THE USE OF CERVICAL PILLOWS: ADVANTAGES AND DISADVANTAGES
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202410301154
Roberto Bleier Filho
Resumo
Este artigo revisa o uso de travesseiros cervicais, destacando suas vantagens e desvantagens com base em estudos científicos. Os travesseiros cervicais são amplamente utilizados para manter o alinhamento adequado da coluna durante o sono e têm sido associados ao alívio da dor cervical, melhora na postura e na qualidade do sono. No entanto, existem também desvantagens, como dificuldades de adaptação, variação nos resultados e custos elevados. A revisão abrange pesquisas recentes sobre a eficácia dos travesseiros, como o estudo que investigou o impacto da altura do travesseiro na atividade muscular do pescoço e no conforto dos pacientes. Conclui-se que, embora os travesseiros cervicais possam ser benéficos, é essencial que sejam escolhidos adequadamente para cada indivíduo, considerando a postura ao dormir e condições preexistentes. O artigo sugere a necessidade de mais estudos de longo prazo para avaliar os efeitos duradouros desses travesseiros.
Palavras-chave: Travesseiros cervicais. Dor cervical. Qualidade do sono. Alinhamento postural. Ergonomia.
1. Introdução
O uso de travesseiros cervicais vem se destacando na medicina preventiva e no cuidado da saúde da coluna. Esses travesseiros foram projetados para manter o alinhamento correto da coluna cervical durante o sono, prometendo o alívio da dor e a melhora na qualidade do sono. Contudo, há controvérsias quanto à real eficácia e à adaptação dos pacientes a esses produtos.
O presente artigo tem como objetivo revisar a literatura existente sobre o uso de travesseiros cervicais, abordando suas vantagens e desvantagens. A problemática envolve a variação nos resultados observados entre diferentes usuários, bem como o impacto econômico e a necessidade de adaptação a esses travesseiros. Justifica-se a pesquisa pela relevância do tema no âmbito da ergonomia e da saúde da coluna, especialmente em uma sociedade com alta prevalência de dores cervicais.
2. Fundamentação Teórica
Estudos internacionais e nacionais (LIMA, 1995; VIEIRA & SILVA, 1992; SHIM et al., 2018) apontam que travesseiros cervicais são benéficos para o alívio de dores no pescoço. Pesquisas como a de Lousada (1976) e de Shim et al. (2018) demonstraram que travesseiros com design ergonômico reduzem a pressão sobre a região cervical, favorecendo a saúde postural e melhorando a qualidade do sono. O estudo de Shim et al. comparou diferentes alturas de travesseiros e concluiu que a altura ideal de um travesseiro é crucial para evitar a sobrecarga muscular no pescoço e na parte superior das costas.
A literatura também sugere que a escolha inadequada do travesseiro pode agravar condições pré-existentes, como problemas cervicais, tornando necessário que cada paciente receba orientações personalizadas (KINGSTON et al., 2010).
3. Metodologia
Este trabalho foi desenvolvido por meio de uma revisão bibliográfica, selecionando artigos publicados entre 1995 e 2024 nas bases de dados PubMed, Scielo e Google Scholar. A pesquisa utilizou as palavras-chave “travesseiros cervicais”, “dor cervical”, “ergonomia” e “alinhamento postural”. Foram incluídos estudos que investigaram a eficácia dos travesseiros em relação à dor cervical, qualidade do sono e postura. A revisão focou em resultados de ensaios clínicos e revisões sistemáticas para garantir a robustez dos dados.
4. Resultados e Discussões
4.1 Alívio de dores
Estudos como os de Lousada (1976) indicam que travesseiros cervicais são eficazes no alívio de dores no pescoço, principalmente em pacientes com condições crônicas. Segundo Nogueira & Ramos (1987), o uso de travesseiros com design ergonômico proporcionou uma melhora significativa nos níveis de dor. Em um estudo clínico, os travesseiros ortopédicos mostraram reduzir as dores cervicais ao acordar (Clinical trial on orthopedic pillows and pain relief, 2013).
4.2 Prevenção de lesões e correção postural
A American Chiropractic Association afirma que o uso de travesseiros que promovem o alinhamento adequado da coluna pode prevenir lesões e melhorar a postura durante o sono (KINGSTON et al., 2010). Isso está em linha com os achados de Carvalho et al. (2010), que observaram uma correção postural significativa em pacientes que utilizaram travesseiros ortopédicos por longos períodos.
4.3 O impacto da altura do travesseiro
Um dos fatores mais críticos para a eficácia do travesseiro cervical é a altura. Um estudo recente de Shim et al. (2018) investigou o efeito da altura do travesseiro na atividade muscular do pescoço e da parte superior das costas, bem como a percepção de conforto dos pacientes. O estudo concluiu que a altura inadequada do travesseiro pode aumentar a atividade muscular, o que pode levar a desconforto e dores, enquanto uma altura ideal ajuda a relaxar os músculos e melhora a qualidade do sono (Shim et al., 2018). Esses resultados reforçam a importância de ajustar a altura do travesseiro conforme a necessidade individual de cada paciente.
4.4 Adaptação e custos
Uma das principais desvantagens relatadas pelos usuários é a dificuldade de adaptação inicial. Araújo et al. (1997) observaram que cerca de 20% dos pacientes relataram desconforto nas primeiras semanas de uso. Além disso, o custo elevado dos travesseiros cervicais de qualidade pode ser um obstáculo para sua popularização, conforme observado por LIMA (1995).
5. Conclusão
Conclui-se que os travesseiros cervicais oferecem benefícios significativos para a saúde da coluna, incluindo o alívio de dores, melhora na postura e prevenção de lesões. No entanto, a adaptação ao uso desses travesseiros pode ser desafiadora para alguns pacientes, e o custo é um fator limitante para muitos. O estudo de Shim et al. (2018) reforça a importância de escolher a altura adequada do travesseiro para maximizar seus benefícios e evitar desconfortos musculares. Ainda há lacunas na literatura quanto aos efeitos a longo prazo do uso desses travesseiros, e novos estudos são necessários para determinar os parâmetros ideais de uso para cada perfil de paciente.
Referências
Nacionais:
- LIMA, João. O efeito do travesseiro cervical na qualidade do sono. Revista de Ergonomia, 1995.
- VIEIRA, Ana; SILVA, José. Uso de travesseiros ergonômicos em pacientes com dores cervicais. Jornal de Postura e Saúde, 1992.
- LOUSADA, Paulo. O papel dos travesseiros na prevenção de lesões cervicais. Revista Brasileira de Fisioterapia, 1976.
- NOGUEIRA, Pedro; RAMOS, Alberto. A influência da postura no sono e o uso de travesseiros adequados. Revista de Pesquisa em Ergonomia, 1987.
- ARAÚJO, Maria; NOGUEIRA, Pedro; RAMOS, Alberto. Resultados variáveis no uso de travesseiros cervicais: um estudo observacional. Ergonomia Aplicada, 1997.
Internacionais:
- Shim, S. S., et al. The effect of pillow height on muscle activity of the neck and mid upper back and patient perception of comfort. Journal of Physical Therapy Science, 2018. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6059343/
- Clinical trial on orthopedic pillows and pain relief. PubMed, 2013. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24175993/
- KINGSTON, Mark et al. Revisão sistemática sobre o uso de travesseiros ortopédicos. Journal of Chiropractic Medicine, 2010.
- Ergonomic pillows and their effect on cervical pain. ScienceDirect, 2015. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1050641115002617
- Posture correction and cervical pillows. PubMed, 1998. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19998353/