Motor development in elementary school children with or without signs of learning disabilities
REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/cl10202410221632
Tânia Bach1
Alessandra Bombarda Müller2
Resumo: Pesquisas evidenciam estreita relação entre o que a criança consegue aprender com o que é capaz de realizar, demonstrando os possíveis paralelos existentes entre o desenvolvimento cognitivo e o desenvolvimento motor. O objetivo desta pesquisa foi avaliar o desenvolvimento motor de escolares com e sem indicativos de dificuldades de aprendizagem, relacionando-o a fatores associados nesse contexto. Os hábitos de vida e as características socioeconômicas das crianças avaliadas foram verificados por questionários respondidos pelos pais ou responsáveis. Foram aferidos peso e altura de cada criança, bem como a avaliação do seu desenvolvimento motor. Os dados foram analisados no software SPSS 21.0 e o nível de significância adotado foi de 5%. Participaram do estudo 153 estudantes do 1º ano do ensino fundamental de Ivoti/RS, com média de idade de 6,37±0,43 anos e IMC médio de 15,83±3,10 Kg/m². Foi verificado que, apesar dos alunos com dificuldades de aprendizagem apresentarem menor pontuação na classificação de desenvolvimento motor, os dois grupos encontram-se dentro da normalidade motora esperada para a idade. Os escolares mais novos, com menor índice de massa corporal e maior renda familiar, apresentaram melhor desempenho motor. Conclui-se que as condições ambientais em que as crianças estavam expostas e a quantidade e qualidade de estímulos impactaram positivamente o desenvolvimento motor das crianças avaliadas nesta pesquisa. Por meio de uma avaliação motora apropriada, é possível que a intervenção seja estruturada, proporcionando às crianças que apresentam déficits motores associados à dificuldade de aprendizagem, estratégias compensatórias para o desenvolvimento mais adequado.
Palavras-chave: Desenvolvimento Infantil. Aprendizagem. Deficiências da Aprendizagem. Avaliação. Destreza Motora.
Abstract: Studies have shown close relationship between what the child can learn with what the child is able to perform, showing the possible existing parallels between the cognitive development and the motor development. The goal of this research was to evaluate the motor development in elementary school children with or without sings of learning disabilities, relating it to factors associated within this context. The life habits and the socio-economic characteristics of the children assessed were verified by questionnaires answered by their parents or legal-responsible. Weight and height of every child were measured, as well as its evaluation of motor development. The data was analyzed in the software SPSS 21.0 and the level of relevance adopted was 5%. 153 students of the 1st grade of the Ivoti/RS elementary school, participated in the study, with an age average of 6,37 ± 0,43 and average BMI of 15,83±3,10 Kg/m².It was observed that, even though students with learning disabilities presented lower score in motor development classification both groups are within the normal rating expected to their age. The younger students, with lower body mass index and higher family income, have shown higher motor performance. It can be concluded that the environment conditions that children were exposed to and the volume and quality of the incentives impacted positively the motor development of the children assessed by this research. Through a proper motor evaluation, it is possible to develop a structural intervention, providing the children that present motor deficit related to learning disabilities, compensating strategies to a proper development.
Keywords: Infant development. Learning. Learning disabilities. Evaluation. Motor dexterity.
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento é um processo sequencial e contínuo, associado com a idade cronológica, na qual o comportamento motor modifica-se ao longo do ciclo da vida, progredindo de movimentos simples e desorganizados para habilidades motoras complexas e organizadas. Tal mudança é resultado das interações das exigências da tarefa motora, das características biológicas do indivíduo e do ambiente onde se insere (HAYWOOD; GETCHELL, 2004; GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013).
O período compreendido entre o sexto e o décimo ano da infância caracteriza-se por incremento gradual de peso e altura e pelo avanço da organização dos sistemas sensorial e motor. Ocorre a transição do refinamento das capacidades de movimento fundamental para a instauração das habilidades de movimento, onde a criança obtém rápida aprendizagem e trabalha em níveis crescentes de maturidade, como no desempenho de jogos e esportes, por exemplo. Como seu crescimento apresenta-se lento, a criança consegue acostumar-se com o seu corpo, fator importante no aprimoramento da coordenação e do controle motor durante a infância (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013).
Estas mudanças dos padrões de movimento que ocorrem ao longo do desenvolvimento infantil, originando movimentos com eficaz controle motor, permitem à criança mais chances de explorar o mundo ao seu redor, propiciando condições de práticas e experiências, sendo essas a base para a construção da sua vida social e intelectual. (MEDINA; ROSA; MARQUES, 2006).
São múltiplos os fatores que influenciam o incremento do desenvolvimento motor infantil e entre as variadas condições biológicas ou ambientais que podem oferecer risco, pode-se citar a prematuridade, o baixo peso ao nascer, as infecções neonatais, os problemas cardiovasculares, respiratórios e neurológicos, o estado de desnutrição, a condição socioeconômica desfavorável e o baixo grau de instrução dos pais (EICKMANN; DE LIRA; LIMA, 2002; GRAMINHA; MARTINS, 1997; HALPERN et al., 2000). Quanto mais fatores de risco a criança estiver exposta, maior será a suscetibilidade de apresentar comprometimento em seu desenvolvimento motor e, associado, prejuízos de ordem psicológica e social, dificultando as relações interpessoais da criança como também sua performance escolar. (WILLRICH; AZEVEDO; FERNANDES, 2009).
No primeiro ano escolar as demandas de compreensão cognitiva são mais representativas e o aprender a ler e a escrever com entendimento é o principal objetivo deste e do segundo ano escolar. No que corresponde ao desenvolvimento, a criança com 6 anos de idade normalmente encontra-se preparada para a decodificação de letras e sons, aprendendo a ler e escrever. Desenvolve-se também a percepção real de tempo, espaço e vários outros conceitos cognitivos, fazendo com que a criança tenha capacidade, em seu segundo ano escolar, de enfrentar e lidar com uma série de atividades cognitivas, psicomotoras e afetivas (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013).
Na literatura, o baixo desempenho escolar tem como principais causas as dificuldades de aprendizagem, caracterizadas por uma disparidade entre o que se espera que a criança tenha potencialidade de aprender em uma dada circunstância em aula, e o que ela realmente é capaz de realizar (ROLFSEN; MARTINEZ, 2008). As dificuldades são entendidas como obstáculos encontrados pelas crianças durante a escolarização, alusivas à captação e compreensão dos conteúdos, podendo estar agregadas às características socioeconômicas, nutrição inapropriada, localização da escola, baixa motivação por parte dos professores e a problemas de caráter emocional e motor (COPPEDE; OKUDA; CAPELLINI, 2012; SILVA; BELTRAME, 2011).
É alto o número estimado de crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, chegando a 30% da população de escolares, identificadas principalmente nos anos iniciais do ensino fundamental. (SUEHIRO, 2006). Este fato gera preocupação em pais e professores, uma vez que o insucesso escolar pode refletir em frustrações, desencadeando problemas maiores às crianças. As dificuldades de aprendizado podem não estar relacionadas a alterações neurológicas ou estruturais, como doenças congênitas ou deficiências de caráter físico e cognitivo, contudo, estas dificuldades determinam o desempenho da criança nas diversas atividades escolares (MEDINA-PAPST; MARQUES, 2010).
Pesquisas evidenciam estreita relação entre o que a criança consegue aprender com o que é capaz de realizar, demonstrando os possíveis paralelos existentes entre o desenvolvimento cognitivo e o desenvolvimento motor, respectivamente. Com a aquisição de habilidades motoras, a criança desenvolve sua percepção de corpo, tempo e espaço – elementos de domínio básico para a aprendizagem motora e para as atividades escolares (ROSA NETO et al. 2010; AMARO et al., 2010).
No que diz respeito às dificuldades motoras, a Associação Americana de Psiquiatria aponta que são observadas em 6 a 8% de crianças em idade escolar, sendo que grande parte demonstra dificuldades de aprendizagem. (SILVA et al., 2012). Acredita-se que 30 a 50% das crianças com baixo desempenho motor também possam apresentar problemas de aprendizagem e as dificuldades na escrita e leitura estão mais associadas ao déficit motor. Em vista disto, destaca-se a importância dos profissionais da educação e da saúde permanecerem alertas aos possíveis atrasos no desenvolvimento motor infantil (RAMUS; PIDGEON; FRITH, 2003; SMITS-ENGELSMAN; NIEMEIJER; GALEN, 2001; SILVA; BELTRAME, 2011).
Nesta perspectiva, torna-se importante a realização de uma avaliação motora nessa fase da vida, uma vez que é um instrumento utilizado para o diagnóstico e o acompanhamento dos déficits motores, propiciando dados para investigação do processo de desenvolvimento motor infantil, mostrando características individuais ou de uma população específica. Por meio da avaliação motora é fornecida a base para que a intervenção seja estruturada, pois, para que a mesma traga resultados positivos, faz-se necessário o conhecimento do indivíduo, utilizando-se instrumentos coerentes, com resultados confiáveis e relevantes à intervenção (MEDINA; ROSA; MARQUES, 2006).
De acordo com Rosa Neto (2007), por meio da avaliação motora é possível analisar e diferenciar o déficit, confirmar a presença de dificuldades escolares, distúrbios motores e de comportamento, como também, avaliar os progressos da criança em seu desenvolvimento. Ainda, o exame motor permite expor aos professores e aos profissionais da área da saúde certas disfunções específicas, entre elas transtornos na coordenação motora e no desenvolvimento neuropsicomotor, hiperatividade, ansiedade, falta de motivação e problemas de aprendizagem (ROSA NETO, 2007).
Embora existam estudos que demonstrem as associações entre o desenvolvimento motor e as dificuldades de aprendizagem escolar, ainda são poucos os dados brasileiros apresentados. É necessário um aprofundamento neste tema, para que se possa conhecer e planejar ações para as crianças brasileiras, e para que as mesmas recebam tratamento adequado, caso necessário. Acredita-se que por meio do aprimoramento motor e do reforço escolar, a criança passa a beneficiar-se em suas variadas atividades diárias. (SILVA; BELTRAME, 2011). Enquanto área de conhecimento, a fisioterapia possui importante papel na contribuição dos estudos sobre o desenvolvimento infantil, principalmente relacionados ao processo da evolução motora em crianças saudáveis e naquelas que apresentam comprometimento funcional. (SANTOS et al., 2004).
Com base no que foi exposto, este estudo teve como objetivo avaliar o desenvolvimento motor de crianças em idade escolar com e sem indicativos de dificuldades de aprendizagem, e relacioná-lo aos fatores associados nesse contexto.
MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo caracterizou-se como uma pesquisa observacional, prospectiva, de abordagem quantitativa do tipo transversal e foi realizado em 5 escolas municipais e uma escola particular, localizadas na cidade de Ivoti/RS.
A amostra foi selecionada por conveniência e participaram do estudo crianças matriculadas no 1º ano do ensino fundamental, com e sem indicativos de dificuldades de aprendizagem escolar, previamente identificadas por meio do relato da professora e da coordenadora pedagógica. Este diagnóstico foi dado segundo a avaliação do aluno, sendo expressa por meio de um relatório descritivo e reflexivo elaborado por ambas a partir de diferentes instrumentos e procedimentos, com o objetivo de identificar as dificuldades, bem como as potencialidades do escolar. Ainda, os aspectos qualitativos são avaliados com prevalência sobre os quantitativos, considerando a construção e a apropriação de conhecimentos, competências e habilidades. Todas as crianças participantes apresentaram o consentimento dos responsáveis legais para a participação do estudo, por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Foram excluídas crianças com diagnóstico de déficit de atenção e hiperatividade, transtornos do espectro autista, dislexia, transtorno do desenvolvimento da coordenação e deficiências gerais de caráter físico e cognitivo.
Das 223 crianças matriculadas no período de 2015 no 1º ano do ensino fundamental, distribuídas nas 6 escolas que aceitaram a realização do estudo, 160 foram autorizadas por seus responsáveis legais para a participação no mesmo, porém 7 não foram avaliadas por não se encontrarem na escola no momento da avaliação. Desta forma, a amostra foi composta por 153 escolares.
A coleta de dados ocorreu no período de julho a setembro de 2015. Inicialmente, foram enviados pela professora aos responsáveis legais dois questionários. O primeiro, elaborado pela pesquisadora, teve por objetivo identificar os dados pessoais, hábitos de vida (referentes às atividades extraescolares) e diagnósticos clínicos da criança. O segundo questionário, “Critério de Classificação Econômica Brasil” da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP), foi utilizado para avaliar as características socioeconômicas do escolar. Este instrumento conta com questões relativas à quantidade de itens de conforto que a família possui, à proveniência da água utilizada e tipo de rua do domicílio e, por fim, ao grau de instrução do chefe da família. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE PESQUISA (ABEP), 2015).
A avaliação das características físicas de cada criança foi realizada por meio da aferição do peso, verificado por meio de balança mecânica Cadence®, e altura com utilização de fita métrica, obtendo-se assim o índice de massa corporal (IMC). A avaliação motora foi realizada utilizando-se a Escala de Desenvolvimento Motor (EDM), descrita por Rosa Neto, 2007. A EDM é um instrumento de avaliação motora que tem como alvo alunos inseridos nos anos iniciais do ensino fundamental (1º a 5º ano), avaliando áreas do desenvolvimento motor infantil que incluem motricidade fina e global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e temporal, e lateralidade. A EDM conta com uma técnica de aplicação de testes atrativos para as crianças, apresentando atividades diversificadas e de gradativa dificuldade, envolvendo as diferentes áreas do desenvolvimento motor, tornando-se, assim, uma avaliação completa e esclarecedora (ROSA NETO et al., 2010; ROSA NETO, 2007).
Foram avaliadas as seguintes áreas do desenvolvimento motor infantil: motricidade fina (óculo manual) e global (coordenação), equilíbrio (postura estática), esquema corporal (imitação de postura e rapidez), organização espacial (percepção do espaço) e temporal (linguagem e estruturas temporais). Para cada uma dessas áreas foi realizado uma série de testes, na qual a dificuldade aumentava conforme havia o aumento da idade no teste, podendo variar de 2 a 11 anos de idade. Pela EDM foram verificadas as variáveis: (1) idade motora (obtida pela realização dos testes de cada área do desenvolvimento motor e representadas em meses); (2) idade motora geral (média de todas as idades motoras obtidas por cada área de teste); (3) quociente motor (obtido pela divisão entre a idade motora de cada área de teste e a idade cronológica, e o resultado multiplicado por 100); (4) quociente motor geral (divisão da idade motora geral pela idade cronológica e o resultado multiplicado por 100); (5) a escala motora específica de cada área e (6) geral do desenvolvimento motor infantil, classificadas por meio dos valores dos quocientes motores e quociente motor geral, categorizados em sete níveis conforme o quadro abaixo.
Quadro I – Valores do Quociente Motor e sua correspondente classificação
Fonte: Rosa Neto (2007).
As avaliações, realizadas sempre pela mesma pesquisadora, ocorreram ao longo de 7 semanas, em espaço disponível cedido por cada escola, no turno de aula dos escolares, de modo individual e com duração variável entre 30 e 50 minutos. Para a realização dos testes, foi utilizado o material auxiliar sugerido por Rosa Neto, 2007.
Os dados coletados foram analisados de forma descritiva e inferencial, apresentados nas tabelas que seguem. Inicialmente, foi avaliada a normalidade dos dados, expressos em média e desvio-padrão. A escolha de testes não-paramétricos foi decorrente da distribuição não simétrica dos dados e das variáveis associadas. Todas as análises foram realizadas no programa estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), versão 21.0. Em todos os casos, o nível de significância adotado foi de 5%.
O estudo seguiu as normas da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), sob o parecer nº CEP 15/072. Todos os responsáveis legais das crianças participantes leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
RESULTADOS
Participaram deste estudo 153 crianças, 56,9% do sexo feminino (n=87), com média de idade de 6,37±0,43 anos (81,99±3,21 meses) e IMC médio de 15,83±3,10, categorizado como peso ideal. 82,4% (n=126) estavam matriculadas em escolas públicas do município de Ivoti/RS. 15% (n=23) apresentavam dificuldades de aprendizagem, segundo o relato colhido junto às professoras e coordenadoras pedagógicas das escolas. Com relação aos hábitos de vida, 49% (n=75) dos responsáveis legais relataram brincadeiras diversas como principal atividade extraescolar realizada pela criança, que envolviam tanto a parte cognitiva quanto a motora: jogos eletrônicos e manuais (quebra-cabeça, jogo da memória, jogos de montar peças, massinha de modelar); brincadeiras ao ar livre (pega-pega, esconde-esconde, jogos com bola, andar de bicicleta); brincadeiras com carrinhos e bonecas; desenhar, pintar e recortar. 7,8% (n=12) apresentavam doenças crônicas (alergias não especificadas, asma, bronquite e rinite). No que se refere à classe social e renda familiar mensal correspondente, segundo o extrato socioeconômico de 2014, 32,7% (n=50) estavam na classe B2, com renda equivalente a R$ 4.427,36. Quanto à escolaridade do chefe da família, sendo esse a pessoa que contribui com a maior parte da renda do domicílio, 41,8% (n=64) possuíam ensino médio completo ou superior incompleto. As características antropométricas, educacionais e socioeconômicas da amostra estão apresentadas na tabela 1.
Tabela 1. Características da amostra (n=153)
Variáveis | ||
Sexo, n (%) | Feminino | 87 (56,9) |
Masculino | 66 (43,1) | |
Idade, anos | 6,37 ± 0,43 | |
Peso, Kg | 26,17 ± 7,59 | |
Altura, cm | 1,28 ± 0,06 | |
IMC, Kg/m2 | 15,83 ± 3,10 | |
Estado nutricional, n (%) | Abaixo do peso | 56 (36,6) |
Peso ideal | 55 (35,9) | |
Sobrepeso | 16 (10,5) | |
Obesidade | 26 (17) | |
Escola, n (%) | Pública | 126 (82,4) |
Privada | 27 (17,6) | |
Dificuldade de aprendizagem, | Não | 130 (85) |
n (%) | Sim | 23 (15) |
Hábitos de vida | Brincadeiras | 75 (49) |
(atividades extraescolares), | Brincadeiras e cursos | 36 (23,5) |
n (%) | Brincadeiras e esportes | 12 (7,8) |
Brincadeiras, cursos e esportes | 8 (5,2) | |
Cursos | 4 (2,6) | |
Esportes | 5 (3,3) | |
Não relatado | 13 (8,5) | |
Diagnóstico médico de doenças | Não | 141 (92,2) |
crônicas, n (%) | Sim | 12 (7,8) |
Classe social – Renda mensal, | A – R$ 20.272,56 | 32 (20,9) |
n (%) | B1 – R$ 8.695,88 | 28 (18,3) |
B2 – R$ 4.427,36 | 50 (32,7) | |
C1 – R$ 2.409,01 | 19 (12,4) | |
C2 – R$ 1.446,24 | 21 (13,7) | |
D-E – R$ 639,78 | 3 (2) | |
Escolaridade do chefe da família | Analfabeto/Fundamental I incompleto | 11 (7,2) |
Fundamental I completo/Fundamental II incompleto | 20 (13,1) | |
Fundamental completo/Médio incompleto | 15 (9,8) | |
Médio completo/Superior incompleto | 64 (41,8) | |
Superior completo | 43 (28,1) |
Nota. IMC: Índice de Massa Corporal; Resultados expressos por média, desvio-padrão e proporção.
Quanto ao comportamento motor dos escolares, verifica-se idade motora geral média de 83,35±9,31 meses (6,53±0,83 anos), considerada adequada para a idade cronológica média da amostra. Entre aqueles sem dificuldades de aprendizagem, a idade motora média (84,75±8,47) assemelha-se à idade cronológica (82,28±3,26). Naqueles com dificuldades, a idade motora média apresentada foi menor (75,39±9,99) em comparação à idade cronológica (80,30±2,29), porém, não o suficiente para indicar um desenvolvimento motor inadequado.
A comparação das médias do quociente motor geral (QMG) dos escolares sem dificuldades (103,13±11,23) e com dificuldades (93,83±12,87) evidenciou classificação motora geral “normal médio” nas crianças avaliadas, entretanto, foi encontrada diferença significativa entre os grupos (p=0,001), especificamente no item organização temporal (p=0,039). Entre os alunos sem dificuldades de aprendizagem, a maioria das áreas motoras foi classificada como “normal médio”; as áreas motricidade fina e global apresentaram classificação “superior” e “normal alto”, respectivamente. Já naqueles com dificuldades, a motricidade fina foi classificada como “normal alto”, a motricidade global e o equilíbrio como “normal médio”, o esquema corporal e a organização temporal como “normal baixo” e a organização espacial como “inferior”. Não houve diferença significativa entre os sexos nos grupos (p=0,244). Na tabela 2 está apresentado o perfil motor da amostra nos dois grupos, com escores médios e classificação.
Tabela 2. Perfil motor da amostra (n=153)
Variável | TOTAL | Classificação | Sem dificuldade | Com dificuldade | p* | |
Idade Cronológica (IC), meses | 81,99 ± 3,21 | – | 82,28 ± 3,26 | 80,30 ± 2,29 | 0,006* | |
Idade Motora Geral (IMG), meses | 83,35 ± 9,31 | – | 84,75 ± 8,47 | 75,39 ± 9,99 | 0,001* | |
Motricidade Fina (QM1) | 119,88 ± 18,43 | Normal alto | 121,19 ± 17,16 | 112,48 ± 23,53 | 0,089 | |
Motricidade Global (QM2) | 109,29 ± 22,02 | Normal médio | 110,64 ± 21,61 | 101,70 ± 23,25 | 0,093 | |
Equilíbrio (QM3) | 105,03 ± 28,78 | Normal médio | 106,52 ± 28,74 | 96,65 ± 28,18 | 0,235 | |
Esquema Corporal (QM4) | 93,45 ± 14,04 | Normal médio | 94,49 ± 13,84 | 87,57 ± 14,04 | 0,063 | |
Organização Espacial (QM5) | 88,75 ± 25,82 | Normal baixo | 90,45 ± 26,58 | 79,17 ± 18,73 | 0,134 | |
Organização Temporal (QM6) | 93,42 ± 17,26 | Normal médio | 94,75 ± 17,73 | 85,91 ± 12,09 | 0,039* | |
Quociente Motor Geral (QMG) | 101,73 ± 11,92 | Normal médio | 103,13 ± 11,23 | 93,83 ± 12,87 | 0,001* |
Nota. Resultados expressos por média e desvio-padrão; *Teste U de Mann-Whitney, p<0,05
A tabela 3 apresenta a classificação geral dos resultados obtidos avaliando o desenvolvimento motor de cada criança da amostra. 89,5% (n=137) apresentaram índices de desenvolvimento motor normal. 90,8% (n=118) dos escolares sem dificuldades de aprendizagem e 82,6% (n=19) daqueles com dificuldades apresentaram desenvolvimento motor normal.
Tabela 3. Classificação geral dos resultados (n=153)
Classificação n (%) | Sem dificuldades | Com dificuldades | Sexo feminino | Sexo masculino | TOTAL |
Muito Superior | 4 (3,1) | – | 2 (2,3) | 2 (3) | 4 (2,6) |
Superior | 6 (4,6) | 1 (4,3) | 3 (3,4) | 4 (6,1) | 7 (4,6) |
Normal Alto | 21 (16,2) | 2 (8,7) | 17 (19,5) | 6 (9,1) | 23 (15) |
Normal Médio | 91 (70) | 11 (47,8) | 59 (67,8) | 43 (65,2) | 102 (66,7) |
Normal Baixo | 6 (4,6) | 6 (26,1) | 5 (5,7) | 7 (10,6) | 12 (7,8) |
Inferior | 2 (1,5) | 3 (13) | 1 (1,1) | 4 (6,1) | 5 (3,3) |
Muito Inferior | – | – | – | – | – |
Total | 130 | 23 | 87 | 66 | 153 |
Associando-se o QMG com a idade cronológica (IC) (p=0,004, r=-0,230), o IMC (p=0,001, r = -0,272) e a renda (p = 0,001, r = 0,273) da amostra estudada, utilizando-se o teste de Correlação de Spearman, observam-se correlações significativas entre as variáveis e de magnitude fraca, sendo estas correlações inversas para o IC e IMC. Ou seja, as crianças mais novas e com menores índices de massa corporal apresentaram valores mais altos do QMG. A renda apresentou associação positiva com o QMG, evidenciando melhor desempenho naqueles com maior renda familiar.
DISCUSSÃO
São múltiplos os fatores que interferem no desenvolvimento motor infantil, considerado um processo sequencial, relacionado ao passar da idade e associado à relação entre as condições físicas, do ambiente e do que a criança realiza, por isso é pertinente a identificação de suas mudanças sociais, físicas e intelectuais (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). O objetivo deste estudo foi avaliar o desenvolvimento motor de crianças em idade escolar, verificando o quanto a presença de dificuldades de aprendizagem e o impacto do contexto no qual a criança estava inserida, interferia nesse processo.
Das 153 crianças participantes, 56,9% (n=87) eram meninas, percentual idêntico ao encontrado em estudo de Silva e Beltrame (2011), que avaliou o desenvolvimento motor de 406 crianças, sendo 56,9% (n=231) meninas. A idade cronológica média das crianças avaliadas, entre 6 e 7 anos (81,99±3,21 meses), esteve adequada ao objetivo de avaliar crianças do primeiro ano do ensino fundamental. Os estudos que utilizaram o instrumento aqui aplicado apresentam uma idade de avaliação maior, com variação de 97,91±14,62 a 116,32±14,74 meses, visto que a Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) contempla a avaliação de crianças de 6 a 11 anos (ROSA NETO et al., 2010; ROSA NETO et al. 2007).
O índice de massa corpórea (IMC) médio encontrado nesta pesquisa foi 15,83±3,10 Kg/m2, considerado pela literatura como peso ideal. (WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO), 2007). Também Pereira, Manzatto e Marco (2010), encontraram IMC médio de meninos 17,84±2,40 Kg/m2 e de meninas 17,31±3,0 Kg/m2, classificados como peso ideal para a média de idade entre 6 e 11 anos e para o sexo das crianças.
Em relação às escolas, 82,4% dos alunos (n=126) estavam matriculados em escolas públicas e 16,6% (n=27) na escola privada do município. Vale ressaltar que no município onde ocorreu esta pesquisa, havia só uma escola particular, diferentemente do que foi apresentado no estudo de Suehiro (2006), que avaliou 287 escolares quanto à escrita, onde 53,7% (n=154) pertenciam à escola particular e 46,3% (n=133) à escola pública.
No estudo de Rosa Neto, Costa e Poeta (2005), realizado em uma instituição voltada para crianças com risco para problemas no desenvolvimento neuropsicomotor, das crianças avaliadas em relação à motricidade, 64,9% apresentaram rendimento escolar geral (leitura, escrita e cálculo) com dificuldades. Este dado é superior ao encontrado no presente estudo, onde foi verificado um percentual de 15% de crianças com dificuldades de aprendizagem. Segundo Almeida (2002), no Brasil 15% a 30% dos escolares apresentam dificuldades de aprendizagem, porém, essa seria na verdade uma aproximação da realidade. Capellini e Conrado (2009), relatam desencontro nos valores correspondentes à prevalência das dificuldades de aprendizagem na população brasileira pelo fato desta categoria diagnóstica não se situar no sistema educacional.
Com relação aos hábitos de vida, 49% dos responsáveis legais (n=75) relataram brincadeiras diversas (jogos eletrônicos e manuais; brincadeiras ao ar livre; brincadeiras com carrinhos e boneca; desenhar, pintar e recortar) como principal atividade extraescolar realizada pela criança. No estudo de Stabelini Neto et al. (2004), cujo objetivo foi investigar as variáveis ambientais que poderiam interferir no desempenho motor de crianças de 6 e 7 anos, quando perguntado aos pais quais atividades que a criança realizava, foi constatado que 53,1% dos meninos e 53% das meninas brincam dentro de casa (a rua foi apontada por menos de 10% como um local de brincar); 42,1% dos meninos e 45% das meninas assistem televisão diariamente e mais de 50% das crianças de ambos os sexos utilizam o computador diariamente.
Neste estudo, 7,8% das crianças avaliadas (n=12) apresentaram diagnóstico clínico de doenças crônicas, grande parte relacionadas às doenças respiratórias. Dado inferior foi encontrado no estudo de Lineburguer et al. (2004), que, no intuito de avaliar o desenvolvimento motor e identificar os aspectos biopsicossociais de crianças asmáticas em idade pré-escolar e escolar, observou 34 casos de asma (3,74%) na população total do estudo (910 crianças).
Quanto às características socioeconômicas, 32,7% das crianças (n=50) pertenciam à classe B2, com renda familiar equivalente a R$ 4.427,36 e escolaridade do chefe da família correspondente a ensino médio completo ou superior incompleto. Estudo prévio de Rosa Neto et al. (2007), que avaliaram o desenvolvimento motor e as características psicossociais de 31 alunos com indicadores de dificuldades de aprendizagem, apresentou escolaridade dos responsáveis em 50% das mães com ensino fundamental incompleto e 42,3% dos pais com ensino fundamental completo, com renda familiar entre R$ 300,00 e 1.500,00, aproximadamente. Salienta-se a condição social e econômica da cidade de Ivoti, cujos índices de desenvolvimento são mais elevados que a média nacional, o que repercute diretamente na qualidade do ensino, nos espaços de convivência social e cultural e na atenção à saúde da população (SECRETARIA DE SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE, 2014).
Nesta pesquisa, 89,5% (n=137) da amostra apresentou desenvolvimento motor adequado para a faixa etária (90,8% daqueles sem dificuldades de aprendizagem e 82,6% daqueles que apresentaram dificuldades). Este resultado se assemelha aos achados de Rosa Neto et al. (2010), que investigaram o perfil motor de 101 escolares entre 6 e 10 anos de idade, sem queixas de dificuldades de aprendizagem, onde 96% das crianças avaliadas apresentaram desenvolvimento motor esperado para a faixa etária, demonstrando que um desempenho motor adequado está relacionado a um bom rendimento escolar.
Embora 23 crianças tenham atestado dificuldades de aprendizagem, estas não impactaram negativamente em seu desempenho motor, contradizendo os dados encontrados na pesquisa de Amaro et al. (2010), que avaliaram o desenvolvimento motor de 38 escolares com dificuldades de aprendizagem e idade entre 6 e 10 anos, onde foi verificado que 76,3% dos alunos apresentaram índice de desenvolvimento motor “inferior” e “muito inferior”, abaixo do esperado para a idade motora adequada para as idades avaliadas. Nesta pesquisa, acredita-se que estratégias compensatórias como renda familiar e atividades extraescolares, por exemplo, tenham se sobressaído às dificuldades de aprendizagem. Giordani, Almeida e Pacheco (2013), afirmam que quanto maior o nível de escolaridade familiar, melhores serão as ofertas de emprego, resultando em uma maior renda e oportunidade de oferecer estímulos adequados, promovendo o desenvolvimento mais apropriado da criança.
Entre as especificidades das diferentes categorias de aprendizagem, foi encontrada diferença estatística significativa entre os grupos com e sem indicativos de dificuldades na comparação do valor do quociente motor (QM) referente a área de desenvolvimento da organização temporal: os alunos sem dificuldades foram classificados como “normal médio” na EDM e aqueles com dificuldades, como “normal baixo”. No estudo de Rosa Neto, Costa e Poeta (2005), com o propósito de avaliar o perfil motor de escolares na faixa etária entre 5 e 14 anos com problemas de aprendizagem, foi constatado que uma das áreas com maior déficit motor foi a organização temporal, corroborando os achados desta pesquisa. A organização temporal envolve três dimensões: (1) lógica (ordem e duração do tempo), (2) convencional (horas, dias, semanas, meses e anos) e (3) aspecto de vivência (percepção e memória dos acontecimentos), este que evolui e amadurece com a idade (ROSA NETO, 2007). A noção de organização temporal é estabelecida pelo entendimento da sucessão e periodicidade, a partir das modificações ocorridas ao longo do tempo (MEDINA; ROSA; MARQUES, 2006). É pelo ritmo das ações e acontecimentos que a criança adquire a noção temporal necessária para conviver com o passado, presente e futuro, e com o antes e depois. A aquisição de temporalidade é manifestada por meio do desenvolvimento da linguagem, assim, distúrbios no desenvolvimento da linguagem em crianças pré-escolares estão relacionados às dificuldades de leitura em crianças na idade escolar. Ainda, crianças que apresentam déficits na organização temporal podem apresentar dificuldades na percepção dos intervalos entre as palavras ou na sequência de sílabas (ROSA NETO; COSTA; POETA, 2005).
No grupo com dificuldades de aprendizagem, também foi possível observar que em conjunto com a organização temporal, o esquema corporal e a organização espacial foram as áreas de desenvolvimento motor com menor pontuação. De acordo com Medina, Rosa e Marques (2006), déficits na noção corporal e espacial podem acentuar o atraso no desenvolvimento da organização temporal das crianças, uma vez que a aquisição de conhecimento sobre o espaço e tempo não pode ser entendida sem a evolução do esquema corporal. Almeida et al. (2015), refere que os componentes do desenvolvimento motor exercem influência na aquisição de habilidades cognitivas, particularmente os referentes à noção de corpo, tempo e espaço, principalmente quando são solicitadas no processo de aprendizagem da leitura e escrita. Deste modo, os déficits motores verificados nos escolares com dificuldades de aprendizagem podem estar associados ao insucesso nas atividades escolares, visto a contribuição destes componentes para o desempenho escolar.
O sexo não estava associado aos níveis motores das crianças avaliadas nesta pesquisa, tanto na distribuição do QMG, quanto do QM de cada área de desenvolvimento avaliada, assim como no estudo de Rosa Neto et al. (2007), que relacionou sexo e desenvolvimento motor de 31 crianças entre 6 e 13 anos com indicativos de dificuldades de aprendizagem e encontrou quociente motor geral das meninas associado a “normal baixo” e dos meninos a “normal médio”, sem diferença significativa na comparação entre os grupos. Estes dados são reforçados pelo estudo de Miranda, Beltrame e Cardoso (2011), que investigou o desempenho motor de 380 escolares de 7 a 10 anos, e evidenciou que não houve diferença significativa no desempenho motor geral entre meninos e meninas.
Venturella et al. (2013), pesquisando as atitudes de familiares e de cuidadores não parentais, observaram uma indução nas atividades consideradas adequadas para meninos e meninas, consequentemente, referiram que disparidades no comportamento motor entre os sexos são encontradas com o passar da idade. Estudos relacionados mostram resultados com grande variabilidade entre os indivíduos, mas com a propensão dos meninos apresentarem mais habilidades motoras quando comparados às meninas. Para Carvalhal e Vasconcelos-Raposo (2007), por inúmeras vezes, os meninos possuem mais incentivos a vivências motoras mais amplas e as meninas são restritas a atividades de motricidade fina, limitando seu desempenho motor. Entretanto, no presente estudo, tais diferenças não foram comprovadas, atestando que todas as crianças, indiferente do sexo, possuíam as mesmas oportunidades motoras ou, ainda que houvesse diferenciação na qualidade e tipo de estímulo, esses não foram suficientes para gerar diferenças nos desempenhos motores.
Em relação ao desenvolvimento motor e à idade cronológica, foi observado que quanto menor a idade da criança, maior sua classificação geral na EDM, se contrapondo ao esperado. A literatura apresenta dados contraditórios, porém, os resultados aqui obtidos se assemelham ao estudo de Medina-Papst e Marques (2010), no qual foram avaliados 30 estudantes com dificuldades de aprendizagem e idade cronológica entre 8 e 10 anos, e, de acordo com os achados, houve maior discrepância entre idade cronológica e desenvolvimento motor nas crianças mais velhas, ou seja, quanto maior a idade, maiores os atrasos na maioria das áreas motoras avaliadas. No estudo de Silva e Dounis (2014), ao avaliarem o perfil motor de crianças entre 9 e 11 anos com baixo rendimento escolar, constataram que as crianças de 9 anos obtiveram classificação “normal médio” e “normal baixo”, enquanto a maioria das crianças de 10 anos apresentaram classificação “normal baixo” e aquelas de 11 anos, níveis “normal baixo” e “inferior”. Apesar da pouca diferença entre os perfis, verifica-se que as crianças com menor idade apresentaram melhor classificação de desenvolvimento motor quando comparadas às mais velhas.
De acordo com Valentini (2002), a expectativa de que crianças mais velhas demonstrem melhores habilidades motoras reside na experiência e prática destas habilidades com o passar dos anos. Em contrapartida, Crippa et al. (2003), relacionam o atraso motor e a idade cronológica avançada ao tempo excessivo que as crianças mais velhas direcionam a programas televisivos, por exemplo, comportamento hoje em dia substituído pelo uso indiscriminado da internet, restringindo atividades motoras. Rosa Neto et al. (2011), afirmam que, com o decorrer dos anos acadêmicos, as crianças estão cada vez mais envolvidas em atividades de sala de aula, sendo menos disponibilizados jogos, brincadeiras e atividades que facilitem o desenvolvimento motor. Para Catenassi et al. (2007), apesar do desenvolvimento motor estar relacionado à idade, ele pode ser considerado independente dela, adotando o pressuposto de que o desenvolvimento das habilidades motoras depende basicamente da quantidade e qualidade da experiência motora e da prática vivenciada pela criança. Nessa perspectiva, acredita-se que os diversos fatores que compõem o desenvolvimento motor, entre eles as características biológicas individuais e os aspectos ambientais, tenham sido mais relevantes nos resultados do presente estudo.
Quanto ao desenvolvimento motor e as características físicas dos alunos avaliados, o menor IMC neste estudo implicou maior pontuação na classificação geral da EDM, ou seja, crianças com IMC mais baixo apresentaram melhor nível de desenvolvimento motor. A pesquisa de Pazin, Frainer e Moreira (2006), que teve como objetivo avaliar o desenvolvimento motor de crianças obesas na faixa etária de 6 a 10 anos, mostrou que estes escolares apresentaram desenvolvimento motor inferior à idade cronológica, evidenciando que IMC acima do esperado para a idade da criança pode influenciar negativamente o seu desenvolvimento motor. Berleze, Haeffner e Valentini (2007), fornecem dados similares em sua pesquisa, que investigou o nível de desempenho motor de meninos e meninas de 6 a 8 anos de idade com sobrepeso e obesidade, utilizando testes motores que envolviam equilíbrio, corrida, salto, arremesso e recepção. Os resultados sugeriram que as crianças com peso corporal maior que o previsto para sua estatura e idade apresentaram desvantagem na qualidade do desempenho motor quando comparadas às crianças eutróficas, repercutindo no atraso de desenvolvimento motor.
Conforme Catenassi et al. (2007), com o passar dos anos é possível observar que o sedentarismo não afeta apenas as pessoas adultas, mas também as crianças e adolescentes, comportamento que pode estar ligado à falta de prática de exercícios físicos e às poucas experiências motoras vivenciadas, podendo implicar no aumento das situações de sobrepeso e obesidade, como também nos níveis de coordenação motora, principalmente na infância. Pazin, Frainer e Moreira (2006), relatam que crianças acima do peso ideal, principalmente em situação de obesidade, podem não estar recebendo uma estimulação motora adequada para o seu desenvolvimento, fato que pode estar ligado ao estilo de vida, implicando maior dificuldade motora.
A revisão bibliográfica realizada por Willrich, Azevedo e Fernandes (2009), com relação aos fatores de risco ambientais e biológicos que podem influenciar a sequência típica do desenvolvimento motor infantil, apresenta diferenças funcionais nas crianças prematuras e a termo de nível socioeconômico baixo. Crianças de nível socioeconômico mais elevado, tanto prematuras quanto a termo, não demonstraram diferenças significativas em sua independência funcional. No estudo de Valentini (2002), com o objetivo de investigar o desempenho motor de 88 crianças de 5 a 10 anos de idade, cujas famílias apresentavam baixos níveis de escolaridade e renda, os resultados mostraram desempenho motor “abaixo da média” e “pobre”, demonstrando a relação existente entre o desenvolvimento motor e as condições socioeconômicas. Nesta pesquisa, assim como no estudo acima, os escolares com menor renda familiar apresentaram pior desempenho geral na classificação da EDM, relacionando maior renda familiar à melhor desenvolvimento motor.
Segundo Caetano, Silveira e Gobbi (2005), o contexto em que as crianças se inserem e as exigências das tarefas propostas influenciam o surgimento de novas habilidades. Deste modo, quanto mais a criança é estimulada e encorajada a explorar seu próprio corpo e ambiente, assim como mais oportunidades motoras lhe são dadas, por meio de brinquedos, materiais e atividades que englobem as diferentes áreas do desenvolvimento motor, maiores serão os benefícios proporcionados ao desenvolvimento destas crianças. Neste sentido, ficou evidenciado que tanto os escolares com dificuldades de aprendizagem quanto os sem dificuldades, usufruíram de um contexto estimulante, uma vez que 91,4% realizavam atividades extraescolares, entre elas brincadeiras diversas (envolvendo tanto a parte motora quanto a cognitiva), cursos (de língua estrangeira, dança e instrumentos musicais) e esportes variados. Este fato, provavelmente, reflete positivamente no desenvolvimento motor das crianças, já que a grande maioria apresentou condição motora adequada, independente do desempenho escolar.
Rosa Neto et al. (2011), apresentaram pesquisas que investigaram a relação entre desenvolvimento motor e a prática de exercícios ou esportes, e concluíram que crianças envolvidas em atividades físicas apresentam resultados superiores de classificação motora, sugerindo que a realização de atividade física repercute positivamente no desenvolvimento motor de forma geral e as suas áreas, podendo, assim, favorecer também o desempenho das atividades escolares. Portanto, as experiências motoras devem estar presentes diariamente na vida das crianças, sendo representadas pelas atividades realizadas em casa, na escola e nas brincadeiras. (STABELINI NETO et al. 2004).
CONCLUSÃO
Os resultados desta pesquisa evidenciam que, apesar das crianças com indicativos de dificuldades de aprendizagem apresentarem pontuação inferior na classificação de desenvolvimento motor, quando comparadas àquelas sem indicativos, ambos os grupos estavam dentro da normalidade motora esperada para a idade. Acredita-se que as condições ambientais em que as crianças estavam expostas e a quantidade e qualidade de estímulos dispensados a elas, verificadas na relação entre renda familiar e melhor classificação de desenvolvimento motor, como também pela alta porcentagem de crianças envolvidas em atividades extraescolares, foram decisivas para esta população. A criança estimulada de forma adequada, por meio da exploração do corpo e do ambiente, possui mais chances de praticar suas habilidades motoras e, consequentemente, de dominá-las com maior facilidade.
Para a criança na fase escolar é importante planejar avaliações e intervenções relacionadas ao seu desenvolvimento motor, pois atrasos motores podem acarretar prejuízos que persistem até a fase adulta. Como pode ser observado neste estudo, os escolares com dificuldades apresentaram menor desempenho motor relacionado às noções corporais, espaciais e temporais, demonstrando a importância da inclusão em atividades que auxiliem no desenvolvimento destes componentes motores, acarretando benefícios paralelos às atividades escolares. Com a identificação precoce da disfunção motora, por meio de uma avaliação apropriada, é possível que a intervenção seja estruturada para proporcionar incrementos nas habilidades motoras. Para tanto, é essencial que no ambiente familiar e escolar haja a preocupação da investigação e da disponibilização de oportunidades para que a criança seja estimulada amplamente.
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1Fisioterapeuta, Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos)
2Fisioterapeuta PhD, Professora Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e-mail: abombarda@unisinos.br.