PUERICULTURA: ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIAS PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE DA CRIANÇA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA Á SAÚDE

CHILD CARE: DUTIES OF THE NURS IN STRATEGIES FOR PROMOTING CHILD HEALTH IN PRIMARY HEALTH CARE

CUIDADO INFANTIL: RESTRICCIONES DE ENFERMERÍA EN LAS ESTRATEGIAS DE PROMOCIÓN DE LA SALUD INFANTIL EN LA ATENCIÓN

REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th102410242114


Deuzinira Lisboa Alves1
Deyze Alves Reis2
Josê Rubinaldo Lima Cunha3
Rosana Monteiro da Silva4
Silvio junior da cunha Ribeiro5
Jamilly Karoliny da Silva Miranda6


Resumo

Introdução: A atenção à saúde da criança é um compromisso do SUS que prioriza o cuidado integral do público infantil de forma a reduzir as taxas de morbimortalidade através de acompanhamento sistemático de seu crescimento e desenvolvimento por meio das consultas de puericultura. Pretendendo incentivar a realização da puericultura pelo profissional de enfermagem, ressaltar os protocolos que operacionalizam as ações de enfermagem em saúde da criança e trazer à tona a função do enfermeiro, sendo ele capaz de prestar uma assistência de qualidade e de forma integral à criança e sua família durante a consulta.  Objetivo: analisar sobre o papel da Enfermagem na Atenção Primária à Saúde: Estratégias para a Promoção da Saúde da Criança. Metodologia: O estudo consiste em um artigo de revisão sistemática de literatura com metanálise. Foram realizadas as buscas em bases de dados disponíveis na internet no mês de agosto de 2024, incluindo as seguintes: biblioteca virtual Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e US National Library of Medicine National Institutes of Health (PubMed). A análise dos resultados foi realizada pela metodologia de Bardin. Resultados e discussão: Após nova análise, excluindo textos incompletos, trabalhos de conclusão de curso e duplicatas, restaram apenas 12 estudos foram considerados aptos à análise. De acordo com os dados levantados, a partir dos artigos selecionados, a atuação do enfermeiro na consulta de puericultura e as dificuldades encontradas serão apresentadas em tres categorias descritas a seguir: Atuação do enfermeiro na consulta de puericultura; Dificuldades encontradas na atuação do Enfermeiro na consulta de puericultura e Estratégias de enfermagem para a promoção da saúde da criança. Considerações finais: Este artigo de revisão, buscou principalmente identificar as evidências relevantes sobre as principais Estratégias para a Promoção da Saúde da Criança que o enfermeiro desenvolve na Atenção Primária à Saúde na assistência a puericultura. Observou-se que a puericultura é um instrumento muito efetiva na atenção à saúde da criança, entretanto quando realizada de forma qualificada. Em diversos estudos selecionados foram identificadas fragilidades e necessidades quanto à assistência como: a importância de criar um protocolo de consulta para os enfermeiros, operacionalizando a puericultura, a necessidade qualificação das consultas e o cuidado dos enfermeiros sendo classificados como aquém do estabelecido pelas diretrizes da atenção à saúde da criança.

Palavras-chave: Enfermagem; Atenção Primária à Saúde; Puericultura; Desenvolvimento infantil.

Abstract

Introduction: Child health care is a commitment of the SUS that prioritizes comprehensive care for children in order to reduce morbidity and mortality rates through systematic monitoring of their growth and development through childcare consultations. Aiming to encourage the performance of childcare by nursing professionals, highlight the protocols that operationalize nursing actions in child health and bring to light the role of the nurse, being able to provide quality and comprehensive care to the child and their family during the consultation. Objective: to analyze the role of Nursing in Primary Health Care: Strategies for Promoting Child Health. Methodology: The study consists of a systematic literature review article with meta-analysis. Searches were carried out in databases available on the internet in August 2024, including the following: virtual library Scientific Electronic Library Online (SciELO), Virtual Health Library (BVS) and US National Library of Medicine National Institutes of Health (PubMed). The analysis of the results was performed using the Bardin methodology. Results and discussion: After a new analysis, excluding incomplete texts, course completion papers and duplicates, only 12 studies remained and were considered suitable for analysis. According to the data collected, from the selected articles, the nurse’s performance in the childcare consultation and the difficulties encountered will be presented in three categories described below: Nurse’s performance in the childcare consultation; Difficulties encountered in the nurse’s performance in the childcare consultation and Nursing strategies for promoting child health. Final considerations: This review article sought mainly to identify relevant evidence on the main Strategies for Promoting Child Health that the nurse develops in Primary Health Care in childcare assistance. It was observed that childcare is a very effective instrument in childcare, however, when performed in a qualified manner. In several selected studies, weaknesses and needs were identified regarding assistance, such as: the importance of creating a consultation protocol for nurses, operationalizing childcare, the need to qualify consultations and the care provided by nurses being classified as below that established by the guidelines for child health care.

Keywords: Nursing; Primary Health Care; Childcare; Child development.

Resumen

Introducción: La atención en salud infantil es un compromiso del SUS que prioriza la atención integral de los niños con el fin de reducir las tasas de morbilidad y mortalidad a través del seguimiento sistemático de su crecimiento y desarrollo a través de consultas de puericultura. Con el objetivo de incentivar la actuación del cuidado infantil por parte de los profesionales de enfermería, resaltar los protocolos que operacionalizan las acciones de enfermería en la salud infantil y visibilizar el papel del enfermero, pudiendo brindar atención integral y de calidad al niño y su familia durante la consulta. Objetivo: analizar el papel de la Enfermería en la Atención Primaria de Salud: Estrategias para la Promoción de la Salud del Niño. Metodología: El estudio consta de un artículo de revisión sistemática de la literatura con metanálisis. Las búsquedas se realizaron en bases de datos disponibles en Internet en agosto de 2024, incluidas las siguientes: biblioteca virtual Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (VHL) y US National Library of Medicine National Institutes of Health (PubMed). El análisis de los resultados se realizó mediante la metodología de Bardin. Resultados y discusión: Después de un nuevo análisis, excluyendo textos incompletos, trabajos de finalización de curso y duplicados, sólo quedaron 12 estudios que fueron considerados aptos para el análisis. De acuerdo con los datos recogidos, de los artículos seleccionados, el papel del enfermero en la consulta de puericultura y las dificultades encontradas serán presentados en tres categorías que se describen a continuación: Papel del enfermero en la consulta de puericultura; Dificultades encontradas en el papel de la enfermera en las consultas de puericultura y estrategias de enfermería para la promoción de la salud infantil. Consideraciones finales: Este artículo de revisión buscó identificar evidencia relevante sobre las principales Estrategias de Promoción de la Salud Infantil que desarrollan los enfermeros en la Atención Primaria de Salud en la asistencia al cuidado infantil. Se observó que el cuidado de los niños es un instrumento muy eficaz en la atención de la salud infantil, sin embargo, cuando se realiza de manera calificada. En varios estudios seleccionados se identificaron debilidades y necesidades en materia de asistencia, tales como: la importancia de crear un protocolo de consulta para enfermeras, operacionalizar el cuidado infantil, la necesidad de calificación de las consultas y que los cuidados de las enfermeras se clasifiquen por debajo de lo establecido por las directrices de atención. a la salud del niño.

Palabras clave: Enfermería; Atención Primaria de Salud; Cuidado de niños; Desarrollo infantil.

1 Introdução

Na esfera da saúde pública, a Atenção Primária à Saúde (APS) assume um papel de destaque como base fundamental dos cuidados primários. Nesse contexto, o enfermeiro emerge como um agente primordial, incumbido não apenas da execução

de procedimentos clínicos, mas também da promoção da saúde e prevenção de doenças em sua amplitude. Sua atuação abarca uma abordagem holística e integrada, alinhada às necessidades e à história de cada paciente, conforme preconizado pela Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) ¹.

A atuação do enfermeiro na APS é uma manifestação de prática social, moldada pelas necessidades de saúde da sociedade em um dado momento histórico. Essa prática se desenvolve e evolui em consonância com as interações entre diferentes práticas sociais que compõem o contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) ¹.

Nesse sentido, Almeida et al. (2019) afirma que o enfermeiro é o profissional que constrói relações de diálogos, praticando a escuta ativa, a humanização e o respeito. Desempenhando um papel central na equipe de saúde da família, coordenando ações e integrando os diversos profissionais para garantir uma abordagem integral e resolutiva aos problemas de saúde da população de acordo com a PNAB².

Além disso, a atuação do enfermeiro na APS está intrinsecamente ligada aos princípios e diretrizes do SUS, como a integralidade, a universalidade e a equidade. Ao trabalhar na promoção da saúde neonatal, o enfermeiro contribui para reduzir as iniquidades em saúde, garantindo que todos os recém-nascidos tenham acesso a cuidados de qualidade, independentemente de sua condição socioeconômica ou geográfica³.

A atenção à saúde da criança é um compromisso do SUS que prioriza o cuidado integral do público infantil de forma a reduzir as taxas de morbimortalidade através de acompanhamento sistemático de seu crescimento e desenvolvimento por meio das consultas de puericultura¹. A Puericultura é comumente realizada pelo médico, no entanto, no âmbito da AB, são realizadas pelos enfermeiros, sendo eles responsáveis pela realização da aferição de medidas antropométricas de peso e altura e avaliação do IMC das crianças, marcos fundamentais para a vigilância que tornam possível o diagnóstico precoce de alterações no desenvolvimento infantil⁴

No entanto, somente no início do século XX, as questões mais específicas do cuidado para o desenvolvimento infantil se tornaram objeto de estudos. O uso de escalas para acompanhar o crescimento, por exemplo, permitiu uma abordagem baseada na visão comparativa das transformações da criança, observando padrões de acordo com as faixas etárias³.

A Caderneta Infantil é uma das principais ferramentas para identificação de atrasos ou alterações no desenvolvimento infantil, sendo ela a principal aliada do enfermeiro na vigilância em saúde da criança. Em vista disso, é necessário que o enfermeiro realize o preenchimento correto da caderneta durante as consultas, bem como, a comparação dos dados de consultas posteriores, visando o rastreamento e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil, podendo também orientar os familiares a estimularem o desenvolvimento infantil de acordo com o marco temporal da criança⁵.

A consulta de Puericultura é uma atividade essencial para a promoção da saúde infantil. O enfermeiro realiza ações preventivas, promocionais e de restauração da saúde nos mais diversos ambientes. Além de estabelecer contato com crianças e famílias, também pode recorrer a consultas sistemáticas, prontuários, exames físicos, diagnósticos de enfermagem, prescrição de enfermagem e acompanhamento da criança para entender problemas e determinar prioridades³.

Durante as consultas, além da antropometria da criança e a avaliação do seu desenvolvimento, há também a realização da educação em saúde com os responsáveis pela mesma, alertando-os sobre os cuidados a serem tomado, marcos temporais de desenvolvimento a serem observados, esclarecimento de dúvidas e importância da amamentação e imunização⁴. Além disso, aproveita-se a oportunidade de realizar a vacinação das crianças, visto que propositalmente a data das consultas são concomitantes à data das principais vacinas, promovendo assim a continuidade do cuidado, mas sempre respeitando a autonomia dos pais, tratando com sensibilidade e empatia as questões levantadas por eles, suas crenças e religião⁵.

Pretendendo incentivar a realização da puericultura pelo profissional de enfermagem, ressaltar os protocolos que operacionalizam as ações de enfermagem em saúde da criança e trazer à tona a função do enfermeiro, sendo ele capaz de prestar uma assistência de qualidade e de forma integral à criança e sua família durante a consulta. Neste contexto, o presente estudo tem por objetivo de analisar sobre o papel da Enfermagem na Atenção Primária à Saúde: Estratégias para a Promoção da Saúde da Criança.

2 Metodologia

O presente estudo consiste em um artigo de revisão sistemática de literatura com metanálise, realizado de forma descritiva. Para a análise e seleção dos artigos a serem incluídos na revisão, os títulos dos artigos foram inicialmente avaliados com base na estratégia de busca de bases de dados eletrônicos, com uma avaliação subsequente dos resumos de estudos que contemplaram o assunto⁶.

Os artigos considerados pertinentes foram lidos na íntegra, a fim de excluir os artigos fora do tópico ou com algum design fora dos critérios estabelecidos de inclusão. Após a escolha dos artigos, as seguintes informações foram extraídas de cada artigo: autor, ano de publicação, número de pacientes submetidos à pesquisa, tempo de seguimento, metodologia aplicada e resultados⁷.

Na elaboração da questão de pesquisa foi utilizado a estratégia PICo (P: População; I: Interesse; Co: Contexto), sendo elaborada a seguinte questão norteadora: as principais Estratégias para a Promoção da Saúde da Criança que o enfermeiro desenvolve na Atenção Primária à Saúde?

Em seguida, foram realizadas as buscas em bases de dados disponíveis na internet no mês de agosto de 2024, incluindo as seguintes: biblioteca virtual Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e US National Library of Medicine National Institutes of Health (PubMed), a fim de obter os estudos suficientes para a coleta de dados e análise.

A escolha das bases foi orientada de acordo com a indexação de estudos sobre temas relacionados à enfermagem. As buscas foram realizadas a partir dos seguintes descritores: Enfermagem; Atenção Primária à Saúde; Puericultura; Desenvolvimento infantil, utilizando o operador booleano “AND”.

Foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão: estudos publicados entre 2019 e 2023, em português ou inglês, disponíveis gratuitamente em bases de dado na internet e possuindo no título ou no resumo pelo menos um dos descritores utilizados nos critérios de busca.

Como critérios de exclusão, foram definidos os seguintes: textos incompletos; trabalhos de conclusão de curso, como monografias, relatórios e dissertações; e estudos que deixaram de atender a qualquer um dos critérios de inclusão.

A análise descritiva e qualitativa foi o método escolhido para a interpretação dos resultados. A coleta de dados foi feita a partir da leitura de todos os estudos selecionados, sendo considerados os pontos de interesse para a análise e síntese, como os objetivos e os resultados de cada estudo.

A análise dos resultados foi realizada pela metodologia de Bardin. No que diz respeito à metodologia de Bardin, tal método se se resume a um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição e indicadores que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção e recepção de mensagens⁸.

Este estudo respeitou os direitos autorais dos autores consultados, utilizando as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para citações e referências. Desta forma, o presente estudo ofereceu riscos mínimos, porém, vale destacar o risco de análise indevida do material, infidelidade dos resultados encontrados e plágio, porém o pesquisador deste estudo, comprometem-se a realizar uma análise fiel dos resultados encontrados dos textos que foram selecionados nas bases de dados e respeitar as normas NBR 10520:20024 e NBR 6023:20025, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a Lei nº 9.610/98 (Lei do Direito Autoral-LDA) para posteriormente exteriorizar um resultado fidedigno para a comunidade científica da área da saúde.

Por trata-se de uma pesquisa sem abordagem a seres humanos e sem instituições coparticipantes, para este estudo não foi necessária a submissão do projeto ao Comitê de Ética, nem de aprovação de instituições e/ou pessoas para a sua realização.

Também foram desenvolvidas discussões a partir de estudos disponíveis na literatura correlata. A seleção dos estudos aptos à análise foi feita por meio de algumas etapas, iniciando com a identificação dos títulos nas bases de dados, triagem, critérios de elegibilidade e inclusão.

3 Resultados

Inicialmente, foram identificados 116 títulos relacionados ao tema nas três bases de dado pesquisadas. Entre esses, 53 foram eliminados pelo ano de publicação e por não responderem à questão norteadora. Após nova análise, excluindo textos incompletos e duplicatas, restaram 22 estudos. Por fim, após a análise de cada texto, apenas 12 estudos foram considerados aptos à análise.

Na base SciELO, foram obtidos 5 estudos, correspondendo a 42% do total. Os demais foram localizados na BVS 4 (34%) e na 3 PubMed (24%). Todos os estudos selecionados foram publicados em língua portuguesa.

Os artigos selecionados para coleta de dados encontram-se identificados no quadro 1, onde se observa que os artigos selecionados são bastante atualizados, já que foram publicados nos últimos cinco anos.

Quadro 1 – Distribuição dos artigos incluídos no estudo de acordo com o periódico, os autores, ano, título de publicação, objetivo do estudo e resultados.

AUTORES/ANOTITULOOBJETIVORESULTADO
Gaíva, M. A. M. et. al (2019)Consulta de Enfermagem em Puericultura na Estratégia de SaúdeAnalisar as ações desenvolvidas pelo enfermeiro na consulta de puericultura à criança, em unidades de saúde da família.Estudo realizado em quatro unidades ESF no município de Cuiabá identificou que a maioria das crianças atendida nesta unidade têm registrado na caderneta infantil um desenvolvimento e crescimento adequado. Demonstrando que as práticas aplicadas pelos enfermeiros dos municípios foram satisfatórias e atingiram o padrão esperado para uma consulta de puericultura
Barbosa, S. G. (2020)Dificuldades vivenciadas pelo enfermeiro acerca do acompanhamento contínuo da criança na atenção primária à saúde.Identificar e descrever os principais desafios encontrados pelo enfermeiro, com relação ao acompanhamento contínuo da criança através da consulta de puericulturaDestaca o protagonismo do enfermeiro durante a consulta de puericultura e sua participação no crescimento e desenvolvimento cognitivo da criança, além de identificar as principais dificuldades e limitações em manter o acompanhamento contínuo
Favaro T. V. et al. (2020)Percepção do enfermeiro sobre assistência às crianças com necessidades especiais de saúde na atenção primáriaApreender como os enfermeiros da Estratégia Saúde da Família se percebem em relação ao conhecimento e preparo para assistir as crianças com necessidades especiais de saúde e suas famílias e como avaliam o acesso delas aos serviços de saúde.Da  análise  emergiram  duas  categorias (despreparo para assistência e suas implicações e acesso aos serviços de saúde da rede de atenção às crianças com necessidades especiais de saúde), as quais mostram que os enfermeiros, em sua maioria, não se sentem capacitados para oferecer assistência de qualidade; avaliam o acesso dessas crianças e suas famílias aos serviços de saúde como dificultado.
Da Silva, M. et. al (2020)Atuação do Enfermeiro na Consulta de PuericulturaIdentificar a importância e como é a atuação do enfermeiro na consulta de puericultura.Destaca-se  a  importância  da  consulta  de puericultura realizada pelo enfermeiro e as dificuldades  advindas  da  falta  qualificação adequada do profissional e sobrecarga de trabalho.
Sousa, C. J. A. et. al (2021)A Puericultura como Estratégia para Promoção da Saúde da Criança na Atenção PrimáriaRefletir e caracterizar as consultas de puericultura na atenção primária para promoção da saúde da criança, bem como caracterizar a relação entre o profissional médico de Família e Comunidade e a família durante assistência do programa.Destaca o protagonismo do enfermeiro da atenção primária na promoção de políticas públicas para a diminuição da mortalidade infantil, sendo que o comprometimento do profissional com as consultas de puericultura é essencial para o sucesso da promoção da saúde
De Moura, C. S. et. Al (2022)Estratégia de Promoção da Saúde na Primeira Infância: tecendo redes locaisAnalisar intervenções, estratégias e recursos utilizados para a realização de ações de promoção da saúde na primeira infância, à luz da intersetorialidade, em um território da Atenção Primária à SaúdeAbordagem da importância da realização da puericultura e defesa do atendimento intersetorial, além de elencar as fragilidades, tais como a precariedade de insumos e a sobrecarga de trabalho do enfermeiro. Este estudo também defende a consolidação das políticas de atenção à primeira infância
De Brito, F. A. M. et. Al. (2022).Percepções de mães sobre o atendimento de enfermagem na Consulta de PuericulturaCompreender a percepção das mães sobre o atendimento de enfermagem na consulta de puericultura no âmbito da Estratégia Saúde da FamíliaAnálise da percepção das mães quanto ao atendimento do enfermeiro na consulta de puericultura, encontrando respostas positivas e negativas, onde as mães não satisfeitas relataram ter sentido uma falha na comunicação e insatisfação no modo de abordagem, levando a busca de outros profissionais da atenção primária para a consulta de puericultura, que muitas das vezes não possuíam respaldo legal para exercer tal função.
Albernaz, A. L. G. et. al (2022).A Puericultura no SUS o Cuidado da Criança na Perspectiva da Atenção Integral à SaúdeProvocar uma necessária reflexão na atualização do termo puericultura, com base na compreensão do SUS enquanto proposta de sistema de saúde universal, fundamentado no ideário da Reforma SanitáriaAnálise de fundamentação para a compreensão da definição do termo puericultura, devido ao não consenso para o mesmo
Lima, A. E. S. et. al (2023)Atuação do enfermeiro na Consulta de PuericulturaAnalisar na literatura científica a atuação do enfermeiro na consulta de puericultura.Destaca que o enfermeiro enfrenta dificuldades estruturais e técnicas durante as consultas, demandando treinamento adicional. Ele é reconhecido como um dos principais apoios da equipe, proporcionando cuidados baseados em aceitação, atenção e coesão. No entanto, há uma lacuna nas pesquisas atuais, limitando o aprimoramento do papel do enfermeiro na consulta de puericultura
Cupertino, L. et al. (2023)A importância da assistência do enfermeiro no crescimento e desenvolvimento infantil na atenção primáriaDescrever a importância da assistência do enfermeiro no crescimento e desenvolvimento infantil na atenção primária.A assistência do enfermeiro no crescimento e desenvolvimento infantil é importante, pois reduz a mortalidade é promove o desenvolvimento pleno das crianças. No acompanhamento é possível não só identifica doenças físicas também mentais, nos principais desafios enfrentados pela enfermagem no crescimento e desenvolvimento das crianças
Pedraza, D. F. (2023).Consulta de Puericultura na Estratégia Saúde da Família em Municípios do Interior do Estado da Paraíba, BrasilAvaliar a consulta de puericultura realizada por profissionais de saúde que atuam na Estratégia Saúde da Família em municípios do estado da Paraíba, comparar o desempenho segundo o tipo de equipe de saúdeComparação entre Unidades de Estratégia Saúde da Família (ESF) em municípios do interior do estado da Paraíba, a fim de identificar as coberturas e as falhas da puericultura realizadas nestes municípios
Hirano, A. R. et. Al (2023)Continuidade do Cuidado da Criança na Atenção Primária à Saúde em Região de FronteiraCompreender                        a continuidade do cuidado da criança na Atenção Primária à Saúde em região de fronteira por meio de um estudo                       qualitativo, realizado em Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, com mães de crianças de 0 a 24 meses e enfermeiras.Destaque para a puericultura como continuidade do cuidado da saúde infantil e na imunização, ressaltando a necessidade da fortificação das políticas públicas que contemplem esta área, devido sua importância. Destaca-se também a resistência dos pais paraguaios para a realização da puericultura rotineira, limitando-se apenas às visitas domiciliares ou buscas ativas

Fonte: pesquisa dos autores na literatura, 2024.

4 Discussão dos resultados

De acordo com os dados levantados, a partir dos artigos selecionados, a atuação do enfermeiro na consulta de puericultura e as dificuldades encontradas serão apresentadas em três categorias descritas a seguir:

Atuação do enfermeiro na consulta de puericultura

A consulta de puericultura é um recurso fundamental, com foco na promoção e recuperação da saúde e do bem-estar da criança, possui ainda como propósito a garantia tanto de um bom crescimento, quanto um desenvolvimento favorável aos aspectos físico, emocional e social, de modo que colabore na redução da morbimortalidade infantil. Sendo assim, a consulta de puericultura constitui-se em uma importante estratégia para a promoção da saúde infantil, contudo, requer o envolvimento da família com o enfermeiro, para que haja maior efetividade⁹

A puericultura, que é realizada pelo enfermeiro no âmbito da atenção básica, desempenha um papel fundamental na promoção da saúde das crianças, acompanhando de forma contínua o crescimento e desenvolvimento desde o nascimento até aos dois anos de vida. Este monitoramento contínuo, como cuidado preventivo, tem o objeto de reduzir as taxas de morbimortalidade infantil e identificar quaisquer anomalias que a criança possa apresentar durante este período, intervindo precocemente¹⁰.

Como ações da Puericultura, é atribuído ao enfermeiro durante as consultas as seguintes funções: medição do perímetro cefálico, peso e comprimento; avaliação do desenvolvimento social e psicoafetivo da criança; inspeção da pele, face, olhos, ouvidos, boca e nariz; e demais exames físicos. Além disso, é fundamental que o enfermeiro realize orientações sobre os cuidados essenciais com a criança, como os cuidados com o coto umbilical e a alimentação, ressaltando-se as orientações sobre amamentação¹¹.

De acordo com o Plano Nacional da Primeira Infância (PNPI) (2020), durante a consulta de puericultura é necessário o estabelecimento das crianças em riscos para desenvolvimento através dos marcos de desenvolvimento disponível na Caderneta da Criança. Estas crianças devem ser acompanhadas com maior frequência pelo enfermeiro, além do que é preconizado pelo MS, uma vez que, o atendimento deve ser individualizado e integral, cada criança e família possui suas características biopsicossociais¹².

O acompanhamento da criança através da puericultura deve ser periódico e constante, sendo estabelecida a partir da relação entre enfermeiros mães e responsáveis pela criança num contexto e visão geral da família, que facilitará com que o atendimento prestado pelos profissionais envolvidos seja eficaz¹². Estes profissionais devem orientar e esclarecer as mães/responsáveis quanto aos cuidados, tentar sanar todas as dúvidas possíveis, acalmando e passando tranquilidade, para que assim possa se atender todas as necessidades da criança. Além disso, deve-se registrar todos os dados colhidos na carteira vacinal da criança, o agendando periódico de suas consultas, e encaminhar para outros profissionais, quando necessário¹³.

Com o papel de orientador e educador da saúde, os enfermeiros devem perceber a criança não apenas nas doenças relatadas, mas como um indivíduo que merece atenção em relação ao seu meio social, estrutura familiar e econômica, considerando os valores e aspectos culturais¹².

Para a etapa de implementação, o enfermeiro aborda na consulta de puericultura, os elementos essenciais, como alimentação saudável, incluindo aleitamento materno, vacina, crescimento, desenvolvimento, saúde bucal, higiene corporal, entre outros. Do mesmo modo, de forma parcial, quando analisadas as competências para consulta de enfermagem, esteve pouco presente a competência de diversidade cultural e determinantes da saúde na prestação de cuidados, respeitando a diversidade cultural da criança e determinando opções de cuidado terapêutico em colaboração com a criança e/ou seu responsável¹⁰.

A realidade vivida diariamente na Atenção Básica de Saúde (ABS) pode por muitas vezes não ser favorável à realização da puericultura pelo enfermeiro. Além da fragmentação das consultas, destacam-se ainda a dificuldade na receptividade das mães/responsáveis para com os profissionais¹⁴. A puericultura na Estratégia Saúde da Família (ESF) é um fator essencial e determinante na vida de uma criança, onde os profissionais estão diretamente envolvidos com a criança e seus familiares, e pode- se promover um vínculo, com objetivo de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança⁹.

Os cuidados prestados pelos enfermeiros na ESF destacam-se ainda mais pela sua capacidade e habilidade de compreender o usuário, pela integralidade da sua assistência, que através da consulta de enfermagem deve-se realizar ações de puericultura conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, aliando-se não apenas nas informações técnicas e biológicas, mas também à aspectos sociais e familiares¹⁰.

Sendo assim, na consulta de enfermagem de puericultura, o profissional não deve se atentar somente às medidas antropométricas da criança, mas ao todo, como estado nutricional, social, cultural, psicológico e principalmente na avaliação do desenvolvimento e do crescimento da criança, onde poderá diagnosticar precocemente morbidades que acometem essa fase da vida, podendo até diminuir a mortalidade infantil¹⁰. Isso faz com que os profissionais tenham um olhar atento e perceptível, dedicação criteriosa com a criança, assim, podendo realizar um trabalho de qualidade, como monitoramentos, avaliações, ações e até mesmo intervenções, considerando todos os aspectos que envolvem a situação da saúde de doença e possíveis agravos, comuns nesta faixa etária de vida¹⁵.

Quando realizada da forma correta, o enfermeiro é capaz de identificar sinais e sintomas que auxiliam o diagnóstico precoce de morbidades comuns na primeira infância, facilitando o tratamento e diminuindo a mortalidade infantil através da Puericultura¹³. Citando caso análogo, estudos recentes revelam o importante papel da puericultura para o diagnóstico de Transtornos do Espectro Autista (TEA), sendo possível que o enfermeiro Oriente e acolha a família da criança portadora já nos primeiros sinais do TEA¹⁶.

Um dos achados mais significativos desta revisão é a amplitude das contribuições dos enfermeiros para a promoção da adesão à vacinação infantil. Além da administração de vacinas, os enfermeiros desempenham papéis essenciais na educação dos pais, conscientização da comunidade e fornecimento de suporte às famílias durante todo o processo de vacinação. Essa abordagem holística reflete a natureza abrangente da prática de enfermagem e destaca o valor dos enfermeiros como agentes de saúde pública¹¹.

A implementação real da puericultura é essencial para a construção de vínculos entre o profissional de saúde, a família e a criança e vai muito além de uma consulta básica. É necessário que o enfermeiro observe o estado geral da criança e aspectos sociais da família, avaliando o indivíduo de forma holística, utilizando-se de um conjunto de técnicas para colher os dados  antropométricos, avaliar o

desenvolvimento neuropsicomotor, estado nutricional, adesão ao calendário vacinal, além de prestar orientações para o cuidador de como os cuidados devem ser realizados¹⁷.

Dificuldades encontradas na atuação do Enfermeiro na consulta de puericultura

Quanto às dificuldades encontradas, destacou-se a incompatibilidade entre os horários do trabalho dos responsáveis e da consulta, que os impossibilita de comparecerem na consulta de puericultura. Este fato prejudica o andamento do cuidado programado destinado à fase de desenvolvimento do infante¹¹.

Contudo, os enfermeiros encontram dificuldades na realização de suas ações, pois é mínima a participação dos usuários, levando-os a não realizarem a consulta de puericultura conforme preconizada⁹. Ao que se percebe, as mães não aderem as orientações oferecidas na consulta de puericultura, elas relatam dificuldades econômicas para inseri-las à criança¹⁸.

As crianças menores de um ano podem apresentar problemas referentes ao aleitamento materno, a candidíase oral e perineal e dermatite irritativa de fraldas, entre outras morbidades, e acredita-se que essas intercorrências podem ser resolvidas por meio de orientações realizadas pelo enfermeiro durante a consulta de puericultura¹⁹.

Dentre as principais dificuldades encontradas pelos enfermeiros, a falta de recursos e qualificação profissional são fortes motivos que impactam na qualidade das consultas, pois muitas das vezes sem os insumos necessários, não há como realizar a consulta da forma descrita no protocolo, assim como, também pode ocasionar a não realização da mesma¹⁵. A falta de despreparo do profissional também impacta muito na qualidade da consulta, que muitas das vezes não é realizada de forma correta, ou deixa de ser registrada na caderneta da criança, por exemplo. A sobrecarga de trabalho do enfermeiro e a falta de outros profissionais na unidade de saúde também pode fazer com que não seja dada a devida importância as consultas de puericultura¹⁶. Outrossim, um obstáculo pertinente na adesão as consultas é a falta de capacitação e despreparo profissional para a realização das consultas de enfermagem em puericultura, sendo possível reverter está situação através da Educação Permanente e Continuada. Destacam-se também, a precariedade de insumos e equipamentos, a falta de transporte para a locomoção do profissional e a falta de agentes comunitários de saúde (ACS), que acaba defasando a cobertura da população adscrito¹⁸.

Algumas ações dos enfermeiros não causam impactos, por falta de aprimoramento por parte dos profissionais, e o despreparo nas informações dadas aos familiares, isso faz com que o enfermeiro se atente a doença eminente e queixas atuais¹⁹. A deficiência na escuta qualificada, demonstra a falta de organização dos profissionais que estão preocupados somente com processos de trabalho que tem consultas exclusivas nas queixas e sintomas, e a falta de interação entre os profissionais que desenvolvem seu papel isoladamente de acordo com seus conhecimentos específicos, não no trabalho interdisciplinar e coletivo, que visa uma ESF¹⁰.

Entretanto, mesmo com as vivências e dificuldades que os enfermeiros enfrentam, eles compreendem a importância de uma assistência de qualidade para com as crianças, não fazendo somente por obrigação ou de sua competência, mas sim entendendo a importância de sua atuação, de forma a ajudar essas crianças em seu desenvolvimento e crescimento¹⁶.

O atributo acessibilidade permanece sendo um dos principais desafios para os serviços de saúde por ser o momento inicial do contato do usuário com a rede básica de saúde, que destaca o período de funcionamento da unidade, a indisponibilidade de comunicação com os profissionais por outros meios enquanto o serviço de saúde encontra-se fechado e o tempo de espera para atendimento serem as causas para a avaliação negativa na perspectiva dos profissionais na APS¹³.

Por outro lado, os desafios enfrentados pelos enfermeiros na promoção da adesão à vacinação infantil não devem ser subestimados. A desinformação e os mitos sobre vacinas continuam a ser uma preocupação significativa, e eles precisam estar preparados para lidar com esses desafios de maneira eficaz. Além disso, as barreiras de acesso aos serviços de saúde podem representar obstáculos significativos para algumas famílias, exigindo abordagens adaptadas e sensíveis às necessidades específicas de cada comunidade¹⁷.

Estratégias de enfermagem para a promoção da saúde da criança

Uma estratégia bastante utilizada para que sejam efetivas dos os elementos para a promoção do desenvolvimento saudável é a educação em saúde, pois favorece aos responsáveis pela criança a formação de uma consciência crítica e reflexiva, sendo que os profissionais de saúde devem empoderar a autonomia no cuidar, não somente para a criança e sim envolvendo a família também nesse processo¹⁶.

Os primeiros cuidados preconizados pelo ministério da saúde no primeiro ano de vida na atenção básica para que essa criança venha a ter um crescimento e desenvolvimento saudáveis são o incentivo ao aleitamento materno, manter o calendário de vacinação atualizado, a realização do teste do pezinho e a avalição dessa criança para que se possa analisar riscos em relação a saúde e caso necessário agir o mais precocemente possível¹⁹.

Apesar da existência de estratégias para combater a mortalidade infantil na APS, observa-se uma escassez de ações e estratégias eficazes tanto em termos gerenciais quanto assistenciais. Ao negligenciar esse desfecho e as ferramentas de pesquisa relacionadas ao problema, deixamos de prevenir futuros óbitos na primeira infância que poderiam ser totalmente evitáveis, o que exige a necessidade de capacitar os profissionais de saúde e gestores, visando aprimorar a assistência ao binômio, desde o pré-natal até o período puerperal, e fortalecer a ESF que são medidas para a redução da mortalidade infantil¹⁷.

Um aspecto chave discutido nesta revisão é a importância da educação baseada em evidências na promoção da adesão à vacinação infantil. Estratégias educacionais que fornecem informações claras e precisas sobre os benefícios das vacinas têm sido eficazes na redução da hesitação em relação à vacinação e no aumento da aceitação das vacinas. Os enfermeiros, como educadores de saúde capacitados, desempenham um papel crucial na disseminação dessas informações e no esclarecimento de equívocos sobre o tema¹⁵.

Sobretudo, verifica-se a necessidade dos Enfermeiros buscarem atuar em consonância com a vigilância do crescimento infantil, de modo que o cuidado em saúde exija uma visão integral do usuário e a organização da assistência ocorra em linhas de cuidado, colocando-se como estratégia para prover resposta satisfatória na produção do cuidado e contribuir na superação da desarticulação entre os diversos níveis de atenção em saúde e, ainda, garantir a continuidade do cuidado integral, desde as ações de promoção às de tratamento e reabilitação¹⁸.

Outra ação importante para os cuidados infantis é a rede de apoio que é bastante necessária para essa assistência integral, visto que, quando há a necessidade de um atendimento mais especializado é necessário que haja um encaminhamento para outros setores, que são outras formas de atender a essa criança de acordo com as suas reais necessidades¹¹.

Acredita-se que com investimento em educação continuada e aprimorada em saúde a profissionais e graduandos, será possível que estes estejam aptos a enfrentarem problemas e obstáculos, no decorrer de suas atividades, sendo que suas ações e atuação na consulta de enfermagem em puericultura, terá seu objetivo alcançado, que é a promoção, proteção e prevenção da saúde, ressaltando o mais importante: o crescimento e o desenvolvimento da criança¹⁷.

4 Considerações Finais

Este artigo de revisão, buscou principalmente identificar as evidências relevantes sobre as principais Estratégias para a Promoção da Saúde da Criança que o enfermeiro desenvolve na Atenção Primária à Saúde na assistência a puericultura. Observou-se dificuldades nas consultas de rotina às vezes fragmentadas,

quanto aos procedimentos técnicos e práticos, dificuldades de interação e acolhimento mães/responsáveis, muita burocracia no atendimento, voltados ao estado nutricional e vacinal e não de desenvolvimento e crescimento. O profissional muitas vezes tem sobrecarga de trabalho e não corresponde adequadamente o que é preconizado na consulta de puericultura.

São vários os desafios, como a falta de estrutura e insumos, a alta demanda de atendimentos, a não adesão por parte da família, a imposição cultural e não seguimento de orientações por parte do profissional, a inexperiência profissional e o estabelecimento de vínculo com as mães. Porém, o próprio profissional não pode somente apontar as falhas que encontra no sistema de saúde, nas adversidades que encontra para se estabelecer como profissional na população adstrita da unidade ou na organização dos gestores de saúde. Primeiramente ele deve identificar as dificuldades que ele próprio tem para executar de maneira eficaz o atendimento à saúde da criança e tentar melhorar isso.

A educação permanente em saúde, no intuito de colaborar com o bem-estar da criança, deve ser sempre elencada como uma prioridade. O estudo dos instrumentos básicos, como a Caderneta da Criança, deve ser priorizado caso o profissional ainda não tenha o manejo da mesma, para evitar erros de preenchimento, assim como interpretação errônea de dados obtidos, para evitar que agravos à saúde da criança sejam ignorados e identificados de forma tardia.

A puericultura é um instrumento muito efetiva na atenção à saúde da criança, entretanto quando realizada de forma qualificada. Em diversos estudos selecionados foram identificadas fragilidades e necessidades quanto à assistência como: a importância de criar um protocolo de consulta para os enfermeiros, operacionalizando a puericultura, a necessidade qualificação das consultas e o cuidado dos enfermeiros sendo classificados como aquém do estabelecido pelas diretrizes da atenção à saúde da criança.

Quanto à aplicabilidade dos resultados encontrados na prática clínica, os atendimentos devem ser realizados baseados no respeito às famílias e ancorados nos princípios e diretrizes para o cuidado infantil devem ser propagados. Já as falhas identificadas necessitam de mudanças para tornar o atendimento mais eficaz, resolutivo e com a qualidade esperada.

Espera-se que esta pesquisa possa colaborar com outras pesquisas cientificas sobre esta temática ou estudos relacionados à Saúde da Criança na Atenção Básica, fornecendo subsídios e informações atualizadas para fortalecer e aprimorar a assistência de Enfermagem prestada durante as consultas de puericultura, colaborando para o crescimento e desenvolvimento cognitivo saudável, assim como bem-estar e atenção integral às crianças.

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1 Acadêmica de enfermagem alvesdeuzinira@gmail.com https://orcid.org/0009-0009-5799-3502

2 Acadêmica de enfermagem reisdeyze9@gmail.com https://orcid.org/0009-0001-9366-0408

3 Acadêmica de enfermagem limarubens203@gmail.com https://orcid.org/0009-0002-9020-4762

4 Acadêmica de enfermagem monteirodasilvarosana92@gmail.com https://orcid.org/0009-0002-2448-812X

5 Acadêmica de enfermagem jrsilvio1996@gmail.com https://orcid.org/0009-0005-8247-3470

6 Enfermeira Jamillymiranda854@gmail.com https://orcid.org/0009.0001-1226-042X