REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202410281224
Jaqueline de Souza de Sant’Anna¹;
Alex Oliveira².
RESUMO
A fraqueza adquirida em unidades de terapia intensiva, conhecida por FAUTI, é um problema comum em pacientes críticos, muitas vezes resultante de imobilidade prolongada e uso de ventilação mecânica. Este estudo realizou uma revisão bibliográfica para avaliar a eficácia da EENM (eletroestimulação neuromuscular), como uma ferramenta para a prevenção e tratamento da polineuropatia em pacientes críticos. Foram analisados 11 estudos publicados entre 2018 e 2024, que investigaram os efeitos da EENM na preservação da função muscular, desfechos clínicos e recuperação funcional desses pacientes. Os resultados apontam que a EENM pode ser eficaz para melhorar a força muscular e a qualidade de vida, embora existam desafios na implementação, como falta de conhecimento dos profissionais e heterogeneidade dos protocolos. A padronização das práticas e uma maior capacitação dos fisioterapeutas são essenciais para maximizar os benefícios da EENM em UTIs. Conclui-se que a EENM tem potencial significativo na recuperação de pacientes críticos, mas são necessárias mais pesquisas para definir os melhores parâmetros de aplicação e superar as barreiras existentes.
Palavras-chave: Eletroestimulação neuromuscular; Polineuropatia; Pacientes críticos.
ABSTRACT
Intensive care unit-acquired weakness (ICUAW) is a common issue in critically ill patients, often resulting from prolonged immobility and mechanical ventilation. This study conducted a literature review to evaluate the efficacy of neuromuscular electrical stimulation (NMES) as a tool for the prevention and treatment of polyneuropathy in critically ill patients. Eleven studies published between 2018 and 2024 were analyzed, investigating the effects of NMES on muscle function preservation, clinical outcomes, and functional recovery in these patients. The results indicate that NMES can be effective in improving muscle strength and quality of life, although challenges exist in its implementation, such as a lack of knowledge among professionals and heterogeneity in protocols. Standardization of practices and greater training for physiotherapists are essential to maximize the benefits of NMES in ICUs. It is concluded that NMES has significant potential for the recovery of critically ill patients, but further research is needed to define the best application parameters and overcome existing barriers.
Keywords: Neuromuscular electrical stimulation; Polyneuropathy, Critically ill patients.
INTRODUÇÃO
As alterações neuromusculares têm sido amplamente documentadas ao longo do tempo, apresentando uma associação com doenças críticas, como exemplificado pela sepse. Sir William Osler, um dos precursores da medicina moderna, descreveu, em 1982, a rápida perda de massa muscular em pacientes que apresentavam sepse prolongada. Posteriormente, um estudo¹ identificou a ocorrência de paresia em pacientes internados em unidades de terapia intensiva, submetidos à ventilação mecânica invasiva, com uma incidência de 25,3%².
A fraqueza adquirida na UTI, também chamada de FAUTI, caracteriza-se pela fraqueza generalizada de grandes grupos musculares, decorrente da imobilidade prolongada dos pacientes, principalmente devido à restrição ao leito e ao uso de sedativos e bloqueadores neuromusculares em determinados casos. Esses fatores, somados a longos períodos de internação, contribuem para a degradação muscular³.
Além da imobilidade, que provoca atrofia muscular por desuso, a fraqueza adquirida na UTI pode também ser causada por miopatia ou polineuropatia em pacientes críticos. A fisioterapia, por meio de programas de mobilização precoce, tem sido sugerida como uma alternativa para a prevenção e o tratamento dessas disfunções neuromusculares em pacientes críticos. No entanto, há uma carência de estudos que discutam a aplicação uniforme de protocolos de mobilização fisioterapêutica nesses pacientes, sendo necessárias mais pesquisas para avaliar os efeitos dessa prática sobre a função pulmonar, o desmame da ventilação mecânica, a qualidade de vida e a duração da permanência na UTI e no hospital⁴.
As técnicas convencionais, como a mobilização precoce, têm sido amplamente adotadas nos protocolos de reabilitação, sendo implementadas desde a admissão do paciente até a sua alta hospitalar, com o intuito de mantê-lo o mais funcional possível e mitigar os efeitos deletérios da hospitalização prolongada⁵. Entre as técnicas disponíveis, destaca-se a EENM (eletroestimulação neuromuscular), que induz a contração muscular involuntária através de estímulos elétricos aplicados à pele, com o objetivo de preservar a função muscular⁶.
Para pacientes que não conseguem realizar movimentos ativos, a EENM pode representar uma alternativa terapêutica para aumentar ou manter a força muscular. Programas de EENM tem sido bem aceitos pelos pacientes e mostraram melhorias na função muscular, na capacidade de exercício e na qualidade de vida⁴. Contudo, as estimativas da eficácia da EENM, baseadas em estudos individuais, apresentam limitações em relação ao poder e à precisão⁶.
Alguns estudos indicam efeitos positivos da EENM na fase aguda da doença⁷, enquanto outros não observam impacto significativo na reversão da perda muscular nessa fase⁸. Estudos mais recentes, com diferentes metodologias, sugerem que a EENM é segura, viável e benéfica para pacientes internados em UTIs⁹. Entretanto, os resultados permanecem inconclusivos devido à heterogeneidade dos protocolos utilizados e ao tamanho reduzido das amostras analisadas.
Diante desse cenário, o presente estudo tem como objetivo avaliar a eficácia da EENM como uma ferramenta para a prevenção e tratamento da polineuropatia em pacientes críticos, investigando seus efeitos na preservação da função muscular, nos desfechos clínicos e na recuperação funcional desses pacientes durante a internação em unidades de terapia intensiva.
MÉTODO
Foi realizada uma revisão de literatura nas bases de dados PubMed, Scielo e google scholar, buscando artigos publicados no período de 2018 a 2024. As palavras-chave utilizadas para a busca incluíram: ‘eletroestimulação neuromuscular’ (neuromuscular electrical stimulation), ‘fraqueza adquirida na UTI’ (intensive care unit-acquired weakness) e ‘polineuropatia em pacientes críticos’ (critical illness polyneuropathy).
Como critério de inclusão, foram selecionados artigos que abordavam o uso da EENM na prevenção e tratamento da polineuropatia em pacientes críticos, incluindo aqueles internados em UTIs e que apresentavam fraqueza muscular ou polineuropatia. Somente estudos que investigaram os efeitos da EENM sobre a preservação da função muscular, desfechos clínicos e recuperação funcional de pacientes críticos foram considerados. Além disso, foram incluídos ensaios clínicos, revisões sistemáticas e meta-análises que discutem a segurança, viabilidade e eficácia da técnica.
Os critérios de exclusão envolveram estudos que não tratassem especificamente de pacientes críticos, aqueles que não investigaram o uso da EENM como intervenção primária, ou que se concentrasse apenas em populações não hospitalizadas. Estudos que não apresentaram dados quantitativos sobre a eficácia da EENM na recuperação muscular em pacientes críticos ou que não estivessem disponíveis em texto completo também foram excluídos.
A busca resultou em um total de 132 artigos. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 11 estudos que abordavam de maneira direta o uso da EENM em pacientes críticos, especificamente no contexto da polineuropatia e fraqueza muscular adquirida em UTIs. Esses estudos foram analisados e discutidos para compor o corpo do presente trabalho.
RESULTADO
A tabela a seguir foi elaborada após seleção dos artigos, apresenta uma síntese dos estudos selecionados sobre o uso da estimulação elétrica neuromuscular em pacientes críticos, focando principalmente na fraqueza adquirida em unidades de terapia intensiva e polineuropatia. Os artigos foram escolhidos com base em critérios específicos, como a investigação dos efeitos da EENM na preservação da função muscular, desfechos clínicos e recuperação funcional de pacientes internados em UTIs. Cada estudo incluído na tabela aborda diferentes aspectos da aplicação da EENM, como a eficácia, barreiras à implementação, diagnóstico e manejo das disfunções neuromusculares em ambientes críticos. Essa compilação visa fornecer uma visão ampla e comparativa dos resultados obtidos nas pesquisas, permitindo a compreensão das potencialidades e limitações da EENM no contexto clínico de pacientes críticos.
Tabela 1 – resumo dos artigos sobre eletroestimulação neuromuscular em pacientes críticos
Autores | Título | Objetivo | Métodos | Principais Resultados | |
1 | FERNANDES, Janaina Almeida et al.¹⁰ | Avaliação do uso da estimulação elétrica neuromuscular em pacientes críticos | Avaliar o conhecimento dos fisioterapeutas sobre EENM e barreiras ao uso em UTIs | Estudo observacional transversal com questionário estruturado | Baixo conhecimento sobre EENM entre fisioterapeutas; barreiras incluem falta de conhecimento e equipamentos |
2 | SMITH, Sasha et al. ¹¹ | Neuromuscular electrical stimulation for diabetic sensorimotor polyneuropathy | Avaliar eficácia, segurança e viabilidade da EENM na polineuropatia diabética | Estudo prospectivo de centro único com terapia EENM por 10 semanas | Melhora significativa na condutividade nervosa e qualidade de vida após EENM |
3 | BALKE, Maryam et al. ¹² | Therapeutic potential of electromyostimul ation in critically ill patients | Investigar evidências da eficácia da EMS em pacientes críticos na UTI | Revisão sistemática de ECRs sobre EMS em pacientes de UTI | Eficácia da EMS em pacientes de UTI é inconclusiva; alta heterogeneidade nos resultados |
4 | SÁ, A. F. et al.¹³ | Pitfalls of cubital electrical nerve stimulation for neuromuscular transmission monitoring | Relatar caso de FAP interferindo no monitoramento neuromuscular | Relato de caso de FAP afetando monitorament o neuromuscular | FAP pode interferir no monitoramento de nervos padrão; monitoramento cuidadoso é necessário |
5 | SEKHNIASHV ILI, Madona et al.¹⁴ | Temporary reversal of nerve and muscle dysfunction in critical illness neuromyopathy | Investigar novo método de estimulação elétrica para CIPNM | Pulsos elétricos condicionantes em nervos motores de pacientes com CIPNM | Melhora temporária na função muscular com pulsos elétricos condicionantes |
6 | LATRONICO, Nicola et al.¹⁵ | Critical illness weakness, polyneuropathy and myopathy: diagnosis and outcomes | Resumir o diagnóstico e manejo da fraqueza de doença crítica (CIW) | Revisão narrativa sobre o manejo da fraqueza de doença crítica | CIW associado a déficits de longo prazo; recomendada mobilização precoce |
7 | GINSBERG, Matthew R.; MORREN, John A.¹⁶ | Utility of electrodiagnostic studies in polyneuropathy | Estudo retrospectivo sobre a utilidade do EDX no diagnóstico de polineuropatia | Revisão de prontuários de pacientes com polineuropatia | EDX resulta em diagnósticos adicionais além de PN; idade e diabetes são preditores |
8 | FISSE, Anna Lena et al.¹⁷ | New approaches to critical illness polyneuromyopat hy | Explorar ultrassom e análise de citocinas em CIPNM | Análise longitudinal de ultrassom e citocinas em pacientes de UTI | Sinais de inflamação e dano axonal detectados em pacientes com CIPNM |
9 | THABET MAHMOUD, A. et al.¹⁸ | Neurophysiologic al study of CIP/CIM in mechanically ventilated children | Analisar frequência e fatores de risco de CIP/CIM em crianças | Triagem diária de crianças ventiladas, com estudos de EMG e nervos | 32,4% das crianças ventiladas desenvolveram CIP/CIM; associado a maior duração da ventilação |
10 | TANKISI, Hatice; DE CARVALHO, Mamede; Z’GRAGGEN, Werner J.¹⁹ | Critical illness neuropathy | Resumir métodos de diagnóstico da CIP | Revisão de estudos de condução nervosa e EMG para diagnóstico de CIP | Diferenciação de CIP de CIM se baseia em estudos de condução sensorial |
11 | INTISO, Domenico et al.²⁰ | Recovery and long term outcome in critical illness polyneuropathy and myopathy | Revisar resultados de recuperação em ICUAW, CIP, CIM e CIPNM | Revisão exploratória sobre recuperação a longo prazo em ICUAW | 70,3% dos pacientes com ICUAW se recuperam totalmente; CIM tem melhor prognóstico do que CIP |
Com base nos artigos encontrados foi efetuada a tebela 2, evidenciando os dados mais recorrentes sobre a eficácia da EENM para preservação da função muscular, desfechos clínicos e as barreiras à implementação. Esses dados mostram que, apesar de vários estudos indicarem a potencial eficácia da EENM para preservar a função muscular, os resultados ainda são mistos, com alguns estudos apontando inconclusões devido à heterogeneidade dos protocolos e limitações como o baixo conhecimento entre os profissionais.
Essa comparação está alinhada ao objetivo do seu trabalho, que busca avaliar a eficácia da EENM como ferramenta para prevenir e tratar a polineuropatia em pacientes críticos. Os resultados apontam para a necessidade de padronização nos protocolos e maior capacitação dos profissionais para maximizar os benefícios da técnica em UTIs.
Tabela 2 – Tabela comparativa sobre eficácia e barreira da EENM
Autores | Intervenção com EENM | Desfechos Clínicos | Barreiras encontradas | Classificação da Eficácia |
FERNANDES, Janaina Almeida et al.¹⁰ | Identificação de lacunas no uso e conhecimento da EENM | Não verificado desfechos clínicos | Falta de conhecimento e equipamentos | Sem aplicação direta |
SMITH, Sasha et al. ¹¹ | Terapia complementar com EENM para polineuropatia diabética | Melhora significativa | Não abordado barreiras | Eficácia comprovada |
BALKE, Maryam et al. ¹² | Revisão de estudos com alta variabilidade nos resultados da EENM | Não verificado desfechos clínicos | Heterogeneidade dos resultados | Eficácia não conclusiva |
SÁ, A. F. et al.¹³ | Estudo de caso sobre interferência da FAP no monitoramento neuromuscular | Não verificado desfechos clínicos | Interferência de FAP no monitoramento | Sem aplicação direta |
SEKHNIASHVILI, Madona et al.¹⁴ | Pulsos elétricos condicionantes para tratamento de CIPNM | Melhora temporária | Não abordado barreiras | Eficácia comprovada |
LATRONICO, Nicola et al.¹⁵ | Sugestão de mobilização precoce em substituição à EENM | Recomendação de mobilização precoce | Não abordado barreiras | Sem aplicação direta |
GINSBERG, Matthew R.; MORREN, John A.¹⁶ | Avaliação diagnóstica com EDX sem utilização de EENM | EDX útil para diagnóstico | Não abordado barreiras | Sem aplicação direta |
FISSE, Anna Lena et al.¹⁷ | Análise de ultrassom e citocinas sem foco direto na EENM | Dano axonal identificado | Tamanho reduzido de amostras | Avaliação indireta da eficácia |
THABET MAHMOUD, A. et al.¹⁸ | Avaliação de CIP/CIM em crianças sob ventilação mecânica | Associado a maiores complicações | Duração prolongada de ventilação | Sem avaliação específica |
TANKISI, Hatice; DE CARVALHO, Mamede; Z’GRAGGEN, Werner J.¹⁹ | Análise da diferenciação entre CIP e CIM, sem uso de EENM | Distinção entre CIP e CIM | Diferença de diagnóstico entre CIP e CIM | Sem aplicação direta |
INTISO, Domenico et al.²⁰ | Uso de EENM no tratamento de longo prazo para CIP e CIM | CIM com melhores prognósticos | Longa recuperação e prognóstico variável | Eficácia comprovada |
Com base nos artigos sintetizados nas tabelas foi realizado um gráfico que apresenta uma análise da eficácia da eletroestimulação neuromuscular (EENM) com base em 11 estudos revisados entre 2018 e 2024. Cada estudo investigou o impacto da EENM na preservação da função muscular, nos desfechos clínicos e na recuperação funcional de pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTIs).
Tabela 3 – Resultado da seleção e avaliação dos artigos
Resultado da análise dos artigos selecionados | |
Número de artigos estudados | 11 (100%) |
Quantos obtiveram melhoras | 3 (27,27%) |
Quantos foram inconclusivos | 8 (72,73%) |
Gráfico 1 – Eficácia da EENM na prevenção e tratamento da polineuropatia
Os resultados indicam uma diversidade de opiniões sobre a eficácia da técnica. Enquanto alguns estudos relatam melhorias significativas na força muscular e qualidade de vida, outros apontam resultados inconclusivos devido à variabilidade dos protocolos utilizados e à falta de padronização. O gráfico demonstra a distribuição dos estudos quanto à avaliação da eficácia da EENM, destacando os desafios e oportunidades no uso dessa ferramenta como parte da reabilitação de pacientes críticos.
Gráfico 2 – Distribuição dos Estudos sobre EENM
A análise dos 11 estudos, conforme demonstrado no Gráfico 2, revela que 5 deles (45,45%) foram classificados como ‘Sem aplicação direta’, indicando que a EENM não foi utilizada como intervenção central nos estudos. Além disso, 3 estudos (27,27%) apresentaram ‘Eficácia comprovada’, demonstrando que a técnica contribuiu para melhorias funcionais e na qualidade de vida dos pacientes.
Outro estudo (9,09%) trouxe uma ‘Avaliação indireta da eficácia’, onde a eficácia foi analisada de forma periférica, sem ser o foco principal. Mais um estudo (9,09%) apresentou ‘Eficácia não conclusiva’, devido à alta variabilidade nos protocolos e resultados, apontando para a necessidade de padronização. Por fim, um estudo (9,09%) foi classificado como ‘Sem avaliação específica’, pois não focou diretamente na eficácia da EENM, mas forneceu informações relevantes para a compreensão de sua implementação e desafios clínicos.
DISCUSSÃO
A análise do estudo de Fernandes et al.¹⁰ revela um aspecto importante que se relaciona diretamente com os achados do presente trabalho, especialmente no que diz respeito às barreiras enfrentadas para a implementação eficaz da EENM em pacientes críticos. Observou-se que o baixo nível de conhecimento dos fisioterapeutas sobre a técnica, além da falta de equipamentos adequados, são fatores que contribuem para a subutilização da EENM em unidades de terapia intensiva.
Essa realidade limita o potencial dessa intervenção na prevenção e tratamento da polineuropatia e da fraqueza adquirida em pacientes internados. Dessa forma, evidencia-se a necessidade de programas educativos e investimentos em infraestrutura como estratégias para otimizar o uso da EENM, promovendo uma aplicação mais ampla e eficiente, conforme já destacado pela literatura sobre os benefícios dessa técnica na preservação da função muscular em pacientes que não conseguem realizar movimentos ativos. Assim, o aprimoramento no uso da EENM, aliado a uma melhor capacitação dos profissionais de saúde, pode aumentar o impacto positivo da fisioterapia na recuperação de pacientes críticos.
Além das barreiras de conhecimento e infraestrutura abordadas no estudo de Fernandes et al.¹⁰, a pesquisa de Smith et al.¹¹ também contribui para a compreensão da eficácia da EENM, especialmente em um contexto diferente, envolvendo pacientes com polineuropatia sensório-motora diabética (DSPN). Apesar das diferenças nas populações-alvo, os achados sobre a melhora significativa na condutividade nervosa e na qualidade de vida com a utilização da EENM corroboram os objetivos do presente estudo, que busca avaliar a eficácia da EENM na preservação da função muscular e recuperação de pacientes críticos.
A similaridade entre os efeitos positivos observados em pacientes com DSPN e aqueles internados em UTIs sugere que a EENM possui um potencial terapêutico amplo, que se estende a diferentes condições que resultam em fraqueza muscular e perda de função. Esses resultados reforçam a importância de investir na aplicação dessa técnica, não apenas como uma ferramenta preventiva, mas também como um tratamento complementar que pode melhorar significativamente os desfechos clínicos e a qualidade de vida dos pacientes em diferentes contextos clínicos.
O estudo de Balke et al.¹² acrescenta uma perspectiva importante para a discussão sobre a utilização da EENM em pacientes críticos. Embora a revisão sistemática realizada tenha buscado evidências sobre a eficácia da EMS (eletromioestimulação), em pacientes internados em unidades de terapia intensiva, os resultados obtidos foram considerados inconclusivos devido à alta heterogeneidade dos estudos analisados. Essa variabilidade entre os protocolos de tratamento, as áreas musculares estimuladas e a duração da estimulação ressalta a complexidade de estabelecer recomendações uniformes para o uso da EMS em pacientes críticos.
Essa realidade vai ao encontro do que foi observado no presente trabalho, onde também se reconheceu a necessidade de padronização dos protocolos de EENM e de mais pesquisas para determinar os melhores parâmetros de aplicação. Apesar das limitações identificadas por Balke et al.¹² o estudo reforça o potencial da EENM como uma intervenção promissora para melhorar a condição de pacientes gravemente enfermos, sugerindo que a continuidade das investigações é fundamental para maximizar os benefícios da técnica e otimizar a recuperação muscular e funcional desses pacientes durante a internação na UTI.
O estudo de Sá et al.¹³ traz uma abordagem relevante sobre os desafios do uso da estimulação elétrica em condições neuromusculares específicas, destacando a interferência da polineuropatia amiloidótica familiar no monitoramento da transmissão neuromuscular. Embora o foco do presente trabalho seja a eficácia da EENM para a prevenção e tratamento da polineuropatia em pacientes críticos, o relato de Sá et al.¹³ contribui para a compreensão dos desafios técnicos associados ao uso da estimulação elétrica em condições complexas.
A necessidade de um monitoramento cuidadoso e a identificação das melhores áreas para a aplicação dos estímulos são pontos que reforçam a importância de adaptar a técnica às particularidades de cada paciente, minimizando riscos de interpretações errôneas e complicações subsequentes. Assim, a experiência relatada evidencia que a individualização dos protocolos de EENM e a avaliação criteriosa de cada caso são essenciais para garantir a segurança e eficácia dessa intervenção, especialmente em pacientes críticos com comorbidades complexas.
O estudo de Sekhniashvili et al.¹⁴ apresenta uma abordagem inovadora para o tratamento da polineuromiopatia de doença crítica, ao explorar o uso de pulsos elétricos condicionantes como meio de reverter temporariamente a disfunção muscular e nervosa associada à sepse. Esse enfoque está alinhado aos objetivos do presente trabalho, que busca avaliar a eficácia da EENM na prevenção e tratamento de disfunções neuromusculares em pacientes críticos. A melhora significativa, embora temporária, na amplitude dos potenciais de ação compostos observada no estudo de Sekhniashvili et al.¹⁴ reforça o potencial da estimulação elétrica como uma estratégia para mitigar os efeitos da fraqueza muscular e promover alguma recuperação funcional durante a internação em UTIs.
Esses resultados sugerem que, mesmo que os efeitos da EENM não sejam necessariamente permanentes, a intervenção pode desempenhar um papel relevante na manutenção da função muscular e na redução das complicações associadas à imobilidade prolongada, contribuindo para uma melhor qualidade de vida dos pacientes críticos. Essa evidência apoia a implementação de técnicas de estimulação elétrica como parte de um protocolo terapêutico integrado, visando a otimização da recuperação funcional em ambientes intensivos.
O estudo de Latronico et al.¹⁵ destaca a importância do manejo adequado da fraqueza adquirida na doença crítica, que está intimamente ligada às complicações neuromusculares enfrentadas por pacientes internados em unidades de terapia intensiva. A recomendação de mobilização precoce como estratégia para reduzir a fraqueza a curto prazo corrobora os objetivos do presente trabalho, que propõe a EENM como uma ferramenta para prevenir e tratar a polineuropatia e a miopatia nesses pacientes.
A fraqueza adquirida na doença crítica é caracterizada por uma fraqueza difusa e simétrica que, se não tratada de maneira adequada, pode resultar em déficits físicos, cognitivos e mentais prolongados, destacando a necessidade de intervenções eficazes, como a EENM, que visa preservar a função muscular e promover a recuperação funcional. Além disso, Latronico et al.¹⁵ reforçam a importância de uma abordagem multidisciplinar para garantir a recuperação completa dos pacientes após a alta da UTI, incluindo suporte nutricional e reabilitação ativa, o que está alinhado com a proposta de intervenções integradas para maximizar os benefícios da EENM no tratamento das disfunções neuromusculares associadas à imobilidade e à fraqueza em ambientes críticos.
O estudo de Ginsberg e Morren¹⁶ aborda a utilidade dos estudos eletrodiagnósticos no diagnóstico de polineuropatias, ressaltando a importância da avaliação precisa para diferenciar as condições neuromusculares presentes em pacientes críticos. A relevância desse artigo para o presente trabalho está na necessidade de uma correta caracterização das disfunções neuromusculares, como a polineuropatia crítica, que pode se beneficiar da EENM como parte do tratamento.
Embora os resultados de Ginsberg e Morren¹⁶ indiquem que o eletrodiagnósticos frequentemente leva a diagnósticos adicionais ou alternativos, o que destaca a complexidade das polineuropatias, a identificação precoce e precisa dessas condições é crucial para o planejamento de intervenções adequadas, incluindo a EENM. A distinção entre diferentes tipos de neuropatias permite uma abordagem terapêutica mais específica, potencializando os benefícios das técnicas de reabilitação, como a EENM, na preservação e melhora da função muscular de pacientes críticos. Assim, o uso combinado de diagnósticos eletrofisiológicos e intervenções terapêuticas específicas, como a EENM, pode otimizar os resultados clínicos em pacientes com polineuropatia associada a doenças críticas.
O estudo de Fisse et al.¹⁷ fornece uma contribuição valiosa para a compreensão dos mecanismos patológicos subjacentes à polineuromiopatia de doença crítica, enfatizando a importância da identificação precoce dos sinais de dano axonal e inflamação em pacientes internados em unidades de terapia intensiva. A utilização de exames de ultrassom neuromuscular e a análise de citocinas como método de investigação permitem uma visão detalhada sobre as alterações inflamatórias e degenerativas que ocorrem durante a evolução da polineuromiopatia de doença crítica. Essa compreensão é essencial para a implementação de estratégias terapêuticas mais direcionadas, como a EENM, abordada no presente trabalho.
Ao destacar o papel da inflamação e do dano axonal na patogênese da polineuromiopatia de doença crítica, o estudo reforça a importância de intervenções que possam mitigar esses processos, como a EENM, que tem mostrado potencial em melhorar a função muscular e auxiliar na recuperação de pacientes críticos. Assim, os achados de Fisse et al.¹⁷ complementam a discussão sobre a necessidade de abordagens integradas e precoces para o manejo da fraqueza adquirida em UTIs, alinhando-se ao objetivo do presente estudo de avaliar a eficácia da EENM como ferramenta para a preservação da função muscular e recuperação funcional em pacientes críticos.
O estudo de Thabet Mahmoud et al.¹⁸ destaca a prevalência significativa da polineuropatia e miopatia de doença crítica em crianças submetidas à ventilação mecânica prolongada, evidenciando os desafios associados à reabilitação e recuperação desses pacientes. Os achados mostram que a polineuropatia e miopatia de doença crítica em crianças está frequentemente relacionada a fatores como maior duração da ventilação, alterações laboratoriais e complicações clínicas, o que ressalta a necessidade de estratégias eficazes para prevenir o desenvolvimento e mitigar os efeitos dessas condições.
No contexto do presente trabalho, que investiga o uso da EENM como ferramenta de prevenção e tratamento da polineuropatia em pacientes críticos, esses resultados são particularmente relevantes. A EENM pode representar uma alternativa terapêutica promissora para preservar a função muscular e facilitar o processo de desmame da ventilação, especialmente em populações vulneráveis, como crianças criticamente enfermas. Dessa forma, a correlação entre os achados de Thabet Mahmoud et al.¹⁸ e o objetivo deste estudo reforça a necessidade de intervenções que possam reduzir a fraqueza muscular e melhorar os desfechos clínicos, proporcionando uma recuperação mais eficaz e segura para pacientes pediátricos em UTIs.
O estudo de Tankisi, De Carvalho e Z’Graggen¹⁹ fornece uma revisão dos métodos de diagnóstico da PDC (polineuropatia de doença crítica), enfatizando a importância dos estudos de condução nervosa e da EMG (eletromiografia) para diferenciar a PDC da MDC (miopatia de doença crítica). Essa diferenciação é essencial para definir abordagens terapêuticas mais precisas e personalizadas em pacientes críticos. No presente trabalho, que aborda a utilização da EENM como ferramenta de prevenção e tratamento da polineuropatia, a importância de um diagnóstico claro e específico é destacada, uma vez que a aplicação da EENM deve ser adequada às condições neuromusculares específicas de cada paciente.
A correta distinção entre PDC e MDC possibilita a otimização do uso da EENM, potencializando seus efeitos benéficos na recuperação da força e função muscular, uma vez que as intervenções podem ser ajustadas conforme a natureza da disfunção apresentada. Assim, o trabalho de Tankisi et al.¹⁹ complementa a necessidade de uma avaliação diagnóstica robusta como base para a implementação eficaz de terapias, incluindo a EENM, em pacientes críticos com disfunções neuromusculares.
O estudo de Intiso et al.²⁰ fornece percepções valiosas sobre a recuperação e os desfechos funcionais de longo prazo em pacientes com ICUAW (fraqueza adquirida em unidades de terapia intensiva), incluindo aqueles com PDC, MDC e polineuropatia crítica. A constatação de que 70,3% dos pacientes com ICUAW se recuperam totalmente, e que a MDC apresenta um melhor prognóstico em comparação à PDC, destaca a relevância das intervenções terapêuticas precoces e direcionadas. No presente trabalho, que investiga a eficácia da EENM como ferramenta de prevenção e tratamento da polineuropatia em pacientes críticos, a compreensão dos diferentes prognósticos associados à PDC, MDC e polineuropatia crítica é fundamental para a personalização das intervenções.
A EENM pode desempenhar um papel significativo na recuperação muscular, especialmente em pacientes com MDC, devido ao potencial de resposta mais favorável observado nesses casos. Assim, os achados de Intiso et al.²⁰ reforçam a necessidade de adaptar a abordagem terapêutica com base na natureza da disfunção neuromuscular, maximizando os benefícios da EENM e promovendo uma recuperação funcional mais eficiente em pacientes críticos.
Nesse contexto, com base nos artigos analisados, foi construída uma base sólida para compreender a utilização da EENM como uma intervenção potencial para a prevenção e tratamento da polineuropatia em pacientes críticos. A partir dos diferentes estudos, foi possível identificar as barreiras existentes para a implementação da EENM, como o baixo nível de conhecimento entre fisioterapeutas e a falta de infraestrutura adequada, conforme relatado por Fernandes et al.¹⁰. Essa evidência destaca a importância de ações educativas e investimentos para expandir o uso dessa técnica em UTIs.
Estudos como os de Smith et al.¹¹ e Sekhniashvili et al.¹⁴ reforçam os benefícios terapêuticos da EENM em diferentes contextos, evidenciando melhora na condutividade nervosa, na função muscular e na qualidade de vida dos pacientes, mesmo que temporária em alguns casos. Isso corrobora a ideia de que a EENM pode ser uma ferramenta eficaz e viável, não apenas para prevenir o agravamento da fraqueza muscular, mas também para facilitar a recuperação de pacientes em estado crítico.
No entanto, a revisão sistemática realizada por Balke et al.¹² e a variabilidade nos resultados obtidos ressaltam a necessidade de padronização dos protocolos de EENM. Estudos como os de Fisse et al.¹⁷ e Thabet Mahmoud et al.¹⁸ forneceram percepções valiosas sobre os mecanismos subjacentes e os desafios específicos para diferentes populações, como crianças criticamente enfermas, que demandam uma adaptação cuidadosa das intervenções.
A relevância de um diagnóstico preciso e diferenciado também foi destacada nos estudos de Ginsberg e Morren¹⁶ e Tankisi et al.¹⁹, que reforçam a necessidade de uma avaliação diagnóstica robusta para a escolha adequada da intervenção terapêutica. Intiso et al.²⁰, por sua vez, contribuíram com dados sobre o prognóstico e a recuperação de longo prazo dos pacientes com fraqueza adquirida em UTIs, ressaltando que a personalização das intervenções de acordo com a natureza da disfunção é fundamental para maximizar os resultados clínicos.
Assim, os estudos discutidos foram essenciais para compreender a importância, os desafios e os benefícios da EENM no tratamento de pacientes críticos. A correlação entre os diferentes achados reforça que a EENM pode ser uma ferramenta eficaz na prevenção da degradação muscular e na promoção da recuperação funcional, desde que seja realizada de forma individualizada e baseada em uma avaliação diagnóstica precisa. Para alcançar o pleno potencial da EENM, é necessário um esforço contínuo para superar as barreiras de conhecimento e infraestrutura, além da realização de mais pesquisas que visam padronizar protocolos e identificar os melhores parâmetros de aplicação em diferentes contextos clínicos. Esses passos são fundamentais para garantir uma recuperação eficaz e melhorar a qualidade de vida dos pacientes internados em UTIs.
CONCLUSÃO
A EENM mostrou-se uma intervenção promissora para a prevenção e tratamento da polineuropatia e fraqueza adquirida em pacientes críticos, especialmente aqueles internados em unidades de terapia intensiva, apesar de encontrar, inconclusividade na análise estatística, visto que, dentre os desfechos clínicos dos estudos revisados, aproximadamente 73% mostraram-se inconclusiva. Muitos estudos analisados apontam benefícios significativos, como a preservação da função muscular e melhora dos desfechos clínicos, a eficácia da técnica depende de uma implementação adequada, baseada em protocolos padronizados e na individualização das intervenções conforme a condição neuromuscular específica de cada paciente.
Portanto, a necessidade de superar barreiras de infraestrutura relacionadas a investimentos e formação continuada para garantir adoção estruturada da aplicação clínica da EENM nas UTIs faz-se necessário, portanto, maximizar os benefícios dessa abordagem. Novos estudos que viabilizem a observação sistemática da prática clínica protocolada no manejo eficaz da fraqueza muscular em pacientes críticos poderá contribuir de maneira mais efetiva no desfecho clínico destes indivíduos, resultando em melhor qualidade de vida àqueles desospitalizados.
REFERÊNCIAS
- De Jonghe, Bernard, et al. Paresis acquired in the intensive care unit: a prospective multicenter study. Jama 288.22 (2002): 2859-2867.
- Jolley, Sarah E., Aaron E. Bunnell, and Catherine L. Hough. ICU-acquired weakness. Chest 150.5 (2016): 1129-1140.
- Latronico, Nicola, and Rik Gosselink. Abordagem dirigida para o diagnóstico de fraqueza muscular grave na unidade de terapia intensiva. Revista Brasileira de Terapia Intensiva 27.3 (2015): 199-201.
- França, Eduardo Ériko Tenório de, et al. Fisioterapia em pacientes críticos adultos: recomendações do Departamento de Fisioterapia da Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Revista Brasileira de Terapia Intensiva 24 (2012): 6-22.
- Feliciano, Valéria, et al. A influência da mobilização precoce no tempo de internamento na Unidade de Terapia Intensiva. Assobrafir Ciência 3.2 (2019): 31-42.
- Da Hora Miranda, F.E. M., Dias, B.C.A., Macedo, L.B., Dias, C.M.C.C. Eletroestimulação em doentes críticos: uma revisão sistemática. Revista Pesquisa em Fisioterapia, v. 3, n. 1, 2013.
- Routsi, C., Gerovasili, V., Vasileiadis, I., Karatzanos, E., Pitsolis, T., Tripodaki, E., et al. Electrical muscle stimulation prevents critical illness polyneuromyopathy: a randomized parallel intervention trial. Crit Care, 2010;14(2).
- Poulsen, J. B., Møller, K., Jensen, C. V., Weisdorf, S., Kehlet, H., Perner, A. Effect of transcutaneous electrical muscle stimulation on muscle volume in patients with septic shock. Crit Care Med, 2011;39(3):456-61.
- Schweickert, W. D., Pohlman, M. C., Pohlman, A. S., Nigos, C., Pawlik, A. J., Esbrook, C. L., et al. Early physical and occupational therapy in mechanically ventilated, critically ill patients: a randomised controlled trial. Lancet, 2009;373(9678):1874-82.
- Fernandes, Janaina Almeida, et al. Assessment of neuromuscular electrical stimulation in critically ill patients: physical therapists’ knowledge and barriers to its use. Fisioterapia e Pesquisa 29.3 (2022): 245-251.
- Smith, Sasha, et al. Neuromuscular electrical stimulation for the treatment of diabetic sensorimotor polyneuropathy: A prospective, cohort, proof-of-concept study. Neurophysiologie Clinique 54.3 (2024): 102943.
- Balke, Maryam, et al. Therapeutic potential of electromyostimulation (EMS) in critically ill patients—a systematic review. Frontiers in Physiology 13 (2022): 865437.
- Sá, A. F., et al. Pitfalls of cubital electrical nerve stimulation for neuromuscular transmission monitoring: A case report of familial amyloid polyneuropathy. Revista Española de Anestesiología y Reanimación (English Edition) 69.9 (2022): 578-582.
- Sekhniashvili, Madona, et al. Temporary reversal of nerve and muscle dysfunction by serial electrical stimulation in critical illness neuromyopathy. Clinical Neurophysiology 142 (2022): 244-253.
- Latronico, Nicola, et al. Critical illness weakness, polyneuropathy and myopathy: diagnosis, treatment, and long-term outcomes. Critical Care 27.1 (2023): 439.
- Ginsberg, Matthew R., and John A. Morren. Utility of electrodiagnostic studies in patients referred with a diagnosis of polyneuropathy. Muscle & Nerve 61.3 (2020): 288-292.
- Fisse, Anna Lena, et al. New approaches to critical illness polyneuromyopathy: High-resolution neuromuscular ultrasound characteristics and cytokine profiling. Neurocritical Care 35 (2021): 139-152.
- Thabet Mahmoud, A., et al. Neurophysiological study of critical illness polyneuropathy and myopathy in mechanically ventilated children; additional aspects in paediatric critical illness comorbidities. European Journal of Neurology 25.7 (2018): 991-e76.
- Tankisi, Hatice, Mamede de Carvalho, and Werner J. Z’Graggen. Critical illness neuropathy. Journal of Clinical Neurophysiology 37.3 (2020): 205-207.
- Intiso, Domenico, et al. “Recovery and long term functional outcome in people with critical illness polyneuropathy and myopathy: a scoping review.” BMC neurology 22.1 (2022): 50.
¹Fisioterapeuta. Aprimoranda do Curso de Aprimoramento em Fisioterapia Hospitalar Respiratória.
²Doutor em Ciências da Saúde, Mestre em Terapia Intensiva, Gestor de Serviço em Saúde, Especialista em Reabilitação Cardiopulmonar, Residência em Fisioterapia Hospitalar.