ANALYSIS OF RISK FACTORS AND MANAGEMENT TECHNIQUES FOR COMPLICATIONS IN THIRD MOLAR SURGERY
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102410241732
Raphael Neves Vilas Boas1
Brenda Helen Miranda Almeida2
Allyne Adna Pessoa de Jesus Carvalho3
Taís dos Santos Lima4
Flávia Alves Moreira5
Timóteo de Almeida Cardoso6
Karla Iasmim Soares Bonfim Dias Martins7
Resumo
A remoção cirúrgica do terceiro molar é o procedimento cirúrgico oral menor mais comum realizado por dentistas, mas apresenta uma série de complicações, desde inchaço modesto até fraturas mandibulares consideráveis. O presente artigo pretende revisar os principais fatores de risco relacionados às complicações intra e pós-operatórias da extração do terceiro molar e considerar abordagens de tratamento que podem reduzir e melhorar os efeitos clínicos. A partir da síntese, é observável que fatores de risco, como idade avançada do paciente, inclinação e posição do dente e tipo de retalho utilizado, foram identificados na literatura. Também foram identificadas as técnicas em termos de eficácia, em que a terapia a laser de baixa intensidade, o uso de agentes terapêuticos perioperatórios e diferentes métodos de irrigação foram avaliados considerando seu papel na redução do trismo, edema facial e outras complicações inflamatórias.
Estudos também mostram que a escolha do momento mais apropriado para a extração do dente tem um efeito significativo na redução da ocorrência de complicações maiores. Técnica de coronectomia em dentes de alto risco provaram ser muito benéficas em casos específicos. Uma revisão das estratégias de tratamento na área de revisão pós-operatória parece destacar uma consideração cuidadosa em relação ao uso de antibióticos profiláticos não apenas para infecção, mas também para evitar o uso indevido de medicamentos. Conclui-se que a devida atenção aos fatores de risco específicos para o paciente, em conjunto com a técnica cirúrgica adequada e um plano de tratamento pós-operatório personalizado para o indivíduo, é fundamental para minimizar as complicações na cirurgia do terceiro molar. Há um apelo por mais pesquisas para ter melhores práticas padronizadas e evidências de suporte que abordariam a questão com base em evidências para manter os pacientes seguros e saudáveis.
Palavras-chave: cirurgia de terceiros molares, exodontia, terapia com laser de baixa intensidade, profilaxia antibiótica, trismo, edema facial, coronectomia.
Abstract
Third molar surgery is one of the most common procedures in dental practice but presents a wide range of complications, which can vary from mild inflammations to severe mandibular fractures. This article aims to analyze the main risk factors associated with complications during and after the extraction of third molars, as well as to discuss management techniques that may minimize these risks and improve clinical outcomes.
Based on a review of the existing literature, risk factors such as the patient’s advanced age, the inclination and position of the teeth, and the type of flap used were identified. Additionally, the role of techniques such as low-level laser therapy, the use of perioperative therapeutic agents, and different irrigation methods were examined regarding their effectiveness in reducing trismus, facial swelling, and other inflammatory complications.
Studies also indicate that the decision about the optimal timing for performing the extraction is crucial in reducing the incidence of severe complications. Specific techniques, such as coronectomy for high-risk teeth, have proven advantageous in certain cases. The analysis of postoperative management approaches suggests that the use of prophylactic antibiotics should be carefully considered to avoid infections, while also preventing excessive use of medications.
It is concluded that a thorough assessment of individual risk factors, combined with appropriate surgical technique and a personalized postoperative management plan, is essential to minimize complications in third molar surgery. Further studies are needed to standardize best practices and promote an evidence-based approach that ensures the safety and well-being of patients.
Keywords: third molar surgery, extraction, low-level laser therapy, antibiotic prophylaxis, trismus, facial swelling, coronectomy.
Introdução
A extração de terceiros molares, popularmente conhecida como remoção dos dentes do siso, é um procedimento amplamente realizado, porém frequentemente associado a uma série de complicações. Este estudo se dedica a analisar os fatores de risco, as complicações e as técnicas de manejo mais adequadas para minimizá-las. O objetivo é discutir as abordagens cirúrgicas e pós-operatórias que influenciam a recuperação dos pacientes, fornecendo uma visão abrangente sobre como essas variáveis interferem na segurança e eficácia da cirurgia. Dessa forma, esperamos contribuir com informações que auxiliem os profissionais e acadêmicos da área a melhorar as práticas clínicas e, assim, reduzir a incidência de eventos adversos associados à extração de terceiros molares.
Aponta a literatura que, além de ser um procedimento comum, a exodontia de terceiros molares traz diversos desafios clínicos, variando de inflamação e dor até lesões no nervo alveolar inferior e fraturas mandibulares (BOULOUX; STEED; PERCIACCANTE, 2007). As complicações observadas podem ser influenciadas por diversos fatores, como a posição do dente, o tipo de retalho realizado, a técnica utilizada e até mesmo a idade e as comorbidades do paciente (LIBERSA et al., 2002; KARACA et al., 2007; HAUG et al., 2005). Nesse sentido, práticas pós-operatórias como o uso de laser de baixa intensidade vem sendo colocadas como alternativas para o controle do trismo e do edema, facilitando o processo de recuperação (ARAS; GÜNGÖRMÜŞ, 2009).
Estudos identificam a complexidade do manejo cirúrgico dos terceiros molares, em especial os casos de dentes impactados, que apresentam riscos mais elevados de complicações (BREIK; GRUBOR, 2008). O problema deste estudo, portanto, está centrado nas complicações inerentes à cirurgia dos terceiros molares, particularmente no que diz respeito a complicações pós-operatórias (SUNG-KIANG et al., 2008; MOREIRA; DIAS, 2011). Embora exista recomendações sobre as melhores práticas para minimizar esses riscos, ainda há uma necessidade de elucidação de como as características do paciente e os métodos empregados impactam especificamente o desfecho do procedimento.
Diante disso, a pergunta que este estudo busca responder é: “Quais são os principais fatores de risco e as técnicas de manejo mais eficazes para prevenir complicações na cirurgia de terceiros molares?” Para responder a essa questão, foi conduzida uma revisão abrangente da literatura, utilizando um corpus composto por estudos atemporais e relevantes que discutem as variáveis envolvidas nesse tipo de cirurgia assim como os métodos utilizados para reduzir as complicações associadas. A metodologia adotada é a revisão de literatura integrativa, na qual foram analisadas as principais pesquisas disponíveis sobre o tema, buscando identificar padrões, fatores de risco e inovações nas técnicas de manejo.
O objetivo principal deste artigo é analisar os fatores de risco e descrever as estratégias de manejo que podem minimizar as complicações na cirurgia de terceiros molares. Com isso, pretende-se fornecer uma contribuição original à prática odontológica, destacando as inovações nas técnicas cirúrgicas e no manejo pós-operatório que podem ser incorporadas para melhorar os desfechos clínicos. Essa contribuição é relevante tanto do ponto de vista científico, ao acrescentar novas perspectivas ao corpo de conhecimento existente, quanto do ponto de vista social, ao buscar otimizar o atendimento aos pacientes, reduzindo desconfortos e complicações.
Este artigo está organizado da seguinte forma: a Seção 1 aborda a revisão da literatura existente, enfocando os principais fatores de risco associados à cirurgia de terceiros molares. A Seção 2 discute as técnicas de manejo descritas na literatura, com ênfase em abordagens terapêuticas como o uso de laser e a profilaxia antibiótica. A Seção 3 apresenta as conclusões gerais do estudo, bem como recomendações para a prática clínica.
Desenvolvimento
Embora vários estudos tenham abordado as complicações na deterioração de terceiros molares, ainda há uma necessidade crescente de padronização das melhores práticas para o manejo de complicações, especialmente em relação ao uso de técnicas inovadoras como o laser de baixa intensidade e a coronectomia. Além disso, a literatura aponta que a idade avançada e a condição sistêmica do paciente são fatores de risco importantes, mas poucos estudos exploram estratégias específicas para a prevenção.
Outro ponto que merece destaque é a carência de estudos clínicos planejados e de longo prazo que comparam diferentes abordagens cirúrgicas e protocolos de manejo pós-operatório. Por esses motivos, vemos importância desse tema que está intrinsecamente ligada à alta prevalência de complicações durante e após as extrações de terceiros molares. De acordo com (Breik e Grubor 2008), a frequência dessas complicações depende de fatores como a posição dos dentes e a idade do paciente. Além disso, a análise dos diversos métodos de manejo, incluindo o uso de técnicas cirúrgicas específicas e medicamentos para prevenção de inflamações e infecções, é essencial para minimizar os riscos e melhorar os resultados clínicos (MEHRABI; STEVEN, 2007). Assim, investigar e compreender esses fatores não apenas melhora a prática clínica, mas também reduz os custos e desconfortos para os pacientes.
Este artigo busca contribuir ao discutir modelos que melhoram a eficácia das cirurgias e promovem uma recuperação mais rápida. A literatura mostra que abordagens como o uso do laser de baixa intensidade, por exemplo, têm apresentado resultados promissores no controle de complicações como edema e trismo, problemas comuns que retardam a recuperação dos pacientes (ARAS; GÜNGÖRMÜŞ, 2009). Essas intervenções inovadoras, quando comparadas aos métodos tradicionais, têm potencial para redefinir as melhores práticas no manejo de complicações da extração de terceiros molares.
A delimitação do tema recai sobre a análise detalhada dos fatores de risco e estratégias de manejo de complicações na cirurgia de terceiros molares, com foco em intervenções que possam melhorar os desfechos pós-operatórios. A relevância desse estudo para a comunidade científica e para a sociedade é expressa pela necessidade de otimizar as práticas odontológicas, tanto para aprimorar a segurança dos procedimentos quanto para aumentar o conforto e satisfação dos pacientes. À medida que a população envelhece, espera-se que o número de procedimentos de extração de terceiros molares continue aumentando, tornando fundamental a minimização de complicações (HAUG et al., 2005).
Os principais conceitos e teorias relacionados à extração dos terceiros molares incluem a avaliação de fatores como posição e anatomia dos dentes, a influência do tipo de retalho cirúrgico no prognóstico periodontal e a necessidade de profilaxia antibiótica (KARACA et al., 2007; MOREIRA; DIAS, 2011). Além disso, diferentes abordagens cirúrgicas, como a coronectomia e a exodontia completa, têm sido estudadas em busca de redução dos danos aos nervos e de complicações tardias, como fraturas mandibulares (LIBERSA et al., 2002). Essas teorias e práticas foram examinadas para entender como contribuem para o manejo adequado durante e após as cirurgias.
A revisão da literatura sobre complicações e manejo em cirurgias de terceiros molares envolve a análise de uma série de estudos, dos quais alguns identificam as principais complicações e suas frequências. Segundo (Bouloux, Steed e Perciaccante., 2007), as complicações mais comuns incluem infecção, dor intensa e edema, sendo que a incidência varia de acordo com características individuais do paciente e o método utilizado. Breik e Grubor (2008) acrescentam que o impacto dos dentes e a morfologia da face têm um papel importante na predisposição a essas complicações.
(Aras e Güngörmüş., 2009) exploraram o uso do laser de baixa intensidade como uma alternativa viável para controle de trismo e edema, concluindo que essa técnica pode acelerar significativamente o processo de recuperação, especialmente em pacientes mais jovens. Este achado é complementado por (Karaca et al., 2007), que verificaram a influência do design de retalho na preservação da saúde periodontal após a extração dos terceiros molares. A escolha do retalho correto pode reduzir a incidência de inflamações periodontais e garantir um melhor prognóstico para o paciente.
Adicionalmente, estudos como o de (Sung-Kiang et al.,2008) e (Mehrabi e Steven., 2007) investigaram o uso de agentes terapêuticos no controle das complicações perioperatórias. Esses agentes incluem tanto medicamentos para reduzir a inflamação quanto substâncias antibacterianas, sugerindo que a administração adequada pode minimizar complicações, como alveolite e infecções sistêmicas. No entanto, a eficácia desses agentes depende de fatores como a dosagem, o momento da administração e o estado de saúde do paciente.
A profilaxia antibiótica também tem sido tema de debates. Segundo (Moreira e Dias., 2011), seu uso pode ser determinante para a redução do risco de infecções, especialmente em pacientes com fatores predisponentes, como idade avançada e comprometimento sistêmico. Entretanto, os autores alertam para a necessidade de um uso racional para evitar o desenvolvimento de resistência bacteriana, um problema que já afeta diversos setores da medicina e odontologia.
Resultados
Nesta seção, são apresentados os achados da revisão integrativa realizada, buscando sintetizar as principais complicações relacionadas à cirurgia dos terceiros molares, assim como as estratégias de manejo mais eficazes encontradas na literatura. O foco é fornecer uma visão detalhada sobre os fatores de risco envolvidos e as abordagens terapêuticas disponíveis, a fim de oferecer uma compreensão mais profunda e baseada em evidências.
Resultados Quantitativos
Os estudos revisados apresentam dados relevantes sobre a prevalência das complicações em cirurgias de terceiros molares. Segundo (Haug et al. 2005), as complicações mais comuns incluem edema (45%), trismo (32%), e infecção pós-operatória (20%). A incidência de lesão ao nervo alveolar inferior foi relatada em aproximadamente 10% dos casos, especialmente em cirurgias complexas envolvendo dentes impactados em posição horizontal ou distoangular (LIBERSA et al., 2002).
Um estudo de (Karaca et al. 2007) identificou que o uso de diferentes técnicas de retalho influenciou significativamente os resultados pós-operatórios. Em casos em que se utilizou o retalho envelope, a incidência de inflamação e perda de inserção periodontal foi 15% menor em comparação com a técnica de retalho triangular, indicando uma possível superioridade do primeiro método em termos de preservação periodontal.
De forma semelhante, (Aras e Güngörmüş. 2009) analisaram o efeito do laser de baixa intensidade em pacientes submetidos à extração dos terceiros molares. Os resultados mostraram uma redução de aproximadamente 25% no edema e de 20% no trismo em comparação com os pacientes que não receberam o tratamento com laser. Esses dados destacam a importância de tratamentos adjuvantes para melhorar a recuperação pós-operatória.
O estudo de (Breik e Grubor., 2008) também trouxe informações importantes sobre os fatores de risco para complicações. Foi identificado que pacientes com idade superior a 30 anos apresentaram uma maior taxa de complicações, incluindo maior incidência de infecção e atraso na cicatrização, em comparação com pacientes mais jovens. Além disso, a presença de dentes impactados em posição mesioangular foi associada a uma taxa aumentada de complicações em 18% dos casos analisados.
Resultados Qualitativos
Os resultados qualitativos demonstram a relevância das abordagens preventivas e de manejo personalizadas para minimizar as complicações cirúrgicas. Segundo (Mehrabi e Steven., 2007), a aplicação de protocolos pré-operatórios personalizados, incluindo a avaliação detalhada do estado sistêmico do paciente e a condição dos dentes a serem extraídos, mostrou ser eficaz na redução de complicações, particularmente em pacientes com histórico de doenças sistêmicas, como diabetes.
No que se refere ao manejo pós-operatório, (Moreira e Dias., 2011) destacaram a importância do uso criterioso da profilaxia antibiótica. Os autores argumentam que o uso adequado de antibióticos pode reduzir significativamente a incidência de infecções pós-operatórias, especialmente em pacientes com fatores de risco, como imunidade comprometida. No entanto, também enfatizam a necessidade de se evitar o uso indiscriminado, devido ao risco de resistência bacteriana.
Além disso, (Sung-Kiang et al. 2008) sugeriram que a coronectomia é uma técnica eficaz para reduzir os danos ao nervo alveolar inferior durante a extração dos terceiros molares inferiores. Esta técnica, que consiste na remoção parcial do dente, minimiza o risco de lesão ao nervo, especialmente em pacientes com raízes em contato íntimo com o canal mandibular, conforme descrito nos estudos analisados.
(Aras e Güngörmüş. 2009) também destacaram o impacto do tratamento com laser na qualidade de vida dos pacientes. Relataram que aqueles tratados com laser apresentaram menor necessidade de analgésicos e retornaram às suas atividades normais em um período significativamente mais curto. Esse resultado qualitativo reforça a eficácia de intervenções terapêuticas inovadoras no manejo de complicações comuns após a cirurgia.
Análise e Discussão dos Resultados
A análise dos resultados quantitativos e qualitativos revela um consenso entre os estudos sobre a importância da personalização do tratamento cirúrgico e do manejo pós-operatório para reduzir as complicações associadas à extração dos terceiros molares. Por exemplo, a redução do risco de inflamação periodontal ao utilizar o retalho envelope, como demonstrado por (Karaca et al. 2007), reflete a relevância de técnicas cirúrgicas adaptadas à anatomia do paciente.
Além disso, a eficácia do laser de baixa intensidade, relatada por (Aras e Güngörmüş. 2009), sugere que tecnologias adjuvantes podem desempenhar um papel fundamental na recuperação dos pacientes. Esses achados corroboram a necessidade de incorporação de novas técnicas que visem melhorar a qualidade do atendimento odontológico, promovendo menos complicações e um retorno mais rápido às atividades normais dos pacientes.
No entanto, é evidente que a profilaxia antibiótica, embora útil, deve ser aplicada com cautela. Conforme (Moreira e Dias. 2011), o uso indiscriminado pode gerar problemas significativos de resistência bacteriana, e, portanto, é crucial que os profissionais de saúde realizem uma avaliação criteriosa das condições dos pacientes antes de indicar essa medida.
Os estudos também apontam lacunas na literatura, particularmente no que diz respeito à interação entre múltiplos fatores de risco. Por exemplo, a pesquisa de (Breik e Grubor. 2008) sugere que a idade é um fator de risco importante, mas a relação entre a idade e outros fatores, como a posição dos dentes e o estado sistêmico do paciente, ainda precisam ser mais bem explorada. Este artigo busca preencher essa lacuna ao integrar esses múltiplos fatores em uma análise mais abrangente.
Limitações dos Resultados
Os resultados obtidos nesta revisão integrativa apresentam algumas limitações. Primeiramente, muitos dos estudos analisados são de caráter retrospectivo, o que pode introduzir vieses na coleta de dados. Além disso, a heterogeneidade dos métodos cirúrgicos e das abordagens de manejo nas diferentes pesquisas dificulta a comparação direta dos resultados. A ausência de padronização nos critérios de avaliação das complicações também pode limitar a generalização dos achados para diferentes populações.
Implicações dos Resultados
Os achados deste estudo têm implicações importantes para a prática clínica e a pesquisa futura. Primeiramente, a identificação dos fatores de risco e das técnicas de manejo mais eficazes pode orientar os cirurgiões-dentistas a adotar práticas mais seguras e eficazes, reduzindo assim a incidência de complicações e melhorando a experiência dos pacientes. A evidência da eficácia de novas tecnologias, como o laser de baixa intensidade, destaca a necessidade de atualização constante dos profissionais para oferecer as melhores opções terapêuticas disponíveis.
Além disso, a discussão sobre o uso racional de antibióticos, conforme indicado por (Moreira e Dias. 2011), enfatiza a importância de protocolos clínicos que levem em consideração a saúde pública e a prevenção de resistência bacteriana. A adoção de tais práticas pode impactar positivamente não apenas o desfecho das cirurgias de terceiros molares, mas também a saúde da comunidade em geral.
Por fim, a necessidade de mais pesquisas que abordem a interação entre múltiplos fatores de risco, como idade, estado de saúde sistêmica e características anatômicas dos dentes, é evidente. Estudos futuros que explorem essas relações de maneira mais detalhada podem fornecer uma compreensão mais profunda e, assim, melhorar ainda mais as práticas cirúrgicas e de manejo das complicações.
Considerações Finais
Este artigo revisou as principais complicações associadas à cirurgia de terceiros molares, com foco nos fatores de risco e nas técnicas de manejo que podem reduzir a incidência dessas complicações. O objetivo foi identificar práticas baseadas em evidências que permitam uma intervenção mais segura e eficaz. Através da análise da literatura disponível, foi possível compreender melhor como os fatores como idade do paciente, a posição dos dentes e as técnicas cirúrgicas utilizadas influenciam no desfecho pós-operatório.
Os principais achados desta revisão indicam que complicações como edema, trismo e infecções são comuns, mas podem ser minimizadas com a aplicação de técnicas adequadas, como o uso de retalho envelope e coronectomia, conforme sugerido por (Karaca et al. 2007) e (Sung-Kiang et al. 2008). Além disso, a adoção de tecnologias como o laser de baixa intensidade se mostrou benéfica na recuperação dos pacientes, conforme relatado por (Aras e Güngörmüş. 2009). Estes resultados reforçam a necessidade de uma abordagem personalizada, levando em conta fatores como a idade do paciente e características anatômicas para reduzir complicações.
A importância dos dados obtidos reside na possibilidade de direcionar práticas clínicas que sejam não apenas mais eficazes, mas também menos traumáticas para os pacientes. A utilização de técnicas e abordagens preventivas fundamentadas na literatura contribui para uma melhor qualidade de vida do paciente, reduzindo o tempo de recuperação e a necessidade de medicamentos, como discutido por (Mehrabi e Steven. 2007) e (Moreira e Dias. 2011). O estudo também destaca o papel crítico do profissional na tomada de decisões informadas que considerem a relação custo-benefício das intervenções.
Apesar das contribuições significativas desta revisão, é necessário reconhecer as limitações do estudo. A heterogeneidade dos métodos e critérios utilizados nos artigos analisados torna desafiador comparar diretamente os resultados, o que pode limitar a generalização dos achados. Além disso, muitos dos estudos são retrospectivos e apresentam limitações inerentes a esse tipo de abordagem.
Como novos caminhos de investigação, sugere-se a realização de estudos prospectivos que analisem de forma padronizada os fatores de risco para complicações na cirurgia de terceiros molares, além de pesquisas que explorem mais a fundo a interação entre múltiplos fatores, como a idade e o estado sistêmico do paciente. A investigação de novas tecnologias e a análise dos efeitos a longo prazo das diferentes técnicas de manejo também seriam relevantes para fornecer uma base mais sólida para a prática clínica.
Referências
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1 Discente do curso superior de Odontologia do Centro Universitário UNIFG – Campus São Sebastião, Guanambi – BA, Brasil. E-mail: raphaelnvb@gmail.com
2 Discente do curso superior de Odontologia do Centro Universitário UNIFG – Campus São Sebastião, Guanambi – BA, Brasil. E-mail: brendahelen.work@gmail.com
3 Discente do curso superior de Odontologia do Centro Universitário UNIFG – Campus São Sebastião, Guanambi – BA, Brasil. E-mail: adna04.05.17@gmail.com
4 Discente do curso superior de Odontologia do Centro Universitário UNIFG – Campus São Sebastião, Guanambi – BA, Brasil. E-mail: taylimma@gmail.com
5 Discente do curso superior de Odontologia do Centro Universitário UNIFG – Campus São Sebastião, Guanambi – BA, Brasil. E-mail: flaviaalvesba2@gmail.com
6 Discente do curso superior de Odontologia do Centro Universitário UNIFG – Campus São Sebastião, Guanambi – BA, Brasil. E-mail: timoteoac2018@gmail.com
7 Discente do curso superior de Odontologia do Centro Universitário UNIFG – Campus São Sebastião, Guanambi – BA, Brasil. E-mail: Karlaiasmim23@gmail.com