A ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA PREVENÇÃO DE QUEDAS EM IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA

THE ROLE OF PHYSIOTHERAPISTS IN PREVENTING FALLS IN ELDERLY PEOPLE: INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202410222225


Edna Pereira da Silva Carneiro¹;
Gildene Gomes de Oliveira².


Resumo

Este trabalho tem como objetivo Identificar na literatura as principais atuações do fisioterapeuta na prevenção de quedas em idosos. As quedas em idosos são comuns, sendo uma das principais causas de mortalidade, morbidade e incapacidade. Torna -se comum os ricos de quedas na idade avançada, é preciso um cuidado meticuloso, pois essa questão pode estar atrelada a outros eventos que podem surgir como doenças. Diante do exposto a fisioterapia desempenha um papel crucial na prevenção de quedas. Foram utilizadas as bases de dados Pubmed (US National Library of Medicine), SciELO (Scientific Electronic Library Online) LILACS onde foram selecionados artigos entre os anos 2018 a 2024. Com base em uma busca detalhada foram encontrados 213 artigos após aplicação dos critérios de elegibilidade para leitura na íntegra, selecionados ao final 07 artigos para o presente estudo. As evidências desta revisão, torna possível concluir que a atuação do fisioterapeuta na prevenção de quedas em idosos mostra-se eficaz. Os estudos analisados demostram que a aplicação de exercícios relacionados com o equilíbrio, força muscular, e avaliação por meio de escala Berg, contribui para a redução do risco de quedas.

Palavras–Chave: Fisioterapia. Prevenção. Queda. Idoso.

ABSTRACT:

This study aims to identify in the literature the main actions of the physiotherapist in the prevention of falls in the elderly. Falls in the elderly are common, being one of the main causes of mortality, morbidity and disability. It becomes common for falls to occur in old age, meticulous care is required, as this issue may be linked to other events that may arise, such as diseases. In view of the above, physiotherapy plays a crucial role in the prevention of falls. The Pubmed (US National Library of Medicine), SciELO (Scientific Electronic Library Online) and LILACS databases were used, where articles between the years 2018 to 2024 were selected. Based on a detailed search, 213 articles were found after applying the eligibility criteria for full reading, and 7 articles were selected for the present study. The evidence from this review makes it possible to conclude that the physiotherapist’s role in preventing falls in the elderly is effective. The studies analyzed demonstrate that the application of exercises related to balance, muscular strength, and assessment using the Berg scale contributes to reducing the risk of falls.

Keywords: Physiotherapy. Prevention. Falls. Elderly.

1 INTRODUÇÃO

O processo de envelhecimento é parte integrante da vida humana e para melhorar a qualidade de vida da terceira idade, é importante levar em consideração vários fatores como o estado de saúde física e mental, o grau de envelhecimento, além da independência do idoso e o fato das relações sociais que os idosos mantêm, tanto relacionadas ao ambiente de trabalho quanto o de lazer (MEDEIROS, 2020).

As quedas em idosos são comuns, sendo uma das principais causas de mortalidade, morbidade e incapacidade. Pode ser definido como um evento não intencional que resulta na mudança da posição inicial de um indivíduo para o mesmo nível ou inferior (MATIAS et al, 2019).  Pode acontecer por vários fatores que podem ser divididos entre extrínsecos e intrínsecos e se refletem nos meios biológico, ambiental, comportamental e socioeconômica (COSTA, 2021). Os autores Silva et al (2019), destaca em suas pesquisas que somente em 2012 houve um crescimento de 41% nas internações e um aumento de 300% nas taxas de mortalidade. Entre os fatores associados para contribuição de acidentes às superfícies irregulares, molhadas e escorregadias compõe a taxa de 58% sendo possível verificar que o ambiente externo é onde mais acontece acidentes na terceira idade.

Sendo comum os ricos de quedas na idade avançada, é preciso um cuidado meticuloso, pois essa questão pode estar atrelada a outros eventos que podem surgir como doenças. Vale ressaltar que o processo de envelhecimento é algo natural e inevitável estritamente ligado ao desgaste fisiológico gradual, assim também como as patologias onde sofrem grandes alterações no organismo (REIS, 2022).

A melhoria da expectativa de vida é elucidada pela universalização da saúde, pelo surgimento de novas tecnologias nos meios biomédico, farmacológico, fisioterapêuticos e pelas mudanças na conduta da população (REZENDE; GIROTTO, 2019). Este trabalho tem como objetivo Identificar na literatura as principais atuações do fisioterapeuta na prevenção de quedas em idosos. (MATIAS et al, 2019). É necessário que seja considerado os fatores como bem-estar físico e psicológico para mantê-los bem nas suas relações sociais culturais e religiosos (MEDEIROS, 2020).

O profissional da fisioterapia deve sempre manter sua relação com o paciente, esclarecendo suas ações e medidas de reabilitação e prevenção (REIS, 2022). Visando sempre nas estratégias de prevenção que enfatizam o ensino, treino e a criação de ambientes seguros, e estabelecendo medidas que ajudam na redução de risco (GRAÇA, 2022). Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo identificar na literatura as principais atuações do fisioterapeuta na prevenção de quedas em idosos.

2 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa integrativa, de caráter descritiva com enfoque na revisão de literatura. Para concretar o estudo foram seguidas as seguintes etapas: a formulação da pergunta norteadora através da estratégia PICO (acrônimo para paciente, intervenção, comparação, outcomes), onde o uso dela na condução de métodos de revisão possibilita a identificação de palavras-chave, as quais auxiliam na localização de estudos relevantes nas bases de dados. Assim, a questão da pesquisa de limitada foi “Como é a atuação do fisioterapeuta na prevenção de quedas em idosos?”. Nela, o primeiro elemento da estratégia (P) consiste no idoso; o segundo (I) a atuação do fisioterapeuta; e o quarto elemento (O) prevenção de quedas. Importante ressaltar que, dependendo método de revisão, não são utilizados todos os elementos da estratégia PICO. Nesta revisão integrativa, o terceiro elemento, ou seja, a comparação, não foi utilizada.

O levantamento bibliográfico dos estudos foi realizado por meio de pesquisas em bases digitais de conhecimento em saúde como, Pubmed (US National Library of Medicine), SciELO (Scientific Electronic Library Online) LILACS, e utilizando descritores “fisioterapia”, “idoso”, “prevenção”, “queda encontrados de acordo com o DECS (Descritores em Ciências da Saúde) utilizando o operador booleano “AND” e “OR”.

 Os critérios utilizados para inclusão serão: artigos científicos em português e inglês publicadas no período de janeiro de 2018 à dezembro de 2023 que se encontram disponível na íntegra. Os critérios para exclusão serão: texto apresentado somente em forma de dissertações, intervenções inadequadas e com dificuldade de entendimento e estudos de revisão.

A análise dos dados se concentrará na síntese e interpretação dos resultados obtidos, o estudo será submetido a uma abordagem qualitativa, ou seja, não expressa por números, mas envolvendo descrições, compreensões e análises de informações para o seu desenvolvimento (FONSECA, 2018).

Afim de traduzir os resultados da revisão integrativa e promover o avanço do entendimento sobre a atuação do fisioterapeuta neste contexto, será realizada uma análise crítica dos estudos, permitindo assim a identificação de lacunas no conhecimento e uma abordagem reflexiva sobre o assunto.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após as buscas nas bases de dados, caracterizando-a a análise da amostra observou-se os seguintes itens: título, autores, ano de publicação, periódico, base de dados, características metodológicas, objetivos, e principais resultados conforme a questão de pesquisa, como mostra o quadro 1. Após as buscas foram identificados um total de 213 artigos para compor esse estudo. Destes após a exclusão inicial por títulos e resumos, um total de 30 artigos foram selecionados de acordo com os critérios de elegibilidade para leitura na integra, por fim 07 artigos foram incluídos.

O fluxograma da pesquisa pode ser observado na figura 1.

Figura 1. Fluxograma do processo de seleção de artigos

Fonte: Autor, 2024

A mostra deste estudo compreendeu participantes com uma estimativa de idades entre 65 a 90 anos, com predomínio do gênero feminino. Foram selecionados sete artigos que atenderam aos critérios de inclusão da pesquisa. A maioria dos estudos são de caráter transversal, e utiliza metodologias mistas, combinando abordagens qualitativas e quantitativas. Os critérios de relevância desses artigos foi realizada com bases pertinente ao tema, a qualidade da metodologia e a contribuição para o estudo.

QUADRO 1: – Caracterização da amostra quanto ao ano, autor, objetivo, métodos, principais resultados e considerações

AUTOR/ANOOBJETIVOSMÉTODOSPRINCIPAIS RESULTADOSCONSIDERAÇÕES
SILVA et al, 2021O objetivo deste estudo foi verificar a associação de quedas com características sociais, fatores econômicos, aspectos clínicos, nível de atividade física e percepção do risco de quedas em idosos caidores e não caidores.O presente estudo possui delineamento transversal e foi realizado em parceria com a Secretária Municipal de Saúde do Município de Curitiba (PR). Onde ara comparação foram utilizados os testes de Mann-Whitney e qui-quadrado e para associação os testes de regressão logística binária e multivariada.Após a análise de dados, identificamos que idosos caidores apresentaram menor escolaridade, classe econômica e PRQ (Percepção do Risco de Queda).Conclui-se que idosos caidores apresentaram menor percepção do risco de quedas, nível de escolaridade e classe econômica. Deste modo, sugere-se que estas informações sejam abordadas em programas de promoção à saúde e prevenção de quedas para idosos, para que assim, sejam encontradas estratégias de prevenção e identificação de idosos com maior risco para quedas, prevenindo assim futuros episódios e/ou recidivas e suas consequências.
MATIAS et al, 2019Objetivou-se conhecer a percepção do idoso institucionalizado sob a Fisioterapia na prevenção de quedas.A pesquisa realizada é descritiva, com natureza qualitativa e foi desenvolvida na Unidade de Abrigo de Idosos, a coleta de informações foi realizada no período de abril a junho de 2016 através de uma entrevista semiestruturada com idosos institucionalizados submetidos à assistência fisioterapêutica.As categorias emergiram a partir das respostas dos pacientes e da saturação de ideias com significados similares. São eles: A Fisioterapia traçando medidas educacionais para prevenção de quedas; O cuidado como mecanismo de prevenção de quedas; Fisioterapia contribuindo para prevenção de quedas; Fisioterapia contribuindo para a saúde do idoso institucionalizadoO presente estudo evidenciou pela percepção do idoso que a Fisioterapia é de grande importância para prevenção de quedas, usando de orientações, exercícios, e medidas educativas para proporcionar ao idoso uma maior autonomia e melhora nas atividades da vida diária, promovendo a qualidade de vida e proporcionando o bem estar.
CARDOSO et al, 2022O objetivo geral é analisar as principais patologias e causas na queda de idososA metodologia da pesquisa ocorreu através da análise da relevância da Fisioterapia preventiva a na queda de idosos.O papel da fisioterapia é avaliar o equilíbrio e a funcionalidade do idoso, possibilitando trabalhar exercícios de equilíbrio, fortalecimento propriocepção e melhorar a acessibilidade em seu domicilio de forma que atue na prevenção das quedas.A partir dos resultados encontrados pode-se concluir que o tratamento fisioterapêutico regular promove melhora importante no equilíbrio, flexibilidade, funcionalidade e aumento da resistência muscular além de frisar a realização de uma avalição domiciliar na intenção de permitir um livre acesso ao idoso, com adaptações, prevenindo assim o risco de quedas.
GARCIA et al, 2020Descrever a importância das práticas de educação  em  saúde  junto  às  ações  da  atenção  básica  para  prevenção  de  quedas  em  idosos.  Estudo descritivo da prática de educação em saúde caracterizado como atividade de extensão universitária da UNEMAT – MT que  descreve  as  ações  educativas  em  grupos  de  idosos  proporcionando  a capacitação nas questões relativas aos efeitos naturais do envelhecimento e doenças da terceira idade, quanto aos aspectos das causas de queda e formas de prevenção.As práticas de educação em saúde com os idosos resultaram em fortalecimento da interação universidade e serviço de saúde proporcionando a capacitação dos idosos para promoção à saúde física e reconhecimento dos riscos de  quedas  em  domicílio. O envolvimento dos acadêmicos nas práticas educativas  de promoção e  prevenção à saúde  junto à  comunidade  específica de  idosos proporcionou  melhor  compreensão  dos  riscos  de  quedas  dos  idosos,  além  do  desenvolvimento  da habilidade de comunicação e o entendimento da prática de educação em saúde como ação estratégica da assistência à saúde.
ASSIS et al, 2023O estudo apresenta como objetivo identificar possíveis limitações funcionais do idoso, traçando o perfil dos mesmos e identificando os possíveis fatores que provocam episódios de quedas, dando ênfase ao papel da fisioterapia na promoção da melhora de funcionalidade e qualidade de vida na terceira idade.Trata-se de uma pesquisa de campo, quantitativa, descritiva e transversal que foi realizada na Clínica Escola do Centro Universitário – UNIFIP, localizado na cidade de Patos no Estado da Paraíba.  Para sua realização foi realizado a aplicação de questionário sociodemográfico, um questionário que avalia a qualidade de vida e aplicado um teste de equilíbrio (Time Up and Go)Foi observado que a maioria dos entrevistados são predominantemente do sexo feminino com 90% (n=18), a faixa etária concentra-se dos 66 aos 70 anos com 45% (n=9), quanto ao tempo de fisioterapia 45% (n=9) relatam realizar a mais de 1 ano. Em relação a incidência de quedas, 75% (n=15) não apresentam histórico nos últimos 6 meses.Desta forma, conclui-se que a fisioterapia como meio de atividade física para os idosos foi capaz de promover melhora significativa no que diz respeito a mobilidade e equilíbrio, visto que os resultados confirmam a melhoria para os mesmo após sua prática.
SOUZA et al, 2019Este estudo teve como objetivo verificar os fatores associados às quedas e suas consequências em idosos atendidos em um ambulatório de FisioterapiaInquérito domiciliar (ID) quantitativo, observacional e com delineamento longitudinal, conduzido com idosos residentes na área urbana em Uberaba-MG. Foram entrevistados 107 idosos de ambos os gêneros e com idade entre 60 e 84 anos. Os idosos foram distribuídos em dois grupos quanto ao histórico de quedas: 68 idosos caidores (Grupo A) e 39 idosos não caidores (Grupo B).Verificou-se que 63,6% sofreram quedas no último ano e que a maioria dos idosos caidores encontrava-se na faixa etária entre 60 e 70 anos, era do gênero feminino, de etnia branca, possuía ensino fundamental incompleto e residiam sozinhos.É necessário que a equipe multiprofissional de saúde, atuando conjuntamente, busque estratégias de prevenção das quedas nessa população, principalmente no âmbito da atenção básica.
ODRIGUES; CERVAENS, 2018Analisar diversos protocolos sobre a influência da Fisioterapia na prevenção de quedas na população idosa.Foi realizada uma pesquisa computorizada nas bases de dados Pubmed, Web of Knowledge e PEDro para identificar estudos que avaliassem a influência da fisioterapia na prevenção de quedas na população idosa.Foi possível constatar vários resultados positivos para os idosos nas intervenções realizadas nos 6 estudos tais como melhoria do equilíbrio, aumento da produção de força, flexibilidade, diminuição do risco de quedas e aumento da qualidade de vida do idoso.A fisioterapia tem um papel importante na vida ativa do idoso e na prevenção de quedas nos idosos utilizando programas de exercício que incluem: Pilates, Treinos de Força, Resistência e Equilíbrio.

As quedas são classificadas como uma síndrome geriátrica de origem multifatorial, englobando tanto condições intrínsecas, como mudanças fisiológicas, quanto extrínsecas, que se referem a aspectos sociais e ambientais. Os elementos que contribuem para essas questões têm sido categorizados na literatura em duas classes: fatores intrínsecos, que se referem a modificações fisiológicas associadas ao envelhecimento, doenças e consequências do uso de medicamentos; e fatores extrínsecos, que são aqueles ligados a condições sociais e ambientais que impõem dificuldades ao idoso.

Segundo Souza et al. (2019), observou-se que a incidência de quedas foi mais alta entre as mulheres, o que é atribuído a fatores como: menor quantidade de massa magra e força muscular em comparação aos homens da mesma faixa etária; uma maior perda de massa óssea resultante da diminuição dos níveis de estrógeno, o que eleva o risco de osteoporose; e uma incidência mais elevada de doenças crônicas. Além dessas observâncias Silva et al (2021), correlacionam as quedas com baixa escolaridade e classe econômica, e uma menor percepção de queda quando comprado aos que não caem. Embora outras variáveis tenham sido observadas como aspectos clínicos e atividade física não obteve diferença significativa.

Dessa forma, a comparação entre os grupos de idosos caidores e não caidores confirma achados de estudos, que sugerem que níveis socioeconômicos baixos podem influenciar o risco de quedas, seja por meio de mudanças no comportamento ou pela maior exposição a situações de risco em ambientes inadequados, como os residenciais. Além disso, pessoas com menos anos de estudo e rendimentos reduzidos tendem a ter um acesso limitado a informações e serviços de saúde. Esse fator pode impactar o entendimento sobre estratégias de prevenção de quedas, além de aumentar a vulnerabilidade a doenças crônicas, restrições físicas e, por consequência, elevar a probabilidade de quedas (SILVA et al, 2021).

A American Geriatric Society sugere a realização de uma análise dos diversos riscos, que deve incluir a avaliação do equilíbrio e da mobilidade, da visão, da postura ortostática ou hipotensão postural, além de uma revisão das medicações que o paciente utiliza e do seu ambiente domiciliar. Para isso, é imprescindível que haja um acompanhamento contínuo e uma gestão abrangente dos fatores de risco identificados, que são fundamentais para o sucesso dessa abordagem. (RODRIGUES; CERVAENS, 2018).

As iniciativas de educação em saúde direcionadas aos idosos resultaram no fortalecimento da parceria entre a universidade e os serviços de saúde, capacitando os idosos para a promoção da saúde física e a identificação dos riscos de quedas em casa. Isso permite que os próprios idosos se tornem multiplicadores desse conhecimento em suas comunidades e círculos sociais (GARCIA et al, 2020). Matias et al (2019) afirma nos relatos, que é evidente que esses idosos veem a Fisioterapia como uma vantagem para sua saúde, pois notam uma melhoria significativa na qualidade de vida quando conseguem realizar atividades que antes não podiam, especialmente após passarem por sessões com o fisioterapeuta. Assim, o plano fisioterapêutico é eficaz de várias maneiras para a saúde desses idosos em instituições, tanto na prevenção quanto no tratamento de problemas comuns na terceira idade, ajudando a minimizar complicações e garantindo uma vida mais qualitativa para eles. Além disso, Lima (2022), oferece orientações tanto para os idosos quanto para seus cuidadores, o que ajuda a reduzir ou até eliminar os fatores de risco associados a quedas.

A fisioterapia tem uma importância significativa na prevenção de quedas, pois melhora a capacidade motora e o equilíbrio (LIMA, 2022). Deste modo MATIAS et al 2019, pode constatar por meio de entrevista que os idosos reconhecem a fisioterapia como um meio para promover exercícios para o fortalecimento das pernas, o que consideram essencial para a prevenção de quedas, quanto ao fornecer orientações que buscam seguir para evitar esse tipo de acidente. Assis et al, (2023), apontam que, os entrevistados encontram-se satisfeitos com a sua qualidade de vida, nos quais relatam melhora do equilíbrio estático e mobilidade, assim como o maior ganho de força, onde é notório a diminuição da incidência de quedas a partir dos resultados obtidos no teste Time Up and Go (TUG).

Segundo Carvalho; Roxo (2023), indicam que os métodos mais eficazes para a criação de um protocolo de tratamento fisioterapêutico visando a prevenção de quedas em idosos incluem a utilização de escalas para avaliação e medição dos resultados da intervenção, além de incorporar a hidroterapia, que, devido às propriedades da água, facilita a execução de exercícios voltados para o equilíbrio e a marcha, em conjunto com a Cinesioterapia, exercícios de fortalecimento e relaxamento. No estudo de Garcia et al. (2020), é apresentada a Escala de Equilíbrio de Berg, que utiliza 14 tarefas para avaliar o equilíbrio. Entre essas tarefas, estão atividades relacionadas à execução de tarefas diárias e atividades instrumentais da vida cotidiana, incluindo transferir-se, sentar, levantar, manter-se em pé, inclinar-se para frente, girar 360 graus, sustentar-se em uma só perna, e caminhar passo a passo. A pontuação varia de 0 a 4, onde 4 indica uma performance normal nas atividades e 0 significa que a tarefa não foi realizada. O menor resultado registrado foi de 0 pontos, alcançado por dois idosos, seguido por 4 pontos, obtidos por quatro idosos.

O fisioterapeuta é um profissional capacitado a avaliar, tratar e prevenir distúrbios que impõem limitações ao funcionamento do corpo, tendo como meta promover a independência funcional, isso diminui o risco de quedas e auxilia na melhoria da autoestima e da qualidade de vida dos idosos. O desempenho fisioterapêutico é determinante na promoção do bem-estar dessa faixa etária, pois é responsabilidade do fisioterapeuta preservar as funções motoras, visando atrasar ou amenizar as alterações fisiológicas e patológicas decorrentes do envelhecimento (CARVALHO; ROXO, 2023).

Cardoso et al. (2022) destacam que a fisioterapia desempenha um papel crucial na prevenção de quedas em idosos por meio de diversas abordagens. Os fisioterapeutas realizam avaliações funcionais detalhadas, identificando riscos individuais na força, equilíbrio e mobilidade. Exercícios direcionados para equilíbrio e fortalecimento são implementados para aumentar a estabilidade. Técnicas de marcha e postura são ensinadas para facilitar movimentos mais seguros. Além disso, os profissionais educam sobre estratégias de prevenção, sugerindo adaptações no ambiente e promovendo monitoramento contínuo. A colaboração com outros profissionais de saúde é fundamental para um atendimento integral, garantindo um envelhecimento mais seguro e ativo para os idosos.

4 CONCLUSÃO

Com base nas evidências desta revisão, é possível concluir que a atuação do fisioterapeuta na prevenção de quedas em idosos mostra-se eficaz. Os estudos analisados demostram que a aplicação de exercícios relacionados com o equilíbrio, força muscular, e avaliação por meio de escala Berg, contribui para a redução do risco de quedas.

Essas intervenções resultam em melhoria na qualidade de vida dos idosos, tanto no ambiente domiciliar quanto na comunidade. O conhecimento adquirido durante a fisioterapia não só reduz a probabilidade de quedas, como também auxilia na prevenção de novos casos, promovendo maior autonomia e segurança para essa população.

REFERÊNCIAS

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¹Discente do Curso Superior de Fisioterapia do Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/Unisulma. E-mail: pereiraedna2020@gmail.com
²Docente do Curso Superior de Fisioterapia do Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/Unisulma. E-mail: gilg.fisio@gmail.com