentre as classes de medicamentos mais usadas, se destacaram os antiparasitários, representado pela ivermectina e antitussígenos.
O profissional farmacêutico tem fundamental importância no combate a automedicação. Com as orientações farmacêuticas, os riscos de efeitos colaterais e adversos são minimizados, bem como a adesão e a efetividade do tratamento aumentam. Vale salientar que o farmacêutico é o profissional de saúde mais acessível, sendo peça fundamental na manutenção da saúde da população.
Compreende-se como limitação desta pesquisa o número de pessoas entrevistadas devido ao pequeno alcance. Assim, para estudos futuros, sugere-se realizar a análise com amostra maior a fim de obter resultados ainda mais expressivos.
REFERÊNCIAS
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¹ Farmacêutico pela Universidade Estadual da Paraíba. Campus I. e-mail: lucas.verissimo@aluno.uepb.edu.br
2 Discentes do Curso de Farmácia Generalista. Universidade Estadual da Paraíba. Campus I.
3 Maria do Socorro Ramos de Queiroz. Universidade Estadual da Paraíba. Campus I. Doutora em Biotecnologia em saúde (RENORBIO/UFPB). e-mail: queirozsocorroramos@servidor.uepb.edu.br