INSERTION OF BADMINTON IN SCHOOL PHYSICAL EDUCATION: EVALUATION AND ANALYSIS

INSERTION DU BADMINTON DANS L’ÉDUCATION PHYSIQUE SCOLAIRE: ÉVALUATION ET ANALYSE

INSERCIÓN DEL BÁDMINTON EN LA EDUCACIÓN FÍSICA ESCOLAR: EVALUACIÓN Y ANÁLISIS

INSERÇÃO DO BADMINTON NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: AVALIAÇÃO E ANÁLISE 

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202410291925


Angelo Marcio Moreira Caetano
Caleimarcio Da Cunha Rebouças
Nazaira Alves Campos
Myrian Abecassis Faber


Abstract

This article is an integrative review that synthesizes and analyzes data from four scientific papers collected from the Scielo database, using the descriptors ‘Methodology,’ ‘Method,’ ‘Badminton as a subject,’ ‘School sport.’ Ten papers were analyzed: one of the studies was carried out in Portuguese public elementary schools; the others in Brazil: in a municipal public school in Natal/RN, Brazil, one that shows badminton as an integral part of the body culture of movement and, the last one, is an experience report of an intervention of the practice of Badminton for primary schools students in Iranduba- AM, with the objectives of synthesizing and analyzing the Insertion of the Net Sport Badminton in School Physical Education Classes. This integrative review enabled the construction of a synthesis of scientific knowledge about a new form of interaction between students and teachers, yielding new attitudinal values for both and inclusion, as well as demonstrating the broad contribution of the Badminton Net Sport in School Physical Education Classes to the improvement and dynamism of School Physical Education classes.

Keywords: Badminton, School Physical Education, Motor Development, Social Inclusion, Student-Teacher Interaction.

Abstrait

Cet article est une revue intégrative qui synthétise et analyse les données de quatre articles scientifiques collectés dans la base de données Scielo, en utilisant les descripteurs “Méthodologie”, “Méthode”,“Badminton en tant que sujet”,“Sport scolaire ». 10 articles ont été analysés : l’une des études a été réalisée dans des écoles primaires publiques portugaises ; les autres au Brésil : dans une école publique municipale de Natal/RN, au Brésil, l’une montre que le badminton fait partie intégrante de la culture corporelle du mouvement et la dernière est un rapport d’expérience d’une intervention sur la pratique du badminton pour les élèves des écoles primaires d’Iranduba- AM, avec pour objectif de synthétiser et d’analyser l’insertion du sport de filet qu’est le badminton dans les cours d’éducation physique à l’école. Cette revue intégrative a permis de construire une synthèse des connaissances scientifiques sur une nouvelle forme d’interaction entre les élèves et les enseignants, produisant de nouvelles valeurs attitudinales pour les deux et l’inclusion, ainsi que démontrant la large contribution du sport de filet de badminton dans les cours d’éducation physique à l’amélioration et au dynamisme des cours d’éducation physique à l’école.

Mots-clés: Badminton, Éducation physique scolaire, Développement moteur, Inclusion sociale, Interaction élève-enseignant.

Resumen

Este artículo es una revisión integradora que sintetiza y analiza datos de 10 artículos científicos recogidos en la base de datos Scielo, utilizando los descriptores “Metodología”,“Método”,“Bádminton como asignatura”,“Deporte escolar”. Se analizaron dez artículos: uno de los estudios se realizó en escuelas primarias estatales portuguesas; los otros en Brasil: en una escuela pública municipal de Natal/RN, Brasil, uno muestra que el bádminton es parte integrante de la cultura corporal del movimiento y el último es un informe de experiencia de una intervención sobre la práctica del bádminton para alumnos de primaria en Iranduba- AM, con el objetivo de sintetizar y analizar la inserción del deporte de red que es el bádminton en las clases de educación física en la escuela. Esta revisión integradora permitió construir una síntesis del conocimiento científico sobre una nueva forma de interacción entre alumnos y profesores, produciendo nuevos valores actitudinales para ambos y de inclusión, además de demostrar la amplia contribución del deporte red del bádminton en las clases de educación física para la mejora y dinamización de las clases de educación física en la escuela.

Palabras clave: Bádminton, Educación Física Escolar, Desarrollo Motor, Inclusión Social, Interacción Alumno-Docente.

Resumo

Este artigo é uma revisão integrativa que sintetiza e analisa dados de dez trabalhos científicos coletados na base de dados Scielo, utilizando os descritores “Metodologia,” “Método,” “Badminton como assunto,” “Esporte escolar.” Analisou-se dez trabalhos, Um dos estudos foi desenvolvido em escolas da rede pública portuguesa com ensino fundamental II; os outros no Brasil: em uma escola pública municipal de Natal/RN, Brasil, um que mostra o badminton como parte integrante da cultura corporal de movimento e, o último, é um relato de experiência de uma intervenção da prática do Badminton para escolares do Ensino Fundamental II em Iranduba- AM, com os objetivos de sintetizar e analisar a Inserção do Esporte de Rede Badminton nas Aulas de Educação Física Escolar. Esta revisão integrativa possibilitou a construção de uma síntese do conhecimento científico sobre uma nova forma de interação entre alunos e professores, rendendo novos valores atitudinais para ambos e, a inclusão, além de demonstrar sua ampla contribuição da Inserção do Esporte de Rede Badminton nas Aulas de Educação Física Escolar para a melhoria e dinamismo nas aulas da Educação Física Escolar.

Palavras-chave: Badminton, Educação Física Escolar, Desenvolvimento Motor, Inclusão Social, Interação Aluno-Professor.

Introdução

Este artigo origina-se de uma revisão integrativa que coletou dados a partir de fontes secundárias, por meio de levantamento bibliográfico e baseado na introdução do badminton, no espaço escolar promovendo o desenvolvimento das capacidades físicas, cognitivas e socioemocional dos alunos. Diversificar as atividades físicas é essencial para manter o interesse dos estudantes e promover um desenvolvimento equilibrado. O badminton, é um esporte de rede que exige agilidade, coordenação e estratégia, oferece uma excelente oportunidade para diversificar as aulas de Educação Física.

Como o badminton é o segundo esporte mais praticado no mundo (Loureiro & Freitas, 2012) e muito popular em países do Oriente, como Cingapura, Índia, Indonésia, China, Paquistão, Japão e Tailândia (Gonçalves Dias, Vieira & Pereira, 2020), concebe-se que sua inclusão nas aulas de Educação Física possa aumentar a motivação dos alunos, melhorar as habilidades motoras e promover um ambiente de aprendizado inclusivo e dinâmico. Este artigo analisa a inserção do esporte de rede badminton nas aulas de Educação Física Escolar, por meio da avaliação do desenvolvimento das habilidades motoras dos alunos que praticam badminton, da análise da influência do badminton na concentração e desempenho acadêmico dos estudantes, e dos facilitadores para a implementação do badminton nas escolas, na percepção dos alunos e professores sobre a prática do badminton. Os dados coletados através da inserção do Esporte de Rede Badminton nas Aulas de Educação Física Escolar orientaram a pesquisa, sendo esta realizada na base de dados Scielo, utilizando alguns descritores, como por exemplo: : “Badminton e Educação Física”, “Esporte escolar”, “Inclusão social no esporte.”.

Métodos

Esta revisão integrativa foi conduzida seguindo uma abordagem rigorosa de seleção e análise de artigos científicos, com o objetivo de investigar a inclusão do esporte badminton nas aulas de Educação Física. Para garantir a qualidade e relevância dos estudos incluídos, foram adotados critérios de inclusão baseados em temporalidade, qualidade das produções e relevância temática. 

Foram incluídos na revisão artigos publicados no período entre 2010 e 2020, a fim de garantir a atualidade dos dados e capturar os avanços mais recentes no campo da Educação Física escolar e práticas esportivas. Além disso, foram selecionados apenas artigos que atendiam aos seguintes critérios: estudos empíricos que apresentavam dados quantitativos ou qualitativos sobre a prática do badminton nas escolas; relatos de experiência que abordavam a implementação do badminton como parte do currículo de Educação Física; artigos revisados por pares e publicados em periódicos reconhecidos nas áreas de Educação Física, pedagogia do esporte ou inclusão social através do esporte.

Artigos que não forneciam dados empíricos ou que ficavam em outros esportes que não o badminton foram excluídos. Da mesma forma, revisões de literatura sem análise crítica e artigos de opinião sem base empírica também foram excluídos, visando manter um foco claro nos estudos que apresentassem evidências sobre a prática do badminton nas escolas.

A busca pelos artigos foi realizada em bases de dados científicas renomadas, incluindo Scielo e Google Scholar, utilizando descritores específicos relacionados ao tema da pesquisa. Os principais descritores utilizados foram: “Badminton e Educação Física”, “Esporte escolar”, “Inclusão social no esporte”, “Desenvolvimento motor e badminton”, “Práticas esportivas inclusivas”.

A busca inicial resultou em 87 artigos potenciais. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, um total de 10 artigos foi selecionado para análise detalhada. Esses artigos foram escolhidos com base na sua relevância, qualidade metodológica e contribuição para o tema da pesquisa.

A análise dos dados coletados dos artigos foi realizada por meio de uma síntese narrativa, que permitiu comparar os resultados dos estudos e identificar padrões e tendências no uso do badminton como uma ferramenta pedagógica nas aulas de Educação Física A síntese comparativa dos resultados foi realizada para explorar as semelhanças e divergências entre os artigos, bem como para discutir as implicações educacionais e sociais da prática do badminton nas escolas.

Por fim, os resultados extraídos dos artigos foram discutidos à luz da literatura científica existente sobre o tema: A análise das evidências permitiu responder à questão central do estudo: Como o badminton pode ser uma ferramenta eficaz nas aulas de Educação Física para promover o desenvolvimento integral dos alunos? As respostas foram fundamentadas em achados dos estudos e na literatura sobre práticas esportivas inclusivas, desenvolvimento motor e benefícios cognitivos do esporte. 

Resultados: 

Nos últimos anos, diversos estudos têm destacado o papel relevante do badminton no ambiente escolar, não apenas como uma atividade física, mas também como uma ferramenta pedagógica que promove o desenvolvimento motor, social e cognitivo dos alunos. Os estudos analisados a seguir reforçam a importância da inclusão desse esporte nas aulas de Educação Física.

Gouveia (2013) investigou o impacto do badminton no desenvolvimento motor de alunos do ensino fundamental em Portugal. O estudo destacou que o esporte, ao exigir movimentos rápidos e coordenados, promoveu melhorias significativas nas habilidades motoras básicas, como o equilíbrio e a coordenação. O autor ainda ressaltou que a prática do badminton pode contribuir para o desenvolvimento de outras competências cognitivas, como a concentração e a autoconfiança dos alunos. A pesquisa explora como o esporte, conhecido por exigir movimentos rápidos e coordenação motora fina, pode contribuir para o aprimoramento das habilidades motoras básicas, como equilíbrio, coordenação, agilidade e controle motor. Métodos de avaliação antes e depois da intervenção são utilizados para examinar os impactos da prática regular do badminton. Os resultados esperados incluem melhorias significativas nas habilidades motoras dos alunos, além de possíveis benefícios cognitivos e de autoconfiança relacionados à participação em atividades físicas estruturadas.

O estudo abrangeu também reflexão sobre aprendizagem e aprendizagem significativa e apresenta experiência pedagógica como o ensino do conteúdo esporte na Educação Física, estabelecendo diálogos e reflexões sobre o ensino e a aprendizagem significativa. Um dos caminhos vislumbrados neste estudo leva ao entendimento de que a aprendizagem poderá ocorrer de forma significativa quando estiver imbuída de sentidos e significados que superem a prática mecânica do fazer por fazer. E principalmente, quando corpo e o movimento estiverem sendo considerados ativamente neste processo.

Os dados indicaram que os alunos que praticam badminton regularmente apresentaram melhoras na concentração e no desempenho acadêmico, sugerindo que o esporte pode ter um impacto positivo além do desenvolvimento físico.

Complementando essa perspectiva, Giffoni (2014) realizou um relato de experiência sobre a introdução do badminton em escolas públicas brasileiras. O autor observou que a prática desse esporte foi bem-recebida pelos alunos, destacando o aumento do engajamento nas aulas de Educação Física. A inclusão do badminton favoreceu a interação social e a cooperação entre os estudantes, criando um ambiente mais inclusivo e dinâmico. Ao descrever a implementação do badminton nas aulas de Educação Física em uma escola de Ensino Médio, Giffoni (2014) destaca os desafios e benefícios observados durante o processo e enfatiza que a preparação dos professores é um determinante para uma implementação bem-sucedida. O autor relata que entre os desafios enfrentados, a infraestrutura limitada destacou-se como um dos principais obstáculos, a motivação inicial dos alunos também é desafiadora, mas estratégias como jogos recreativos e competições internas ajudam a aumentar o engajamento que aumentam com o passar do tempo, resultando em uma maior participação nas aulas de Educação Física. Alguns estudantes até demonstraram interesse em participar de competições escolares e regionais. 

Giffoni (2014) finaliza dizendo que a experiência em observar o badminton nas aulas de Educação Física em uma escola de Ensino Médio durante o processo de implementação se mostrou positiva e enriquecedora, que a prática do Badminton promove uma melhoria na coordenação motora e agilidade dos alunos, além de contribuir para o condicionamento físico, com melhorias na resistência cardiovascular e flexibilidade. Estes benefícios por si só justificam a continuidade e expansão do projeto. O autor recomenda que outras escolas considerem a introdução do badminton em seus currículos, investindo em formação de professores e adaptação de espaços, para promover a diversidade esportiva e o desenvolvimento integral dos estudantes.

Bruder (2022), por sua vez, conduziu uma pesquisa que avaliou as percepções dos professores sobre a implementação do badminton nas escolas. A maioria dos professores entrevistados destacou os benefícios do esporte, como a facilidade de ensino, o baixo custo dos equipamentos e a motivação dos alunos. Entretanto, alguns desafios também foram mencionados, como a necessidade de formação específica para os professores e a adaptação dos espaços físicos. Os professores reconhecem os múltiplos benefícios do badminton, como a melhoria da coordenação motora, agilidade e condicionamento físico dos alunos. Além disso, apontam que o esporte favorece o desenvolvimento de habilidades sociais e a cooperação entre os estudantes. No entanto, os docentes também destacam desafios significativos, como a falta de infraestrutura adequada e a escassez de recursos e equipamentos nas escolas. A necessidade de formação específica para a correta instrução do badminton também foi um ponto crítico levantado (Bruder, 2022).

Neste trabalho, baseado em uma pesquisa de campo descritiva e diagnóstica, da qual participaram cinco professores de Educação Física, que lecionam ou já lecionaram para o ensino médio, no município de Bom Retiro/SC, Bruder (2022) utilizou um questionário eletrônico, validado por 3 professores com experiência na área para coletar dados baseados em autores da área esportiva em tela. Os resultados dessa investigação mostraram que os profissionais de Educação Física que trabalharam ou aqueles que pretendem trabalhar com a metodologia de ensino do badminton, são favoráveis a novos aprendizados. Assim, os professores de Educação Física conhecem e trabalham com esse esporte de rede. Embora alguns não terem aprendido sobre essa modalidade durante sua formação acadêmica, aprenderam por seus próprios esforços

Um estudo recente de Pinto (2023) explorou a introdução do badminton em uma escola de tempo integral em Iranduba, no Amazonas através de um Projeto de extensão , intitulado “Badminton: Uma Nova Modalidade Esportiva de Rede no Espaço Escolar no Município de Iranduba”,. O autor observou que a implementação do esporte não apenas diversificou as atividades físicas oferecidas aos alunos, mas também promoveu novos valores atitudinais, tanto para os alunos quanto para os professores. O projeto destacou a importância de novas práticas esportivas no contexto escolar para o desenvolvimento integral dos estudantes.       

Foram repassados aos alunos na prática fundamentos e regras, incentivando-se o “fair play”, visando o bom relacionamento entre os companheiros e adversários. Os instrumentos de coleta de dados foram: questionário com 41 questões e entrevistas semiestruturadas, torneios (eliminatórias simples) e campeonato (sistema de rodízio). Os dados coletados foram submetidos à análise estatística e mostraram que 85% do público-alvo não conhecia, sequer tinham ouvido falar sobre o Badminton. Após a finalização do Projeto, questionou-se aos alunos sobre o interesse em conhecer novo esporte e o resultado foi animador, pois 98% dos discentes responderam que pretendem conhecer e praticar novos esportes. Tal pesquisa apresentou-se de forma positiva, dando certeza de que novas modalidades esportivas rendem ótimos resultados nas aulas de Educação Física Escolar. Neste estudo Pinto (2023) fundamentou-se teoricamente em Faber, et al. (2001 e 2008); Franco (2005); Freire, et al. (2003); Gallahue, et al. (2005); Gil (2019); Magill (2011); Tani G, et al. (2010).  

Além desses estudos, Gonçalves, Vieira e Pereira (2020) analisaram a história e o desenvolvimento do badminton no Oriente e como sua popularidade tem crescido nas escolas ocidentais. Os autores argumentam que, ao ser um esporte amplamente praticado em países como China e Indonésia, o badminton tem o potencial de fomentar uma cultura esportiva global nas escolas, promovendo habilidades como agilidade e cooperação.

Freitas e Silva (2018) investigaram os efeitos da prática regular de badminton no desempenho acadêmico dos alunos. O estudo revelou que os estudantes que praticam badminton regularmente apresentaram melhoras em áreas como concentração, disciplina e organização, sugerindo uma correlação positiva entre a prática esportiva e o desempenho acadêmico. Além disso, os professores relataram que os alunos do grupo experimental demonstraram maior controle emocional e melhor capacidade de lidar com frustrações, o que contribuiu para uma atmosfera de aprendizagem mais positiva. O estudo sugeriu que a disciplina e a estrutura das aulas de badminton ajudaram os alunos a desenvolverem um senso de responsabilidade e compromisso que foi transferido para suas atividades acadêmicas. 

O estudo de Freitas e Silva (2018) concluiu que existe uma correlação positiva entre a prática regular de esportes como o badminton e o desempenho acadêmico. Os autores destacaram que o badminton, ao exigir alta concentração e coordenação motora, promoveu não apenas benefícios físicos, mas também cognitivamente desafiou os alunos, melhorando suas habilidades de organização e disciplina. Essas descobertas reforçam a importância de incluir esportes como o badminton no currículo escolar, não apenas para promover a saúde física, mas também para contribuir com o desenvolvimento acadêmico e comportamental dos estudantes.

Esse estudo tem implicações importantes para políticas educacionais que visam integrar atividades físicas estruturadas como parte fundamental da formação acadêmica, sugerindo que práticas esportivas regulares podem ser um fator chave para o sucesso acadêmico e o desenvolvimento integral dos alunos.

Outro relato significativo foi realizado por Silva (2016), que abordou a inclusão social através da prática do badminton em escolas com alta diversidade cultural. O autor observou que o esporte favorece a integração entre alunos de diferentes origens, promovendo um ambiente de respeito e colaboração mútua. Silva observou que o badminton, por ser um esporte que exige cooperação, respeito e trabalho em equipe, facilitou a criação de um ambiente mais acolhedor e inclusivo para todos os estudantes, independentemente de suas diferenças culturais. A prática esportiva em conjunto permitiu que os alunos desenvolvessem habilidades de comunicação e colaboração, promovendo interações sociais que iam além do espaço esportivo, fortalecendo os laços entre alunos de diferentes etnias, origens socioeconômicas e níveis de habilidade física.

Além disso, o estudo revelou que a dinâmica do badminton – com sua natureza competitiva, mas ao mesmo tempo colaborativa – foi um fator-chave para promover a igualdade entre os alunos. O esporte proporcionou oportunidades para que todos os estudantes participassem de maneira ativa, o que ajudou a quebrar barreiras sociais e culturais. Segundo o autor, essa integração foi fundamental para criar um ambiente escolar mais inclusivo e harmonioso, onde os alunos não apenas competiam, mas aprendiam a valorizar as diferenças e a trabalhar em conjunto para atingir objetivos comuns.

Outro aspecto importante apontado por Silva foi o papel do badminton no desenvolvimento de competências sociais e emocionais, como o respeito mútuo, a empatia e a cooperação. Os alunos envolvidos no estudo demonstraram maior disposição para trabalhar com colegas de diferentes culturas e desenvolveram um senso de pertencimento ao grupo, o que contribuiu para reduzir a exclusão social e aumentar o envolvimento nas atividades escolares.

Lima e Souza (2017) exploraram a importância da prática do badminton na promoção da saúde física dos alunos. O estudo apontou que o esporte, por sua natureza dinâmica, contribuiu para a melhoria da aptidão física geral dos alunos, especialmente em termos de resistência cardiovascular e flexibilidade.

Santos (2019) realizou um estudo empírico que investigou como o badminton pode ser utilizado para o desenvolvimento de habilidades psicossociais, como a resolução de problemas e o trabalho em equipe. O autor concluiu que, além dos benefícios físicos, o esporte proporcionou um ambiente propício para o desenvolvimento dessas competências entre os alunos.

Finalmente, o estudo de Carvalho e Mendes (2020) abordou a capacitação de professores para a implementação do badminton nas escolas. Os autores destacaram a importância de uma formação específica para garantir uma instrução adequada e segura, além de ressaltar a necessidade de investimentos em infraestrutura nas escolas públicas.

Em suma, os 10 estudos analisados demonstram que a inclusão do badminton nas aulas de Educação Física escolar oferece inúmeros benefícios, incluindo o desenvolvimento motor, social, cognitivo e psicossocial dos alunos. No entanto, a implementação efetiva do esporte ainda depende de fatores como a capacitação de professores e a adaptação de espaços físicos adequados

Discussão

Os estudos apresentados exploram a introdução de novos esportes nas aulas de Educação Física e abordam que a introdução de esportes menos tradicionais, como o badminton, pode aumentar o engajamento dos alunos e proporcionar uma experiência educacional mais rica e diversificada. Esses estudos indicam que os alunos expostos a uma variedade de esportes desenvolvem uma maior apreciação pela atividade física e mantêm hábitos saudáveis ao longo da vida, em consonância com os objetivos da BNCC.

A análise das pesquisas e relatos apresentados sobre a implementação e os impactos do badminton nas escolas revela um panorama multifacetado, destacando tanto os benefícios quanto os desafios associados a esta iniciativa.

Os estudos de Bruder (2022), Giffoni (2014) e Pinto (2023) sublinham os múltiplos benefícios da introdução do badminton no ambiente escolar. Ambos os autores ressaltam melhorias significativas na coordenação motora, agilidade e condicionamento físico dos alunos. Além disso, destacam que o badminton favorece o desenvolvimento de habilidades sociais, como cooperação e trabalho em equipe, proporcionando um ambiente inclusivo e diversificado nas aulas de Educação Física. As percepções dos professores corroboram essas observações, indicando que a prática do badminton é acessível e motivadora para os estudantes, apesar das limitações infraestruturais e de recursos.

O estudo de Gouveia (2013) complementa essa perspectiva ao evidenciar que a prática regular do badminton não apenas aprimora habilidades motoras básicas, mas também contribui para a melhoria da concentração e do desempenho acadêmico dos alunos. Este impacto positivo vai além do desenvolvimento físico, sugerindo que a inclusão de atividades físicas estruturadas como o badminton pode promover benefícios cognitivos e emocionais, fortalecendo a autoconfiança dos estudantes.

Por outro lado, os desafios destacados nos estudos incluem a falta de infraestrutura adequada, escassez de equipamentos e a necessidade de formação específica para os professores. A adaptação dos espaços físicos e a capacitação dos docentes são pontos críticos para garantir a correta instrução e segurança durante a prática do esporte. Relatos de experiências, como o de Iranduba, mostram que estratégias como jogos recreativos e competições internas podem ser eficazes para aumentar a motivação e o engajamento dos alunos, superando inicialmente a falta de interesse.

Além dos benefícios já mencionados, a implementação do badminton nas escolas também pode desempenhar um papel crucial na promoção de um estilo de vida saudável entre os alunos. Ao incentivar a prática regular de esportes, as escolas podem ajudar a combater problemas de saúde relacionados ao sedentarismo, como obesidade infantil, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. O badminton, em particular, devido à sua natureza dinâmica e exigente, pode ser especialmente eficaz na melhoria da aptidão física geral dos alunos.

Em suma, a implementação do badminton nas escolas apresenta um potencial significativo para o desenvolvimento integral dos alunos, abrangendo aspectos físicos, sociais e cognitivos. A continuidade e expansão desta iniciativa dependem de investimentos em formação de professores, adaptação de espaços e aquisição de materiais, garantindo que mais escolas possam oferecer essa modalidade esportiva e promover uma educação física diversificada e inclusiva. As evidências sugerem que, com os devidos ajustes e apoio, o badminton pode se tornar uma ferramenta valiosa no repertório pedagógico das escolas, contribuindo para a formação de estudantes mais saudáveis, ativos e socialmente integrados.

Os artigos analisados anteriormente também apresentam diversas dimensões da introdução do badminton nas aulas de Educação Física escolar, oferecendo evidências empíricas e relatos de experiência que ressaltam os benefícios e os desafios dessa prática. No entanto, quando comparados com a literatura científica mais ampla sobre o tema, algumas similaridades e diferenças importantes emergem.

Primeiramente, tanto os estudos analisados quanto a literatura científica reforçam o papel do badminton como uma ferramenta pedagógica que vai além do simples desenvolvimento motor. Autores como Loureiro e Freitas (2012) destacam que o badminton, por ser um esporte que exige agilidade, estratégia e coordenação, é altamente eficaz para promover o desenvolvimento integral dos alunos, o que está alinhado com os achados de Gouveia (2013) e Bruder (2022). Essas habilidades motoras são fundamentais para o desenvolvimento de competências físicas e cognitivas que podem se estender para outras áreas da vida dos alunos, como o desempenho acadêmico, conforme apontado por Freitas e Silva (2018).

A inclusão social é outro ponto em comum entre os textos analisados e a literatura científica. Silva (2016) argumenta que o badminton pode facilitar a integração de alunos de diferentes origens, promovendo um ambiente mais inclusivo, o que é corroborado por autores como Barbosa e Silva (2017), que sugerem que a prática do esporte em ambientes escolares é particularmente eficaz para promover a diversidade e a colaboração entre os alunos. Essa visão está de acordo com os relatos de experiência de Pinto (2023) e Giffoni (2014), que observam uma maior cooperação entre os alunos nas aulas de Educação Física que incluem o badminton.

No entanto, a literatura científica mais ampla também aponta desafios que nem sempre são destacados nos relatos empíricos. Por exemplo, Siedentop (1994) enfatiza a importância de uma abordagem pedagógica estruturada para o ensino de esportes nas escolas, algo que, segundo Carvalho e Mendes (2020), ainda é um desafio para muitos professores de Educação Física no Brasil. A necessidade de capacitação e formação contínua para os professores é outro aspecto frequentemente sublinhado, tanto por Bruder (2022) quanto por Giffoni (2014), mas que a literatura científica destaca como crucial para o sucesso de qualquer nova modalidade esportiva, incluindo o badminton (Santos, 2019).

Além disso, a literatura científica salienta a importância da infraestrutura adequada para a prática do badminton, algo que também foi mencionado em alguns dos relatos de experiência, como o de Pinto (2023). Autores como Pieron (2005) sugerem que, embora o badminton exige poucos recursos em termos de equipamentos, a adaptação do espaço físico é fundamental para garantir a qualidade da prática e o engajamento dos alunos, uma preocupação que também foi levantada por Giffoni (2014) e Bruder (2022).

A literatura científica mais recente tem explorado como o badminton pode ser utilizado como uma ferramenta para o desenvolvimento de habilidades psicossociais, como o trabalho em equipe, a cooperação e a resiliência. Estudos como o de Farias et al. (2015) mostram que o esporte não apenas promove a saúde física, mas também ajuda os alunos a desenvolver competências emocionais e sociais que são essenciais para o seu bem-estar geral. Essa perspectiva é compartilhada por Santos (2019), que investigou a influência do badminton no desenvolvimento de habilidades psicossociais em alunos do ensino fundamental.

Em suma, os textos empíricos e relatos de experiência analisados se alinham em grande parte com a literatura científica mais ampla, destacando os benefícios físicos, sociais e cognitivos da prática do badminton nas aulas de Educação Física escolar. No entanto, a literatura científica reforça a necessidade de uma abordagem mais estruturada e integrada para garantir a eficácia dessa prática, especialmente em termos de capacitação docente e adaptação de espaços escolares.

Por fim, os resultados desta revisão integrativa sugerem que a inserção do badminton nas aulas de Educação Física pode proporcionar uma experiência educacional mais rica e diversificada. A melhora nas habilidades motoras e cognitivas, juntamente com a percepção positiva dos professores, indica que o badminton é uma adição valiosa ao currículo escolar.

Para implementar o badminton de maneira eficaz, é necessário oferecer formação específica para os professores e garantir que as escolas tenham os recursos necessários. A inclusão de esportes variados, como o badminton, pode aumentar o engajamento dos alunos e promover um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e inclusivo.

Conclusão

Esta revisão integrativa revela que a inserção do badminton nas aulas de Educação Física traz inúmeros benefícios, incluindo melhorias no desenvolvimento motor e cognitivo dos alunos, além de aumentar o interesse e a satisfação com as aulas. Os professores também veem a introdução do badminton de forma positiva, apesar dos desafios relacionados à formação e aos recursos.

Esta pesquisa contribui para a compreensão dos impactos da inserção do badminton no contexto escolar, oferecendo evidências de que o esporte pode ser uma ferramenta eficaz para promover o desenvolvimento integral dos alunos. As descobertas podem orientar políticas educacionais e práticas pedagógicas voltadas para a diversificação das atividades físicas nas escolas.

A implementação do badminton nas escolas, iniciou-se com a capacitação dos professores de Educação Física. Essa formação foi fundamental para garantir a correta instrução e segurança durante a prática do esporte, conforme destacado por Bruder. Os professores participaram de cursos específicos que abordaram técnicas e regras do badminton, preparando-os para ensinar de maneira eficaz e segura. Essa etapa é crucial, pois a qualidade da instrução impacta diretamente no engajamento e desenvolvimento dos alunos.

A adaptação do espaço escolar para acomodar o badminton foi outro desafio significativo. As escolas tiveram que marcar quadras e adquirir equipamentos básicos como raquetes, petecas e redes. A infraestrutura limitada obrigou a divisão das turmas em grupos menores, permitindo que todos os alunos tivessem a oportunidade de praticar o esporte. Apesar dessas dificuldades, a adaptação mostrou-se viável e essencial para a implementação do projeto.

O engajamento inicial dos alunos foi um desafio devido à falta de familiaridade com o badminton. Estratégias como a exibição de vídeos de partidas profissionais e demonstrações ao vivo foram utilizadas para despertar o interesse e a curiosidade dos estudantes. Além disso, jogos recreativos e competições internas ajudaram a aumentar a motivação e participação dos alunos. Essas estratégias foram eficazes em transformar a percepção dos alunos sobre o esporte, resultando em maior envolvimento.

Os benefícios da prática do badminton foram amplamente observados tanto no desenvolvimento físico quanto no social dos alunos. O esporte promoveu melhorias na coordenação motora, agilidade e condicionamento físico. A prática regular do badminton também resultou em melhorias na resistência cardiovascular e na flexibilidade dos estudantes. Além dos benefícios físicos, o esporte favoreceu a cooperação e o trabalho em equipe, promovendo a interação e a comunicação entre os alunos. Esses benefícios são fundamentais para o desenvolvimento integral dos estudantes, justificando a inclusão do badminton no currículo escolar.

O interesse dos alunos pelo badminton cresceu ao longo do tempo, refletido em maior participação nas aulas de Educação Física e interesse em competições escolares e regionais. Este aumento de interesse é um indicador positivo do sucesso da iniciativa, demonstrando que, quando apresentados a novas modalidades esportivas de maneira adequada, os alunos podem desenvolver novos interesses e habilidades.

Além disso, a inclusão do badminton no currículo escolar pode servir como uma ferramenta para a inclusão social. A prática do esporte pode ajudar a integrar alunos de diferentes origens e habilidades, promovendo um ambiente de respeito e cooperação. Isso é especialmente importante em escolas públicas, onde a diversidade é uma característica marcante. A experiência de Iranduba mostrou que a prática do badminton pode aumentar a interação entre os estudantes e fortalecer o senso de comunidade.

Outro aspecto importante é a potencial descoberta de talentos esportivos. A introdução do badminton nas escolas pode revelar aptidões naturais dos alunos para o esporte, possibilitando o desenvolvimento de futuros atletas. As competições internas e regionais, mencionadas nos estudos, podem funcionar como plataformas para identificar e nutrir esses talentos, oferecendo oportunidades de crescimento e reconhecimento dentro e fora do ambiente escolar.

Adicionalmente, a capacitação dos professores para ensinar badminton não só melhora a qualidade do ensino desse esporte específico, mas também enriquece o repertório pedagógico dos docentes. A formação continuada e a especialização em novas modalidades esportivas são essenciais para manter os professores atualizados e motivados, o que, por sua vez, reflete positivamente na qualidade do ensino oferecido aos alunos.

Por fim, a implementação do badminton pode ser vista como uma iniciativa de baixo custo com alta eficácia. Embora a infraestrutura inicial possa ser um desafio, o custo dos equipamentos é relativamente baixo comparado a outros esportes. Investir na capacitação dos professores e na aquisição dos materiais necessários é uma decisão estratégica que pode trazer benefícios a longo prazo, promovendo uma educação física mais rica e diversificada.

Referências

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Universidade do Estado do Amazonas, Iranduba, Amazonas, Brasil
Caleimarcio Da Cunha Rebouças: e-mail:caleomarcios1@gmail.com