REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202410281040
Alcione de Souza Gonçalves Costa;
Orientador: Luciana Ferreira Mattos Colli;
Co-Orientador: Leonardo Guimarães
RESUMO
Introdução: O uso excessivo de levonorgestrel, um anticoncepcional de emergência, pode trazer riscos consideráveis à saúde da mulher. Embora seja eficaz para prevenir a gravidez após relações sexuais desprotegidas. Objetivo: Ressaltar os riscos do uso frequente e os efeitos colaterais do contraceptivo de emergência. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva, o método utilizado visa sintetizar de maneira sistemática os resultados alcançados em estudos sobre um determinado assunto ou questão. Por meio de um levantamento bibliográfico, fundamentada na consulta e análise de fontes digitais: Google Academy, Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, Brazilian Journal of Development e Scientific Eletronic Library Online (SCIELO). Justificativa: O contraceptivo de emergência “levonorgestrel” pode resultar em gravidez não planejada, bem como não protege contra doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), onde a orientação de um profissional de saúde é crucial para selecionar o método contraceptivo mais adequado e garantir um planejamento familiar eficaz e seguro.
PALAVRAS-CHAVE: Contraceptivo de emergência. Automedicação. Uso indiscriminado. Farmacêutico.
ABSTRACT
Introduction: The indiscriminate use of levonorgestrel, an emergency contraceptive, can entail significant risks. Although it is effective in preventing pregnancy after unprotected sexual intercourse. Objective: To highlight the risks of frequent use and the side effects of emergency contraception. Methodology: This is a descriptive research, the method used aims to systematically summarize the results achieved in studies on a specific subject or issue. Through a bibliographic survey, based on the consultation and analysis of digital sources: Google Academy, Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, Brazilian Journal of Development and Scientific Electronic Library Online (SCIELO). Justification: The emergency contraceptive “levonorgestrel” can result in unplanned pregnancy, as well as does not protect against sexually transmitted diseases (STDs), where guidance from a health professional is crucial to select the most appropriate contraceptive method and ensure effective and safe family planning.
KEYWORDS: Emergency contraceptive. Self-medication. Indiscriminate use. Pharmaceutical.
1. OBJETIVOS
1.1 Objetivo Geral
O objetivo deste estudo tem como foco o uso indiscriminado da pílula de emergência, que é frequentemente utilizada por mulheres, bem como as questões comuns que surgem acerca da sua utilização. Dessa forma, o trabalho busca contribuir para aprimorar a atenção farmacêutica direcionada a esse público, fornecendo informações que possam orientar de forma adequada às mulheres que utilizam a pílula do dia seguinte.
1.2 Objetivos Específicos
– Analisar os métodos anticoncepcionais disponíveis realizando uma revisão dos contraceptivos de emergência, destacando suas características, eficácia, e recomendações de uso, com ênfase na comparação entre métodos regulares e de emergência.
– Identificar os efeitos colaterais do uso indiscriminado do levonorgestrel, explorando os impactos na saúde, especialmente em adolescentes, decorrentes do uso frequente e inadequado da pílula do dia seguinte.
– Papel do farmacêutico na orientação sobre o uso do levonorgestrel, bem como investigar como os farmacêuticos podem contribuir para a educação em saúde, fornecendo informações corretas e aconselhando sobre o uso adequado de contraceptivos emergenciais.
– Propor estratégias para a melhor utilização do levonorgestrel sugerindo abordagens que farmacêuticos e outros profissionais de saúde possam adotar para minimizar os riscos associados ao uso indiscriminado da pílula do dia seguinte.
2. METODOLOGIA
Por se tratar de uma pesquisa descritiva, o método utilizado visa sintetizar de maneira sistemática os resultados alcançados em estudos sobre um determinado assunto ou questão. Esse tipo de pesquisa é particularmente útil para integrar informações de estudos realizados separadamente sobre uma intervenção específica, especialmente quando os resultados podem ser conflitantes e/ou coincidentes. Além disso, a revisão integrativa permite identificar temas que ainda necessitam de maior evidência científica (LEITE; GOMES, 2021).
Na revisão o presente estudo consisti em uma análise literária, em que, a coleta dos dados foi realizada por meio de um levantamento bibliográfico, fundamentada na consulta e análise de fontes digitais: Google Academy, Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, Brazilian Journal of Development e Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), publicados na íntegra e disponível eletronicamente, dentro do período de 2021 a 2023.
3. JUSTIFICATIVA
O uso do levonorgestrel como contraceptivo de emergência tem aumentado significativamente, especialmente entre adolescentes, devido à sua fácil aquisição e ao conhecimento generalizado sobre sua eficácia na prevenção de gravidezes indesejadas.
Por outro lado, a utilização excessiva e sem critérios desse medicamento pode trazer consigo riscos significativos à saúde, incluindo alteração no ciclo menstrual, desregulações hormonais e um risco elevado de gravidez ectópica. Esses efeitos adversos são frequentemente subestimados ou desconhecidos pelas usuárias, que muitas vezes utilizam a pílula do dia seguinte como um método contraceptivo regular, sem compreender suas limitações e implicações.
Além disso, a acessibilidade do levonorgestrel sem prescrição médica e a falta de controle rigoroso na sua dispensação contribuem para o seu uso inadequado. Esse cenário destaca a importância do papel do farmacêutico, que, ao estar na linha de frente da dispensação do medicamento, possui uma oportunidade única de fornecer orientações e educar as usuárias sobre o uso correto e seguro do levonorgestrel.
Assim, este estudo se fundamenta na necessidade de aprofundar o entendimento acerca dos riscos ligados ao uso excessivo da pílula do dia seguinte, além de destacar a importância do farmacêutico na mitigação desses riscos. Ao investigar esses aspectos, espera-se contribuir para a melhoria das práticas de dispensação e orientação, promovendo o uso consciente e seguro do levonorgestrel e, consequentemente, a saúde e bem-estar das mulheres.
4. INTRODUÇÃO
No contexto da contracepção de emergência, o levonorgestrel atua inibindo ou retardando a liberação do óvulo pelos ovários, além de alterar o muco cervical, dificultando o acesso dos espermatozoides ao óvulo. O medicamento é mais eficaz quando administrado logo após o coito desprotegido, sendo recomendada sua utilização em até 72 horas após o ato sexual, momento em que sua eficácia atinge seu máximo potencial. Embora eficaz para situações emergenciais, o uso indiscriminado e repetitivo pode acarretar riscos à saúde e comprometer a sua eficácia. Este artigo explora os potenciais riscos associados ao uso excessivo deste medicamento e fornece recomendações para seu uso adequado.
Desenvolvido pelo médico canadense Albert Yuzpe nas décadas de 1960 e 1970, esse método é um tipo de contracepção de emergência e conhecido como o “Método de Yuzpe”. Ele se baseia no uso de pílulas anticoncepcionais convencionais, que contêm os hormônios etinil-estradiol e levonorgestrel (PAIVA et al., 2012).
A ação desses hormônios em altas dosagens provoca a inibição da ovulação, dificultando a fertilização do óvulo. Além disso, o método Yuzpe também pode afetar o ambiente uterino, dificultando a sobrevivência e a passagem dos espermatozoides.
No Brasil, esse método foi introduzido em 1996 pelo Ministério da Saúde e, por volta de 1998, foram disponibilizadas fórmulas que combinavam etinil estradiol e progesterona, baseadas no método de Yuzpe. No entanto, surgiram diversas queixas relacionadas aos efeitos colaterais desse medicamento, que por consequência, em 1999, houve a necessidade de reformular o método, que passou a ser oferecido como um contraceptivo de emergência contendo apenas uma progesterona sintética, o levonorgestrel, que resultou na redução dos efeitos indesejados (PEGO et al., 2021).
Preliminarmente, o método foi idealizado, em especial, para prevenir a gravidez em casos de violência sexual, oferecendo uma solução de emergência em uma época em que as opções contraceptivas eram limitadas. O seu uso, utilizando-se do hormônio Levonorgestrel, conhecido popularmente como a pílula do dia seguinte, vem sendo utilizado pelas mulheres de forma recorrente no intuito de evitar a gravidez indesejada e consequentemente o aborto inseguro.
O contraceptivo de emergência, tem por função principal prevenir a gestação após uma relação sexual desprotegida, incluindo casos de agressão sexual ou falhas em outros métodos contraceptivos (MATOS, 2021).
De acordo com Witt e Paganotti (2019), a utilização de métodos contraceptivos no Brasil é bastante elevada, destacando-se a esterilização tubária (laqueadura) e o uso de anticoncepcionais orais, que são empregados por 40% e 21% das mulheres, respectivamente – entre os adolescentes, o preservativo masculino e o anticoncepcional oral, combinados, são os métodos mais frequentes. No entanto, apesar de um elevado número de mulheres adotarem algum tipo de contracepção, mais da metade das gestações no Brasil ainda se apresenta como indesejada ou não planejada. Em uma pesquisa da Bayer, em parceria com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e realização pelo IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), constatou que 62% das mulheres já tiveram pelo menos uma gravidez não planejada no Brasil. Uma possível explicação para essa discrepância pode ser que os métodos mais comumente utilizados têm duração curta, ou seja, dependem do uso adequado por parte da mulher para serem eficazes, o que pode ocasionar falhas (TRINDADE et al.,2021).
Assim, a fim de prevenir os efeitos de uma gravidez não planejada e/ou para proteger-se de infecções sexualmente transmissíveis – ISTs, muitos indivíduos sexualmente ativos optam por utilizar métodos contraceptivos. Essa escolha deve levar em conta tanto a eficácia do método quanto a forma correta de utilizá-lo. (CARDOSO et al., 2020; PASSOS et al., 2023).
A resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) nº 1.811/2006 estabelece que a pílula do dia seguinte, por conter doses hormonais mais elevadas, deve ser prescrita por um médico. Isso é feito para garantir que as mulheres recebam orientação adequada sobre o uso correto do medicamento e para evitar possíveis abusos ou efeitos colaterais.
Entretanto, mesmo com a exigência formal de uma receita médica, é comum a obtenção desse método sem a obrigatoriedade de retenção de receita, tendo uma facilidade de compra e preço acessível, assim, as mulheres acabam não recebendo a devida orientação de como devem utilizar o contraceptivo corretamente e isso é uma porta para que elas tomem o conhecimento do mesmo através da internet e amigos (ABREU & NUNES, 2021).
Essa situação reflete um equilíbrio entre a necessidade de controle e segurança na administração de medicamentos hormonais e a importância de garantir o acesso rápido e eficaz a métodos contraceptivos de emergência.
A facilidade de acesso ao medicamento expõe o perigo da automedicação e do uso frequente e indiscriminado. Sendo que em muitos casos, não se questionam os riscos associados ao seu uso, tampouco se sua eficácia é realmente adequada para a situação em questão. Os efeitos colaterais são muitas vezes ignorados, e a confiança se baseia unicamente no benefício inicial para o qual o medicamento foi desenvolvido. Outrossim, o emprego reiterado deste método, com frequência superior a uma vez ao mês, ou até semanalmente, sem a devida orientação profissional, revela-se preocupante. Assim como os demais anticonceptivos hormonais, este contraceptivo emergencial está igualmente sujeito a desencadear efeitos adversos, que podem ser negligenciados quando não há acompanhamento adequado, ad exemplo: náuseas, vômitos, sangramento, e o risco principal a saúde e causar trombose (CFF, 2023).
Este artigo tem como objetivo realizar uma análise detalhada dos perigos ligados ao uso abusivo da pílula do dia seguinte, abordando diversas questões relevantes. Nossa intenção é investigar não apenas os possíveis efeitos colaterais imediatos e a longo prazo desse método contraceptivo de emergência, mas também como ele afeta a saúde menstrual e hormonal das mulheres, o surgimento de resistência aos contraceptivos de emergência e as implicações psicológicas que podem ocorrer devido ao seu uso frequente. Assim, o foco da pesquisa foi destacar os riscos associados ao uso indiscriminado desse tipo de contraceptivo.
5. DESENVOLVIMENTO
5.1 Os métodos de contraceptivos de emergência disponíveis
Os contraceptivos emergência são uma solução temporária e eficaz para prevenir a gravidez em situações em que os métodos regulares falham ou não foram utilizados. A eficácia destes está diretamente relacionada ao tempo de uso após a relação sexual, sendo maior quando usados nas primeiras 24 horas, dentre os disponíveis temos o Levonorgestrel, conhecido como a pílula do dia seguinte.
Atualmente, os contraceptivos mais utilizados pelas mulheres são os anticoncepcionais orais. Muitas vezes diminuem a dor causada pela menstruação e são bastante eficientes, seguros e simples de usar. Embora os contraceptivos orais sejam eficazes quando usados adequadamente, o uso a longo prazo está associado a um risco maior de doenças cardiovasculares, enxaquecas, câncer de mama, câncer cervical e danos ao fígado. (GUPTA et al., 2022).
5.1.1 Contraceptivo de Emergência Hormonal (Levonorgestrel)
A pílula do levonorgestrel tem a concentração de 1,5 mg, sendo a opção de contracepção de emergência a mais utilizada e de fácil acesso, seu uso deve ocorrer em até 72 horas após a relação sexual, onde a sua eficácia diminui com o passar do tempo e não previne futuras relações desprotegidas; contudo, sua eficiência é maior quando utilizado o quanto antes. (BORGES et al., 2021).
O mecanismo de ação do deste contraceptivo, é um hormônio multifacetário e pode afetar a fertilização de diferentes maneiras dependendo do momento do ciclo menstrual em que é administrado. Se porventura o medicamento for administrado antes do pico do hormônio luteinizante (pico ovulatório), ele bloqueará pontualmente a ovulação feminina impedindo a fecundação do espermatozoide, no entanto, caso o seja administrado após o pico do hormônio luteinizante, a secreção muco cervical que auxilia no deslocamento do espermatozoide até o óvulo, sofre uma significativa redução, dificultando a mobilidade do esperma ao óvulo nas trompas Falópio (PEGO et al., 2021).
Figura 1: Mecanismo de ação do Levonorgestrel antes e após do pico ovulatório.
Fonte: Própria
De acordo com OMS (Organização Mundial da Saúde) em uma análise de dois estudos mostrou-se que as mulheres que tomavam pilulas anticoncepcionais de emergência com acetato de ulipistral tinham uma taxa de gravidez de 1,2%. Foi demonstrado que com pilulas anticoncepcionais de emergência com levonorgestrel a taxa de gravidez foi de 1,2% a 2,1% (OMS, 2021).
5.1.2 Principais efeitos colaterais
Estudos indicam que o uso de progestágenos, como o levonorgestrel, pode impactar a cascata de coagulação, influenciando o risco de eventos tromboembólicos, podendo estar relacionada a seu tipo e dose, visto que os progestágenos de 3ª geração apresentam uma menor sensibilidade à proteína C ativada, evidenciando um aumento dos níveis dos fatores coagulação e uma diminuição dos fatores anticoagulantes naturais como proteína S e antitrombina (NAGIB, 2020).
É importante ressaltar que o método causa efeitos colaterais significativos e impacta a saúde da mulher, mesmo quando utilizado corretamente, apresentando uma taxa de falha. Os efeitos colaterais mais frequentes da pílula do dia seguinte incluem náuseas, vômitos e mudanças nos padrões de sangramento, como o início do sangramento mensal antes ou depois do esperado. Outros efeitos colaterais menos comuns são dor abdominal, dores de cabeça, sensibilidade nos seios e tonturas. O uso abusivo ou descontrolado da anticoncepção de emergência pode acarretar riscos para a saúde, como irregularidades menstruais, alterações na pele (como o surgimento de espinhas) e no cabelo, falhas no método, tromboembolismo e acidente vascular. (BOTTOLI et al., 2023).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece diretrizes clínicas para o uso seguro de anticoncepcionais, que são divididas em quatro categorias, a fim de orientar adequadamente a prescrição de acordo com as circunstâncias clínicas de cada usuária (PADOVEZE et al., 2021).
5.1.3 O papel do farmacêutico na orientação quanto ao uso do contraceptivo.
A atenção farmacêutica é um conjunto de ações que os profissionais realizam com o objetivo de melhorar a saúde do paciente, como prevenção, identificação e resolução de problemas relacionados aos efeitos dos remédios, incentivando o uso adequado (RODRIGUES, 2021).
O farmacêutico pode atuar em áreas diversas, sendo seu foco principal a distribuição de medicamentos em farmácias, de forma a garantir que a prestação de serviço que melhora a eficácia do tratamento com medicamentos consiga unir o conhecimento técnico sobre o remédio à situação clínica do paciente. (COSTA et al., 2021).
A Lei no 5.991/1973 atribuiu ao farmacêutico a responsabilidade exclusiva pela dispensação de medicamentos nas farmácias, consolidando a importância desse profissional no manejo adequado de fármacos. Todavia, a realidade dos estabelecimentos farmacêuticos, em sua maioria, revela um quadro insuficiente de profissionais habilitados, incapazes de atender à elevada demanda, refletindo a falta de discernimento dos proprietários ao subdimensionar a contratação desses especialistas.
Anteriormente à referida normativa, os atendimentos prestados nos estabelecimentos farmacêuticos comerciais não priorizavam a orientação criteriosa ao consumidor, negligenciando informações essenciais sobre os riscos e os efeitos adversos de medicamentos como a pílula do dia seguinte. Essa lacuna evidenciava uma grave falha no cuidado com a saúde pública, uma vez que o uso inadequado do contraceptivo emergencial poderia acarretar sérios problemas à saúde da mulher, sem que houvesse a devida orientação por parte de um profissional qualificado. (PLANALTO, 2023).
Nesse contexto, a atenção farmacêutica quanto a orientações de métodos de contracepção deve começar averiguando o histórico de saúde do paciente. Nessa avaliação o profissional poderá identificar condições ou características relacionadas à segurança do contraceptivo hormonal. É importante que os farmacêuticos façam um questionário de avaliação com critérios de triagem para fins de segurança, como por exemplo, confirmar que a paciente não está grávida ou tenha patologias que possam ser agravadas (MELO, 2020).
A particularidade e hábitos de cada pessoa também deve ser levada em consideração na escolha método contraceptivo. O farmacêutico é o último contato com profissional da saúde que a paciente tem para tirar dúvidas e vê interações medicamentosas para ter uma confiança maior no contraceptivo escolhido, contribuindo na saúde pública. (PINHEIRO, 2022).
5.1.4 Uso indiscriminado do Levonorgestrel
O uso do levonorgestrel como método contraceptivo tem indicação reservada a situações especiais ou de exceção, com o objetivo de prevenir gravidez inoportuna ou indesejada, esse método não deve ser usado de forma planejada, previamente programada, ou substituir método anticonceptivo como rotina. (BRASIL 2005). Além disso, a pílula do dia seguinte pode falhar mesmo com o uso correto e não oferece proteção contra infecções sexualmente transmissíveis.
Segundo a pesquisa realizada por Ferreira e colaboradores (2021), o levonorgestrel, utilizado em excesso pode levar a um aumento na atividade trombótica e redução da atividade fibrinolítica aumentando o risco de trombose.
A literatura sobre o uso inadequado do contraceptivo de emergência enfatiza, principalmente as particularidades das usuárias que buscam esse método e destaca ainda a importância da educação, a fim de que a população esteja ciente e informada sobre seus efeitos colaterais, uma vez que a dosagem hormonal é extremamente alta, não devendo assim, ser utilizada de forma constante (LACERDA; PORTELA; MARQUES, 2019).
O uso excessivo deste fármaco pode acarretar riscos, como retenção de líquidos, hipertensão, náuseas e desregulação hormonal, além de afetar o ciclo menstrual por causa da alta dosagem de progesterona no organismo. Um ponto pouco informado sobre o efeito no uso indiscriminado é o potencial risco de formação de coágulo sanguíneo e existe ainda o risco de a medicação falhar (SANTOS et al., 2020).
Contudo, não basta apenas saber da disponibilidade dos contraceptivos de emergência, é importante que as mulheres saibam como funcionam, sua eficácia, vantagens e desvantagens. O desconhecimento desses fatores leva ao seu uso de maneira indevida, onde o seu uso frequente pode ainda ocasionar o risco de gravidez indesejada e outros problemas de saúde.
6. CONCLUSÃO
A pílula do dia seguinte ou o levonorgestrel tem sido uma ferramenta eficaz para situações emergenciais, é de recurso rápido e de fácil acesso. Importante esclarecer que o uso deve ser apenas em emergências e não cotidianamente, sabendo que seu uso indiscriminado pode trazer riscos e complicações.
Garantir uma proteção eficaz e segura, é fundamental utilizar o medicamento conforme as diretrizes e buscar alternativas de controle de natalidade mais apropriadas. A orientação de um profissional de saúde é crucial para uma gestão adequada da contracepção e manutenção da saúde sexual e reprodutiva.
O objetivo deste trabalho foi discutir os riscos que o uso indiscriminado do Levonorgestrel pode trazer para a saúde da mulher. Foram apresentadas informações elucidativas sobre os efeitos colaterais do medicamento e a importância do papel do farmacêutico na dispensação e orientação adequada. A conscientização sobre o uso correto da pílula do dia seguinte é fundamental para minimizar os riscos à saúde e promover uma melhor qualidade de vida para as usuárias.
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