CONSTRUCTION OF EDUCATIONAL BOOKLET FOR ONCOLOGY PATIENTS: SELF-CARE IN THE PREVENTION OF INFECTIONS
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202410291132
Aline Marinho Gomes1
Rubiane Gouveia de Souza e Silva2
RESUMO
A maior susceptibilidade a infecções, devido a toxicidade hematológica dos tratamentos oncológicos, eleva os riscos de morbidade e mortalidade entre os pacientes com câncer. Para auxiliar na diminuição destes riscos, o autocuidado orientado por educação em saúde de qualidade pode trazer grandes benefícios a esses pacientes, o que objetivou esta pesquisa e o desenvolvimento de cartilha educativa que guie o autocuidado na prevenção de infecções. Para a formação da cartilha foi realizado um estudo metodológico através da pesquisa em bases de dados resultando em cinco assuntos: vacinação, alimentação, contato com pessoas infectadas, contato com animais e viajar. Os quais foram resumidos e abordados na cartilha educativa. Este estudo contribuirá para promoção do autocuidado dos pacientes oncológicos e para a comunidade acadêmica ao compartilhar a elaboração da cartilha educativa.
Palavras-chave: Câncer. Infecção. Autocuidado. Educação em saúde.
SUMMARY
The greater susceptibility to infections, due to the hematological toxicity of oncological treatments, increases the risks of morbidity and mortality among cancer patients. To help reduce these risks, self-care guided by quality health education can bring great benefits to these patients, which was the objective of this research and the development of an educational booklet that guides self-care in preventing infections. To create the booklet, a methodological study was carried out through database research resulting in five topics: vaccination, food, contact with infected people, contact with animals and travel. Which were summarized and covered in the educational booklet. This study will contribute to promoting self-care for cancer patients and the academic community by sharing the development of the educational booklet.
Keywords: Cancer. Infection. Self-care. Health education.
Introdução
Considerado problema de saúde pública mundial, o câncer vem crescendo em incidência em todo o mundo. (INCA, 2020) Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) foram estimados 18 milhões de novos casos de câncer no mundo para 2018 e 29,5 milhões para 2040. (Global Cancer Observatory, 2018) No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 625 mil novos casos de câncer para cada ano do triênio 2020-2022 (INCA, 2020).
Denomina-se câncer o conjunto de mais de 100 doenças que têm como característica comum a multiplicação rápida e desordenada de células que sofreram mutações, possuem potencial de se agrupar, formando tumores, e de invadir outros tecidos, podendo causar metástases (Ministério da Saúde, 2019).
O aumento da ocorrência de neoplasias está relacionado às mudanças de hábitos de vida, como a urbanização, o sedentarismo, o tabagismo, o alcoolismo, dieta inadequada e ao aumento e envelhecimento populacional (Mehra, Berkowitz & Sanft, 2017; Bray F, et al., 2020).
Os avanços científicos e tecnológicos alcançados no tratamento das doenças oncológicas e onco-hematológicas e o uso de terapêuticas mais agressivas têm acarretado uma melhora expressiva no prognóstico dos pacientes e na diminuição da mortalidade. Porém, essa agressividade do tratamento pode levar a várias complicações e situações de emergência, entre as mais frequentes está a neutropenia febril (Evangelista M S, et al., 2016; Lima & Pereira, 2017).
A neutropenia, contagem de neutrófilos circulantes < 1.500 neutrófilos absolutos/µL no exame de hemograma com diferencial, torna o paciente susceptível a infecções. A presença de febre é o sinal predominante de infecção, às vezes o único, em pacientes neutropênicos. A associação do quadro neutropênico à febre configura neutropenia febril (Rivera-Salgado, Valverde-Muñoz & Ávila-Aguero, 2018; Taplitz R A, et al, 2018). Estando o risco e a gravidade da infecção relacionados com a duração e a intensidade da neutropenia (Katz A, et al., 2017; Halfdanarson, Hogan & Madsen , 2017).
A susceptibilidade a infecção depende, principalmente, do tipo de câncer (hematológicos ou tumores sólidos), do grau de classificação da doença, da terapia utilizada e sua intensidade, mucosa com lesão, uso de cateter venoso central (CVC) e das características individuais do paciente (Katz A, et al., 2017; Halfdanarson, Hogan & Madsen, 2017).
A ocorrência da infecção em pacientes com câncer é alta, o que contribui para o aumento tanto da morbidade quanto da mortalidade desses pacientes (Halfdanarson, Hogan & Madsen B, 2017). Um terço das crianças portadoras de neoplasias com neutropenia são infectadas, a taxa de óbito entre elas chega a 50% se a terapia antimicrobiana não for iniciada nas primeiras 48h após o início dos sintomas, se o manejo for adequado essa taxa cai para 23% (Rivera-Salgado, Valverde-Muñoz & Ávila-Aguero, 2018). Em adultos, a mortalidade é de cerca de 11% se o manejo não ocorrer em tempo hábil, podendo chegar a 50% se o paciente desenvolver o quadro de sepse grave ou choque séptico (Taplitz R A, et al, 2018).
Para atuar de forma preventiva no cuidado hospitalar, diretrizes e protocolos são estabelecidos, como a lavagem rigorosa das mãos, os cuidados minuciosos com o CVC que vão desde a inserção à manipulação e curativo deste dispositivo e o uso profilático de antibióticos e antifúngicos em pacientes de alto risco para infecção (Taplitz R A, et al., 2018; Bell & O’Grady, 2017).
A forma como ocorre o cuidado fora do hospital dos pacientes oncológicos também tem sua importância na prevenção de infecções, pois a maior parte deles é atendido em regime ambulatorial. Este tipo de atendimento requer, principalmente da enfermagem, a atuação no monitoramento, na segurança do paciente e, sobretudo, em ações de educação em saúde (Santos & Gaidzinski, 2019).
A educação em saúde torna o paciente oncológico e cuidador capazes de compreender a situação vivida e participar de forma ativa no seu tratamento e autocuidado, levando ao enfrentamento positivo e a resiliência (Giuliani, Papadakos T & Papadakos J, 2020; Schapira L, 2018). O uso de material de apoio adequado junto a ação educativa auxilia a lembrar o que lhes foi ensinado e a tomar decisões corretas no seu cotidiano (Giuliani, Papadakos T & Papadakos J, 2020).
Instruir os pacientes do risco aumentado para infecções devido ao câncer e/ou ao tratamento, e quais medidas preventivas podem ser realizadas no dia a dia por eles, poderá auxiliar na diminuição da incidência de infecções. Essa instrução deve ser realizada pela enfermagem e equipe multidisciplinar capacitadas e com material adequado.
Diante dessas premissas este estudo busca, através de realização de revisão de literatura, construir uma cartilha educativa com os temas encontrados relacionados a prevenção de infecções através do autocuidado, para que a cartilha possa servir como material de apoio para ações educativas e instrumento de consulta para pacientes e cuidadores a fim de guiar um autocuidado capaz de auxiliar na prevenção de infecções, bem como no gerenciamento das ações de saúde de forma interdisciplinar.
Método
Estudo metodológico, de desenvolvimento tecnológico, objetiva a construção de uma cartilha educativa para pacientes oncológicos adultos que respalde ações de educação em saúde sobre a prevenção de infecções e sirva como material de consulta posterior para os pacientes.
Para a construção da tecnologia educativa foram realizadas as seguintes etapas: revisão de literatura científica acerca do tema a ser abordado, apreensão e definição do conteúdo, elaboração do layout, design e ilustrações da cartilha.
A pesquisa foi realizada no período de junho a agosto de 2020 através da busca na literatura nas bases de dados BVS e PUBMED. Os critérios de inclusão foram: texto completo, artigos publicados nos últimos cinco anos que estivessem nos idiomas inglês, português e espanhol e abordassem a educação em saúde ao paciente oncológico como forma de prevenir infecção. Critérios de exclusão: artigos que não atendam aos critérios de inclusão e artigos repetidos.
Para realizar a busca foram utilizadas combinações entre as seguintes palavras-chaves, consideradas descritores no DeCS (Descritores em Ciência e Saúde) e MeSH (Medical Subject Headings): câncer (câncer), imunossupressão (imunossupression), prevenção de infecção (prevention infection), educação em saúde (health education), autocuidado (self care) e controle de infecção (control infection). Os termos foram relacionados utilizando o operador o booleano AND.
A pesquisa resultou em 2813 artigos, destes 61 foram selecionados para leitura completa, sendo 60 artigos da PUBMED e 01 da BVS, 36 destes artigos apresentaram assunto compatível com o objetivo desta pesquisa, 13 estavam repetidos, resultando em uma seleção de 23 artigos. As etapas desse processo estão descritas no fluxograma 1.
Dentre os países que publicaram os artigos incluídos, 47,8% foram publicados nos Estados Unidos da América (EUA). Quanto ao ano de publicação, 2017 foi o ano que apresentou maior número de publicações, 7(30,4%). Todos os artigos foram disponibilizados no idioma inglês (100%).
Os artigos que foram incluídos nesta revisão de literatura para a confecção da cartilha (Tabela1) abordaram atitudes que o paciente oncológico e seu cuidador podem tomar diante de determinadas situações do cotidiano para evitar infecções. Assim como objetiva a cartilha, os artigos selecionados trazem o autocuidado e a instrução do mesmo como forma de prevenir infecções em pacientes imunossuprimidos.
Fluxograma 1 – Síntese do processo de seleção dos estudos. Recife, PE. 2020
Os artigos foram analisados de forma empírica quanto ao(s) tema(s) abordado(s), seus conteúdos foram agrupados, conforme cada tema era encontrado, apreendidos e resumidos, afim de reunir o conhecimento necessário sobre cada tópico e produzir a cartilha educativa.
A cartilha produzida contém capa, contracapa, sumário, apresentação, explica o que é infecção e o motivo da maior susceptibilidade do paciente oncológico a mesma, e aborda os cinco temas foram encontrados após análise dos artigos, que foram vacinação, cuidados com a alimentação, contato com pessoas doentes, contato com animais e viajar.
O trabalho de design e diagramação das imagens da cartilha foi feito por profissional de design gráfico, e as ilustrações e a apresentação do texto, conforme realizados, eram enviadas as pesquisadoras para aprovação quanto ao tamanho da fonte e posicionamento do texto, quanto as cores utilizadas nas ilustrações, expressões faciais e corporais dos personagens da cartilha e ao atendimento das perspectivas sobre as ilustrações propostas pelas pesquisadoras.
Tabela 1– Referências bibliográficas selecionadas para confecção da cartilha educativa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A busca nas bases de dados resultou em um total de 2813 artigos. Destes, apenas 23 foram selecionados para compor a amostra final da revisão por trazer o autocuidado como forma de prevenção de infecções. Pôde ser observado que a maior parte dos artigos que aborda prevenção de infecção no paciente oncológico geralmente direciona-se para a prevenção no atendimento hospitalar. Isso, junto com a classificação do nível de evidência dos estudos, aponta a necessidade de ampliação e aprofundamento das pesquisas na área.
Após análise dos artigos selecionados, foi realizada a síntese temática dos dados e os resultados foram organizados em cinco categorias, a saber: Vacinação (52,2%); Cuidados com os alimentos (17,4%); Contato com pessoas doentes (17,4%); Contato com animais (13%); e Viajar (8,7%). Vale salientar que um artigo abordou mais de um tema e que existem evidências científicas sobre a importância da educação em saúde para os pacientes oncológicos na otimização do autocuidado relacionada aos cinco temas encontrados nos estudos selecionados na pesquisa realizada.
Vacinação
O tema “Vacinação” foi o mais abordado nos estudos (52,2%), eles mostraram que o estímulo a vacinação anual contra Influenza em pacientes oncológicos, com a vacina inativada, é importante pois traz redução significativa da taxa de morbidade e de mortalidade por infecção respiratória em pacientes devidamente imunizados (El Ramahi & Freifeld A, 2019). E que a instrução do contato com adultos e crianças vacinadas leva a diminuição da exposição do paciente a riscos inerentes à situação vacinal dos contactantes (Moulik N R, et al., 2019).
Cuidados com os alimentos
Sobre o tema cuidados com os alimentos, os artigos encontrados neste estudo trazem que as práticas adequadas de segurança alimentar, que se inicia na compra do alimento, perpassa pelo armazenamento, manuseio, preparo com cocção adequada e vai até o consumo pelo paciente. Tais cuidados com a alimentação devem ser devidamente instruídos aos pacientes pois diminuem o risco de infecção gastrointestinal (Moody K M, et al, 2018; Evans & Redmond, 2017)
Contato com animais
Em relação ao tema “Contato com animais”, os estudos abordaram a necessidade da modificação dos comportamentos de risco que podem ocorrer nesse contato e que podem levar a infecções por zoonoses. Devendo o paciente receber as informações necessárias de como cuidar de seu animal de estimação ou criação diminuindo a exposição a situações de risco, como mordedura, arranhadura, contato do rosto com a saliva do animal, evitando beijá lo ou que o animal durma na mesma cama, além de evitar o manuseio das fezes (Bienz, Tomaszewski & McDonald, 2018).
Viajar
Pacientes oncológicos submetidos a tratamentos prolongados podem manifestar o desejo de viajar. Sobre o tema “Viajar”, os estudos ressaltam a possibilidade do paciente desenvolver as “doenças dos viajantes”, que podem ser agravadas por causa da doença preexistente e/ou tratamento vigente (Shah M K, 2016).
Devido a tal risco, os estudos encontrados ressaltam a necessidade dos pacientes serem instruídos a consultar com antecedência o médico assistente sobre o desejo de viajar, para que essa possibilidade seja avaliada, além da necessidade de receber instruções sobre alimentação, ingesta hídrica, uso de repelente e proteção solar, vacinação, risco de trombose e de levar consigo o laudo, prescrição médica e as medicações de uso cotidiano e sintomatológico (Shah M K, 2016; Wasilczuk K & Korzeniewski K, 2017).
Contato com pessoas doentes
Sobre o tópico “Contato com pessoas infectadas”, os artigos relataram Os contatos dos pacientes com cuidadores ou outras pessoas com doenças infectocontagiosas deve ser evitado, mas se não for possível, instruir o paciente a evitar contato prolongado com estes, não compartilhar objetos de uso pessoal e lavar as mãos conforme for necessário. Pedir ao contactante para usar máscara cirúrgica se for infecção respiratória, lavar bem as mãos e higienizar o ambiente sempre que possível. Tais medidas ajudam a diminuir o contágio por infecções comunitárias (Fontana & Strasfeld, 2019; Ariza-Heredia & Chemaly, 2018).
Os temas foram abordados na cartilha educativa conforme a importância e a aplicabilidade dos cuidados expostos pelos estudos, de forma clara, ilustrada e com linguagem simples afim de abranger o máximo de pacientes possíveis.
Dentre os estudos selecionados, um estudo Norte-americano (estudo descritivo) aborda vários tipos de cuidados para o paciente oncológico, olhando assim a prevenção a riscos de exposição de forma mais ampla em relação aos cuidados com a alimentação, imunização vacinal e contato com pessoas infectadas. Além de orientar a consulta ao CDC (Centers for Disease Control and Prevention) para inteirar-se também sobre contato com animais, atividades ao ar livre e imunização de contactantes.
A cartilha educativa
A cartilha educativa foi elaborada (Anexo A) a partir do resumo das informações encontradas nos artigos selecionados e expõe com linguagem simples, ilustrada e de forma resumida as cinco temáticas encontradas. Recebeu por título e subtítulo “Câncer x infecção: O que eu posso fazer para prevenir infecções no dia a dia”, possui capa, contracapa, sumário e apresentação, e explica, previamente as temáticas, o que é infecção, os motivos dos pacientes oncológicos estarem mais susceptíveis e a importância do autocuidado. Perfazendo um total de 22 páginas.
A capa da cartilha possui título, subtítulo e a primeira ilustração com os personagens da cartilha circulados pelos laços simbólicos de alguns tipos de câncer. A contracapa traz os nomes da elaboradora, da orientadora e da ilustradora da cartilha. O sumário coloca os tópicos (Apresentação; O que é infecção?; Você sabia que o câncer e/ou o tratamento para ele podem aumentar o risco de infecção?; Autocuidado) e subtópicos (Cuidando da alimentação; Contato com animais; Vacinação; Viajar; Contato com pessoas infectadas) da cartilha.
A apresentação explica que a cartilha objetiva trazer informações para a ajudar o paciente no autocuidado diário. O tópico “O que é infecção?” responde ao próprio questionamento. O tópico “Você sabia que o câncer e/ou o tratamento para ele podem aumentar o risco de infecção?” explica os motivos pelos quais os pacientes oncológicos são mais susceptíveis a infecções, trazendo conhecimento da situação atual e direciona a cuidado para prevenção.
O tópico Autocuidado, explica o que é autocuidado e possui cinco subtópicos, que são resultantes da revisão de literatura realizada. O subtópico “Cuidados com os alimentos” fala sobre a importância de conhecer a procedência dos alimentos, instrui como escolher, guardar e preparar alimentos, sobre a higiene das mãos na hora do preparo e de comer e sobre o ponto de cozimento adequado dos alimentos. Atitudes fundamentais para prevenir infecções alimentares.
O subtópico “Contato com animais” levanta o questionamento se o paciente pode ter contato com animas e afirma ser possível desde que com os devidos cuidados, como a higiene das mãos após o contato, evitando comportamentos de risco como beijar os animais, dormir com eles e limpar os excrementos, assim como mantê-los limpos e vacinados, afim de prevenir infecções por zoonoses.
O terceiro subtópico aborda o tema Vacinação, explica a diferença entre as vacinas Inativadas, de Subunidades e Atenuadas, fala sobre a importância de se consultar o médico antes de tomar vacinas, de manter a vacina de Influenza em dia para evitar infecções respiratórias graves e Pneumocócica antes do início do tratamento, a critério do médico. Também explica que se houver um bebe ou criança em casa, contactantes do paciente, quais vacinas esse bebê ou criança podem tomar sem oferecer risco ao paciente, quais ela não deve tomar e se tomar quais os cuidados de contato.
O subtópico Viajar relata que o ideal é não viajar durante o período do tratamento devido ao risco de adoecer durante a viagem e não ter o suporte médico necessário, mas que a possibilidade deve ser questionada ao médico assistente. Se a viagem for ocorrer as precauções instruídas são quanto a levar o laudo médico com diagnóstico, receita médica com as medicações utilizadas, levar as medicações de uso contínuo e as de uso sintomático, orienta quanto ao consumo de água e alimentos, uso de repelente e proteção solar.
O último subtópico “Contato com pessoas infectadas” explica que o ideal é não ter contato com pessoas infectadas, mas se for inevitável deve-se evitar ficar muito perto ou no mesmo ambiente, usar máscara quando estiver perto, lavar as mãos antes de alimentar-se e depois de entrar em contato com os objetos da pessoa doente, não compartilhar copos, talheres e toalhas.
A cartilha é finalizada com uma fase de estímulo ao autocuidado criada pela autora da cartilha.
Conclusão
Esta revisão contribuiu com o conhecimento abordado por outros estudos sobre a importância de orientar o paciente oncológico acerca do autocuidado na prevenção de infecções, afim de que haja a diminuição no número de morbidade e mortalidade por infecção prevenível.
A maioria dos estudos utilizados nesta revisão abordou somente um tema e apenas 6 (26%) atuaram junto ao paciente na educação em saúde, o que evidencia a importância de realização de outras pesquisas, com outros delineamentos que representem níveis de evidência mais altos, de forma a confirmar a importância da educação em saúde e seus benefícios para o paciente oncológico.
Ressalta-se que o instrumento elaborado (cartilha educativa) é de fácil manejo e atrativo a leitura por ter linguagem simples, ser resumido, ilustrado e trazer informações importantes para o dia a dia do paciente/cuidador. Tornando-o um importante material de apoio na educação em saúde, levando a promoção do autocuidado do paciente oncológico e servindo para consulta posterior pelo paciente/cuidador.
O conhecimento sobre como prevenir infecções dá ao paciente não só ferramentas de autocuidado, mas também autonomia e responsabilidade perante o momento enfrentado, colocando-o como protagonista de seu próprio cuidado.
Contudo, vale destacar as limitações do presente estudo pelo próprio delineamento adotado, pois existe a possibilidade de que alguns estudos relevantes tenham sido excluídos devido à estratégia de busca utilizada, os descritores adotados e a limitação das bases de dados. E assim, o estudo contribuirá para a comunidade acadêmica ao compartilhar a elaboração da cartilha educativa.
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Anexo A – Cartilha Educativa “Câncer x Infecção: O que eu posso fazer para prevenir infecções no dia-a-dia.”
Anexo 1 – Cartilha Educativa “Câncer x Infecção: O que eu posso fazer para prevenir infecções no dia-a-dia.” (Continuação)
1Enfermeira discente do programa de Residência em Enfermagem Oncológica da Secretaria de Educação e saúde de Pernambuco (SES-PE), com locação no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP). E-mail: alinemg87@hotmail.com.
2Orientadora. Enfermeira, mestre em Saúde Integral pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), enfermeira da Comissão de controle de Infecções Hospitalares (CCIH) do IMIP. Email:enf.ccih@imip.org.br