ENVIRONMENTAL ACCOUNTING AND ESG: DELAY IN THESE TYPES OF ANALYSIS IN BRAZIL COMPARED TO OTHER COUNTRIES
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202410292308
Agtha Linhares Korisztek
Resumo
Este artigo aborda o atraso na adoção de práticas de Contabilidade Ambiental e ESG (Environmental, Social, and Governance) pelas empresas brasileiras em relação a empresas de outros países. A sustentabilidade cresceu nos últimos anos, o estudo busca identificar as principais defasagem e os impactos dela na sustentabilidade corporativa e na competitividade das empresas no Brasil. A metodologia adotada é uma pesquisa bibliográfica de caráter narrativa e qualitativa, fundamentada em literatura acadêmica sobre os temas envolvidos. Foi identificado que o Brasil enfrenta desafios, como a falta de leis claras e específicas, resistência cultural e a ausência de incentivos fiscais, o que dificulta a adoção de práticas sustentáveis. A pesquisa concluiu que a adoção de Contabilidade Ambiental e práticas ESG não é apenas crucial para a melhoria da imagem corporativa das empresas brasileiras, mas também para sua competitividade em um mercado global cada vez mais exigente com as questões de responsabilidade social e ambiental.
Palavras-chave: Sustentabilidade. Contabilidade. Critérios ESG.
Summary
This article analyzes the delay in the adoption of Environmental Accounting practices and ESG (Environmental, Social, and Governance) criteria by Brazilian companies compared to other countries. With the increasing focus on sustainability, the research seeks to identify the main factors that highlight this gap and its impacts on corporate sustainability and the competitiveness of companies in Brazil. The methodology adopted is a bibliographical research of a narrative and qualitative nature, based on academic literature on the topics involved. The results indicate that Brazil faces significant challenges, such as the lack of specific regulations, cultural resistance and the absence of tax incentives, which limit the adoption of sustainable practices. The research concludes that the adoption of Environmental Accounting and ESG practices is not only crucial for improving the corporate image of Brazilian companies, but also for their competitiveness in a global market that is increasingly demanding in terms of social and environmental responsibility.
Keywords: Sustainability. Accounting. ESG criteria.
1 Introdução
Questões relacionadas à sustentabilidade, responsabilidade social e governança têm se tornado centrais nas discussões empresariais e financeiras. Com a pressão das partes interessadas, investidores e consumidores por práticas mais transparentes e éticas, empresas ao redor do mundo passaram a adotar Contabilidade Ambiental e critérios ESG (Environmental, Social, and Governance) para medir e gerenciar seus impactos ambientais, sociais e de governança. Esses instrumentos fornecem às empresas as ferramentas possíveis para integrar a sustentabilidade em suas operações diárias e comunicar de forma mais clara seus compromissos com um desenvolvimento sustentável.
O Brasil apresenta um atraso significativo na adoção de tais práticas em comparação com outros países. A baixa adoção de Contabilidade Ambiental e a lenta integração dos critérios ESG por parte das empresas brasileiras representam um desafio não apenas para o desenvolvimento sustentável, mas também para a competitividade global das corporações nacionais. Esse atraso pode ser atribuído a diversos fatores, o baixo incentivo fiscal ,a ausência de normatizações, e uma cultura empresarial ainda pouco sensibilizada para os benefícios da sustentabilidade de longo prazo.
Diante desse cenário, o problema de pesquisa deste artigo é: Quais são os principais fatores que explicam o atraso da Contabilidade Ambiental e da adoção de critérios ESG no Brasil, em comparação com outros países, e como essa defasagem impacta a sustentabilidade e a competitividade das empresas brasileiras?
Este estudo tem como objetivo analisar o atraso na adoção da Contabilidade Ambiental e dos critérios ESG pelas empresas brasileiras em comparação com outros países, e identificar os impactos desse atraso na sustentabilidade corporativa e na competitividade das empresas no Brasil. Os objetivos específicos: identificar os principais fatores que destacaram para o atraso na implementação da Contabilidade Ambiental e dos critérios ESG no Brasil; comparar as práticas de Contabilidade Ambiental e ESG adotadas por empresas no Brasil com aquelas utilizadas em outros países, destacando as diferenças de abordagem, e; descrever como o atraso na adoção dessas práticas impacta a sustentabilidade e a competitividade das empresas brasileiras no mercado global.
A metodologia adotada será uma pesquisa bibliográfica, de caráter narrativo e qualitativo, baseada na revisão da literatura acadêmica sobre contabilidade ambiental e ESG. O estudo buscou identificar as barreiras estruturais, culturais e regulatórias que impedem a adoção dessas práticas eficazes no Brasil, além de destacar as oportunidades de melhoria e os benefícios de uma maior integração com padrões internacionais.
A justificativa para este trabalho reside na urgência de entender os fatores que mantêm o Brasil em uma posição desfavorável no que tange à sustentabilidade corporativa. Com o avanço global em direção a uma economia mais sustentável, o atraso na adoção de práticas de Contabilidade Ambiental e ESG pode limitar a competitividade das empresas brasileiras, reduzir sua atratividade para investidores estrangeiros e comprometer seu desenvolvimento a longo prazo.
2 Contabilidade Ambiental e Critérios ESG
A Contabilidade Ambiental é o ramo de contabilidade que ocupa a identificação, mensuração, análise e divulgação das informações relacionadas ao impacto ambiental das atividades empresariais. Seu objetivo principal é fornecer dados que permitam a gestão eficiente dos recursos naturais e o monitoramento dos custos e benefícios associados às práticas ambientais, tanto no curto quanto no longo prazo (RIBEIRO, 2017). Além disso, a Contabilidade Ambiental permite que as empresas melhorem suas decisões estratégicas ao incorporar variáveis ambientais em seus balanços e projeções contábeis.
De acordo com Both e Fischer (2017), a Contabilidade Ambiental busca atender à crescente demanda por transparência nas questões relacionadas à sustentabilidade, fornecendo informações que ajudam na avaliação do impacto ecológico e no cumprimento de legislações ambientais. A inclusão de aspectos ambientais nos relatórios financeiros não apenas facilita a gestão interna, mas também melhora a imagem corporativa perante os stakeholders.
As empresas que adotam a Contabilidade Ambiental ganham uma visão mais clara sobre a relação entre seus processos produtivos e os recursos naturais, permitindo o desenvolvimento de práticas mais sustentáveis. Barbosa e Klann (2023) afirmam que a utilização dessas informações pode influenciar diretamente a relevância dos dados contábeis para os investidores, que estão cada vez mais atentos aos efeitos ambientais e sociais das operações empresariais.
Os critérios ESG (Ambiental, Social e Governança), surgidos inicialmente no final dos anos 1990, tornaram-se uma importante ferramenta para avaliar o desempenho das empresas em três dimensões principais: Ambiental, Social e Governança. Esses critérios visam promover práticas empresariais que levem em consideração o impacto das atividades no meio ambiente, o tratamento justo de todos os stakeholders e a implementação de boas práticas de governança corporativa (BERGAMINI JUNIOR, 2021).
No Brasil, os critérios ESG obtiveram maior destaque a partir da última década, conforme as empresas passaram a perceber o valor agregado que a adoção dessas práticas traz ao seu negócio. Segundo Calderan et al. (2021), a evolução do ESG reflete a pressão crescente dos investidores globais por maior responsabilidade corporativa e transparência nas questões ambientais e sociais. Esses fatores passaram a ser considerados tão importantes quanto aos indicadores financeiros tradicionais na análise de risco e retorno das empresas.
Além disso, a governança se consolida como um dos pilares do ESG, exigindo maior transparência e ética nos processos de tomada de decisão das organizações. A governança eficiente passou a representar maior controle sobre riscos e melhor desempenho empresarial a longo prazo, especialmente em um cenário global cada vez mais voltado para a sustentabilidade (COSTA e FEREZIN, 2021).
Conforme o ESG se tornou um padrão global, as práticas empresariais passaram a ser mais monitoradas e regulamentadas, promovendo uma mudança significativa no modo como as empresas operam e se relacionam com a sociedade. Segundo Checon e Santana (2023), a integração das práticas ESG nos relatórios corporativos possibilita uma visão mais abrangente do valor agregado das empresas, indo além dos dados financeiros comerciais.
A Contabilidade Ambiental e os critérios ESG estão interligados, pois ambos focam na avaliação dos impactos ambientais e nas práticas empresariais sustentáveis. A Contabilidade Ambiental serve como uma ferramenta fundamental dentro do pilar ambiental do ESG, fornecendo dados quantitativos sobre o uso de recursos naturais, geração de resíduos e emissões de carbono (BOTH e FISCHER, 2017). Ao integrar essas informações nos relatórios ESG, as empresas oferecem uma visão mais completa sobre sua sustentabilidade e suas estratégias de mitigação de impactos negativos.
Grodt et al. (2024) destacam que a divulgação ESG, que inclui as informações ambientais causadas pela contabilidade, é essencial para atrair investidores que visam empresas comprometidas com a sustentabilidade e com o controle de seus riscos socioambientais. A sinergia entre Contabilidade Ambiental e ESG possibilita uma abordagem mais holística, onde a avaliação do desempenho financeiro é complementada por análises de sustentabilidade.
Além disso, a Contabilidade Ambiental contribui diretamente para a mensuração de indicadores-chave dentro dos critérios ESG, como a pegada de carbono e o consumo de água. De acordo com Silva e Carvalho (2024), a integração da Contabilidade Ambiental nos relatórios ESG fortalece a governança corporativa, pois incentiva a transparência e o fornecimento de contas sobre os impactos ambientais das atividades empresariais.
A adoção de práticas ESG e a utilização da Contabilidade Ambiental permitem que as empresas sejam mais responsáveis e sustentáveis, o que pode gerar uma vantagem competitiva no mercado. Como apontado por Larrinaga (2023), no entanto, embora o ESG tenha avançado significativamente, ainda existem desafios na incorporação dessas práticas em todos os setores empresariais. A Contabilidade Ambiental desempenha um papel crucial na superação desses desafios, fornecendo uma base sólida para a mensuração e relato dos impactos ambientais.
2.1 Adoção de Contabilidade Ambiental e ESG: contexto internacional e nacional
No contexto internacional, países da Europa, América do Norte e Ásia têm liderança na adoção de práticas de Contabilidade Ambiental e ESG, impulsionadas por políticas e regulamentações governamentais. Na Europa, a União Europeia (UE) implementou o European Green Deal, estabelecendo metas rigorosas de neutralidade de carbono e sustentabilidade corporativa, ou que incentivou a inclusão de critérios ESG nas práticas empresariais (SION; FRANÇA, 2021).
Nos Estados Unidos, a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) propôs regras para divulgação de riscos climáticos pelas empresas, enquanto na Ásia, o Japão e a China se destacaram em políticas de sustentabilidade e contabilidade ambiental como parte de suas estratégias de crescimento econômico verde. Essas iniciativas demonstram que a regulação e os incentivos financeiros são fundamentais para promover o engajamento corporativo com práticas ESG, conforme apontado por Barbosa e Klann (2023).
Um exemplo de empresas que implementaram ESG
e que demonstraram que a adoção de práticas ESG pode trazer benefícios tanto financeiros quanto para a imagem corporativa é a Unilever, que tem uma política robusta de sustentabilidade, integrando critérios ESG em sua cadeia de produção, o que aumentou sua confiança e conseguiu em economia de custos a longo prazo. Outro exemplo é a Tesla, que não apenas lidera o setor de carros elétricos, mas também promove práticas de sustentabilidade e responsabilidade social. Essas empresas são frequentemente citadas como pioneiras no alinhamento entre lucratividade e responsabilidade ambiental, como destacado por Both e Fischer (2017). A adoção de tais práticas também fortalece a conexão com investidores, consumidores e outras partes interessadas preocupadas com a sustentabilidade.
No entanto, o uso de padrões e certificações internacionais é essencial para a padronização das práticas ESG e de contabilidade ambiental em nível global. Certificações como o Global Reporting Initiative (GRI), Sustainability Accounting Standards Board (SASB) e o Carbon Disclosure Project (CDP) são amplamente utilizadas por empresas que buscam acompanhar suas operações com as melhores práticas ambientais e sociais. Esses padrões fornecem diretrizes para a divulgação de informações ESG e ajudam a garantir a comparabilidade entre empresas e setores, conforme Bergamini Junior (2021). A adoção crescente dessas certificações reflete o aumento da demanda por transparência e responsabilidade corporativa em sustentabilidade.
No contexto nacional, é necessário mencionar que o Brasil enfrentou vários desafios em relação à adoção de práticas de Contabilidade Ambiental e ESG, conforme identificado por Calderan et al. (2021). Fatores estruturais, como a falta de regulamentação específica para ESG e a baixa integração desses critérios em normativas contábeis nacionais, importantes para esse atraso. Além disso, a resistência cultural de muitas empresas em adotar práticas sustentáveis, combinada com a falta de incentivos fiscais e econômicos, impede uma ampla implementação das práticas ESG. A ausência de uma política nacional clara para promoção de critérios ESG no ambiente empresarial brasileiro também limita o engajamento corporativo e a evolução do país nesse cenário.
Quando comparado com países líderes na adoção de ESG, como Alemanha, Estados Unidos e Japão, o Brasil está significativamente atrás. Enquanto as nações europeias implementam políticas públicas externas para a sustentabilidade e desativam relatórios de impacto ambiental, o Brasil ainda carece de marcos regulatórios que exijam a transparência e o comprometimento das empresas com práticas ESG, conforme indicado por Checon e Santana (2023). Nos Estados Unidos, a SEC já caminha para exigir divulgação de riscos climáticos por parte das empresas, enquanto no Brasil, a CVM ainda avança lentamente nesse quesito. Essa comparação evidencia a necessidade de políticas reformulares e de incentivo à integração ESG no país.
As barreiras à adoção de ESG no Brasil incluem a falta de padronização nas normas ambientais e de governança, além da ausência de incentivos econômicos. Conforme Costa e Ferezin (2021), outro grande obstáculo é o baixo engajamento das lideranças empresariais. Muitos gestores brasileiros ainda não veem as práticas ESG como estratégicas para os negócios, considerando-as um custo adicional em vez de um investimento de longo prazo. Soma-se a isso a dificuldade em acessar certificações internacionais, como o GRI e o SASB, que ainda não são extensamente exigidas no Brasil devido ao custo e complexidade dos processos de certificação.
O atraso na adoção de práticas de Contabilidade Ambiental e ESG tem consequências diretas na competitividade das empresas brasileiras no cenário internacional. Em um ambiente global cada vez mais exigente em termos de critérios ambientais, sociais e de governança, empresas que não se adaptam a essas exigências correm o risco de perder acesso a mercados importantes e investidores estrangeiros (SION; FRANÇA, 2021). O aumento da conscientização sobre a sustentabilidade por parte dos consumidores e investidores tem levado a uma preferência crescente por empresas que demonstram compromisso com práticas ESG.
Segundo Bergamini Junior (2021), essa falta de alinhamento não apenas limita a atratividade das empresas brasileiras para investimentos internacionais, mas também pode resultar em penalizações financeiras e reputacionais. Em um estudo recente, Barbosa e Klann (2023) destacaram que os investidores institucionais, especialmente os da Europa e da América do Norte, estão se tornando mais rigorosos na avaliação de riscos relacionados a ESG antes de alocar recursos. Como consequência, a competitividade das empresas brasileiras é prejudicada, já que elas podem ser vistas como menos confiáveis ou menos comprometidas com a sustentabilidade em comparação com seus concorrentes globais.
A falta de práticas robustas de Contabilidade Ambiental e ESG também afeta a sustentabilidade financeira e a imagem corporativa das empresas brasileiras a longo prazo. A ausência de medidas claras para gerenciamento de riscos ambientais e sociais pode levar a impactos financeiros significativos, como multas, processos judiciais e danos à concessão (OLIVEIRA; LUCENA; CAMARA, 2023).
Além disso, conforme ressaltado por Checon e Santana (2023), empresas que não adotam práticas ESG tendem a ter um desempenho inferior em termos de inovação e eficiência operacional, uma vez que as iniciativas sustentáveis frequentemente resultam em economias de custos e melhorias nos processos internos. A falta de engajamento com práticas de sustentabilidade pode levar a uma percepção negativa por parte dos consumidores, que cada vez mais valorizam a responsabilidade corporativa. Isso, por sua vez, pode resultar em perda de mercado e receita, comprometendo as previsões de longo prazo das empresas.
Oliveira, Lucena e Camara (2023) elencam que a permanência do Brasil alheio às tendências globais de ESG e contabilidade sustentável apresenta riscos significativos, mas também abre oportunidades para empresas que decidem adotar essas práticas. Os riscos incluem não apenas a perda de competitividade e o acesso ao financiamento, mas também a possibilidade de enfrentar pressões regulatórias crescentes, tanto internacionais quanto externas, que impedem a adoção de práticas sustentáveis.
Por outro lado, as empresas que adotam práticas ESG têm chance de se diferenciar no mercado, atraindo investimentos e conquistando a confiança dos consumidores. Como indicado por Costa e Ferezin (2021), essas empresas podem inovar em seus produtos e processos, criando soluções que atendam às demandas de um mercado cada vez mais consciente. Além disso, uma implementação de práticas ESG pode ajudar a mitigar riscos financeiros e operacionais, oferecendo uma vantagem competitiva substancial para aqueles que se posicionarem proativamente em relação à sustentabilidade.
2.2 Caminhos para a Integração da Contabilidade Ambiental e ESG no Brasil
Para acelerar a adoção da Contabilidade Ambiental e dos critérios ESG no Brasil, é fundamental que haja um esforço conjunto entre o governo, as empresas e a sociedade civil. Políticas públicas que incentivam a adoção de práticas sustentáveis, como a implementação de incentivos fiscais para empresas que comprovem investimentos em ESG, podem ser um bom ponto de partida. Além disso, a criação de programas de capacitação e sensibilização para líderes empresariais sobre a importância das práticas ESG pode fomentar uma mudança cultural nas organizações. Calderan et al. (2021) elencam ser essencial que as instituições acadêmicas e de pesquisa também estejam envolvidas nesse processo, desenvolvendo estudos e ferramentas que ajudem as empresas a integrar práticas de Contabilidade Ambiental e ESG em suas operações.
Além do mais, a padronização de estatísticas de sustentabilidade e contabilidade é crucial para que as empresas brasileiras possam se alinhar aos padrões internacionais e, assim, se tornarem mais competitivas. É necessário estabelecer um conjunto claro de indicadores que possam ser usados para medir o desempenho em sustentabilidade, facilitando a comparação entre empresas e setores. Isso pode ser realizado por meio da adaptação de padrões internacionais, como GRI e SASB, às realidades do Brasil. A padronização pode não apenas melhorar a transparência e a confiabilidade das informações divulgadas, mas também promover uma cultura de responsabilidade corporativa, como defendido por Larrinaga (2023).
A adoção de práticas de Contabilidade Ambiental e ESG pode trazer benefícios a longo prazo, tanto para as empresas quanto para a sociedade brasileira. Para as empresas, os benefícios incluem o aumento da eficiência operacional, a melhoria da imagem corporativa e a atração de novos investimentos, conforme pontuado por Macedo et al. (2022).
Para a sociedade, a implementação dessas práticas contribui para o desenvolvimento sustentável, promovendo um ambiente mais saudável e equitativo. A transição para práticas mais sustentáveis também pode contribuir para a inovação e a criação de novas oportunidades de negócios, beneficiando a economia como um todo. Assim, a integração de critérios ESG e contabilidade ambiental não é apenas uma necessidade para as empresas, mas também uma responsabilidade social que pode resultar em um futuro mais sustentável para todos.
3 Conclusão
Este estudo analisa os principais fatores que explicam o atraso na adoção da Contabilidade Ambiental e dos critérios ESG pelas empresas brasileiras, destacando as consequências dessa defasagem para a sustentabilidade e a competitividade no mercado global. Através da revisão da literatura, foi possível identificar que a falta de regulamentação específica, a resistência cultural, a ausência de incentivos fiscais e a falta de uma política nacional clara são barreiras significativas que dificultam a integração dessas práticas no Brasil.
Além disso, a comparação com outros países evidenciou que o Brasil está em desvantagem em relação à adoção de práticas sustentáveis, o que compromete a atratividade das empresas brasileiras para investidores internacionais e limita seu potencial de crescimento no cenário global. As empresas que não adotam critérios ESG e não implementam uma Contabilidade Ambiental robusta não enfrentam apenas riscos financeiros, mas também prejudicam sua imagem corporativa e sua capacidade de inovação.
A análise dos impactos ressaltou que a integração de práticas sustentáveis é vital para a competitividade das empresas no Brasil. As organizações que adotam a Contabilidade Ambiental e os critérios ESG podem se beneficiar de maior eficiência operacional, melhor confiança e acesso a um mercado que valoriza a responsabilidade social e ambiental. Portanto, a urgência em promover políticas públicas que incentivem a adoção dessas práticas é clara e necessária.
Para que o Brasil possa avançar em direção a um desenvolvimento sustentável e competitivo, é fundamental um esforço conjunto entre governo, empresas e sociedade civil. Só assim será possível criar um ambiente propício para a implementação eficaz da Contabilidade Ambiental e dos critérios ESG, garantindo que as empresas brasileiras se posicionem de forma competitiva no mercado global, contribuindo não apenas para sua própria sustentabilidade, mas também para o bem-estar da sociedade como um todo.
Referências
BARBOSA, Inaê de Sousa; KLANN, Roberto Carlos. Efeitos do desempenho ambiental, social e de governança na relevância das informações contábeis de empresas brasileiras. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 20, n. 54, p. 1-15, 2023.
BERGAMINI JUNIOR, Sebastião. ESG, impactos ambientais e contabilidade. Pensar Contábil, v. 23, n. 80, 2021.
BOTH, Francielle; FISCHER, Augusto. Gestão e contabilidade ambiental. Unoesc & Ciência-ACSA, v. 8, n. 1, p. 49-58, 2017.
CALDERAN, Andre Mafra et al. ESG no Brasil. Encontro Internacional de Gestão, Desenvolvimento e Inovação (EIGEDIN), v. 5, n. 1, 2021.
CHECON, Bianca Quirantes; SANTANA, Verônica de Fátima. Demonstração do valor adicionado e informações ESG. Revista Catarinense da Ciência Contábil, n. 22, p. 50, 2023.
COSTA, Edwaldo; FEREZIN, Nataly Bueno. ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) e a comunicação: o tripé da sustentabilidade aplicado às organizações globalizadas. Revista Alterjor, v. 24, n. 2, p. 79-95, 2021.
GRODT, Jonas Adriel dos Santos et al. Divulgação ESG e sensibilidade da remuneração executiva ao desempenho de mercado. Revista Contabilidade & Finanças, v. 35, p. e1811, 2024.
LARRINAGA, Carlos. Contabilidade sustentável: as abordagens ESG não são suficientes. Revista Contabilidade & Finanças, v. 34, p. e9042, 2023.
MACEDO, Paula Souza et al. O Impacto do ESG no Valor e Custo de Capital das Empresas. Contabilidade Gestão e Governança, v. 25, n. 2, p. 159-175, 2022.
OLIVEIRA, Alan Santos; LUCENA, Wenner Glaucio Lopes; CAMARA, Renata Paes de Barros. Desempenho esg e agressividade fiscal: um estudo em empresas brasileiras atuantes no mercado de capitais. Revista Mineira de Contabilidade, v. 24, n. 3, p. 51-62, 2023.
RIBEIRO, Maisa de Souza. Contabilidade ambiental. Saraiva Educação SA, 2017.
SILVA, Antônio da Silva; CARVALHO, Francisval de Melo. Relação entre práticas ESG e desempenho empresarial: uma revisão sistemática da literatura. GeSec: Revista de Gestão e Secretariado, v. 15, n. 1, 2024.
SION, Alexandre Oheb; FRANÇA, Lucyléa Gonçalves. ESG: novas tendências do direito ambiental. Synergia, 2021.