IMPACTOS DA REDE DE APOIO À AMAMENTAÇÃO PARA MÃES DE RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

IMPACTS OF THE BREASTFEEDING SUPPORT NETWORK FOR MOTHERS OF PRETERM NEWBORNS: AN INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202410311235


Maria Fernanda Barros Parreira1
Paloma Vitória Belarmino de Carvalho2
Patrícia Gomes Pereira3
Jussara Soares Marques dos Anjos4
Divinamar Pereira5
Rafaela Seixas Ivo6
Karen Karoline Gouveia Carneiro7


Resumo

O presente estudo teve como objetivo geral analisar os impactos da rede de apoio ao aleitamento materno para mães de recém-nascidos prematuros, utilizando uma revisão bibliográfica. A metodologia adotada foi a revisão integrativa e descritiva, com foco na identificação dos fatores que influenciam de forma positiva ou negativa o aleitamento materno, a partir da análise de artigos científicos, teses, dissertações, e outras publicações relevantes dos últimos cinco anos. Na discussão dos resultados, destacou-se que as mães de recém-nascidos prematuros expressam o desejo de amamentar exclusivamente, no entanto sentem-se inseguras devido às diversas dificuldades que o bebê apresenta por consequência de sua imaturidade, portanto é necessário que assim que houver a alta hospitalar esse binômio receba apoio mais efetivo dos profissionais e da rede de apoio. A conclusão do estudo confirmou que a pergunta problema foi respondida, os objetivos específicos foram contemplados, e sugeriu-se a realização de trabalhos futuros que abordem mais o assunto destacado, devido à carência de estudos mais específicos a respeito do tema.

Palavras-chave: Amamentação. Prematuro. Rede de apoio. Binômio.

1. INTRODUÇÃO

Compreende-se que o maior desejo das gestantes é o de ver o filho vir ao mundo de forma saudável e ativa, consequentemente quando ocorre o nascimento prematuro em um cenário em que logo depois do nascimento o binômio é separado para que esse recém-nascido seja submetido a assistência especializada, há um grande abalo para a família, principalmente para a puérpera despertando sentimento de culpa, frustração, incompetência, medo e ansiedade. Sendo assim um dos primeiros desafios enfrentados pelas mães de recém-nascidos pré-termo (RNPT) é o de se adaptarem ao conflito entre o cenário idealizado e o cenário real, o que não se dá sem sofrimento (Braga; Machado; Bosi, 2008). 

O aleitamento materno (AM) é visto como algo instintivo à toda puérpera, no entanto ainda que fisiológico, existem diversas peculiaridades e estas ligadas a prematuridade tornam este processo ainda mais complexo, devido a imaturidade dos sistemas digestivo e respiratório do RNPT, considerando que este não apresenta a mesma capacidade de coordenação da respiração junto a deglutição que os recém-nascidos a termo possuem. Dessa forma torna-se necessário orientações pela equipe multiprofissional e de uma rede de apoio eficaz para que seja realizado o aprendizado e evolução da lactação (Perissé et al., 2019). 

Vale ressaltar que o leite humano é o único alimento necessário para o recém-nascido, seja ele pré-termo ou a termo, levando em consideração sua capacidade de suprir todas as demandas nutricionais do bebê até os seus seis meses. A amamentação é essencial para o binômio promovendo além da nutrição do bebê o fortalecimento da interação e do vínculo da mãe com o bebê (Brasil, 2015). 

Segundo Amaral (2015), os hábitos das maternidades, a falta de conhecimento das puérperas e dos profissionais de saúde sobre a amamentação e suas técnicas podem gerar uma influência contrária no estabelecimento da amamentação, sendo assim é valido à ideia de circunstâncias que possam abranger a lactante no autocuidado durante o acompanhamento pré-natal, conhecendo sua realidade socioeconômica para dar direção e auxílio de forma que a mesma tenha condições de seguir com a amamentação pós parto, independentemente da situação que será vivenciada.

Por conseguinte, reconhece-se que a ajuda oferecida à puérpera pelos familiares e/ou amigos é determinante para uma boa aderência e conservação da amamentação, assim como a falta de apoio pode influenciar o desmame precoce. Entretanto, além da rede familiar, a equipe multiprofissional de saúde pode incentivar e valorizar a participação da puérpera em programas de incentivo à amamentação, de forma que esta possa participar e contribuir com a prática, ademais a equipe de saúde precisa conhecer o contexto familiar e comunitário da puérpera, tal como os saberes empíricos e tabus presentes neste contexto, a fim de que esses possam exercer o papel de incentivo a amamentação, com o objetivo de permitir que essas mães possam ir além dos obstáculos e vivenciar de forma mais pacífica o puerpério e a amamentação (Prates; Schmalfuss; Lipinski, 2015). 

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Rede de apoio

A expressão “rede” é utilizada em diferentes campos do conhecimento e há as mais variadas interpretações, sendo assim as redes podem ser compreendidas como um princípio de empatia e reciprocidade, dessa forma os indivíduos que compõem as redes podem, em algumas situações, buscar formas de apoio a algum tipo de dificuldade ou obrigação, por esta razão, são conhecidas como redes de apoio social, cujas conexões interpessoais acarretam sentimentos de afeto, confiança e solidariedade entre os componentes dos grupos (Nóbrega et al., 2019).

Isto posto, durante o puerpério, o recuo às condições pré-gestacionais intervém na saúde a partir de modificações hormonais, desenvolvendo consequentemente a vulnerabilidade emocional, tendo em vista que a aflição, estresse, receio, instabilidade e fadiga são sentimentos fortemente presentes, aliados à adequação da nova rotina e aos cuidados do recém-nascido. Assim as redes de apoio social geram reações que, podem intervir de forma negativa ou positiva, logo é importante entender os determinantes e condicionantes de saúde da puérpera e a forma que os aspectos psicossociais influenciam nesse período (Alves et al., 2022).

Durante o puerpério a mulher se depara com muitos desafios, dentre eles a amamentação, a qual é uma escolha materna que é influenciada por fatores socioeconômicos, culturais e psicológicos, os quais tornam imprescindível a atuação da rede de apoio de familiares e profissionais de saúde, de forma a se estabelecer estratégias que possam contribuir com o prevalecimento da amamentação exclusiva, visto que este beneficia o binômio em relação a seu vínculo e desenvolvimento (Arantes et al, 2020).

Perante as dificuldades com a amamentação, a rede de apoio social, leigo ou profissional, é vista como a estratégia mais eficaz para alcançar maiores taxas de amamentação. Para promover o AM, o apoio apropriado deve ser centrado na pessoa e deve abranger relações de confiança e continuidade. Sendo assim, outras mães, familiares, amigos e a equipe multiprofissional de saúde muitas vezes constitui uma rede eficaz de apoio à puérpera (Alves et al, 2020).

Podendo-se dizer que o êxito da amamentação está fortemente ligado à rede de apoio das puérperas, as necessidades emocionais, físicas, culturais, sociais, profissionais e intelectuais das mulheres são pontos onde a rede de apoio contribui pontualmente na assistência. Os agentes que formam essa rede são agentes fundamentais para o estabelecimento e a manutenção da amamentação de forma saudável e prazerosa para o binômio (Silva et al., 2023)

Estudos apontam que as puérperas que receberam o apoio da rede familiar, e extrafamiliar apresentam maior constância na fase de transformação da mulher à maternidade, logo a rede de apoio torna-se um facilitador a partir das orientações, do apoio emocional, do auxílio nos cuidados com o bebê, na alimentação, dentre outro, ressaltando a importância do fortalecimento das redes que promovam condutas de promoção e prevenção em saúde, evitando-se situações de morbidades e agravamento da saúde. Vale ressaltar que também há a importância da presença da figura paterna nos cuidados ao recém-nascido e a puérpera além do apoio socioeconômico (Alves et al., 2022).

2.2 Prematuridade e a amamentação

O nascimento de um prematuro é um fato que afeta a vida dos pais, cooperando com a fragilidade emocional da puérpera, que planejou o contato com o filho e a amamentação em seu seio, o momento de incerteza pós-parto pode trazer momentos de confusão para muitas mães e isso pode influenciar negativamente na amamentação quando for necessária. A importância do profissional de saúde nesse momento de incerteza é muito importante para a família, visto que ele poderá fornecer informações sobre a estimulação antecipada das mamas, diminuindo o pressentimento de impotência da mãe para com o seu filho (Neumann et al., 2020).

A amamentação dos recém-nascidos prematuros apresenta características que dificultam o processo, acarretando assim o desmame precoce, diversos estudos abordam a baixa adesão ao aleitamento materno exclusivo desses recém-nascidos, comprovados por fatores no atraso na sucção no seio materno, o distanciamento binômio em casos de internação hospitalar, dificuldade na produção e ejeção do leite e à falta de rede de apoio em ambiente hospitalar e domiciliar. Ressalta-se, entretanto, que aleitar é um processo difícil, ativo e variável, mas é indispensável para o prematuro, devido ao auxílio na maturação de seus sistemas e desenvolvimento psicomotor, assim como o seu desempenho neurocomportamental (Cunha et al., 2024).

Levando em consideração que o prematuro necessita de estimulação precoce da habilidade de prontidão e sucção para estabelecer a alimentação por via oral, possuindo uma notável capacidade de sugar o leite diretamente do seio materno, para isso é importante o auxílio de profissionais qualificados quanto ao manuseio da lactação e protocolos padronizados. Uma das bases para que se consiga obter a amamentação de forma exclusiva é colaborar com o vínculo do binômio durante a internação, agregando a mãe no cuidado do RNPT até que tenha alta hospitalar (Neumann et al., 2020).

A ajuda e valorização dos cuidados à família é essencial, seja ela por parte da rede familiar ou equipe de saúde multiprofissional. Com relação às redes intrafamiliares, sua edificação voltada ao apoio, é importante e indispensável para que se afirme às puérperas a confiança e tranquilidade nos momentos mais difíceis. Portanto o enfermeiro tem uma importante função no desenvolvimento do vínculo do binômio, estimulando a constituição da autonomia para o cuidado materno. Além disso, o  apoio  exercido  pela  equipe  de  enfermagem  auxilia a progenitora a passar pelo momento, sobretudo por esta, estar vivenciando anseios relacionados ao nascimento de seu filho prematuro assim como as incertezas relacionadas à saúde do recém-nascido (Santos et al., 2023).

Sendo assim, as mães de recém-nascidos prematuros que expressam o desejo de amamentar exclusivamente podem sentir-se desencorajadas, devido às diversas dificuldades que o bebê apresenta devido a sua imaturidade, portanto é necessário que assim que houver a alta hospitalar esse binômio receba apoio mais efetivo dos profissionais e da rede de apoio. Deve-se ressaltar que ao chegar no domicílio essas puérperas são influenciadas por angústias e estresses fato que influencia diretamente o aleitamento, diminuindo sua confiança e vontade de amamentar (Tronco; Bonilha; Teles, 2020).

Segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde, baseadas nas evidências científicas, a implementação e manutenção do aleitamento demanda conhecimento e habilidades da equipe de saúde, abarcando a divulgação de dados e cuidados específicos, levando em consideração que o começo precoce da amamentação e o acesso a orientações e apoio à amamentação, são ações essenciais para o estabelecimento do aleitamento exclusivo (Cunha et al., 2024)

É importante ressaltar que mesmo que existam políticas públicas relacionadas ao incentivo ao aleitamento materno como a Rede amamenta, Alimenta Brasil, Hospital amigo da criança, Método Canguru e a proteção legal ao aleitamento materno, pode-se observar a dificuldade de implementação e evolução do aleitamento na prematuridade, devido a falta de apoio tanto familiar quanto das equipes de saúde (Tronco; Bonilha; Teles, 2020).

3. METODOLOGIA

O formato de estudo adotado para proporcionar a síntese do conhecimento foi a Revisão Integrativa da literatura. Desse modo, considerando a importância e finalidade da revisão integrativa é adotado um modelo padrão para arquitetar e conduzir a pesquisa, a fim de que possa ser confiado o rigor científico, afirmando assim a credibilidade dos dados (Dantas et.al, 2021). Seis etapas de pesquisa são padronizadas para o desenvolvimento da pesquisa, são elas: 1º etapa é a construção da questão norteadora, 2º etapa é a seleção da base de dados e os critérios de pesquisa, 3º etapa é o estabelecimento dos estudos que serão escolhidos para extrair os dados, 4º etapa é a análise dos estudos e dados escolhidos, 5º etapa é a interpretação dos dados e a 6º etapa é a apresentação dos resultados e sua síntese. 

A questão da revisão foi definida a partir do seguinte questionamento: O que trazem as evidências disponíveis nos periódicos acerca de quais os impactos da rede de suporte durante a amamentação para mães de recém-nascidos pré-termo? Tendo como base a estratégia PICO (P- Recém-nascido pré-termo e a mãe, I- Aleitamento materno, C- Ambiente familiar, O- Impacto na relação), conforme apresentado no quadro 1.

Quadro 1: Pergunta Norteadora da Pesquisa Baseada na Estratégia PICO

PRecém-nascido pré-termo e mãe
IAleitamento materno
CAmbiente familiar
OImpacto na relação

Fonte: Autor

O levantamento bibliográfico das evidências ocorreu em maio de 2024, em bases de dados disponíveis gratuitamente, via acesso remoto aos portais de periódicos disponíveis. Sendo assim, foram consultadas as bases: Base de Dados de Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), via Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e via PubMED. Os componentes atribuídos a estratégia PICO nortearam a delimitação dos descritores inclusos e exclusos, em português, nos Descritores em Ciências da Saúde (DECS) e, em inglês, no Medical Subject Headings (MESH). Os termos foram combinados com os operadores booleanos AND e OR, resultando nas expressões de busca empregadas em cada base de dados, apresentadas no quadro 2.

Quadro 2 – Expressões de busca aplicadas nas bases de dados consultadas

Base de dadosExpressão de busca
BDENFe LILACS, via BVS(breast feeding) AND (mothers) AND (primary care nursing) AND  (newborn) 
MEDLINE via BVS(breast feeding) AND (mothers) AND (primary care nursing) AND  (newborn) AND (social support) 
PubMed(Breast Feeding) AND (Newborn) AND (Premature) AND (Nursing Care) AND (Primary Health Care) 

Fonte: Autor

Foi realizada a seleção conforme os seguintes critérios de inclusão: estudos relacionados à temática, publicados em português, espanhol e/ou inglês. Foram excluídas produções referentes à editoriais, cartas ao editor, monografias, dissertações e teses. Foi adotado o recorte temporal de 2019 a 2024, textos duplicados foram considerados uma única vez. 

Realizando o cruzamento dos descritores foi encontrado os resultados nas bases de dados descritos no quadro 3:

Quadro 3 – Quantidade de estudos encontrados de acordo com os descritores e base de dados

Base de dadosTotal
BDENF3
MEDLINE23
LILACS10
PubMed32

Fonte: Autor

Realizando o cruzamento de descritores foi encontrado como resultado nas seguintes bases de dados escolhidas: BDENF – 3, LILACS – 10, MEDLINE – 23, PubMed – 32, desses foram excluídos estudos duplicados. Identificou-se 68 resultados de publicações, dos que após utilizar os critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 23 para a leitura na íntegra, desse modo foram selecionados 11 para a discussão deste estudo.

Avaliando que se trata de um estudo de revisão, cujos dados obtidos são coletados de artigos publicados e disponíveis nas bases de dados, não houve a necessidade de análise do Comitê de Ética em Pesquisa.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

Após análise das pesquisas identificadas na base de dados, foram selecionados para leitura 11 artigos, levando em consideração que a maior quantidade de artigos encontrados foi no ano de 2023 com três artigos, apoiando a ideia de que o assunto vem se tornando cada vez mais relevante e importante para estudos.

TítuloAno da publicaçãoObjetivoPrincipais resultados
Assistência pré-natal e amamentação exclusiva na atenção primária à saúde em um município do Sudoeste da Bahia2023Identificar a associação entre assistência pré-natal e amamentação exclusiva em crianças menores de seis meses acompanhadas na APS em um município do Sudoeste da Bahia.A prevalência de aleitamento materno exclusivo registrado neste estudo foi de 36%. Observou-se que, mães com mais de seis consultas de pré-natal durante a gestação apresentaram maior prevalência de amamentação exclusiva (55,2%; p=0,019). A variável orientações sobre amamentação exclusiva no pré-natal não foi estatisticamente associada ao desfecho (0,457), porém descritivamente identificou-se que as mães que tiveram orientações durante o pré-natal apresentaram tendência de amamentar exclusivamente (56,7%; p= 0,457).
Aleitamento materno: indicadores e fatores associados à amamentação exclusiva num aglomerado urbano subnormal assistido pela Estratégia de Saúde da Família2019Descrever e analisar indicadores das práticas relacionadas ao aleitamento materno e fatores associados ao aleitamento materno exclusivo em um aglomerado urbano subnormal (favela) em Pernambuco.A prevalência do aleitamento materno na primeira hora de vida, aleitamento materno exclusivo aos 6 meses, amamentação continuada até um ano e dois anos foram, respectivamente, 60,2%, 32,9%, 45,9% e 35,9%. Na correlação entre o início do uso de chupeta e a duração do aleitamento, exclusivo ou não, obtiveram-se respectivamente os coeficientes rs = 0,358 (p < 0,001) e rs = 0,248 (p = 0,006). No modelo final permaneceram como fatores de proteção a idade materna acima de 35 anos (p < 0,001), a visita domiciliar na primeira semana de vida (p = 0,003), o sexo masculino (p = 0,029) e o não uso da chupeta (p < 0,001).
Intervenção Precoce para Bebês Prematuros e Suas Mães: Uma Revisão Sistemática 2021Avalia a eficácia de várias intervenções precoces em resultados emocionais maternos, interação mãe-bebê e resultados subsequentes do bebê durante a admissão na unidade de terapia intensiva neonatal e pós-alta.Houve efeitos positivos nos resultados de curto prazo dos bebês para duração da internação e taxa de amamentação. Efeitos positivos e clinicamente significativos de intervenções precoces foram observados em alguns resultados fisiológicos/psicológicos de mães e bebês prematuros.
Análise da duração do aleitamento materno exclusivo em prematuros e seus fatores de influência 2023O objetivo deste estudo foi investigar a duração do aleitamento materno entre bebês prematuros nos primeiros 12 meses após o nascimento e analisar os fatores que influenciam a duração do aleitamento materno exclusivo.A mediana e o intervalo interquartil da duração da amamentação para bebês prematuros neste estudo foram de 4,00 (1,00, 6,00) meses. A análise de regressão linear múltipla mostrou que a duração da amamentação exclusiva foi afetada por vários fatores, incluindo o quanto outros membros da família apoiam a amamentação, se a mãe retorna ao trabalho após a licença-maternidade e se o bebê é gêmeo (P < 0,05).
Avaliação de uma intervenção de apoio à amamentação entre recém-nascidos prematuros tardios durante internação hospitalar 2020Avaliar uma intervenção de apoio à amamentação entre bebês prematuros tardios em uma maternidade no País Basco, Espanha.Os bebês no grupo controle foram 50,7% amamentados exclusivamente, 37,8% amamentados e 11,5% alimentados com fórmula na alta, enquanto no grupo de intervenção, as frequências foram 68,4%, 25,9% e 5,7%, respectivamente (p=0,002). As mães no grupo de intervenção foram 2,66 vezes mais propensas a usar a bomba tira-leite após quase todas ou todas as mamadas e 2,09 vezes mais propensas a amamentar exclusivamente na alta. Não houve diferenças significativas em morbidades e perda de peso infantil entre os grupos. A internação hospitalar foi maior para os bebês que necessitaram de fototerapia no grupo de intervenção (p=0,009).
O cuidado centrado na família e a autoeficácia na amamentação determinaram o quão preparadas as mães estavam para que seus bebês recebessem alta de uma unidade de terapia intensiva neonatal 2022Examinamos se uma série de fatores estava associada ao grau de preparação das mães para que seus bebês recebessem alta de uma unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN).Os bebês nasceram com idade média de 29,8 ± 3,1 semanas. Maior cuidado centrado na família durante a hospitalização precoce (p = 0,01) e maior autoeficácia na amamentação no período antes da alta (p = 0,04) foram significativamente associados a maior prontidão para alta. O desenho da unidade não foi significativamente associado à prontidão para alta.
O efeito do cuidado integrado familiar na preparação para a alta de pais com prematuros internados na unidade de terapia intensiva neonatal 2024Determinar o efeito do modelo de Cuidados Integrados à Família (FICare) na prontidão dos pais cujos bebês foram hospitalizados na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) para alta e cuidados domiciliares dos bebês.A pontuação média total das mães e pais no grupo de intervenção em relação à prontidão para alta e cuidados domiciliares foi maior do que a do grupo controle, e uma diferença significativa foi observada. Uma diferença estatisticamente significativa foi encontrada em termos de peso na alta, dia da primeira alimentação enteral e primeiro leite materno.
Autoeficácia na amamentação prediz a amamentação com leite materno em recém-nascidos prematuros na alta da unidade de terapia intensiva neonatal 2023Examinar a associação entre autoeficácia na amamentação (AEM) e amamentação com leite materno na alta da unidade de terapia intensiva neonatal entre mães de bebês prematuros.Mães que estavam alimentando seus bebês exclusivamente com leite materno na alta apresentaram escores médios estatisticamente significativamente maiores no BSES-SF na admissão (68,4, DP = 13,7) do que aquelas que forneciam uma combinação de leite materno e fórmula ou apenas fórmula (59,6, DP = 14,7; p < 0,001). A regressão logística multivariável mostrou que maior BSE na admissão, nascimento materno no Canadá e ausência de diabetes foram preditores estatisticamente significativos de alimentação exclusiva com leite materno na alta.
Preditores da alimentação com leite materno na alta em recém-nascidos prematuros 2019Identificar variáveis ​​que afetam significativamente se os recém-nascidos prematuros recebem ou não leite materno na alta. Das 428 observações, 258 (60,3%) receberam MOM na alta e 170 (39,7%) não. As características maternas que foram protetoras para o recebimento de MOM na alta foram raça não hispânica, casada, apoio do parceiro, mais escolaridade e seguro privado. As características protetoras do bebê foram maior idade gestacional no nascimento, maior porcentagem de mamadas de MOM, menos dias de ventilador e mais dias de lactação direta. Na regressão logística multivariável, as chances de receber MOM na alta aumentaram significativamente (razão de chances = 1,93; intervalo de confiança de 95%, 1,72-2,16; P < 0,001) com o aumento da proporção de MOM. A análise de regressão mostrou que a idade gestacional e o aumento da idade materna aumentaram a probabilidade de recebimento de MOM na alta.
Experiência de amamentação de puérperas separadas de bebês prematuros após alta: uma abordagem qualitativa fenomenológica 2024Explorar as experiências de amamentação entre mães de bebês prematuros e os desafios que influenciaram suas práticas de amamentação.A experiência de amamentação entre mães de bebês prematuros incluiu quatro temas: motivação para amamentar, desafios para amamentar, apoio e educação para amamentar e resposta ao estresse parental. Os desafios para amamentar incluíram leite insuficiente percebido, preferência por mamadeira e separação entre mãe e bebê. Dois subtemas de apoio para amamentar incluíram conhecimento e abordagem para amamentar.
Um estudo qualitativo de chamadas telefônicas de apoio gravadas com mães de bebês prematuros: Expressando sentimentos positivos e negativos 2021Descrever a estrutura e o conteúdo das chamadas de apoio telefônico entre mães de bebês prematuros e membros da equipe de apoio após a alta hospitalar.Uma categoria se referiu ao que os membros da equipe de apoio disseram que facilitou ou não a conversa. Foi descoberto que os membros da equipe de apoio conseguiram ter conversas que foram adaptadas às necessidades atuais da mãe e conversas onde o foco estava no que os membros da equipe de apoio achavam que era importante. Uma segunda categoria se referiu aos tópicos sobre os quais as mães conversaram e que as mães expressaram sentimentos negativos e positivos.

Os estudos selecionados abordam como assunto: Amamentação em unidades de terapia intensiva neonatal (UTIN), amamentação em unidades de cuidados intermediários neonatal (UCIN), apoio às mães durante o puerpério, experiências das mães que amamentam exclusivamente, presença da família durante o puerpério e seus efeitos para a mãe e neonato.

Após analisar os artigos selecionados para este estudo, foram descritas as seguintes características: Título, ano, objetivos do estudo e principais resultados.

Assim, segundo D’agostini et al.,(2020) as maiores preocupações ao se ter um neonato prematuro são a incerteza e o receio de não conseguirem proporcionar os cuidados necessários ou de haver complicações decorrentes da imaturidade dos sistemas desse bebê, ainda mais se for o primogênito devido a imaturidade materna, logo inserir os pais e familiares na assistência ao recém-nascido conduz confiança e diminui a ansiedade dessas mães.

Deste modo analisando os artigos selecionados foi possível observar que as mães após a alta hospitalar se sentem inseguras para realizar os cuidados com os neonatos devido sua fragilidade, sendo assim a ajuda dos demais é indispensável para a construção da confiança dessa puérpera, a fim de que os cuidados diários se tornem prazerosos e seguros. 

5. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em suma, o estudo sobre a amamentação e como a rede de apoio influencia durante o processo evidencia a complexidade e os desafios enfrentados nesse processo. A rede de apoio durante a amamentação desempenha um papel fundamental na promoção da saúde do binômio, visto que oferta um conhecimento para a mãe em um momento de desafios e apoio emocional e físico. A amamentação é um momento que transpassa a nutrição, tornando o vínculo e o momento mãe e filho. Sendo assim, a rede de apoio é um dos pilares para o sucesso dessa experiência.

A prematuridade é um desafio gradativo dentro da saúde pública e juntamente com ele necessita de uma abordagem integrada para ir além da sobrevivência do prematuro visando o seu pleno desenvolvimento. Desse modo, a amamentação surge como uma prática indispensável para o sucesso do cuidado com o recém-nascido pré-termo (RNPT). A união entre a amamentação e a prematuridade representa uma ocasião singular para reconsiderar o cuidado neonatal.

A revisão bibliográfica realizada permitiu identificar e categorizar os impactos da rede de apoio à amamentação para mães de RNPT. Segundo os artigos estudados pouco se foi visto sobre o apoio na amamentação para mães com prematuros na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) para alta hospitalar. Tampouco se foi visto sobre estudos que relatam sobre a mãe que necessita de um atendimento e suporte dentro da Atenção Primária de Saúde (APS), visto que dão mais importância para a assistência dentro do âmbito hospitalar e de terapia intensiva neonatal. A carência sobre o tema da revisão bibliográfica realizada  pouco se foi visto durante o desenvolvimento do trabalho. 

É de extrema importância saber que cada mulher passa por uma experiência única e a rede de apoio é fundamental durante esse momento, os estudos desse artigo mostram que grande parte das mulheres que conseguem amamentar sem muitos contratempos são as que têm apoio da família, profissionais de saúde e especialmente do cônjuge. Com isso, é necessária a educação da família e a empatia dos profissionais, visto que acompanham a evolução do binômio e a melhora do RNPT até a alta médica.

Por fim, o investimento e o aperfeiçoamento dessas redes de apoio não é apenas um benefício para as mães, mas para a sociedade em geral. Em virtude disso, puérperas em um apoio constante e com confiança em si tendem a amamentar por pelo menos o tempo estipulado pelo Ministério da Saúde, e consequentemente, a saúde infantil e materna será bem desenvolvida. Desta forma, a amamentação não seria vantagem apenas para o binômio como também para uma sociedade mais saudável.  

REFERÊNCIAS

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1Discente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto UNICEPLAC Campus Brasília e-mail: maria.mfbbarros@gmail.com
2Discente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto UNICEPLAC Campus Brasília e-mail: pamscarvalho01@gmail.com
3Docente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto UNICEPLAC Campus Brasília e-mail: patricia.pereira@uniceplac.edu.br
4Docente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto UNICEPLAC Campus Brasília e-mail: jussara.anjos@uniceplac.edu.br
5Docente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto UNICEPLAC Campus Brasília e-mail: divinamar.pereira@uniceplac.edu.br
6Docente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto UNICEPLAC Campus Brasília e-mail: rafaela.ivo@uniceplac.edu.br
7Docente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto UNICEPLAC Campus Brasília. Mestre em Enfermagem (UNB) e-mail: karengouveia.unb@gmail.com