O PAPEL DO RECUPERO COMO RECURSO FISIOTERAPÊUTICO EM PACIENTES FIBROMIÁLGICOS AFETADOS PELA COVID-19

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202410302136


Anne Karine Bessa Da Silva; Beatriz Betcher; Cilene De Oliveira Franscisco; Damares De Oliveira Santos; Ednei Da Silva Cícero; Ester Da Silva Borges Rego; Flávia Jesus Martins; Helder Rossi Cirilo; Joana D’arc Ribeiro De Lima Ventura; Valderez Hora Takano; Orientador: Profª. Ms. Laura de Moura Rodrigues: Coordenador: Profº. Fabrício Vieira Cavalcante*


RESUMO

Introdução: A fibromialgia é uma síndrome crônica complexa, caracterizada por dores difusas, fadiga e distúrbios do sono. A pandemia de COVID-19 agravou os sintomas, levando à necessidade de novas abordagens terapêuticas, como o uso do Recupero, que podem oferecer alívio e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Justificativa: Este trabalho fundamenta- se na necessidade de terapias integradas em fisioterapia para fibromialgia, agravada pela COVID-19. O programa Recupero combina fotobiomodulação e ultrassom, promovendo analgesia e regeneração tecidual. A pesquisa é essencial para preencher lacunas no conhecimento e melhorar a qualidade de vida de pacientes vulneráveis. Objetivos: Avaliar a eficácia do Recupero no tratamento da fibromialgia e no manejo das sequelas pós-COVID em pacientes afetados pela infecção. Metodologia: Este estudo realizou uma revisão da literatura sobre fibromialgia e COVID-19, analisando artigos de 2014 a 2024 nas bases MedLine, SciELO, LILACS e PEDro. Utilizando a estratégia PICO, foram incluídos seis estudos relevantes, focando na fisioterapia e no uso do aparelho Recupero para melhorar sintomas em pacientes. Resultados e Discussão: A infecção por COVID-19 intensificou os sintomas de fibromialgia, como dor e ansiedade, devido ao isolamento social e interrupção de tratamentos. Estudos demonstraram que o aparelho Recupero melhorou a dor e a qualidade de vida em pacientes fibromiálgicos, mostrando eficácia na reabilitação pós-COVID e destacando a importância de terapias não invasivas. Considerações Finais: A pandemia de COVID-19 impactou significativamente pacientes com fibromialgia, intensificando dor e ansiedade devido ao isolamento e à interrupção de tratamentos. Intervenções como telereabilitação e terapia fotossônica mostraram benefícios duradouros, ressaltando a importância de uma abordagem biopsicossocial. Há necessidade de estudos rigorosos para validar essas terapias no contexto pós-pandêmico.

Palavras chave: Especialidade de Fisioterapia, Fibromialgia, COVID-19, Síndrome Pós-COVID-19 Aguda

ABSTRACT

Introduction: Fibromyalgia is a complex chronic syndrome, characterized by diffuse pain, fatigue and sleep disturbances. The COVID-19 pandemic has aggravated symptoms, leading to the need for new therapeutic approaches, such as the use of Recupero, which can offer relief and improve patients’ quality of life. Justification: This study is based on the need for integrated therapies in physical therapy for fibromyalgia, aggravated by COVID-19. The Recupero program combines photobiomodulation and ultrasound, promoting analgesia and tissue regeneration. Research is essential to fill gaps in knowledge and improve the quality of life of vulnerable patients. Objectives: To evaluate the efficacy of Recupero in the treatment of fibromyalgia and the management of post-COVID sequelae in patients affected by the infection. Methodology: This study reviewed the literature on fibromyalgia and COVID-19, analyzing articles from 2014 to 2024 in MedLine, SciELO, LILACS, and PEDro. Using the PICO strategy, six relevant studies were included, focusing on physiotherapy and the use of the Recupero device to improve symptoms in patients. Results and Discussion: COVID-19 infection intensified fibromyalgia symptoms, such as pain and anxiety, due to social isolation and treatment interruption. Studies have shown that the Recupero device improved pain and quality of life in fibromyalgia patients, showing efficacy in post-COVID rehabilitation and highlighting the importance of non-invasive therapies. Concluding Remarks: The COVID-19 pandemic has significantly impacted fibromyalgia patients, intensifying pain and anxiety due to isolation and treatment disruption. Interventions such as telerehabilitation and photosonic therapy have shown lasting benefits, underscoring the importance of a biopsychosocial approach. There is a need for rigorous studies to validate these therapies in the post-pandemic context.

Keywords: Physical Therapy Specialty, Fibromyalgia, COVID-19, Post-COVID-19 Acute Syndrome

1 INTRODUÇÃO

A fibromialgia, uma síndrome crônica complexa e multifatorial, apresenta um quadro clínico caracterizado por dores musculoesqueléticas difusas, rigidez matinal, distúrbios do sono e fadiga intensa, entre outros sintomas debilitantes que afetam profundamente a qualidade de vida dos pacientes (AQUINO JUNIOR et al, 2023). Embora a etiologia da fibromialgia permaneça indefinida, evidências científicas recentes indicam que a condição pode estar associada a alterações bioquímicas, metabólicas e imunorregulatórias. Este cenário torna-se ainda mais desafiador diante dos impactos globais da pandemia de COVID-19, que impôs um novo fardo sobre pacientes com dor crônica, como aqueles com fibromialgia. As consequências do distanciamento social e o agravamento de sintomas, já relatados em pesquisas pré- pandêmicas, carecem de avaliações consistentes que explorem as alterações em mulheres fibromiálgicas ao longo do período pandêmico, conforme Melo et al. (2022).

O interesse pelo papel do Recupero como recurso terapêutico nesses casos surge em resposta à necessidade de estratégias inovadoras e eficazes de fisioterapia para os pacientes fibromiálgicos afetados pelo COVID-19. Com a pandemia, o quadro clínico desses pacientes pode ser exacerbado, não apenas pelos sintomas agudos da infecção, mas também por possíveis sequelas persistentes da síndrome pós-COVID, que incluem fadiga crônica, dispneia, mialgia e dores articulares, somando-se aos já complexos sintomas da fibromialgia. Assim, a busca por abordagens que proporcionem alívio significativo torna-se essencial.

Em um contexto em que a pandemia global de SARS-CoV-2, reconhecida pela OMS no início de 2020, já acumulou mais de 566 milhões de casos confirmados e 7 milhões de óbitos até 2024, as sequelas pós-COVID evidenciam a necessidade urgente de novas abordagens terapêuticas. Essas sequelas, que podem durar mais de 12 semanas, incluem uma variedade de sintomas, abrangendo aspectos sistêmicos, respiratórios, neuropsiquiátricos e musculoesqueléticos. Nesse panorama, tecnologias como a fotobiomodulação a laser e o ultrassom se destacam, atuando na analgesia e na redução de processos inflamatórios, e apresentam um potencial significativo para o tratamento de pacientes fibromiálgicos.

O uso combinado do laser e do ultrassom visa, nesse contexto, proporcionar um efeito sinérgico: a fotobiomodulação a laser desencadeia mecanismos vasodilatadores, anti- inflamatórios e analgésicos, promovendo também a regeneração tecidual e o aumento na produção de ATP, conforme apontam estudos de Enwemeka (2004) e Karu (2005). Por sua vez, o ultrassom, através de ondas mecânicas, favorece a cavitação e a permeabilização iônica tecidual, reforçando os efeitos anti-inflamatórios e de analgesia. A combinação dessas abordagens, portanto, é promissora para a fisioterapia de pacientes com fibromialgia e sequelas da COVID-19, oferecendo um recurso terapêutico potencialmente transformador e indispensável no cuidado destes indivíduos.

2 JUSTIFICATIVA

A justificativa deste trabalho acadêmico se fundamenta na necessidade imperiosa de abordagens terapêuticas que integrem conhecimentos contemporâneos em fisioterapia à complexidade da fibromialgia, especialmente em um contexto marcado por uma pandemia global. A fibromialgia, como uma condição crônica multifatorial, já representa um desafio significativo para milhões de indivíduos, particularmente mulheres, que experimentam uma intersecção de sintomas que comprometem sua qualidade de vida e funcionalidade. Com a chegada da COVID-19, os pacientes fibromiálgicos enfrentaram um exacerbamento das suas queixas, uma vez que a infecção pelo SARS-CoV-2 não apenas introduziu novas complicações, mas também ampliou as manifestações da síndrome, gerando uma sobrecarga física e emocional sem precedentes.

Diante deste cenário, a relevância do programa Recupero, que combina tecnologias avançadas de fotobiomodulação e ultrassom, torna-se evidente. A aplicação dessas técnicas fisioterapêuticas se alinha à crescente demanda por intervenções que não apenas visem a analgesia, mas que também promovam a regeneração tecidual e a reabilitação funcional de pacientes que, por sua natureza crônica, já estão em desvantagem no acesso a cuidados adequados. O uso dessas abordagens integradas é suportado por evidências que demonstram sua eficácia na modulação da dor e na redução do processo inflamatório, fatores cruciais para a recuperação dos pacientes afetados por sequelas pós-COVID.

Além disso, a escassez de pesquisas que investiguem o impacto da COVID-19 especificamente em populações fibromiálgicas ressalta a importância de estudos que abordem essa lacuna, fornecendo dados que possam orientar práticas clínicas e políticas de saúde pública. A necessidade de um olhar crítico e direcionado para a saúde dos indivíduos com fibromialgia, exacerbada pelo contexto pandêmico, reforça a urgência de inovações terapêuticas como o Recupero, não apenas como uma alternativa, mas como um componente vital em um modelo de cuidado holístico.

Portanto, este trabalho se justifica pela sua contribuição potencial à base de conhecimento existente, ao desenvolvimento de práticas clínicas embasadas em evidências e à promoção do bem-estar e da qualidade de vida de uma população vulnerável, que merece atenção especial no âmbito da saúde pública. É essencial que a academia e a prática clínica unam esforços para mitigar as consequências duradouras da COVID-19 em pacientes fibromiálgicos, enfatizando a importância de intervenções que integrem ciência, tecnologia e uma abordagem centrada no paciente.

3 OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

Avaliar como o Recupero pode auxiliar no tratamento da fibromialgia e no manejo das sequelas pós-COVID, levando em consideração o impacto da infecção por COVID-19 na dor, fadiga, qualidade de vida, qualidade do sono e funcionalidade dos pacientes fibromiálgicos.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Identificar os efeitos da infecção por COVID-19 na dor e fadiga em pacientes fibromiálgicos.

2. Analisar a eficácia do programa Recupero na melhora da qualidade de vida e funcionalidade desses pacientes.

3. Investigar como o Recupero pode auxiliar no manejo das sequelas emocionais associadas ao COVID-19 em pacientes com fibromialgia.

4 METODOLOGIA

Este estudo baseou-se em uma revisão da literatura, utilizando artigos científicos relacionados ao tema proposto. O levantamento bibliográfico foi realizado nas seguintes bases de dados: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MedLine/PubMed), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Physiotherapy Evidence Database (PEDro).

Foram incluídos na revisão estudos publicados entre 2014 e 2024, em português e inglês, envolvendo homens e mulheres diagnosticados com fibromialgia, que foram infectados pelo COVID-19 ou que realizaram tratamento com o aparelho Recupero. Os participantes tinham entre 20 e 70 anos. Artigos publicados antes de 2014 e aqueles escritos em idiomas diferentes de português e inglês foram excluídos. Após a triagem inicial, seis artigos foram selecionados para compor esta revisão.

As palavras-chave utilizadas nas buscas foram: “fibromialgia,” “fisioterapia,” “fisioterapia no pós-COVID,” “recupero” e, em inglês, “fibromyalgia,” “physical therapy,” “post-COVID physical therapy,” “recovery.”

Para a condução desta revisão sistemática, foi adotada a estratégia PICO, que considera quatro elementos principais: Paciente, Intervenção, Comparação e Desfecho (Outcomes), conforme detalhado na Tabela 1.

Tabela 1 – Tabela PICO

No total, foram encontrados 12 artigos nas bases de dados mencionadas (Figura 1). Após a avaliação dos títulos e resumos, 12 artigos foram selecionados para leitura completa. Destes, seis foram descartados e os outros seis foram utilizados para a composição final desta revisão.

Figura 1 – Diagrama de Revisão e Critérios de Pesquisa

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A infecção pelo COVID-19 agrava significativamente os sintomas em pacientes com fibromialgia, como dor crônica, fadiga intensa, distúrbios do sono e redução da funcionalidade. Estudos como o de Melo et al. (2022) observaram um aumento expressivo de queixas de dor e ansiedade em mulheres com fibromialgia durante a pandemia, atribuído ao isolamento social e à interrupção de rotinas terapêuticas. A pesquisa evidenciou que a pandemia exacerbou os níveis de ansiedade, o que potencializou o ciclo vicioso entre dor, fadiga e distúrbios de sono.

De maneira semelhante, o estudo de Pereira et al. (2024) analisou pacientes com dor crônica durante a pandemia de COVID-19 no Brasil, mostrando que a redução de atividades físicas e o aumento de sintomas psicoemocionais, como ansiedade e depressão, pioraram o estado de saúde geral dos participantes, prejudicando ainda mais a qualidade de vida e o sono. A dor crônica, por sua vez, foi agravada pela diminuição do suporte terapêutico e pela falta de interações sociais.

Os estudos revisados apontam que o aparelho Recupero tem mostrado resultados promissores tanto no tratamento de pacientes com fibromialgia quanto no manejo de sequelas pós-COVID. No estudo de Aquino Junior et al. (2021), foi observado que o uso do Recupero, uma tecnologia fotossônica associada a tratamento fisioterapêutico, resultou em uma melhora significativa nos níveis de dor e na qualidade de vida de pacientes fibromiálgicos. Os pacientes apresentaram redução na escala EVA e no Questionário de Impacto da Fibromialgia após 120 e 300 dias de tratamento. Além disso, foi recomendada a continuidade periódica do tratamento para manutenção dos benefícios.

Outro estudo de Aquino Junior et al. (2023) destacou a eficiência do Recupero em um acompanhamento a longo prazo de pacientes pós-COVID com fibromialgia. Após 42 meses de tratamento com laser e ultrassom, os resultados apontaram uma redução de mais de 90% nos sintomas de dor, melhora da qualidade do sono e uma significativa redução em quadros de ansiedade e depressão. O uso do Recupero também foi associado à melhora do “Fibrofog” (névoa mental), sintoma comum em pacientes fibromiálgicos, o que reforça seu impacto positivo na funcionalidade e na qualidade de vida dos pacientes.

Estudos como os de Aquino Junior et al. (2022) e Ostolin, Miranda e Abdala (2022) reforçam os benefícios do Recupero como parte de intervenções multimodais para pacientes com sequelas pós-COVID e fibromialgia. O primeiro estudo relatou que todos os pacientes apresentaram uma recuperação completa após a aplicação das tecnologias associadas, incluindo o uso do Recupero para controle de dor e melhora da função física. Por outro lado, a revisão de Ostolin, Miranda e Abdala (2022) destacou que intervenções fisioterapêuticas associadas ao Recupero são capazes de proporcionar efeitos positivos na reabilitação pós-COVID, com melhorias significativas em indicadores fisiológicos, saúde mental e qualidade de vida. Os exercícios terapêuticos, aliados às terapias fotossônicas, trouxeram uma recuperação consistente e uma redução dos sintomas, especialmente em pacientes com condições crônicas, como a fibromialgia.

Esses dados indicam que o Recupero atua como uma ferramenta eficaz no alívio da dor e na recuperação da funcionalidade de pacientes fibromiálgicos, tanto no tratamento de fibromialgia quanto na reabilitação pós-COVID.

Tabela 2 – Literaturas selecionadas na revisão

AUTOR/ANOOBJETIVOAMOSTRAINSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃOCONCLUSÃO
AQUINO JUNIOR et al..(2021).Validar como o tratamento fotossonico com recursos fisioterapêuticos pode ajudar pacientes com fibromialgia, em períodos pós tratamento após 120 e 300 dias.Relato de Caso.51 pacientes fibromiálgicos foram submetidos ao tratamento fotossonico. Escala EVA e Questionário de Impacto da FibromialgiaHouve melhora significativa de acordo com as escalas Eva e Questionário de Fibromialgia. Mas é recomendado como tratamento periódico para manutenção do estado fisiológico.
AQUINO JUNIOR et al..(2022).O objetivo deste estudo foi acompanhar o tratamento e evolução de 4 casos com diferentes complexidades utilizando tecnologias fotônicas associadas.Relato de Caso4 pacientes submetidos a tratamentos fotossonicos associados com tratamento fisioterapeuticoO esforço contínuo no desenvolvimento de terapias não invasivas e não medicamentosas, fundamentadas em novas tecnologias, tem gerado resultados sólidos. Isso tem possibilitado, juntamente com os pacientes com sequelas pós-COVID-19, uma recuperação completa.
AQUINO JUNIOR et al..(2023).Avaliar um paciente, 42 meses após tratamento com laser e ultrassom.Relato de CasoEscala Visual Analógica, Questionário de Impacto da Fibromialgia, Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão e Inventário de Depressão de Beck – II.Os resultados apontam uma redução de mais de 90% para melhora dos quadros avaliados de dor, qualidade de vida, sono, ansiedade e depressão, finalizando com o relato de melhora no Fibrofog.
MELO et al..(2022)Avaliar impacto do isolamento social em pacientes com dores crônicas, como na fibromialgia.Pesquisa observacional descritiva, longitudinal, com abordagem exploratória e quantitativa.A amostra foi composta por 15 mulheres com fibromialgia a pelo menos três meses, com idades entre 43 e 55 anos e com nível de dor acima de quatro na Escala Analógica Visual (EAV). Foram utilizados o Questionário Sociodemográfico e Clínico, o Inventario Beck de Ansiedade (IBA), o Inventario Beck de Depressão (IBD) e o Health Assessment Questionnaire (HAQ).A pandemia da COVID-19 pode ter contribuído para o aumento das queixas de dor e ansiedade durante o período pandêmico.

Tabela 2 – Literaturas selecionadas na revisão (continuação)

AUTOR/ANOOBJETIVOAMOSTRAINSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃOCONCLUSÃO
PEREIRA et al..(2024).Avaliar a dor, os sintomas psicoemocionais, a qualidade do sono e o nível de atividade física em pacientes com dor crônica durante a pandemia de COVID-19 no Brasil.O levantamento foi realizado por meio de questionário elaborado pelos pesquisadores no aplicativo Forms, do Google Drive, entre outubro de 2020 e março de 2021, com perguntas diretas e claras sobre dor, aspectos psicoemocionais, qualidade do sono e nível de atividade física.Análise de regressão logística binária ou multinominal foi realizada para identificar possíveis preditores.O isolamento social da pandemia de COVID-19 maximizou o ciclo vicioso entre sintomas dolorosos, ansiedade e distúrbios do sono em pacientes com dor crônica no Brasil. Onde esses pacientes acabaram reduzindo a realização de atividades físicas.
OSTOLIN; MIRANDA; ABDALA (2022).Atualizar o mapa de evidências sobre os efeitos de intervenções para reabilitação de covid-19 pós-aguda.Revisão sistemática, revisão sistemática rápida, revisão de escopo ou revisão de revisõesForam identificados quatro grupos de intervenções (multimodal, terapêutica, terapias complementares e farmacológica) e sete grupos de desfechos (condições patológicas, doenças/transtornos respiratórios, dor, indicadores fisiológicos e metabólicos, saúde mental/ qualidade de vida, funções sensoriais, mortalidade), totalizando 166 associações entre intervenções e desfechos.Os exercícios trouxeram efeitos positivos para os pacientes.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pandemia de COVID-19 gerou um impacto profundo e complexo sobre pacientes com fibromialgia, conforme evidenciado na literatura revisada. Estudos, como os de Melo et al. (2022) e Teixeira, Freitas e Carvalho (2020), enfatizam que o isolamento social e a interrupção das terapias presenciais agravaram significativamente os níveis de dor e ansiedade, refletindo a interação crítica entre dor crônica e aspectos psicoemocionais nesses indivíduos.

Nesse contexto, intervenções terapêuticas inovadoras, como a telereabilitação e a terapia fotossônica, surgiram como alternativas promissoras. Evidências de Aquino Junior et al. (2023) indicam que a terapia fotossônica, ao combinar laser e ultrassom, especialmente em aplicações nas palmas das mãos, promove um alívio substancial e duradouro da dor, com melhorias na qualidade de vida que se estendem por até 300 dias. Tais achados reforçam não apenas o valor do tratamento fotossônico, mas também o potencial da telereabilitação como um recurso essencial em cenários onde o contato presencial é limitado.

A análise dos dados evidencia a relevância de uma abordagem biopsicossocial no tratamento da fibromialgia, integrando tanto os sintomas físicos quanto o impacto psicológico e social, amplificados pela crise pandêmica. Embora os estudos revisados ofereçam resultados animadores, persiste a necessidade de investigações mais amplas e metodologicamente rigorosas, que forneçam uma base sólida para validar essas intervenções, especialmente no contexto pós-pandêmico.

Conclui-se, portanto, que a pandemia, apesar de ter exacerbado os desafios no manejo da fibromialgia, impulsionou o desenvolvimento de terapias como a telereabilitação e a fotossônica, que demonstraram benefícios importantes no alívio da dor crônica e na qualidade de vida dos pacientes. Esses avanços reforçam a importância da contínua inovação e adaptação das estratégias terapêuticas para condições crônicas, como a fibromialgia, em resposta a cenários globais incertos e desafiadores, como o imposto pela COVID-19.

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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*Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade de Brasília