REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202410310930
Milene Ferreira da Costa Silva1, Luriam Calil Chaves Fortes2, João Vitor da Silva Oliveira3, Darielma Ferreira Morbach4, Carlison Ramom Chagas Costa5, Nathalia Dantas Carvalho Costa6, Elana Miranda Afonso Batista7, Anna Julia Costa da Luz8, Vinícius Ferreira Martins9, Vanessa Trindade dos Santos10, Eliene Miranda Coelho11, Janayra Santana Alves12, Jamile Caroline Moreira Batista13, Nathália Menezes Dias14.
RESUMO: Introdução: A utilização frequente da ventilação mecânica demanda dos profissionais de saúde um amplo entendimento dos seus parâmetros e configurações. No entanto, a falta de experiência devido à delegação dessa prática a outros profissionais ou até mesmo a escassez de conhecimento pode impactar negativamente a qualidade do atendimento. Abrindo, portanto, espaço para a exploração de tecnologias que possam simplificar o uso desses equipamentos. Objetivo: Relatar a experiência de criação de tecnologia educacional para ajustes de parâmetros na ventilação mecânica para pacientes adultos, pediátricos e neonatais. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência do tipo descritivo com abordagem qualitativa, utilizando a metodologia da problematização para criação de tecnologias educacionais sobre ventilação mecânica para ajustes de parâmetros, voltada para os profissionais de enfermagem da Sala Vermelha da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada no Município de Tucuruí, no estado do Pará. Resultados e discussões: Percebeu-se que os profissionais receberam de bom grado as tecnologias que servem de auxílio no momento atribulado da ventilação dos pacientes. A determinação dos fluxogramas levou em consideração a faixa etária dos pacientes, que se mostrou fundamental para sua utilidade, e a cartilha foi de total importância para a rápida revisão de informações aprofundadas. Conclusão: Em última análise, nossa abordagem aprimora a segurança e a eficácia da ventilação mecânica na Sala Vermelha da UPA, beneficiando diretamente os pacientes que dependem dessa terapia vital. Acreditamos que nossa iniciativa contribuirá significativamente para alcançar esse objetivo, fornecendo recursos práticos e acessíveis que podem ser implementados de imediato no ambiente clínico.
Descritores: Ventilação Mecânica; Serviços de Saúde de Emergência; Educação em Saúde.
ABSTRACT: Introduction: The frequent use of mechanical ventilation requires healthcare professionals to have a comprehensive understanding of its parameters and settings. However, lack of experience due to delegating this practice to other professionals or even a scarcity of knowledge can negatively impact the quality of care. This opens up space for the exploration of technologies that can simplify the use of these devices. Objective: This article aims to report the experience of creating three flowcharts and a booklet containing the initial parameters and settings for mechanical ventilation in adult, pediatric, and neonatal patients. Methodology: This is a descriptive type of experience report with a qualitative approach regarding the development of three flowcharts and a booklet on the initial parameters of mechanical ventilation, targeted at nursing professionals in the Red Room of the Emergency Care Unit (UPA) located in the municipality of Tucuruí, in the state of Pará. Results and Discussions: It was observed that the professionals welcomed the technologies that serve as aids during the hectic moments of patient ventilation. The determination of the flowcharts took into consideration the age range of the patients, which proved to be fundamental for their utility, and the booklet was of utmost importance for the quick review of in-depth information. Conclusion: Ultimately, our approach aims to enhance the safety and effectiveness of mechanical ventilation in the Red Room of the UPA, directly benefiting patients who depend on this life-saving therapy. We believe that our initiative contributes significantly to achieving this goal, providing practical and accessible resources that can be implemented immediately in the clinical setting.
Descriptors: Respiration, Artificial; Emergency Medical Services; Health Education.
RESUMEM: Introducción: El uso frecuente de la ventilación mecánica requiere que los profesionales de la salud tengan un amplio entendimiento de sus parámetros y configuraciones. Sin embargo, la falta de experiencia debido a la delegación de esta práctica a otros profesionales o incluso la escasez de conocimiento pueden afectar negativamente la calidad de la atención. Esto abre espacio para la exploración de tecnologías que puedan simplificar el uso de estos equipos. Objetivo: informar la experiencia de crear tres flujogramas y un manual con los parámetros y configuraciones iniciales de la ventilación mecánica para pacientes adultos, pediátricos y neonatales. Metodología: Se trata de un informe de experiencia descriptivo con enfoque cualitativo sobre la construcción de tres flujogramas y un manual sobre los parámetros iniciales de la ventilación mecánica, dirigido a los profesionales de enfermería de la Sala Roja de la Unidad de Pronto Atendimento (UPA) ubicada en el Municipio de Tucuruí, en el estado de Pará. Resultados y discusiones: Se observó que los profesionales recibieron con agrado las tecnologías que ayudan en el momento agitado de la ventilación de los pacientes. La determinación de los flujogramas tuvo en cuenta la edad de los pacientes, lo cual resultó fundamental para su utilidad, y el manual fue de suma importancia para la rápida revisión de información detallada. Conclusión: En última instancia, nuestro enfoque mejora la seguridad y la eficacia de la ventilación mecánica en la Sala Roja de la UPA, beneficiando directamente a los pacientes que dependen de esta terapia vital. Creemos que nuestra iniciativa contribuirá significativamente a lograr este objetivo, proporcionando recursos prácticos y accesibles que pueden implementarse de inmediato en el entorno clínico.
Descriptores: Respiración Artificial; Servicios Médicos de Urgencia; Educación en Salud
INTRODUÇÃO:
A ventilação mecânica (VM) consiste em um método de suporte para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada, uma vez que substitui total ou parcialmente a ventilação espontânea, com o objetivo de propiciar adequada troca gasosa, reduzir o trabalho da musculatura respiratória e diminuir a demanda metabólica. A ventilação mecânica pode ser classificada como não invasiva, a partir de uma interface externa, ou invasiva, através de um tubo endotraqueal ou cânula de traqueostomia (Barra et al., 2003).
Vale ressaltar que, de acordo com a resolução do Cofen Nº-639/2020, no contexto da equipe de enfermagem, é responsabilidade do enfermeiro a montagem, teste e instalação de aparelhos de ventilação mecânica invasiva e não invasiva em pacientes adultos e pediátricos. Além disso, no contexto do processo de Enfermagem, cabe ao enfermeiro a monitorização, verificação de alarmes, ajuste inicial e manejo dos parâmetros da ventilação mecânica, tanto na estratégia invasiva quanto na não-invasiva.
Dessa forma, esse tipo de suporte demanda assistência especializada da equipe multiprofissional, tendo o enfermeiro a responsabilidade de manter a permeabilidade das vias aéreas do paciente intubado, assim como o domínio sobre os parâmetros do ventilador, necessário para avaliar a adaptação do paciente aos parâmetros e implementar os cuidados de enfermagem (Filho et al., 2016).
Tendo isso em questão, essa prática requer muito cuidado e técnica, haja vista que, de acordo com Neto et al. (2014), a complicação mais comum é a extubação acidental, que corresponde à perda prematura e não planejada do tubo orotraqueal (TOT) que ocorre pela agitação motora do paciente (extubação acidental) ou pelo manuseio incorreto do TOT pela equipe de enfermagem durante procedimentos como o banho no leito, higienização corporal, oral, troca da fixação do TOT; cuff vazio ou furado; ou fixação inadequada, caracterizando, assim, um evento adverso do cuidado.
Dessa forma, cuidados considerados boas práticas assistenciais no contexto das Emergências Hospitalares (EH) devem ser empregados, a fim de promover a segurança do paciente e contribuir para a qualidade do serviço prestado (Brandão et al. 2019). Tendo em vista que o enfermeiro que exerce suas atribuições na Unidade de Terapia Intensiva deve estar capacitado a realizar esses cuidados aos pacientes graves (Chulay et al., 2012).
Nesse sentido, as tecnologias educativas são uma importante ferramenta para capacitação e orientação do profissional da saúde, ressaltando que, enquanto equipamento, é um componente importante de instrumento de trabalho no exercício educativo. Contudo, não se restringe à tecnologia em si. Ela também está voltada para a organização lógica das atividades, de tal modo que possam ser sistematicamente observadas, compreendidas e transmitidas (Nietsche et al., 2005).
Diante do exposto, a avaliação do profissional de enfermagem a respeito do paciente em VM é imprescindível, principalmente no monitoramento e no processo de intubação orotraqueal em si, haja vista que esse desempenha um papel de suporte muito importante. Nesse viés, o enfermeiro deve estar em posse de todo conhecimento teórico para que possa desenvolver um trabalho mais dinâmico e seguro. Dessa forma, esse trabalho tem como objetivo relatar a experiência de criação de tecnologia educacional para ajustes de parâmetros na ventilação mecânica para pacientes adultos, pediátricos e neonatais.
MÉTODO
O presente estudo é um relato de experiência descritivo com abordagem qualitativa, focado na construção de um fluxograma e uma cartilha sobre os parâmetros iniciais da ventilação mecânica, direcionado a profissionais médicos e enfermeiros. A metodologia utilizada baseou-se na abordagem qualitativa, que permite uma compreensão profunda das experiências e necessidades dos profissionais de saúde. O método do Arco da Problematização de Maguerez foi adotado, conhecido por promover um aprendizado significativo e estimular a participação ativa. Este método segue cinco etapas: observação da realidade, identificação dos pontos-chave, teorização, elaboração de hipóteses de solução e aplicação à realidade.
Na prática, a primeira etapa envolveu a observação da problemática durante os estágios curriculares dos acadêmicos de enfermagem na Sala Vermelha. Foi identificado que a intubação é um processo dinâmico que exige atenção máxima da equipe de enfermagem, pois erros podem ocorrer se não for executado com precisão. Com base nessas observações, foram definidos os pontos-chave para a implementação da metodologia ativa.
Em seguida, os acadêmicos realizaram uma revisão de literatura em bases de dados como PubMed, MEDLINE e Scielo para embasamento científico. Com essas informações, foram elaboradas hipóteses de solução para os problemas identificados, resultando na criação de um fluxograma e uma cartilha. Esses materiais foram desenvolvidos utilizando o programa Canva, uma ferramenta de design gráfico que facilita a criação de materiais visuais educativos de alta qualidade. Os materiais foram projetados para serem intuitivos e de fácil consulta, visando não apenas clareza e eficiência na transmissão do conhecimento, mas também acessibilidade e aplicabilidade prática no ambiente de trabalho.
Por fim, os materiais foram aplicados e apresentados aos enfermeiros da Sala Vermelha da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada no município de Tucuruí, no estado do Pará. A ação de apresentação e entrega das ferramentas foi realizada de forma presencial pelos acadêmicos e pela professora orientadora da Universidade do Estado do Pará (UEPA), campus XIII, de Tucuruí, no curso de Enfermagem de 2020, tendo duração de uma hora e meia, no período matutino.
Além disso, os profissionais da saúde da Sala Vermelha da UPA foram considerados participantes indiretos, pois o estudo visa melhorar a prontidão e eficácia da ventilação mecânica para o benefício direto dos pacientes atendidos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A ventilação mecânica é uma intervenção crítica em situações de emergência, especialmente em ambientes hospitalares, como a Sala Vermelha de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A falta de experiência ou conhecimento e a necessidade de ajustes rápidos nas máquinas de ventilação podem ser fatores críticos que afetam a qualidade do atendimento. Doravante, existem lacunas no domínio da assistência dos profissionais da saúde referente à ventilação, seja por falta de conhecimento ou por perda da experiência por delegação desse cuidado a outros profissionais (Rodrigues et al., 2012).
Como proposta metodológica, decidimos utilizar o Método da Problematização com o Arco de Maguerez. Esta metodologia ativa permite que os atuantes assumam a posição de críticos reflexivos do problema em questão e o correlaciona com a realidade social. Este método oferece uma abordagem estruturada e eficaz para a educação, estimulando a participação ativa dos estudantes e promovendo um aprendizado significativo (Silva et al., 2020).
O Método da Problematização com o Arco de Maguerez é um processo educacional composto por cinco etapas. Inicialmente, na etapa Observação da Realidade, os participantes identificaram um problema relevante em sua área de estudo ou atuação, que serve como ponto de partida. Em seguida, nos Pontos-Chaves, eles levantam questões relacionadas ao problema, exploram causas, consequências e soluções. A fase de Teorização envolve a busca por informações relevantes e a integração desses conhecimentos ao entendimento do problema. A etapa Hipótese de Soluções é a busca pela resolução do problema. Por fim, na Aplicação à Realidade, os participantes implementam as soluções desenvolvidas durante o processo, seja por meio de projetos, ações sociais ou outras formas de aplicação do conhecimento adquirido, tornando-o tangível e benéfico para a resolução do problema (Bordenave; Pereira, 1982).
A fase inicial do nosso projeto compreendeu a percepção da realidade, na qual identificamos a necessidade de aprimorar o gerenciamento da ventilação mecânica em pacientes em situações de emergência. Essa percepção foi orientada por uma série de fatores e observações, incluindo: A) Os desafios associados à configuração inicial da máquina, especialmente em pacientes pediátricos e neonatais, cujas configurações frequentemente eram complexas e requerem ajustes delicados. B) A diversidade de casos clínicos tratados pela equipe de saúde, abrangendo pacientes de diferentes faixas etárias, desde adultos até bebês prematuros. Cada grupo apresenta necessidades específicas em relação à ventilação, e a falta de diretrizes claras era evidente. C) A pressão enfrentada em situações de emergência, especialmente na Sala Vermelha da UPA, um ambiente de alta pressão onde os profissionais precisam tomar decisões rápidas e eficazes. A ausência de recursos visuais e diretrizes de fácil consulta dificultava a tomada de decisões precisas.
Na segunda fase, a determinação dos pontos-chaves, conduzimos uma avaliação detalhada das práticas relacionadas à ventilação mecânica. Isso incluiu a revisão dos procedimentos internos e a interação com os casos clínicos que necessitavam de ventilação mecânica. Durante este processo, várias lacunas foram encontradas. A falta de diretrizes específicas foi a mais evidente, pois cada grupo etário precisa de abordagens distintas, mas essas abordagens não estavam bem definidas. A complexidade adicional da ventilação pediátrica e neonatal também foi analisada, pois os ajustes necessários são delicados e com especificidades.
A terceira etapa, a teorização, é o recolhimento das informações científicas consolidadas sobre o assunto ou relacionados, com o propósito de elucidar a narrativa da proposta em questão e garantir conteúdos baseados em evidências. Nesta etapa, nossa equipe iniciou o processo de coleta de informações científicas relevantes relacionadas à ventilação mecânica. Isso envolveu a revisão de literatura médica, manuais de ventilação, diretrizes clínicas e pesquisas recentes relacionadas ao assunto. O objetivo era adquirir uma compreensão sólida das melhores práticas, parâmetros adequados e considerações específicas para pacientes adultos, pediátricos e neonatais.
Durante esta fase, identificamos as principais variáveis e considerações que influenciam a configuração inicial de uma máquina de ventilação mecânica, como a frequência respiratória, o volume corrente, a pressão inspiratória máxima e outros parâmetros relevantes. Também exploramos as diferenças significativas entre as necessidades de ventilação de pacientes adultos, pediátricos e neonatais, levando em consideração fatores como o tamanho das vias respiratórias, a diferença de peso e taxa metabólica.
Com base no conhecimento adquirido durante a teorização, passamos para a próxima fase do Método da Problematização com o Arco de Maguerez: a Hipótese de Soluções. Nesta quarta etapa, nossa equipe começou a desenvolver os fluxogramas e a cartilha para orientar as configurações primárias da máquina. Uma das ferramentas essenciais que empregamos nesta etapa foi a criação de fluxogramas. Estes ajudaram a visualizar o processo de implementação da solução quanto à falta de diretrizes e ensinos de rápida verificação pelos profissionais da saúde, de forma clara e sistemática. Cada passo e ação necessários foram detalhadamente mapeados, permitindo-nos identificar possíveis pontos de falha e otimizar a eficiência da assistência.
Durante a fase de teorização, decidimos que haveria três fluxogramas, um para cada faixa etária, e nesta etapa de hipótese de soluções, desenvolvemos os três. Além disso, cada fluxograma foi elaborado de forma altamente visual, com ícones, cores e setas que facilitam a compreensão rápida e a tomada de decisões eficazes, especialmente em situações de emergência. Esses fluxogramas, em conjunto com a cartilha de informações acessíveis por meio do uso de códigos de respostas rápidas (QR Codes), fornecem uma abordagem abrangente e orientada para garantir que a ventilação mecânica seja administrada de forma segura e eficaz, independente da idade do paciente (Silva et al., 2021).
O fluxograma destinado a pacientes adultos foi projetado para lidar com as considerações específicas desse grupo, desde a tomada da decisão pela realização do procedimento pautada nos sinais vitais do paciente, como o uso inicial padrão para adultos, estratégias de ventilação — levando em consideração os parâmetros e as recomendações para que o profissional possa escolher, da melhor forma, a estratégia para cada caso.
Para pacientes pediátricos, reconhecemos a necessidade de ajustes mais delicados e cuidadosos. O fluxograma pediátrico apresenta os ajustes necessários para os momentos iniciais da intubação, levando em consideração o modo ventilatório, a FiO2, a PEEP, o PPICO, o volume corrente, a pressão respiratória (ajustada no modo PCV), a frequência respiratória, a relação I:E e o tempo de inspiração. Também inclui os tamanhos do diâmetro interno do tubo endotraqueal, da sonda de sucção e da lâmina laringoscópio em suas respectivas relações com as faixas etárias do grupo pediátrico, que vai desde o prematuro até os doze anos de idade.
A ventilação mecânica em recém-nascidos requer uma abordagem ainda mais especializada. Os ajustes iniciais se ramificam em três possibilidades para que escolha, ocorram reavaliações contínuas e a devida monitorização dos sinais vitais do paciente neonatal. Com isso, será necessário reajustes que levarão em conta os resultados do exame de gasometria e da condição clínica do RN. Para tal, foi justaposta uma tabela com a razão entre o peso, a idade gestacional e o tamanho da cânula do tubo endotraqueal para recém-nascidos.
Depois, a construção da cartilha serviu de aprofundamento das informações pontuais presentes nos fluxogramas, distribuindo-se entre admissão do paciente na UTI, principais indicações para a ventilação mecânica, modalidades ventilatórias, parâmetros ventilatórios específicos de cada grupo e os cuidados de enfermagem.
A inclusão do QR Code foi parte integrante e necessária do nosso projeto, pois desempenha um papel fundamental na melhoria da prontidão da ventilação mecânica na Sala Vermelha da UPA. Este QR Code é uma porta de entrada para a cartilha complementar dos fluxogramas e que oferece informações detalhadas e aprofundadas sobre todos os aspectos basilares da ventilação mecânica, proporcionando, assim, um suporte adicional aos profissionais de saúde que utilizam os fluxogramas por nós desenvolvidos (Silva et al., 2021).
A tecnologia do QR Code foi desenvolvida para ser facilmente acessível com um dispositivo móvel padrão, como um smartphone ou tablet. Isso significa que os profissionais de saúde podem acessar informações críticas com um simples toque em seus dispositivos pessoais, eliminando a necessidade de buscar manuais ou documentos em meio à pressão de uma situação de emergência (Silva et al., 2021).
Por último, na etapa Aplicação à Realidade, foi realizada a socialização dos materiais com os profissionais de saúde responsáveis pelo atendimento de emergência na Sala Vermelha na UPA, já que, há uma rotatividade geral de profissionais de saúde. Os acadêmicos utilizaram a versão impressa dos fluxogramas para apresentar a equipe as informações pertinentes a cada grupo de pacientes, os estudantes fizeram uso de um dispositivo Notebook para apresentar a cartilha em sua versão digital e finalizaram a entrega das tecnologias com a demonstração do uso do QR Code disponível no canto inferior esquerdo dos fluxogramas que foram fixados na parede da sala vermelha entre os dois leitos de internação acima do carrinho de parada e da máquina do ventilador mecânico.
A criação do fluxograma e da cartilha informativa representa um avanço significativo na orientação dos profissionais em saúde durante o processo de configuração inicial da ventilação mecânica. A visualização dos parâmetros por meio de fluxogramas simplifica a tomada de decisão, enquanto a cartilha oferece informações contextuais valiosas sobre a técnica de ventilação. A acessibilidade via QR Code reflete a integração das tecnologias modernas na educação em saúde, destacando a importância contínua de melhorar a capacitação dos profissionais envolvidos com a assistência em saúde para proporcionar o melhor atendimento possível aos pacientes. Essa abordagem permite melhorar a segurança e a eficácia da ventilação mecânica, beneficiando diretamente aqueles que dependem dessa terapia vital.
CONCLUSÃO
Tendo em vista os argumentos citados, é notório que a ventilação mecânica é um dos aportes intensivos mais utilizados na UTI, sendo recorrente seu uso, e o uso de suas técnicas e parâmetros em qualquer centro de terapia intensiva, sendo ela invasiva ou não invasiva ou em qualquer faixa etária.
No entanto, a falta de técnicas adequadas e desinformação na hora do manejo no atendimento ao paciente crítico pode acarretar atraso e falha no atendimento e possivelmente um agravo significativo ao paciente. Visando a atenuação do problema citado, a tecnologia desenvolvida visa preencher as lacunas informacionais que podem existir, servindo de auxílio para os profissionais da equipe, para que os procedimentos possam ser feitos com mais segurança, diminuindo assim a margem de erro e o tempo de estadia do cliente na unidade de atendimento.
Outrossim, iniciativas como esta devem servir de porta de entrada para que as possíveis novas tecnologias possam surgir para a contribuição da saúde pública, pois, em meio a jornadas e cargas exaustivas de trabalho, condições insalubres e estresse psicológico, erros podem acontecer e acarretar agravos irreversíveis. Nesse viés, a saúde pública deve estar imbuída de novas formas de auxílio, que visem como prioridade servir de alicerce para a manutenção da saúde coletiva.
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¹Graduanda de enfermagem pela Universidade do Estado do Pará (UEPA)
²Graduando de enfermagem pela Universidade do Estado do Pará (UEPA)
³Graduando de enfermagem pela Universidade do Estado do Pará (UEPA)
⁴Graduanda de enfermagem pela Universidade do Estado do Pará (UEPA)
⁵Graduando de enfermagem pela Universidade do Estado do Pará (UEPA)
⁶Graduanda de enfermagem pela Universidade do Estado do Pará (UEPA)
⁷Graduanda de enfermagem pela Universidade do Estado do Pará (UEPA)
⁸Graduanda de enfermagem pela Universidade do Estado do Pará (UEPA)
⁹Graduando de enfermagem pela Faculdade de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas Gamaliel (FATEFIG)
¹⁰Graduanda de enfermagem pela Universidade do Estado do Pará (UEPA)
¹¹Graduanda de enfermagem pela Universidade do Estado do Pará (UEPA)
¹²Enfermeira pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR)
¹³Graduanda de medicina pela Universidade do Estado do Pará (UEPA)
¹⁴Enfermeira, mestra em Cirurgia e pesquisa Experimental pela Universidade do Estado do Pará (UEPA)